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FEBRE REUMÁTICA

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Leticia Martinussi 
SITUAÇÃO PROBLEMA 5: FEBRE REUMÁTICA 
FISIOPATOLOGIA 
• A febre reumática ocorre através de um 
mecanismo de hipersensibilidade. 
• A origem da doença está associada a uma 
reação cruzada de anticorpos produzidos 
contra produtos e estruturas dos 
estreptococos, porém passam a 
reconhecer também células do 
hospedeiro, que se tornam alvos dos 
anticorpos produzidos contra o antígeno 
infeccioso (mimetização molecular). 
• Ambas respostas imunes mediadas por 
linfócitos B e T estão envolvidos no 
processo inflamatório da febre reumática. 
Além disso, também existe a produção de 
citocinas inflamatórias que aumentam a 
reação autoimune. 
• O processo inflamatório cardíaco está 
associado a uma reação cruzada entre a 
proteína M do Streptococcus pyogenes e 
as proteínas miosina, queratina e outras do 
tecido cardíaco humano. 
• A reação inflamatória desencadeada em 
relação ao Streptococcus pyogenes induz 
uma inflamação no miocárdio e no 
endotélio da valva cardíaca que é facilitada 
a infiltração de células T. A lesão articular 
surge devido a semelhança do acido do 
estreptococo com o acido dos tecidos 
humanos, ocorrendo a formação de 
anticorpos que atuam contra a cartilagem 
das articulações. 
• Também pode ocorrer de os anticorpos 
citados atuarem contra o citoplasma dos 
neurônios, resultando na coréia de 
Sydebgam. 
• A única sequela em longo prazo é a 
cardiopatia reumática. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• A febre reumática aguda ocorre quase 
sempre em crianças, a principal 
manifestação clinica é a cardite. 
• Entretanto, cerca de 20% das primeiras 
crises ocorrem em adultos, e a artrite é a 
característica dominante. 
• Em todos grupos etários os sintomas 
aparecem cerca de 2-3 semanas após a 
infecção e são anunciados por febre e 
poliartrite migratória. 
• Os sinais clínicos da cardite incluem átrio 
pericárdico e arritmias; a miocardite pode 
agressiva e provocar dilatação cardíaca, 
que leva a insuficiência funcional da valva 
atrioventricular esquerda e a ICC. 
• Menos de 1% dos pacientes morre de febre 
reumática aguda. 
• A febre reumática pode ser aguda, 
recidivante ou crônica. 
FASE AGUDA: 
• Acometimento dos componentes do 
tecido conjuntivo do coração, dos vasos 
sanguíneos, das articulações e das 
estruturas subcutâneas. 
• Uma anormalidade comum é uma lesão 
conhecida como corpo de Aschoff, que 
consiste em uma área localizada e necrose 
tissular circundada por células imunes. 
• Caracterizado por foco inflamatório 
isolado em diferentes tecidos. 
• Os nódulos de Aschoff consistem em 
acúmulos de linfócitos (basicamente 
células T), plasmócitos dispersos e 
macrófagos denominados células de 
Anitsschkow. 
• Durante a febre reumática aguda, os 
nódulos de Aschoff podem ser 
encontrados em qualquer uma das três 
camadas do coração. 
FASE REICIDIVANTE: 
• Consiste na progressão dos efeitos 
cardíacos da doença. 
 
