Buscar

CENÁRIO DA SAÚDE HOJE NO BRASIL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENÁRIO DA SAÚDE HOJE NO BRASIL 
 
Autora: Dra Maria Dolabela de Magalhães 
 
 
O Brasil é uma república federativa, cujo território possui 8,5 milhões de quilômetros 
quadrados, com população estimada em 192 milhões (IBGE 2010), além de ser considerada a 
quinta nação mais populosa do mundo. Todo o seu território apresenta amplas desigualdades 
regionais e sociais. 
1
 
O país vem evoluindo com melhorias econômicas, sociais e ambientais, com isso há 
melhorias dos principais indicadores de saúde, que podem ser atribuídos aos avanços na 
esfera dos determinantes sociais, à implantação de uma reforma sanitária com atendimento 
integral e universal da população, ao aprimoramento das políticas de saúde, como a 
regulamentação do sistema suplementar de saúde e o foco na prevenção e promoção da saúde. 
Nos últimos 10 anos, a economia brasileira foi marcada pela combinação do 
crescimento econômico e melhora na distribuição da renda. O PIB aumentou de R$ 1,0 trilhão 
em 2000 para 4,4 trilhões em 2012. O PIB por capita real brasileira aumentou 29% e foi 
caracterizada por uma evolução mais favorável da renda da população mais pobre. 
O Coeficiente de Gení, usado para avaliar a desigualdade social, e quanto menor, 
melhor, vem caindo de forma significativa ao longo dos anos, passando de 0,553 para 0,500 
entre 2001 e 2011. Porém esse índice ainda é elevado em termos comparativos internacionais, 
lembrando que o coeficiente Gení não avalia as desigualdades de oportunidades. 
2
 
O crescimento econômico trouxe cada vez mais oportunidades de inserção profissional 
aos trabalhadores brasileiros. Os empregos com carteira assinada, de 2002 a 2011, passaram 
de 27,2 milhões para 43,6 milhões, ou seja, foram gerados 19,1 milhões de empregos. O 
resultado dessa forte expansão de emprego foi uma significativa redução na taxa de 
desocupação, que passou de 9,3% em 2001 para 6,8% em 2011. A formalização do emprego 
aumentou para 42%, e isso reflete no aumento da proteção social. O analfabetismo na 
população acima de 15 anos, passou de 12,3% para 8,4% em 2010, porém esse levantamento 
não levou em conta o analfabetismo funcional. 
3
 
Apesar das melhorias evidenciadas, o sistema de saúde no Brasil, apresenta ainda 
grandes desafios na entrega dos serviços. A capacitação de profissionais, o financiamento, a 
aquisição de tecnologia e a qualidade das informações ainda se encontram como pontos 
fundamentais de aprimoramento para a garantia da sustentabilidade do sistema. As lideranças 
 
Ano 1970 1980 1990 2000 2010
População (milhões) 95 121 147 170 190
Idade
0 - 4 anos (n %) 13 ( 14,4%) 16 (13,5) 16 (11,2%) 16 (9,6%) 15 (8,2%)
60 - 69 anos (n %) 3 ( 3,1%) 4,4 (3,7%) 6,4 (4,3%) 8,1 (4,8%) 10 (5,5%0
> 70 anos ( n%) 1 (1,8%) 2,7 (2,3%) 4,3 (2,9%) 6,3 (3,7%) 8,8 (4,6%) 
Mortalidade Infantil (n/1000 nv) 113 69 42 27 19
Taxa de fertilidade 5,8 4,35 2,85 2,38 1,86
Expectativa de vida (anos) 52 62 66 70 73
Fonte: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php, acesso novembro 2013 
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA NO BRASIL 
precisam estar preparadas para a dinâmica da nova realidade global, para a transparência e as 
constantes inovações. 
 
 
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA 
 
Acompanhando os indicadores de desenvolvimento humano, o Brasil passa por uma 
acelerada transição demográfica. A esperança de vida ao nascer passou de 70,7 anos em 2001 
para 74,1 anos em 2011, com o destaque do Nordeste, que se aproximou da média nacional. 
A população do Brasil atingiu, em 1º de agosto de 2010, 190.732.694 habitantes. A 
taxa média geométrica de crescimento anual no período 2000/2010 foi de 1,17%, uma das 
mais baixas já observadas, refletindo a continuidade do declínio da fecundidade, que vem se 
verificando no decorrer dos últimos 30 anos. 
O percentual de jovens de 0 a 14 anos em 1960 era de 42%, passou para 30% em 2000 
e chegará a 18% em 2050. O percentual de pessoas idosas, com mais de 65anos, era de 2,7% e 
passou a para 5,4% em 2000, e deverá alcançar 19% em 2050. 
Essa condição significa um crescente incremento em condições crônicas. A PNAD 
(Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílio) de 2008 mostrou que 79,1% dos brasileiros 
acima de 65 anos relatavam ser portadores de uma de um grupo de doze doenças crônicas. 
Além disso, 31% da população (60 milhões) têm doença crônica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A taxa de mortalidade infantil - TMI (menores de 1 ano de idade para cada 1000 
nascidos vivos) é um indicador clássico dos níveis de desenvolvimento social e 
econômico e de condições de saúde da população. 
No Brasil, assim como na maioria dos outros países, a TMI está reduzindo a cada 
ano. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a TMI 
 
