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Icterícia neonatal Fisiopatologia e manifestações clínicas, puericultura, calendário vacinal e triagem neonatal 01- Compreender a fisiopatologia da icterícia e suas manifestações clínicas Trata-se de uma das manifestações mais frequentes do período neonatal, ocorrendo em recém-nascidos Designa a coloração amarelada da pele e/ ou conjuntivas Sendo definida como a concentração sérica de → Bilirrubina indireta (BI) > 1,5 mg/ dL ou → Bilirrubina direta (BD) > 1,5 mg/dL, desde que esta represente mais do que 10% do valor de bilirrubina total É visível na avaliação clínica quando o nível de BT sérica exceder 5 mg/ dL No RN, a maioria dos casos de icterícia decorre de um aumento da fração indireta, ou livre, da bilirrubina (BI) E apresenta uma evolução benigna 01- FISIOPATOLOGIA A origem da bilirrubina está na DEGRADAÇÃO DAS HEMÁCIAS, fisiologicamente normal nos RN Uma hemácia vive aproximadamente 120 dias (70-90 NO RN) Quando a membrana das hemácias fica frágil, a célula se rompe durante sua passagem por algum ponto estreito da circulação Quando as hemácias se rompem e liberam hemoglobina, ela é fagocitada (MACROFÁGOS) Principalmente pelas células de KUPFFER (FÍGADO) Os macrófagos liberam o ferro da hemoglobina de volta para o sangue A porção porfirina da molécula de hemoglobina é convertida em: 1- BILIVERDINA E pela ação da BILIVERDINA-REDUTASE, é transformada em 2- BILIRRUBINA Então, a bilirrubina (forma não conjugada) é liberada no plasma É LIPOSSOLÚVEL E ANDA JUNTO COM A ALBUMINA (PODE ATRAVESSAR A BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA) METABOLISMO HEPÁTICO DA BILIRRUBINA O metabolismo hepático da bilirrubina envolve 3 fases: A) CAPTAÇÃO A bilirrubina é removida da albumina nos HEPATÓCITOS B) CONJUGAÇÃO Ocorre no retículo endoplasmático liso do hepatócito Tem o objetivo de deixá-la HIDROSSOLÚVEL C) EXCREÇÃO Boa parte da bilirrubina é excretada na BILE E a parte que não é, volta para o plasma (REGURGITAÇÃO) A partir desse fenômeno, instala-se uma cascata de eventos: A) A sobrecarga de bilirrubina ao hepatócito B) A menor capacidade de captação, conjugação e excreção hepática da bilirrubina A sobrecarga de bilirrubina ao hepatócito decorre da produção aumentada de BI (INDIRETA) O RN produz 2 a 3 vezes mais bilirrubina do que o adulto Por causa da maior quantidade proporcional de hemoglobina e menor vida média das hemácias, que é de 70 a 90 dias 1g HEMOGLOBINA = 34 mg BILIRRUBINA ENTÃO NO RN 6-10 mg/ Kg/ DIA A classificação da icterícia neonatal envolve 2 grandes grupos de patologias, que acolhem vários tipos de causas 1- HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA O ideal é dosar as bilirrubinas em todos os bebês ictéricos O aparecimento de icterícia nas primeiras 24 a 36 horas de vida alerta para a presença de doença hemolítica por incompatibilidade sanguínea ICTERÍCIA FISIOLÓGICA Trata-se de quadro comum, benigno e autolimitado Reflete uma adaptação neonatal ao metabolismo da bilirrubina A literatura classicamente atribui o valor de 13 mg/dL como o máximo para delimitar a icterícia fisiológica ICTERÍCIA NÃO FISIOLÓGICA O fator de maior risco é o surgimento de icterícia dentro das primeiras 24 horas de vida O risco de RN com 36 semanas desenvolver BT > 20 mg/dL é 8 vezes maior quando comparado a RN de 41 semanas de idade gestacional Em razão da capacidade diminuída da conjugação hepática da bilirrubina e da dificuldade na sucção e deglutição para manter oferta adequada de leite materno Outra causa frequente de hiperbilirrubinemia indireta é o jejum prolongado, que favorece a absorção da bilirrubina no nível intestinal e seu maior aporte para a circulação sanguínea A chamada “icterícia por leite materno” tipicamente se inicia entre 3 e 5 dias de vida, atingindo o pico após 2 semanas Desaparecendo entre 3 e 12 semanas após o nascimento Ocorre em bebês saudáveis, com bom ganho de peso, sob aleitamento natural, e constitui diagnóstico de exclusão A causa não está totalmente esclarecida, podendo decorrer de algum fator presente no leite materno que favoreça a absorção intestinal de bilirrubinas ABORDAGEM DE HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA