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Isadora Nunes – Med 101 1 Farmacodinâmica A farmacodinâmica descreve as ações dos fármacos no organismo e as influencias dessas concentrações na magnitude das respostas A farmacodinâmica é o estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus mecanismos de ação Ação: combinação do fármaco com a sua molécula receptora (se conectando a um receptor intracelular, de membrana, inibindo uma enzima) Efeito: alteração da fisiologia causada pelo fármaco, sendo uma consequência da ação O fármaco é o sinal que vai ser recebido por um receptor. O sinal recebido vai ser transduzido, ou seja, vai causar alterações locais que provocam uma resposta Receptor: Qualquer molécula biológica à qual o fármaco se fixa e produz uma reposta mensurável Macromolécula (ou complexo macromolecular) com o qual o fármaco interage para produzir uma resposta celular Moléculas alvo: Enzimas Moléculas carregadoras ou transportadoras Canais iônicos Receptores: proteínas que transduzem sinais extracelulares em respostas intracelulares Lembrete: Alguns fármacos não tem a sua ação mediada por receptores Ex: manitol, hidróxido de alumínio, alguns antibióticos Hidróxido de alumínio – efeito direto no pH gástrico Enzimas: Geralmente exercem seu efeito terapêutico inibindo a ação de uma enzima Ex: IECAs – anti-hipertensivos IMAOs – tratamento de síndrome do pânico AINEs – anti-inflamatórios não esteroidais Isadora Nunes – Med 101 2 Inibidores da ECA: Anti-hipertensivos e usados no tratamento de insuficiência cardíaca também Inibem a enzima conversora de angiotensina, impedindo a conversão de angiotensina I em angiotensina II (potente vasoconstrictor e estimula a secreção de aldosterona) Ex: captopril, enalapril Anti-inflamatorios não esteroidais (AINES) Agem inibindo as enzimas COX 1 e COX 2 (COX-2 principalmente) Ao inibir estas enzimas, eles impedem a formação dos eicosanoides a partir do ácido araquidônico Eicosanoides são substâncias relacionadas ao processo inflamatório Inibem o processo inflamatório A COX 1, quando inibida, causa mais efeitos adversos Ex: AAS, dipirona, paracetamol, diclofenaco Inibidores da monoamina oxidase (IMAOs): Inibem a MAO que degrada noradrenalina, dopamina, serotonina, tiramina Aumenta a oferta de neurotransmissores na oferta sináptica Muitos efeitos colaterais Ex: selegilina e moclobemida Isadora Nunes – Med 101 3 Falso substrato: Sofre transformação química anormal para formar um produto anormal, que não tem efeito Substrato: composto que sofre uma reação catalisada por enzimas Subverte a via metabólica normal Ex: fluroacila (substitui a uracila na síntese de purinas impedindo a síntese de DNA e replicação celular) -> quimioterápico para tratamento de câncer Moléculas carregadoras: Os fármacos bloqueiam o transporte de um determinado íon ou molécula para dentro ou fora da célula Inibem proteínas transportadoras Ex: Inibidores de bomba de prótons Glicosídeos digitálicos Cocaína Inibidores da bomba de prótons (IBPs): Inibem a bomba de hidrogênio no estômago. Com isso, o hidrogênio não vai para o lúmen e não se liga ao cloreto, portanto não forma ácido clorídrico. Isso resulta na diminuição da acidez Ex: omeprazol e pantoprazol Digitálicos: Inibem a bomba Na+/K+/ATPase (retira Na+ e capta K+) Acumulo de Na+ dentro da célula, inibindo a saída de cálcio Aumento da contração muscular por aumento do cálcio Utilizado no tratamento da insuficiência cardíaca Ex: digoxina e deslanosídeo Isadora Nunes – Med 101 4 Cocaína Inibe o transportador de dopamina, serotonina (...), tendo acúmulo grande de noradrenalina na fenda sináptica Canais iônicos: Bloqueiam o canal iônico Impedem a entrada e saída de íons Ex: Anestésicos locais Bloqueadores dos canais de cálcio Anestésicos locais: Bloqueiam o canal de sódio, impedindo a entrada de sódio e, portanto, a despolarização. Com isso, não há condução do estimulo da dor Ex: Lidocaína, ropivacaína, bupivacaína Bloqueadores dos canais de cálcio: Anti-hipertensivos Bloqueiam a entrada do cálcio na célula, promovendo relaxamento da musculatura (vasodilatação) Ex: amlodipina, nifedipina, verapamil, diltiazem Ligantes x Receptores Ligantes se ligam aos receptores, acionando uma reação intracelular Receptores: Geralmente, na superfície celular, mas pode se localizar no compartimento intracelular Ligações geralmente reversíveis Respostas endógenas e/ou fisiológicas Aceptores x receptores: Aceptores – moléculas onde os ligantes se ligam, mas não há alteração da conformação celular, ou seja, não gera resposta. Ex: albumina Isadora Nunes – Med 101 5 Tipos: Canais iônicos Acoplados à proteína G Ligados a enzimas Intracelulares Canais iônicos: Importantes alvos terapêuticos em células excitáveis e não excitáveis (resposta em milissegundos) Alterações do fluxo de íons