Ano 1970 1980 1990 2000 2010
Norte 104,3 79,4 44,6 28,6 23,5
Nordeste 146,4 117,6 74,3 43,0 33,2
Sudeste 96,2 57,0 33,6 20,7 16,6
Sul 81,9 58,9 27,4 18,4 15,1
Centro-oeste 89,7 69,6 18,4 21,0 17,8
MORTALIDADE INFANTIL NO BRASIL 
Fonte: Mortaliadde Infantil no Brasil: tendências, componentes e causas de morte no perído 
de 2000 a 2010 . Secretaria de Vigilância em Saúde. M.S. 
recuou de 26,1 óbitos por 1.000 nascidos vivos em 2001 para 15,7 em 2011, ainda existindo 
diferenças significativas das regiões e um grande desafio em relação à mortalidade perinatal. 
Uma queda mais acentuada no período pós-neonatal, especialmente no Nordeste, foi 
constatada. O período neonatal apresenta maior risco e concentrou 69% dos óbitos 
infantis em 2010. 7 
A prematuridade e as malformações congênitas são as principais causas de morte 
no período neonatal precoce, bem como as infecções da criança, principalmente 
pneumonias, diarreias e as malformações congênitas, no pós-neonatal. Os óbitos 
perinatais estão relacionados à saúde da mulher no período gestacional e ao acesso 
oportuno a serviços qualificados de atenção ao parto e ao nascimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRANSIÇÃO EPIDMEIOLÓGICA NO BRASIL 
 
A situação de saúde no Brasil caracteriza-se por uma acelerada transição demográfica 
e por uma situação epidemiológica de tripla carga das doenças, caracterizada pela 
superposição das três etapas da transição epidemiológica. 
O aumento das doenças crônicas ocorre simultaneamente com a persistência das 
doenças infeciosas e carências, e também com o ressurgimento de doenças que se acreditavam 
superadas. Essa complexa situação tem sido definida como tripla carga de doenças, porque 
envolve ao mesmo tempo uma agenda não concluída de infecções, desnutrição e problemas de 
saúde reprodutiva, com o desafio das doenças crônicas e de seus fatores de riscos, como 
 
alimentação inadequada, inatividade física, aumento do sobrepeso, tabagismo, uso excessivo 
de álcool e outras drogas, em conjunto com o forte crescimento de causas externas. 
No Brasil, desde a década de 60, as doenças do aparelho circulatório ultrapassaram as 
doenças infectocontagiosas. As doenças do aparelho circulatório são a principal causa de 
morte, seguidas pelas neoplasias e por causas externas (homicídios e acidentes de trânsito). O 
Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa de morte no Brasil, e a taxa 
mortalidade por AVC caiu 32,6% em dez anos na faixa etária de até 70 anos. 
5
 
As causas mal definidas refletem a pouca qualidade da informação e estão em segundo 
lugar, porém em queda nos últimos vinte anos. 
Dados do IBGE 2010 mostram que 79% de nossa população idosa tem pelo menos 
uma Doença Crônica não Transmissível (DCNT). As DCNT são maiores nas faixas etárias 
mais elevadas, nos indivíduos de maior escolaridade, nos municípios maiores e com melhores 
indicadores socioeconômicos. 
6
 
Hoje, quase metade da população está acima do peso. A prevalência de obesidade 
(ICM > 30 kg/m
2
) vem aumentando no país, com a diminuição da atividade física e mudança 
dos hábitos alimentares. De acordo com o estudo do Ministério da Saúde, com mais de 50 mil 
pessoas,a proporção de pessoas acima do peso no Brasil avançou de 42,7%, em 2006, para 
48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%. Os 
dados do Vigitel mostram que o sedentarismo reduziu, porém ainda não o suficiente para 
diminuir a obesidade. Foram implantadas políticas de atividade física orientada e de 
ampliação da oferta de produtos industrializados saudáveis, com menor quantidade de sal e 
gordura. 
7
 
O tabagismo vem em uma tendência importante de queda, pela adoção de políticas de 
restrição de espaço, propaganda, determinação de um preço mínimo para o produto, com o 
aumento da tributação. Em 2011, pela primeira vez, alcançamos uma prevalência menor que 
15% na população. 
7
 
A prevalência do diabetes mellitus tipo 2 tem se elevado vertiginosamente e espera-se 
ainda um incremento maior. O aumento das taxas de sobrepeso e obesidade associado às 
alterações do estilo de vida e ao envelhecimento populacional são os principais fatores que 
explicam o crescimento da prevalência do diabetes tipo 2. As modificações no consumo 
alimentar da população brasileira, associadas a um estilo de vida sedentário compõem um dos 
principais fatores etiológicos da obesidade, diabetes e hipertensão, assim como de outras 
doenças crônicas. 
4
 
