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Exercício de Teorias da História - Exercício de Fixação 2 - Tentativa 2de 3
Questão 1 de 10
Leia o trecho a seguir, em que o historiador Francisco Adolfo de Varnhagen discute a influência dos indígenas na formação do Brasil.
Por toda a extensão que deixamos descrita não havia povoações fixas e que descobrissem em seus habitantes visos de habitação permanente. (...) Conhecido é o axioma de estatística que, em qualquer país, a povoação só toma o devido desenvolvimento quando os habitantes abandonam a vida errante ou nômade, para se entregarem à cultura ou aproveitamento da terra com habitações fixas. (...) Nem poderiam possuir instintos de amor de pátria que, como nômades, a não tinham, e que limitavam a tão curtos horizontes a ideia da sociabilidade, que geralmente a não estendiam além dos da sua tribo ou maloca, a qual não dominava mais território que o dos contornos do distrito (VARNHAGEN, 1854, p. 23-4).
A posição tomada por Varnhagen a respeito da participação indígena na formação do Brasil pode ser explicada a partir de suas ideias a respeito da história nacional. A respeito dessas ideias, pode-se afirmar:
A - Focado em compreender a influência do negro na sociedade brasileira, Varnhagen ignorava a história indígena, por considerá-los selvagens.cancelRespondida
B - Não havia preocupação, por parte de Varnhagen, em compreender a história dos indígenas pelo fato de não professarem a fé cristã.
C - Para Varnhagen, o indígena estava excluído de sua ideia de “civilização” e, por isso, não possuía uma história que importasse ser estudada.check_circleResposta correta
D - Varnhagen afastou-se das opiniões dos demais historiadores do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que consideravam fundamental a história indígena.
E - Varnhagen valorizava a influência indígena no Brasil a partir de uma perspectiva nacionalista e romântica, retratando os índios de maneira idealizada.
Exercício de Teorias da História - Exercício de Fixação 2 - Tentativa 2de 3
Questão 2 de 10
A pintura do artista francês Jean-Léon Gérôme, que aparece abaixo, foi produzida no século XIX, e tem o título de “Piscina em um harém”. Veja-a com atenção.
Figura 4 - Piscina em um harém. Fonte: Wikimedia Commons.
Essa pintura é um exemplo do “orientalismo”, como definido pelo pensador pós-moderno e professor de literatura Edward Said. Considerando-se as conclusões que podem ser extraídas da análise da imagem, e partindo de seus conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar a respeito do conceito de “orientalismo”:
A - Define as maneiras pelas quais os historiadores devem trabalhar com fontes escritas produzidas em caracteres diferentes dos Ocidentais.cancelRespondida
B - Define determinada filosofia pós-moderna, que defende que a verdade história só pode ser obtida se entrevistas com testemunhas forem usadas como fontes.
C - Está associado ao desenvolvimento dos estudos históricos sobre a literatura oriental, especialmente árabe, desenvolvida pelos historiadores de Annales.
D - Refere-se ao Oriente como uma construção discursiva do Ocidente, por textos, imagens, músicas, e que reflete questões de poder.check_circleResposta correta
E - Trata-se de um conceito desconstrucionista, e está associado à ideia de que a verdade não é possível de ser obtida pela comparação com a realidade.
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Questão 3 de 10
A escola histórica metódica, iniciada na França, exerceu profunda influência nos estudos históricos daquele país mas, também, no Brasil. Suas concepções históricas estão, ainda hoje, vinculadas a livros didáticos, e determinadas ideias e práticas originadas pelos metódicos ainda persistem, na opinião popular, como sendo a verdadeira “história”. Assinale, dentre as alternativas abaixo, a que apresenta duas correntes de pensamento que mais ajudaram a construir as bases teóricas defendidas pela escola Metódica.
A - A filosofia iluminista e a pós-modernidade francesa.cancelRespondida
B - As concepções rankeanas e o pensamento positivista.check_circleResposta correta
C - As fontes históricas e a historiografia.
D - O historicismo alemão e o romantismo francês.
E - O pensamento hegeliano e o marxismo dialético.
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Questão 4 de 10
Leia o trecho a seguir que discute brevemente as concepções do historiador francês Fernand Braudel a respeito do tempo histórico.
No entanto, a contrapelo, Braudel oferece o tempo histórico em sua pluralidade e totalidade. Sim, a história é também meio geográfico e sociedade, e não apenas política e biografia. Seu devir não é teleológico e unitemporal, mas ritmado segundo variações climáticas, distâncias, barreiras naturais, crescimento demográfico, epidemias, alimentação, códigos civilizacionais... Tudo isso impõe a necessidade de apreensão do processo histórico enquanto a combinação de mudança e permanência, velocidade e lentidão, evento e estrutura. RIBEIRO, G. Fernand Braudel e as metamorfoses do tempo e do espaço. Minas Gerais. Confins [Online], n. 21, 2014. s/p.
