Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Parte 2 – slide 1 e livro A adolescência se tornou interessante à psicologia apenas no século XX. Mas em 1890 que começou a ser estudada. Adolescência vem da palavra “adolescer” que significa, crescer; atingir a maturidade. A adolescência é a fase do ser humano caracterizada pela passagem da infância à fase adulta e que começa após a puberdade. A adolescência não é algo acabado, que tenha começo e fim bem definidos. OMS fala em 10-19 anos, mas muda de acordo com cada cultura. Justiça brasileira – 12-17 anos e 11 meses. Ultrapassa fatores cronológicos e biológicos. Na história do estudo da adolescência é possível identificar duas fases: 1ª- a descrição dos processos de desenvolvimento na adolescência (Hall, Freud (1905), Margaret Mead (1928), Erick Erikson (1950), Piaget); 2ª- a visão contextualizada do desenvolvimento do adolescente (Elder, Bronfenbrenner). Granville Stanley Hall (1844- 1924) “A adolescência é a fase em que os piores e os melhores impulsos da alma humana lutam entre si para ganhar terreno.” G. Stanley Hall Psicólogo e educador pioneiro, foi o primeiro acadêmico a explorar o assunto em seu livro Adolescence, de 1904. Influenciado pela teoria darwinista da evolução. Hall acreditava que todas as infâncias, sobretudo no que diz respeito a comportamento e desenvolvimento físico inicial, refletiam o curso das mudanças evolucionárias e que cada um de nós se desenvolvia de acordo com o nosso “arquivo ancestral”. Define a adolescência como um período de transição universal e inevitável, considerando-a como um segundo nascimento. Sigmund Freud (1856-1939) Freud deu uma atenção especial aos adolescentes a fim de entender melhor esse conceito, recente para a época. Para ele, tratava-se uma fase de separação dos pais e de preparação para a independência. Assim, a fase da adolescência seria complexa e longa, especialmente em nossa sociedade atual. Cada vez mais jovens demoram para conseguir a sua independência dos pais. Ele acreditava que, à medida que as crianças vão crescendo, o foco do seu prazer e de seus impulsos sexuais muda da boca para o ânus e, por fim, para os genitais. Descreveu a transição entre a fase de latência para a fase genital como puberdade. Essas mudanças corporais possuem impacto também no desenvolvimento psicossexual. É nessa fase que o adolescente descobre a zona erógena genital e tem pulsões sexuais mais fortes. A intelectualização é o mecanismo de defesa adotado pelo adolescente para lidar com a revolta emocional. Os conflitos da adolescência são considerados normais e necessários ao seu funcionamento “adaptativo”, na busca por um novo sentido de personalidade e papel social. Erick Erikson (1902-1994) Teoria do Desenvolvimento Psicossocial. Integra a Psicanálise a Antropologia Cultural, enfatizando a interação entre as dimensões intelectual, sociocultural, histórica e biológica. O desenvolvimento é descrito em estágios previsíveis. Para Erickson, “Identidade versus confusão de identidade”. É nessa fase que adquirimos uma noção mais coerente do que somos, levando em conta o passado, o presente e o futuro. Se lidarmos bem com ele, o estágio fornece-nos um sentido de si unificado, mas as dificuldades nessa fase podem gerar uma “crise de identidade”. O desenvolvimento da identidade depende das experiências e informações adquiridas nas interações diárias do adolescente com outros. Adolescentes que recebem encorajamento e reforço apropriado para sua exploração pessoal tendem a emergir desse estágio mais fortes de si mesmo e um sentimento de independência e controle. Por outro lado, pode não ser bem resolvida e a crise existencial se prolonga por outras fases da vida. Margaret Mead (1901-1978) Margaret prioriza aspectos socioculturais da adolescência e aconselha que o comportamento do adolescente seja moldado, até certo ponto, pelo ambiente social imediato (pais e pares) e pelo ambiente social amplo (cultura). Relaciona-se a rebeldia da puberdade (fase universal) contra a autoridade dos pais ao idealismo do jovem, dependendo do estilo de vida e da cultura da qual está inserido. Jean Piaget (1896-1980) Piaget afirma que os comportamentos dos adolescentes que geram preocupações aos adultos têm sua origem nas mudanças na sua forma de pensar, característica do início dessa fase e privilegia os processos cognitivos do desenvolvimento. Ele busca entender a adolescência a partir de três questões: o pensamento, a personalidade e a integralização à sociedade adulta. Piaget assegurava que as mudanças que os adolescentes raciocinavam sobre si mesmos, sobre seus relacionamentos pessoais e sobre o caráter da sua sociedade têm como fonte comum o desenvolvimento de uma nova estrutura lógica que ele chamava de operações formais. Glen Elder (1961) Teoria do Curso de Vida Propõe a identificação dos estágios de vida nos seus aspectos temporais, contextuais e processuais, como uma das formas de compreender as mudanças que ocorrem no desenvolvimento humano. Os indivíduos adquirem significados próprios do seu contexto histórico e das experiências de outros e, como agentes ativos de mudança, influenciam seu próprio desenvolvimento, fazendo escolhas baseadas nessas experiências (conhecimentos, crenças), que afetam suas perspectivas, expectativas e adaptações subsequentes. O conceito de curso de vida estabelece, ainda, uma interdependência de trajetórias, onde cada trajetória não está restrita a histórias individuais, mas envolvida em múltiplos caminhos, formando uma matriz de relações ao longo do tempo. Cada geração pode tomar decisões e promover eventos no curso de vida das outras, havendo uma interdependência entre vidas. Urie Bronfenbrenner (1917- 2005) Teoria Bioecológica de Bronfenbrenner. O desenvolvimento se dá por 4 variáveis: processo, pessoa, contexto e tempo. Ao longo do desenvolvimento, e com o passar do Tempo, a Pessoa se envolve em Processos de interações recíprocas, com outras pessoas, objetos ou símbolos. Essas interações podem variar de acordo com as características das pessoas, dos Contextos e do momento em que elas acontecem. O adolescente, como qualquer pessoa, apresenta características próprias- individuais, psicológicas. Ele é visto como um sujeito ativo, produto e produtor do seu desenvolvimento, que ocorre na interação com o contexto – micro, meso, exo e macrossistemas. Contexto – micro (família), meso (escola, esportes, amigos, trabalho), exo (trabalho dos pais) e macrossistemas (política, economia, religião). Desenvolvimento positivo O foco muda dos fatores negativos, para a promoção de fatores positivos de desenvolvimento. Essa visão vai exigir a identificação dos recursos pessoais do adolescente: talento, energias e interesses; e depois a estimulação desses talentos.
Compartilhar