 
Regiao
Doenças 
infecciosas e 
parasitárias
Neoplasias
Doenças do 
aparelho 
circulatório
Doenças do 
aparelho 
respiratório
Causas externas
Demais causas 
definidas
Afecções 
originadas no 
período perinatal
Norte 6,23 13,3 24,8 9,8 21,5 19,1 5,2
Nordeste 4,6 14,2 31,3 9,1 16,3 21,5 3,1
Sudeste 4,6 17,6 31,6 12,5 11 10,7 1,6
Sul 3,8 20,7 31 11,5 12,2 19,1 1,4
Centro-oeste 5,1 15,5 29,1 11,2 17,3 19,4 2,4
http://www2.datasus.gov.br
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA NO BRASIL 
Estima-se que 40 a 50% dos brasileiros com mais de 40 anos sejam hipertensos e que 
6 milhões sejam diabéticos, o que representa um enorme desafio para um sistema de saúde 
organizado predominantemente para oferecer cuidados a enfermidades agudas. 
 
 
 
MEDICALIZAÇÃO E ABUSO DE DROGAS NO BRASIL 
 
O uso inadequado ou abusivo de medicamentos abrange a utilização de drogas lícitas e 
ilícitas. Pode ocorrer por automedicação, mas também pode ser através da prescrição 
inadequada ou abusiva. 
O aumento do consumo desse tipo de medicamento no Brasil acompanha uma tendência 
mundial. O Brasil está entre os maiores consumidores de medicamentos do mundo. 
O comércio de medicamentos deve movimentar R$ 70 bilhões em 2013, 12% a mais do 
que em 2012. O gasto por brasileiro projetado pelo do Pyxis Consumo, ferramenta de 
dimensionamento de mercado do IBOPE Inteligência, é de R$ 430,92. 
 Em 2010, segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-
Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o uso de medicamentos 
provocou 24.056 casos de intoxicação humana no Brasil, o que representou um total de 27 % 
dos casos. 
O profissional da área de saúde, assim como os serviços de saúde, são mediadores 
fundamentais no processo de conscientização social quanto ao uso abusivo e indiscriminado 
de medicamentos, ponto importante a ser aplicado no processo de formação e capacitação. 
A política de segurança no uso de medicamentos deve englobar o uso racional dos 
medicamentos, acompanhado dos protocolos clínicos, principalmente para os grupos de 
medicamentos considerados de alto risco. 
 
ALCOOLISMO 
 
O alcoolismo é uma doença progressiva, que atinge 13% da população. Pode-se 
estimar em 20 milhões o número de alcóolicos no Brasil. O álcool é a droga preferida dos 
brasileiros (68,7% do total), seguido pelo tabaco, maconha, cola, estimulantes, ansiolíticos, 
cocaína, xaropes e estimulantes, nesta ordem. No país, 90% das internações em hospitais 
psiquiátricos por dependência de drogas acontecem devido ao álcool. Motoristas alcoolizados 
são responsáveis por 65% dos acidentes fatais em São Paulo. Há uma grande variedade de 
bebidas alcoólicas espalhadas pelo mundo, fazendo do álcool a substância psicoativa mais 
popular do planeta. 
 
 
DROGAS ILÍCITAS 
 
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), em 2012, chegou a 9,9% 
a proporção de adolescentes que vivem nas capitais que já experimentaram drogas ilícitas, o 
que equivale a pouco mais de 312 mil jovens. Em 2009, quando foi feita a primeira pesquisa 
desse tipo, o porcentual foi de 8,7%. O Brasil atualmente está com aproximadamente 1 milhão 
de usuários de crack, 2,5 milhões usuários de cocaína, 3,6 milhões de usuários de maconha, e 
o consumo vem crescendo nos últimos vinte anos. 
Quanto às drogas ilícitas, ainda de acordo com o documento da ONU, o “uso de 
cocaína agora é geralmente percebido como estável na América do Sul e Central”. Apesar 
disso, o relatório diz que o Brasil tem cerca de 900 mil usuários de cocaína. E conforme os 
dados passaram de 8 toneladas métricas em 2004 para 24 toneladas métricas em 2009. 
As mortes causadas por drogas cresceram em um ritmo superior ao dos acidentes de trânsito 
nos últimos 14 anos no Brasil: 58% contra 17%. 
“O crack, droga tão barata quanto avassaladora, invadiu as cidades brasileiras e causou 
um sem-número de dependentes, muitos de famílias humildes com pouco ou nenhum respaldo 
do poder público. Instalou-se uma nova epidemia, que além de mortes gera desespero e 
angústia. Muitos dependentes, abandonados pelas famílias, vagam pelas ruas, moribundos, e 
caminham para um provável desfecho trágico. ” Dr Ronaldo Laranjeria. 
4
 
 
 
 
 
SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO 
 
 Subsetor público: serviços financiados e providos pelo Estado nos níveis 
federal, estadual e municipal; 
 Subsetor privado (lucrativo ou não): serviços financiados com recursos 
públicos ou privados; 
 Subsetor de saúde suplementar: diferentes tipos de planos privados de saúde, 
contando com subsídios fiscais. 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
 