 
FASE CRÔNICA: 
• Deformidade irreversível das valvas 
cardíacas 
• A FR crônica geralmente não se desenvolve 
antes de no mínimo 10 anos depois do 
primeiro episódio 
• É caracterizada pela organização da 
inflamação aguda e pela subsequente 
cicatrização 
• A consequência funcional mais importante 
da cardiopatia reumática é a estenose e a 
regurgitação valvar: a estenose tende a 
predominar. 
MANIFESTAÇÕES CLINICAS 
POLIARTRITE: 
• Em 75% dos casos, é a manifestação clinica 
mais comum da FR e, muitas vezes, 
também a primeira queixa. Nos 
adolescentes e nos adultos, poliartrite 
pode ser o único critério maior. 
• A artrite pode variar de artralgia à artrite 
incapacitante e, na maioria dos casos, 
acomete as articulações maiores, 
especialmente joelhos e tornozelos, 
embora menos frequentemente possa 
afetar punhos, cotovelos, ombros e 
quadris. 
• A artrite reumática quase sempre é 
migratória, ou seja, afeta uma articulação 
e depois outra. Quando não é tratada, a 
artrite persiste por cerca de 4 semanas. 
CARDITE: 
• A cardite reumática aguda, que complica a 
fase aguda da FR, pode afetar o 
endocárdio, o miocárdio ou o pericárdio. 
• O acometimento do endocárdio e das 
estruturas valvares causa os efeitos 
incapacitantes irreversíveis dessa doença 
• Na maioria dos casos, a cardite se 
evidencia por regurgitação mitral 
• Durante o estágio inflamatório agudo da 
doença, as estruturas valvares se tornam 
eritematosas e inflamadas e se formam 
pequenas lesões vegetativas nas válvulas. 
NÓDULOS SUBCUTÂNEOS: 
• Os nódulos subcutâneos são duros, 
indolores e livremente móveis e, em geral, 
aparecem nas superfícies extensoras das 
articulações do punho, cotovelo, 
tornozelo, joelho. 
• Os nódulos subcutâneos raramente 
ocorrem sem outras manifestações da FR 
e, na maioria dos casos, estão associados a 
cardite moderada a grave. 
ERITEMA MARGINADO: 
• As lesões do eritema marginado são áreas 
maculosas com formato geográfico, 
localizadas mais comumente no tronco ou 
nas superfícies internas do braço e da coxa, 
mas nunca na face. 
• Essas lesões aparecem nos estágios iniciais 
de um episodio de FR e tendem a ocorrer 
com os nódulos subcutâneos e também 
com cardite. 
• O eritema marginalizado é transitório e 
desaparece ao longo da evolução da 
doença. 
COREIA DE SYDENHAM: 
• É a manifestação neurológica central da FR 
e ocorre mais comumente em meninas 
menores de 20 anos. 
• Nos casos típicos, há inicio insidioso de 
irritabilidade e outros distúrbios 
comportamentais. 
• Em geral, a criança é irritável, chora 
facilmente, começa caminhar de modo 
desajeitado, deixa objetos caírem, 
• Os movimentos são espasmódicos 
espontâneos, rápidos e involuntários 
• Caretas faciais são comuns e ate mesmo a 
fala pode ser prejudicada 
• A coreia é auto ilimitada, geralmente com 
evolução ao longo de semanas ou meses, 
mas as recidivas são frequentes 
DIAGNÓSTICO 
O padrão de referência usado para diagnosticas 
infecção estreptocócica é a cultura de secreção 
faríngea. 
CRITÉRIO DE JONES: 
Subdividimos as manifestações clinicas dessa 
doença em critérios maiores e menores com base 
em sua prevalência e especificidade. 
• O diagnóstico da febre reumática aguda é 
feiro com base nas evidencias sorológicas 
da infecção estreptocócica prévia em 
combinação com dois ou mais dos 
chamados critérios de Jones: 
 
EXAMES 
• O ecocardiograma ampliou o 
entendimento das formas aguda e crônica 
de cardiopatia reumática. Esse exame é útil 
para avaliar a gravidade da estenose e da 
regurgitação valvares, o diâmetro das 
câmaras cardíacas e a função ventricular, 
além da existência e do volume dos 
derrames pleurais. 
• O ecodoppler pode ser usado para revelar 
lesões cardíacas nos pacientes que não 
apresentem sinais típicos de 
acometimento do coração durante um 
episódio de FR, mas seu resultado não é 
considerado um critério de Jones hoje em 
dia. 
TRATAMENTO 
• Penicilina 
• Sulfadiazina ou eritromicina 
• Salicilatos e corticoides 
• Tratamento cirúrgico 
 
VALVOPATIAS 
REGURGITAÇÃO AÓRTICA: 
Insuficiência da valva aórtica que causa fluxo 
reverso do sangue da aorta para o ventrículo 
esquerdo durante a diástole. 
ESTENOSE AÓRTICA: 
Estreitamento da valva aórtica, obstruindo o fluxo 
sanguíneo do ventrículo esquerdo para a aorta 
ascendente durante a sístole. 
REGURGITAÇÃO MITRAL: 
Insuficiência da valva mitral que provoca o fluxo 
do sangue do ventrículo esquerdo para o AE 
durante a sístole ventricular. 
ESTENOSE MITRAL: 
Estreitamento do orifício mitral que obstrui o fluxo 
sanguíneo do AE para o ventrículo esquerdo. 
REGURGITAÇÃO PULMONAR: 
Insuficiência da valva pulmonar que provoca fluxo 
sanguíneo da artéria pulmonar para o ventrículo 
direito durante a diástole. 
ESTENOSE PULMONAR: 
Estreitamento da via de saída pulmonar 
provocando obstrução do fluxo sanguíneo do 
ventrículodireito para a artéria pulmonar durante 
a sístole. 
REFERÊNCIAS: 
PEIXOTO, Annelyse; LINHARES, Luiza; SCHERR, Pedro; 
XAVIER , Roberta; SIQUEIRA , Stefanni Lilargem; 
PACHECO, Thais Julio; VENTURINELLI, Gisele. Febre 
reumática: revisão sistemática. Rev Bras Clin Med; p. 
234-238, 9 jun. 2011. 
Costa, Luciana Parente, Domiciano, Diogo 
Souza e Pereira, Rosa Maria RodriguesCaracterísticas 
demográficas, clínicas, laboratoriais e radiológicas da 
febre reumática no Brasil: revisão sistemática. Revista 
Brasileira de Reumatologia [online]. 2009, v. 49, n. 5 
KUMAR, Vinay; ABBAS, Abeel K.; FAUSTO, Nelson. 
Robbins e Cotran - Patologia: bases patológicas das 
doenças. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.

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