Sobre as concepções braudelianas a respeito do tempo, é possível afirmar:
A - A compreensão de Braudel a respeito do tempo histórico era semelhante à dos metódicos, ou seja, linear, sequencial, e sem rupturas.cancelRespondida
B - Braudel compreendia que a história trabalhava com três temporalidades, que ele definiu como Idade Antiga, Idade Média e Idade Moderna.
C - Braudel considerava o acontecimento, próprio do tempo de curta duração, os menos importantes, pois pouco revelavam sobre as sociedades.check_circleResposta correta
D - Mesmo que tivesse formação em Geografia, Braudel não considerava importante o tempo geográfico, por não possuir características históricas.
E - Para Braudel o único tempo que realizava efetivas transformações na estrutura social era o político, por afetar diretamente a vida dos indivíduos.
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Questão 5 de 10
O livro educativo de história “Minha Pátria”, de João Silva, publicado originalmente em 1930, revela uma capa que traz à mente ideias de civismo e patriotismo. A respeito da relação existente entre o estudo da história e o estímulo ao patriotismo, é correto afirmar:
A - A escola metódica acreditava que, entre seus objetivos enquanto historiadores, estava o de estimular um sentimento patriótico entre os estudantes.check_circleResposta correta
B - A filosofia marxista caracterizou-se pelo estímulo ao sentimento nacionalista nos livros didáticos, enquanto estratégia de produzir mudanças sociais.
C - Nenhuma escola história conhecida, da Antiguidade aos dias de hoje, teve como sua preocupação o estímulo a ideias cívicos ou patrióticos.
D - O estímulo ao patriotismo continua sendo, ainda nos dias de hoje, uma preocupação dos historiadores, independentemente o tema que estudam.
E - O pensamento histórico medieval iniciou o desenvolvimento de ideais patrióticos em nações que se tornavam independentes, como Portugal, Espanha e Alemanha.
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Questão 6 de 10
Uma das razões do sucesso da chamada escola de Annales, bem como de sua influência dentro e fora da França, estava em seu posicionamento diante das concepções históricas tradicionais desenvolvidas que, até aquele momento (primeiras décadas do século XX), dominavam o cenário intelectual francês. Das alternativas abaixo, assinale a que melhor descreve o posicionamento dos fundadores de Annales em relação à concepção dominante de história de seus contemporâneos.
A - Antecedendo em cerca de uma década o surgimento da chamada concepção rankeana, os fundadores de Annales se mostravam contrários à transformação da história em uma ciência.cancelRespondida
B - Contrários à visão restrita dos metódicos que entendiam a história como sendo apenas política, a escola de Annales defendia a ampliação de temas, métodos e abordagens em história.check_circleResposta correta
C - Em vez de seguirem os pensamentos deVoltaire, como os historiadores do período, os fundadores dos Annales seguiram as concepções do alemão Johann Gottfried von Herder.
D - Estabelecidos institucionalmente nas universidades desde o início do século XX, os historiadores da escola de Annales foram os primeiros a criar cursos exclusivos de história.
E - Fundados em uma teoria chamada “crítica”, os historiadores de Annales se opuseram frontalmente à adoção de concepções marxistas dentro dos estudos históricos, então em voga na França.
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Questão 7 de 10
O livro didático de história, cujo trecho foi reproduzido a seguir, foi publicado em 1968, e evidencia, na cronologia apresentada ao final da obra, a influência do pensamento histórico metódico, influenciado por determinadas concepções filosóficas do positivismo. Leia com atenção esse trecho.
Datas e principais fatos na História do Brasil
ÉPOCA REPUBLICANA
1889 (15 de novembro) Proclamação da República.
1891 (24 de fevereiro) Promulgação da primeira Constituição republicana.
1895 (5 de dezembro) Falece D. Pedro II, em Paris.
1895 O território das Missões é assegurado ao Brasil.
1896 a 1897 Campanha de Canudos
1903 É solucionado a nosso favor, o caso do “Acre” Tratado de Petrópolis
1908 Primeira exposição nacional
1912 Morte do Barão do Rio Branco
(HERMIDA, 1968, p. 274-5) Assinale a alternativa abaixo que apresenta corretamente as concepções específicas da escola histórica Metódica, influenciadas pelo positivismo, e que podem ser identificadas nesse trecho.
A - A adoção de cronologias, utilizando-se o modelo de divisão temporal entre a.C e d.C., surgido ainda na Idade Média.cancelRespondida
B - A busca pela universalização das análises históricas, reduzindo a importância dos estudos locais pelos historiadores.