A reforma sanitária no país vem acompanhando a democratização. Em 1988, a 
Constituição Federal, em seu art. 196, reza: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e 
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação”. 
Nesse momento, estabeleceram-se as bases do Sistema Único de Saúde (SUS), cujos 
fundamentos legais se consolidaram na Lei nº 8.080, de 19/09/90. 
O SUS pode ser considerado uma das maiores conquistas sociais. Seus princípios 
apontam para democratização nas ações nos serviços de saúde: universalidade, equidade e 
integralidade da atenção, tendo como as principais diretrizes de funcionamento: 
 A descentralização; 
 A regionalização; 
 A hierarquização; e 
 A participação social. 
 Em 1992, acontece a 9ª Conferência Nacional de Saúde, cujos objetivos eram a 
descentralização, municipalização e participação popular através dos Conselhos de Saúde. 
A organização da descentralização da gestão foi dividida em três esferas: nacional, 
estadual e municipal, cada uma com comando único e atribuições próprias. Os municípios têm 
assumido papel cada vez mais importante na prestação e no gerenciamento dos serviços de 
saúde. A regionalização determina a área de abrangência de cada serviço, criando um sistema 
de referência, conforme a necessidade a ser atendida. 
 
Entretanto, naquela época, já existia um robusto setor privado, constituído por 
prestadores de serviços (principalmente hospitalares), bem como por seguradoras e 
operadoras de planos de saúde. Esses segmentos foram francamente propulsionados pelo 
Estado durante os anos 1970, na vigência do regime militar. 
A realidade do SUS revelou as dificuldades cotidianas de implantação de seus 
princípios, principalmente por problema de financiamento. A estrutura precária e a falta de 
investimento levaram a uma limitação importante de acesso da população aos serviçosde 
saúde. Instalações físicas precárias, tecnologia defasada e dificuldades para manter e contratar 
recursos humanos capacitados e especializados levou a uma sobrecarga do sistema. Com o 
atendimento primário sobrecarregado, os Hospitais se transformaram em centros dos cuidados 
de saúde. Quando ficam doentes, por não encontrar um serviço de atendimento primário, os 
brasileiros vão direto aos hospitais. 
Atualmente, políticas públicas de saúde atuam no sentido de resgatar a 
hierarquização proposta. 
O Ministério da Saúde tem implantado diversos programas no sentido de resgatar a 
hierarquização, melhorando a qualidade da atenção primária e outras ações de promoção da 
saúde. Entre muitos programas, podemos citar: o Programa de Valorização do Profissional da 
Atenção Básica, Academia de saúde, Saúde da Família, Melhor em Casa, Unidade 
Odontológica Móvel, Farmácia Popular, Unidades de Pronto Atendimento (UPA), 
Consultório na Rua, entre outros. 
O Ministério da Saúde tem um Projeto de Desenvolvimento de Metodologia de 
Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde Brasileiro (PRO_ADESS). Um modelo 
baseado em quatro dimensões: 
1. Determinantes sociais de saúde; 
2. Condições de saúde da população; 
3. Estrutura do sistema de saúde; 
4. Desempenho do sistema de saúde. 
 
Desde o início da gestão 2011-2014, o programa Sistema de Monitoramento e 
Avaliação para a Qualificação do SUS está sendo delineado para conter: 
1. O monitoramento do Plano Estratégico do Ministério da Saúde; 
2. Índice de desempenho do Sistema Único de Saúde – IDSUS; 
3. Programa Nacional de Avaliação dos Serviços de Saúde; 
4. Pesquisa de avaliação do acesso aos serviços e satisfação dos usuários; 
 
5. Programa de avaliação da gestão do SUS; 
6. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica. 
 
Essas avaliações são ajustadas por índices específicos: 
- Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (IDSE); 
- Índice de Condições de Saúde (IDSE); 
- Índice de Estrutura do Sistema de Saúde do Município (IESSM). 
 
O PMAQ (Programa de Melhoria de Acesso à Qualidade) é um programa de âmbito 
nacional, que tem como objetivo promover a melhoria do acesso e da qualidade da atenção à 
saúde. Lançado em 2011, o PMAQ da Atenção Básica (PMAQ-AB) contemplou em seu 
primeiro ciclo a adesão de equipes de Saúde da Família e de Atenção Básica parametrizadas, 
incluindo equipes de saúde bucal. A partir da adesão, as equipes passam a receber 20% do 
recurso total designado a cada equipe participante do programa (Equipe de Saúde da Família, 
Saúde Bucal, NASF e CEO). O programa está organizado em quatro fases complementares, 
que funcionam como um ciclo contínuo de melhoria do acesso e da qualidade da atenção 
básica. 
O Sistema Único de Saúde aumentou o acesso ao cuidado com a saúde para uma 
parcela considerável da população brasileira, em uma época em que o sistema vinha sendo 
progressivamente privatizado. Mas ainda resta muito a fazer para que o sistema de saúde 
brasileiro se torne universal. 
 
