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1 ANALGÉSICOS EM ODONTOPEDIATRIA São utilizados na prevenção e controle da dor. Quando utilizados na pré- intervenção (analgesia preemptiva) propicia a potencialização da anestesia gerando maior conforto ao paciente. Indicações: 1. Exodontias não complicadas de decíduos ou permanentes (nas cirurgias mais invasivas utiliza-se antiinflamatórios) 2. Abscesso dento-alveolar agudo, principalmente nas fases inicial e em evolução (nesses casos prescreve-se analgésico e antibiótico) 3. Procedimentos cirúrgicos gengivais, raspagem dental, preparos protéticos. Os analgésicos mais utilizados na clínica odontopediátrica são a dipirona e o paracetamol. Estes são empregados para a prevenção e controle da dor de intensidade leve a moderada. Apresentam efeito antipirético, ou seja, reduzem a temperatura elevada (febre). A dipirona apresenta absorção geralmente rápida através do tubo digestivo, é mais eficiente contra a febre, entretanto alguns pacientes manifestam alergia (edema de mucosas). Portanto, para indicá-la temos que ter o respaldo dos dados colhidos na anamnese do paciente. 2 A dipirona apresenta uso restrito em vários países, por existirem relatos de efeitos colaterais como: depressão medular, leucopenia, agranulocitose, trombocitopenia ou anemia aplástica. Esses efeitos não tem sido descritos no Brasil, México, Espanha, Alemanha, Itália, França e Holanda, onde a dipirona continua eficazmente indicada nos processos dolorosos leves ou moderados. A dipirona pode ser prescrita para crianças a partir de 5 meses de idade, nas seguintes formas líquidas: solução gotas ou xarope pediátrico. A dipirona gotas não apresenta sabor agradável, por isso pode ser rejeitada por algumas crianças. A dose indicada para a solução gotas (apresentação de 500mg/ml) é de 6 a 15mg/kg/dose, ou seja, 1 gota/kg de 6/6 horas. A dipirona na sua apresentação de xarope pediátrico apresenta sabor agradável, porém, por apresentar alto teor de sacarose em sua composição, a higiene bucal após a ingestão do medicamento deve ser aconselhada. As dosagens recomendadas em crianças, para o xarope pediátrico, encontram-se sumarizadas na tabela a seguir. POSOLOGIA DIPIRONA XAROPE PEDIÁTRICO APRESENTAÇÃO 50MG/ML PESO (Média de idade) DOSE Solução Oral (em ml) 5 a 8 kg (3 a 11 meses) Dose única Dose máxima diária 1,25 a 2,5 10 (4 tomadas x 2,5 ml) 9 a 15 kg (1 a 3 anos) Dose única Dose máxima diária 2,5 a 5 20 (4 tomadas x 5 ml) 16 a 23 kg (4 a 6 anos) Dose única Dose máxima diária 3,75 a 7,5 30 (4 tomadas x 7,5 ml) 24 a 30 kg (10 a 12 anos) Dose única Dose máxima diária 5 a 10 40 (4 tomadas x 10 ml) 31 a 45 kg (10 a 12 anos) Dose única Dose máxima diária 7,5 a 15 60 (4 tomadas x 15 ml) 46 a 53 kg (13 a 14 anos) Dose única Dose máxima diária 8,5 a 17,5 70 (4 tomadas x 17,5 ml) 3 O paracetamol é facilmente absorvido pelo trato digestivo e apresenta baixa toxicidade. Este medicamento não deve ser administrado em pacientes soropositivos que façam uso da zidovudina (AZT), pois atrasam a metabolização e a eliminação do AZT. O paracetamol pode ser prescrito para crianças na sua forma em gotas ou suspensão oral concentrada (sabor mais agradável). O paracetamol em gotas apresenta-se na concentração de 200mg/ml, podendo ser prescrito para crianças a partir de 2 anos de idade, na dosagem de 10-15mg/kg, ou seja, 1 gota/kg de 4/4horas ou de 6/6horas, a depender da intensidade da dor. O paracetamol na sua forma de suspensão oral apresenta-se em duas concentrações: 100mg/ml (paracetemol bebê) e 32mg/ml (paracetamol criança). As dosagens indicadas para crianças encontram-se sumarizadas no quadro a seguir. 4 Os fármacos do grupo dos salicilatos, como o AAS e Aspirina, são analgésicos e anti-inflamatórios que não são de primeira escolha em Odontopediatria. São pouco utilizados em Odontopediatria por provocarem irritações gástricas (pois são derivados do ácedo acetilsalicílico) e pela possibilidade da ocorrência da Síndrome de Reye (quadro de encefalite aguda e degeneração gordurosa das vísceras que ocorre após uma infeccção viral na qual foi utilizado o AAS). Entretanto é importante avaliar durante a anamnese, qual a medicação analgésica que o paciente já utilizou, pois se o paciente já estiver acostumado com o uso do AAS, o dentista poderá prescrevê-lo com segurança. Em Odontologia, na maioria dos casos, não há necessidade da prescrição de analgésicos por mais de 24 horas. Após esse período, o organismo da criança já iniciou o processo de reparação tecidual, portanto não haverá mais a necessidade do controle da dor. É importante fazer o contato telefônico com o responsável pela criança após as 24 horas da prescrição do medicamento, para avaliar o sucesso do tratamento clínico e medicamentoso. Se após as 24 horas ainda houver dor, torna- se evidente a necessidade de reavaliação do tratamento clínico. REFERÊNCIAS ANDRADE, E.D. Terapêutica Medicamentosa em Odontologia. São Paulo: Artes Médicas. 3a. Ed. 2014, 216p. COSTA, LRRS; CASTRO, AD; LOPES, GM; COSTA, PSS. Terapêutica medicamentosa em Odontopediatria. IN: MASSARA, MLA; REDUA, PCB. Manual de referência para procedimentos clínicos em Odontopediatria. São Paulo: Santos. Cap. 25, p. 291-314, 2017. COSTA, L.R.R.S; COSTA, P.S.S. Analgésicos e antimicrobianos. In: CORRÊA, M.S.N.P. Odontopediatria na primeira infância. Uma visão multidisciplinar. São Paulo: Santos. Cap. 28, p. 430-446, 2017. PALLASCH, T.J. Pharmacokinetic principles of antimicrobial therapy. Periodontology, v.10, p. 5-11, 2000. ANALGÉSICOS EM ODONTOPEDIATRIA
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