C - A defesa de ideais monarquistas contra os republicanos, base política que sustentava suas análises do passado e do presente.
D - A redução da relevância das datas específicas para análise de eventos do passado, e a preferência ao estudo de contextos.
E - O apego aos fatos ou acontecimentos, especialmente políticos, como sendo os verdadeiros conteúdos da história.check_circleResposta correta
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Questão 8 de 10
O trecho a seguir discute brevemente a obra “Os reis taumaturgos”, do historiador francês Marc Bloch. Leia-o com atenção.
Sob a influência da revista de Durkheim, [Marc Bloch] escreveu um dos seus livros mais originais: “Os reis taumaturgos”. É uma obra de história sociológico-antropológica, história da crença no poder de curar dos reis, um poder sagrado, uma dimensão mágica da realeza francesa, que ele compara com a da monarquia inglesa e outras monarquias europeias. (REIS, J. Marc Bloch, o paradigma da história estrutural. In: BARROS, J (Org.). Os Historiadores: clássicos da História. v. 2. Petrópolis: Vozes, 2013).
A respeito da concepção de história presente nessa obra, é correto afirmar:
A - Bloch estudou o poder dos reis para além da questão política, buscando compreender também seus aspectos mágicos e simbólicos.check_circleResposta correta
B - Foi considera a única obra “tradicional” de Bloch, justamente por tratar do cotidiano dos reis, tema caro aos historiadores metódicos.
C - Nessa obra, Bloch abandonou a história científica, e passou a utilizar fontes de relevância questionável, como mitos e lendas.
D - Trata-se de um ensaio político, mais do que uma obra histórica, pois objetivava analisar a política francesa na década de 1940.
E - Utilizou-se do conceito de ideologia para construir uma análise materialista das relações de poder no período medieval.
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Questão 9 de 10
A obra histórica de Francisco Adolfo de Varnhagen estava voltada à compreensão da formação nacional a partir de suas origens europeias e, particularmente, portuguesas. Além disso, Varnhagen valorizava a monarquia, e procurou legitimar, a partir de seus textos históricos, a dinastia de Bragança que assumiu o poder no Brasil.
Essa concepção de história contrastava com a de outro historiador, Capistrano de Abreu, para quem a história do Brasil:
A - Confunde-se com o desenvolvimento histórico de outros países latino-americanos, devendo ser estudada em seu contexto regional e continental.cancelRespondida
B - Deveria ser escrita a partir da perspectiva religiosa, pois estaria na expansão da religião católica a verdadeira explicação para a história do Brasil.
C - Deveria ser estudada a partir do interior do país, considerando-se também a influência dos movimentos nativistas para a construção de sentimentos de brasilidade.check_circleResposta correta
D - Seria escrita a partir de biografias, pois estava nas mãos dos chamados grandes homens – dos capitães hereditários aos Imperadores – a história do país.
E - Teria começado com o fim do governo de D. Pedro II, rompendo com uma tradição de subserviência às potência europeias que havia sido iniciada no período colonial.
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Questão 10 de 10
Em sua autobiografia, o tipógrafo Nicolas Contat, que viveu em Paris nos anos 1730, assim descreveu um episódio de massacre de gatos que participou quando ainda era jovem: A caçada é logo organizada. Os aprendizes resolvem fazer uma limpeza completa e os assalariados aderem ao grupo. Penduram sacos nas janelas do sótão e dos depósitos, para pegar os gatos que tentarem escapar pulando para fora. A primeira coisa que saem procurando é la grise, a gatinha de Madame. Léveillé a atordoa com um rápido golpe nos rins e Jerome a liquida. Os homens provocam terror nos telhados. Tomados de pânico, os gatos se atiram nos sacos. Alguns são mortos na hora. Outros são condenados à forca, para o divertimento de toda a gráfica. Os tipógrafos sabem rir; é sua única ocupação. (DARNTON, 1984, p. 138). Esse relato foi estudado pelo historiador estadunidense Robert Darnton que, para compreendê-lo, procurou inseri-lo dentro das concepções culturais dos franceses dos anos 1730. Em sua análise, Darnton demonstrou, entre outras coisas, que:
A - O conceito de “modo de produção” seria mais adequado para analisar as diferenças sociais existentes entre os tipógrafos e seus patrões.cancelRespondida
B - O massacre de gatos era uma vingança simbólica, pois representavam tanto os patrões, quando as injustiças sociais que sofriam.check_circleResposta correta
C - O massacre de gatos não pode ser explicado histórica ou sociologicamente, fugindo às matérias próprias dessas disciplinas.
D - Que a crueldade humana era característica da natureza dos franceses, e por isso eram um povo diferenciado dos demais europeus.
E - Que a cultura não tem condições de compreender atos do passado, mas apenas pode ser utilizada em disciplinas como a Antropologia.