 
SAÚDE SUPLEMENTAR 
 
Neste cenário, os planos e seguros-saúde, o chamado mercado de saúde suplementar, 
passou a ocupar um espaço cada vez maior no sistema de saúde brasileiro. 
 Os planos de saúde no Brasil surgiram na década de 60, no ABC Paulista, e houve uma 
expansão muito acentuada nos anos 70. Hoje este é um mercado que atende mais de 50 
milhões de pessoas no Brasil e movimenta uma receita de mais de 84 bilhões de reais. A 
maioria dos planos de saúde são empresariais (66%) e existe uma grande variação da 
cobertura conforme a região do país, de 5 a 10% na região norte/nordeste e de 20 a 30% na 
região sul/sudeste. Para atender a esses consumidores, os planos de saúde precisam 
administrar uma demanda de serviços, pagamentos de honorários médicos e tratamentos 
 
oferecidos com qualidade e, de preferência, sem deixar que isso pese no bolso desse 
consumidor. Uma matemática que sempre gera polêmica e, muitas vezes, questionamentos 
junto à agência nacional de saúde, que regula a saúde suplementar, ou mesmo na justiça. 
O artigo 197 da Constituição Federal de 1988 define que compete ao Poder Público a 
“regulamentação, fiscalização e controle” da execução dos serviços de saúde prestados, a 
despeito da natureza jurídica do prestador. O Artigo 199 reforça a ideia de que “a assistência à 
saúde é livre à iniciativa privada”, ficando definida a forma como essa participação deverá 
ocorrer – “as instituições privadas poderão participar de forma complementar do Sistema 
Único de Saúde”. 
Em 2000, foi criada a ANS (Agência Nacional de Saúde Complementar). A partir de 
setor específico do Ministério da Saúde, coube à ANS cumprir a Lei nº 9.656, editada em 
junho de 1998. A Agência nasceu pela Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000, como instância 
reguladora de um setor da economia sem padrão de funcionamento. A exceção ficava por 
conta do seguro de assistência à saúde e das seguradoras, sob o controle econômico-financeiro 
da Superintendência de Seguros Privados (Susep). 
Em 2009, 26% da população tinha planos de saúde. Os planos privados de atenção 
odontológica também cresceram. O maior mercado de planos e seguros de saúde se concentra 
na região sudeste. A maior parte (77,5%) dos planos de saúde privados é provida por 
empresas comerciais. 
O mercado de saúde suplementar apresenta dificuldades específicas relacionadas às 
relações contratuais estabelecidas entre seus agentes: paciente, operadora e provedor. 
Os problemas são claramente identificáveis: falhas na cobertura e exclusão de procedimentos, 
exigências indevidas para admissão de paciente, prazos de carência irregulares, 
descumprimento de normas de atendimentos de emergência, falta de cobertura para doenças 
crônicas e degenerativas, erros nas condições de validade e rescisão de contrato, dentre 
outros. A regulação do segmento de planos e seguros-saúde destina-se, portanto, a corrigir as 
falhas de mercado e as condições contratuais que afetam consumidores e empresas. 
A assimetria de informações dificulta a gestão da saúde suplementar. O uso indevido 
e em excesso dos serviços oferecidos sobrecarrega o sistema e aumenta os custos, sem 
critérios de avaliação de aumento de efetividade. Os provedores têm incentivos para maior 
utilização dos serviços, pois são reembolsados conforme o volume de atendimento. 
Existe um maior volume de encaminhamentos, na tentativa de minimizar as incertezas 
dos diagnósticos, consequência de uma postura defensiva em relação à judicialização dos 
serviços de saúde, levando a uma prática cada vez mais dispendiosa e nem sempre com 
 
melhores resultados. A sobre utilização gera aumento dos gastos esperados e elevação do 
valor das mensalidades dos planos, com sobrecarga do sistema e aumento do gasto em saúde. 
A ideia central dessa nova perspectiva no processo de regulação do setor da saúde 
suplementar é a ênfase na qualificação de todos os atores envolvidos: operadoras, prestadores, 
beneficiários e órgão regulador, de modo a qualificar o funcionamento do setor, 
compreendido nas dimensões da Atenção à Saúde, Econômico-Financeira, Estrutura e 
Operação e Satisfação dos Beneficiários, além do funcionamento do próprio órgão regulador, 
através dos seus processos de trabalho. 
 
 
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS) 
 
Com quase quarenta anos de funcionamento sem regulação, o mercado de planos e 
seguros privados de atenção à saúde, no Brasil, denominado Setor da Saúde Suplementar, teve 
que se adequar e cumprir a regulamentação trazida pela Lei nº 9.656, de 03 de junho de 1998. 
De forma simplificada, a regulação pode ser entendida como um conjunto de medidas 
e ações do Governo que envolvem a criação de normas, o controle e a fiscalização de 
segmentos de mercado explorados por empresas para assegurar o interesse público. 
 