através da membrana, criando gradientes químicos Subtipos importantes: ativados por voltagem, por ligante, por segundo mensageiro Células musculares, células nervosas (canais de Na, Ca, K) Acoplados à proteina G (GPCRs): mais presente no organismo Resposta em segundos a minutos Feixes de 7 alfa-helice que atravessam a membrana de um lado a outro Varios subtipos A molecula proteica é composta das unidades alfa, beta e gama Ex: Opióides, hormonio peptideos, GABA, leucotrienos, prostaglandinas e tromboxanos Ligados a enzimas: Medeiam uma ampla variedade de proteínas mediadoras (resposta de minutos a horas) Exercício, principalmente, em eventos de controle do crescimento transcrição genica Maioria é de grandes proteínas de cadeia única O ligante se liga ao receptor, ocorrendo fosforilação – transcrição do gene – síntese proteica – efeitos celulares (ex: insulina) Intracelulares: Família de 48 membros Resposta em horas a dias Proteínas receptoras são fatores de transcrição que regulam expressão de genes Tipo I – citoplasma (natureza endócrina) Tipo II – núcleo (lipídeos) Isadora Nunes – Med 101 6 Agonismo x antagonismo Agonistas: Um fármaco agonista age incrementando/aumentando a atividade intracelular Substância que é capaz de se ligar ao receptor e ativar uma resposta biológica (amplifica ou inibe) Primária x alostérico Primário: liga-se ao mesmo sitio da substancia endógena que utiliza aquele receptor, ou seja, compete com a substância endógena pelo mesmo sitio de ligação. Quem tiver mais afinidade e em maior quantidade, é o que se liga ao receptor Alostérico: ligam-se em uma diferente região do receptor (sitio alostérico), provocando uma amplificação da resposta. Não há competição. Pleno x parcial x inverso Agonista pleno: ativação intracelular máxima Agonista parcial: ativação parcial (podem funcionar como antagonista) Agonista inverso: estabilizam o receptor em conformação inativa. Se liga ao receptor e inativa a resposta intrínseca Se eu tenho um agonista pleno e um parcial se ligando no mesmo receptor, o parcial age como antagonista, pois vai diminuir a resposta intracelular Antagonista: Um fármaco antagonista se liga ao receptor, agindo como tampão, impedindo as ações intracelulares Substância que é capaz de se ligar a um receptor, porém sem ativa-lo, impedindo assim a ação da substancia agonista. Apenas ocupa o sitio, impedindo a ação dos agonistas. Competitivo: ligação reversível. Ganha o que tiver em maior quantidade Não competitivo: ligação irreversível (ligações covalentes) Alostérico: ligação em outro Outras formas de antagonismo: Antagonismo químico: Duas substâncias se combinam em solução e o efeito do fármaco ativo é perdido Antagonismo farmacocinético: O antagonista reduz a concentração do fármaco ativo através de interaçõescom o processo de farmacocinética Isadora Nunes – Med 101 7 Antagonismo por bloqueio da relação receptor resposta: O antagonista bloqueia algum ponto do local do receptor Antagonismo fisiológico: Dois fármacos cujas ações se anulam mutuamente Conceitos: Afinidade: força de interação entre um fármaco e seu receptor (determinada pela estrutura química do mesmo) Especificidade: capacidade de um fármaco de interagir com um determinado receptor Eficácia: capacidade de um fármaco de ativar um receptor e desencadear uma reação celular. Força com a qual o complexo fármaco-receptor ativa a resposta tecidual (tamanho da resposta) Potência: é a medida da capacidade do fármaco (e sua quantidade) em gerar um determinado efeito. Relaciona-se com afinidade e a eficácia Concentração efeito 50: concentração em que consegue atingir 50% da resposta máxima Lembrar que nenhum fármaco age com especificidade total Quanto menor a potência, maior a dose e maior possibilidade de efeitos colaterais Isadora Nunes – Med 101 8 Dose: Quantidade necessária de uma droga para produzir a resposta desejada Tipos: terapêutica Profilática Toxica Dessensibilização e tolerância: Taquilafixia: a estimulação continuada das células pelo fármaco agonista pode levar a um estado de dessensibilização (adaptação, refratariedade ou hiporregulação) Mecanismos: alteração dos receptores, translocação dos receptores, depleção de mediadores, aumento do metabolismo do fármaco, adaptação fisiológica extrusão ativa do fármaco pelas células Índice terapêutico: Relação entre a dose do fármaco letal para 50% da população e a dose que geraria efeito em 50% desse grupo Isadora Nunes – Med 101 9 IT A = 2 IT A = 10 B é mais segura, por ter um índice terapêutico maior Sim, o agonista parcial impede que o agonista pleno cause seu efeito máximo Não, existe uma minoria que não precisa de receptor (manitol, hidróxido de alumínio) Não, eles apenas se ligam a um sitio deferente, impedindo a ação dos agonistas Competitivo
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