Na sua agenda regulatória a ANS prioriza o seguinte eixo temático:1. Garantia de Acesso e Qualidade Assistencial; 
2. Sustentabilidade do Setor; 
3. Relacionamento entre Operadoras e Prestadores; 
4. Incentivo à Concorrência; 
5. Garantia de Acesso a Informação; 
6. Integração da Saúde Suplementar com o SUS; 
7. Governança Regulatória. 
Fonte: http://www.ans.gov.br/aans/transparencia-institucional/agenda-regulatoria#sthash.fIcuHUNa.dpuf 
 
Em 21 de outubro de 2013, a ANS atualizou o rol de cobertura mínima. Com a 
mudança, os beneficiários terão direito a 87 novos procedimentos, incluindo 37 medicamentos 
orais para câncer, além da ampliação de outros 44 tratamentos e exames. 
http://www.ans.gov.br/aans/transparencia-institucional/agenda-regulatoria/eixos-tematicos#eixo1
http://www.ans.gov.br/aans/transparencia-institucional/agenda-regulatoria/eixos-tematicos#eixo2
http://www.ans.gov.br/aans/transparencia-institucional/agenda-regulatoria/eixos-tematicos#eixo3
http://www.ans.gov.br/aans/transparencia-institucional/agenda-regulatoria/eixos-tematicos#eixo4
http://www.ans.gov.br/aans/transparencia-institucional/agenda-regulatoria/eixos-tematicos#eixo5
http://www.ans.gov.br/aans/transparencia-institucional/agenda-regulatoria/eixos-tematicos#eixo6
http://www.ans.gov.br/aans/transparencia-institucional/agenda-regulatoria/eixos-tematicos#eixo7
 
As Resoluções Normativas nº 264 e nº 265 de 2011 incentivam a participação dos 
beneficiários em Programas de Promoção da Saúde e de Prevenção de Riscos e Doenças e em 
programas de Envelhecimento Ativo, com a possibilidade de prêmios e descontos nas 
mensalidades dos planos. 
 
 
ESTRUTURA DO SISTEMA DE SAÚDE 
 
O Brasil possui, segundo o CNES - Cadastro Nacional de Estabelecimentos de 
Saúde (dados CNES de dezembro de 2013), 263.159 instituições de saúde. Desse total, 
186.397 são de caráter privado. Dos 6.687 hospitais existentes no país, 70% pertencem 
à iniciativa privada, lucrativa ou não; 21% são públicos municipais; 8% são estaduais; e 
apenas 1% é federal. 10 
Hospitais no Brasil são uma fatia crítica dos gastos com saúde, contando com 70% 
dos gastos. Dos Hospitais, 81% têm menos de 100 leitos, o que dificulta o ganho em escala, 
encarecendo a assistência. Estes 81% representam 46% dos leitos. 
O Brasil tem 2,3 leitos Hospitalares para cada 1000 habitantes. Porém a taxa de 
ocupação dos leitos, principalmente em hospitais com menos de 50 leitos é muito baixa. 
Do total de 458.495 leitos hospitalares existentes no país, segundo o CNES, 
336.123 são conveniados ou contratados ao SUS e 122.372 atendem exclusivamente ao 
setor privado e suplementar. Levantamento da Federação Nacional dos 
Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess) fez um raio X da produção de 
internações de média complexidade realizadas pelo SUS em 2011. Do total de 10,6 
milhões de internações, os hospitais privados, contratados e filantrópicos, responderam 
por 51,4% do total. 11 
Segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), em cerca de 80% 
dos estados não há o número de leitos de UTI preconizado pelo Ministério da Saúde para 
garantir o bom atendimento de sua população. A estimativa do governo é que, em média, 
há a necessidade de 4% a 10% do total de leitos hospitalares na forma de unidades de 
tratamento intensivo, o que corresponde a um índice que vai de um a três leitos de UTI 
para cada 10 mil habitantes. 12 
O Ministério da Saúde preconiza um leito por grupo de mil habitantes, o que faz 
com que a média brasileira seja superior (1,9). Contudo, a folga assegurada nas 
 
estatísticas desaparece nos corredores dos hospitais, onde milhares aguardam semanas 
e até meses por uma chance de internação. 
PROFISSIONAIS DE SAÚDE 
 
 
O número de registros de médicos em atividade no Brasil atingiu 388.015* em outubro 
de 2012, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM). O número se aproxima dos 
400 mil e atinge a taxa de 2,00 profissionais por 1.000 habitantes. A Organização 
Mundial de Saúde (OMS) preconiza o número de um médico para cada 1.000 habitantes. 
 
Evolução da proporção médico por habitante no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: CFM; Pesquisa Demografia Médica no Brasil, 2013. 
 
 
O estudo do CFM de Demografia Médica no Brasil mostra que a concentração dos 
médicos acompanha outros profissionais e está diretamente relacionada à capacidade 
instalada dos serviços, e se concentra na região sul e sudeste. 
O país tem 636.017 postos de trabalho médico ocupados de acordo com a 
pesquisa AMS-IBGE (2009). Da mesma forma, são 163.090 os postos ocupados por 
odontólogos, 94.136 por enfermeiros, 330.928 por técnicos de enfermagem e 317.420 
por auxiliares de enfermagem. 
A concentração ou dispersão dos profissionais depende igualmente do porte dos 
municípios, com um maior número deles atuando nas grandes cidades. O estudo mostra 
que a maior parte dos profissionais está nos 38 municípios com mais de 500 mil 
habitantes. 
 
O Brasil tem 180 mil médicos sem Residência Médica ou sem título de 
especialista. 
Pelos registros do CFM, o país tem 388.015 médicos na ativa. Destes, 207.879, ou 
53,57%, são especialistas. Os outros 180.136 são generalistas. Na região sudeste se 
concentra também o maior número de especialistas. 
A avaliação da qualidade das escolas médicas também é um importante aspecto a 
ser considerado dentro do funcionamento dos sistemas de saúde. De 4.821 estudantes 
que participaram do Exame do CREMESP (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) 
entre 2005 e 2011, 2.250 não foram aprovados, uma taxa de reprovação correspondente 
a 46,7%. 
Temos dois grandes desafios, um a avaliação das escolas dos profissionais de saúde, que 
ainda necessita de muita atenção. Além da formação, não temos acompanhamento da 
atualização desses profissionais. Outro desafio é a qualidade de vida no trabalho desses 
profissionais, que em grande parte vai ser contribuinte do seu desempenho. 
 
 
FINANCIAMENTO DA SAÚDE NO BRASIL 
 
O sistema de financiamento de saúde é realizado por meio de impostos gerais, 
contribuições sociais, desembolso direto e gastos dos empregadores com saúde. O 
financiamento do SUS tem como fonte as receitas estatais e contribuições sociais dos 
orçamentos federal, estadual e municipal. O financiamento do SUS não tem sido suficiente 
para assegurar recursos suficientes para o funcionamento do sistema público. 
O sistema de saúde no Brasil é pluralista. Muitos arranjos de financiamento e 
organização são encontrados, tanto no setor privado quanto no público. 
Calcula-se que o setor de saúde movimenta todos os anos 8,5% do Produto Interno 
Bruto (PIB). Se o PIB de 2011 foi de R$ 4,1 trilhões, é possível deduzir que só a saúde 
movimentou R$ 348,5 bilhões. Esse volume total de recursos investidos anualmente coloca o 
Brasil na média de investimento mundial em saúde, segundo dados do Banco Mundial. 
Mais de 55% do total de recursos da saúde vêm da iniciativa privada ou do setor 
suplementar, o que gera um investimento anual da ordem de R$ 192 bilhões. O setor público, 
através das três esferas de governo (União, Estados e municípios), é responsável por 45% do 
total de recursos, ou R$ 156 bilhões. 
 
Ocorre que somente cerca de 25% (47,9 milhões) da população brasileira é usuária da 
saúde suplementar e 75% (145 milhões) dependem exclusivamente do sistema público de 
saúde brasileiro, o SUS. 
 
 
 
 
PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA (PPP) 
 
No Brasil, o projeto da parceria público-privada foi implementado pelo Governo 
Lula em 2004. É uma forma de provisão de infraestruturas e serviços públicos em que o 
parceiro privado é responsável pela elaboração do projeto, financiamento, construção e 
operação de ativos, que posteriormente são transferidos ao Estado. O setor público torna-se 
parceiro na medida em que ele é comprador, no todo ou em parte, do serviço disponibilizado. 
O controle do contrato passa a ser por meio de indicadores relacionados ao desempenho na 
prestaçãodo serviço, e não mais ao controle físico-financeiro de obra. 
O governo do Distrito Federal buscará na iniciativa privada investimentos para a 
construção de dois hospitais, com um total de 668 leitos. A PPP (parceria público-privada), 
cujas propostas serão abertas em janeiro, prevê um contrato de R$ 6,1 bilhões. A empresa 
vencedora terá de construir e equipar as unidades, além de operá-las em um regime de 
concessão pelo período de 20 anos. 
 
 
CONTRATO DE GESTÃO ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DE SAÚDE 
 
A Publicização acontece quando serviços não exclusivos do Estado são prestados por 
entidades privadas sem fins lucrativos (educação, saúde, cultura, pesquisa). 
A Constituição Federal de 1899 (CF-1988) regulamenta o direito à Saúde Universal e 
igualitário, estabelece nos Arts. 196 e 197 as diretrizes para o Sistema único de Saúde (SUS) e 
autoriza a publicitação. As Organizações Sociais são regulamentadas pela Lei Federal 9.637 
de 15 de maio de 1998. 
O bom Contrato de Gestão deve ser realizado através de avaliação das necessidades 
específicas de cada região. O estudo do perfil epidemiológico e dos recursos do sistema de 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Governo_Lula
http://pt.wikipedia.org/wiki/Governo_Lula
http://pt.wikipedia.org/wiki/Infraestrutura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Financiamento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ativo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Setor_p%C3%BAblico
 
saúde local possibilita definir as maiores necessidades da região e o escopo da complexidade 
e especialidades a serem atendidas. 
O contrato deve abarcar, conforme a necessidade da região, as especialidades que 
devem ser atendidas, a área de referência para cada especialidade e, conforme sua 
complexidade, respeitando a hierarquia proposta. 
O contrato consiste de uma parte fixa e outra variável vinculada a metas de 
desempenho e qualidade. No acompanhamento da prestação do serviço, caso a instituição não 
alcance as metas estabelecidas no contrato de produção (de acordo com as especialidades) ou 
de qualidade (mortalidade, índice de infecção, etc.), a instituição não recebe o valor variável 
vinculado ao desempenho. 
As entidades contratadas devem ter as qualificações que são solicitadas num edital de 
concorrência aberto. Os controles são realizados por várias entidades sociais e 
governamentais, levando a uma necessidade de transparência, da qual a administração da 
saúde pública pode se beneficiar. 
Organizações que acompanham o contrato: 
Coordenadoria de Contratação de Serviços de Saúde; 
Auditorias da Secretaria Fazenda; 
Auditorias do Tribunal de Contas da União; 
Comissão de Avaliação – Notáveis; 
Assembleia Legislativa / SES / CES Social; 
Conselhos Municipais de Saúde; 
Gestor, a sociedade civil e ouvidores; 
Serviço de Atendimento ao Cliente do Estado ou Munícipio em questão. 
São acompanhados por: 
Relatório de Gestão; 
Extrato Bancário; 
Dados de Produção; 
Faturamento SAI-SIH; 
Sistema de Custos; 
Publicação Diário Oficial: Balanço/Prestação de Contas/Compras. 
 
Nesse novo modelo de financiamento do sistema de saúde, podemos encontrar vários 
benefícios na gestão hospitalar, em relação à administração direta. Maior cobrança de 
qualidade, melhor utilização dos recursos, maior agilidade e flexibilidade administrativa, com 
 
maior ênfase nos resultados, orientados através de indicadores de desempenho. O modelo é 
focado para o cliente-cidadão, mediante um severo controle social. 
 
 
REFLEXÃO 
 
Neste cenário houve, nas últimas décadas, muitas conquistas, como a descentralização, 
a consciência do direito à saúde com o aumento ao acesso, a participação social, a regulação 
do setor privado, o desenvolvimento de avaliações de desempenho, inovações, novos modelos 
de financiamento, aumento dos recursos humanos. 
Mas ainda temos grandes desafios, como o aumento da verba federal para o setor de 
saúde, melhoria do acesso para atenção primária, incentivos de ações de promoção de saúde, 
aprimoramento da avaliação da qualidade dos serviços e, principalmente, uma maior sinergia 
entre o setor público e privado, direcionado a ações de sustentabilidade do sistema. 
 
BIBLIOGRAFIA 
1. O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios. Jair Nilson Paim, Claudia 
Travassos, Celia Almeida, Ligia Bahia, James Macinko - Publicado Online 9 de maio 
de 2011 DOI:10.1016/S0140- 6736(11)60054-8 
2. Indicadores de Desenvolvimento Brasileiro. Ministério da Saúde. 
http://189.28.128.178/sage/apresentacoes/arquivos/indicadores_de_desenvolvimento_
2013.pdf 
3. Referência: INAF – Indicador de Analfabetismo Funcional, 2011 
4. Recomeço: direito a uma nova vida. Dr Ronaldo Laranjeria. Folha de São Paulo 
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/109763-recomeco-direito-a-uma-nova-
vida.shtml acesso 08-12-2013 
5. Vigilância e Prevenção de Doenças não Transmissíveis no Brasil: Situação Atual e 
Perspectivas. Deborah Carvalho Malta CGDANT/DASIS/SVS/MS 
6. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -IBGE - http://www.ibge.gov.br/home/ 
7. Vigitel . Ministério da Saúde 
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/4718/162/quase-metade-da-
populacao-brasileira-esta-acima-do-peso.html MS 
8. Sartori D Tendências do diabetes mellitus no Brasil: o papel da transição nutricional 
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(Sup. 1):S29-S36, 2003 
9. Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) http://www.ans.gov.br,acesso em 08-
12-2015 
10. DATAUS - http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0202, ACESSO 
08-12-2015 
http://189.28.128.178/sage/apresentacoes/arquivos/indicadores_de_desenvolvimento_2013.pdf
http://189.28.128.178/sage/apresentacoes/arquivos/indicadores_de_desenvolvimento_2013.pdf
http://www.ibge.gov.br/home/
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/4718/162/quase-metade-da-populacao-brasileira-esta-acima-do-peso.html
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/4718/162/quase-metade-da-populacao-brasileira-esta-acima-do-peso.html
 
11. FENAESS . Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde. 
http://www.fenaess.org.br/publicacoes/estatistica. 
12. Leitos dos hospitais brasileiros são insuficientes e mal distribuídos. Cida Oliveira 
RBA. Publicado 24-10-2011 
13. Demografia Médica no Brasil. Conselho Regional de Medicina de São Paulo, 2013 
14. Paula Camargo. O consumo desenfreado de medicamentos no Brasil e a 
responsabilidade da propaganda. 
15. Ronaldo Laranjeira - Recomeço: direito a uma nova vida. 
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/05/1281466-ronaldo-laranjeira---
recomeco-direito-a-uma-nova-vida.shtml 
 
 
 
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/05/1281466-ronaldo-laranjeira---recomeco-direito-a-uma-nova-vida.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/05/1281466-ronaldo-laranjeira---recomeco-direito-a-uma-nova-vida.shtml

Continue navegando