Importante contribuição para a abordagem da hiperbilirrubinemia indireta foi o nomograma de Bhutani Esse nomograma classificou os riscos do valor de BT, com predomínio de BI, em RN com 35 semanas ou mais de idade gestacional, conforme a idade pós-natal A designação de risco de RN saudável de termo ou próximo do termo é baseada nos valores de bilirrubina específica para sua idade em horas de vida INCOMPATIBILIDADE RH (ANTÍGENO D) A hemólise ocorre quando as hemácias do feto e RN, portadoras do antígeno D, são destruídas por anticorpos maternos IgG anti‑D A intensidade da hemólise pode determinar a forma da doença LEVE, MODERADA E GRAVE INCOMPATIBILIDADE ABO A icterícia costuma aparecer nas primeiras 24 ou 36 horas de vida, e a hemólise pode ocorrer por até 2 semanas COMPLICAÇÕES DA HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA As formas de terapia mais utilizadas no tratamento da hiperbilirrubinemia indireta compreendem a fototerapia e a EST, e, em alguns casos, a imunoglobulina standard endovenosa 2- HIPERBILIRRUBINEMIA DIRETA A elevação do nível de BD resulta de distúrbios hepáticos ou doenças sistêmicas potencialmente graves A icterícia colestática caracteriza-se pelo aumento prolongado da bilirrubina conjugada E é reflexo da redução da excreção pelas células parenquimatosas hepáticas ou doença do trato biliar A icterícia causada pela BD elevada confere à pele um tom esverdeado ou amarelo-acastanhado opaco As causas a serem consideradas envolvem obstrução, sepse, doença do trato biliar, toxinas, inflamação e doenças metabólicas ou genéticas Entre os critérios que indicam hiperbilirrubinemia grave, está → O aumento da bilirrubina conjugada > 1 mg/ dL, se BT < 5 mg/ dL → Ou quando bilirrubina conjugada > 20% da bilirrubina total se BT > 5 mg/dL A icterícia pode ser o primeiro sinal de disfunção hepática AVALIAÇÃO CLÍNICA DA ICTERÍCIA A icterícia por hiperbilirrubinemia indireta apresenta progressão céfalo-caudal Em RN a termo saudáveis, a constatação de icterícia 1- SOMENTE NA FACE = 4 a 8mg/dL 2- DESDE A CABEÇA ATÉ A CICATRIZ UMBILICAL = 5 a 12 mg/ dL ATÉ JOELHOS E COTOVELOS = MAIOR QUE 15 mg/ dL NÃO HÁ UMA BOA CONCORDÂNCIA ENTRE AVALIAÇÃO CLÍNICA E NÍVEIS SÉRICOS OLHAR A IMAGEM DO MANEJO DA ICTERÍCIA PROGNÓSTICO A consequência mais temida da hiperbilirrubinemia é a encefalopatia bilirrubínica(KERNICTERUS) A fase aguda da doença ocorre nos primeiros dias e perdura por semanas, com - LETARGIA - HIPOTONIA - SUCÇÃO DÉBIL Se a hiperbilirrubinemia não é tratada, aparece - HIPERTONIA - HIPERTERMIA - CHORO AGUDO DE ALTA INTENSIDADE A hipertonia manifesta-se com retro arqueamento do pescoço e do tronco Progredindo para - APNÉIA - COMA - CONVULSÕES - MORTE A encefalopatia bilirrubínica na fase aguda em RN a termo pode, ocasionalmente, ser reversível, desde que haja intervenção terapêutica imediata e agressiva As crianças sobreviventes apresentam a forma crônica da doença, com - Tétrade paralisia cerebral atetoide grave - Neuropatia auditiva - Paresia vertical do olhar - Displasia dentária E, ocasionalmente - Deficiência mental KERNICTERUS Termo alemão que significa “icterícia nuclear” É uma síndrome lesional do tecido nervoso causada por aumento da bilirrubina indireta A doença é uma complicação rara de hiperbilirrubinemia em neonatos resultante de uma deposição preferencial da bilirrubina indireta nos - Globos pálidos - Núcleos subtalâmicos lateral e medial - Hipocampo - Putame - Tálamo - Núcleos dos nervos cranianos (especialmente III, IV e VI pares) Núcleos cerebelares e da medula oblonga também podem ser atingidos Assim como as substâncias branca e cinzenta dos hemisférios cerebrais A bilirrubina livre é tóxica às sinapses e lesa os neurônios e as organelas celulares A necrose neuronal precoce é seguida por perda celular, gliose e desmielinização nas áreas 02- Elucidar os testes de triagem neonatal Previnem e detectam doenças precocemente, com o objetivo de evitar morbidade e mortalidade nessa população infantil As doenças detectadas, sejam elas congênitas ou genéticas, quando diagnosticadas na fase pré-sintomática nos RN, permite intervenções clínicas precoces e proporciona tratamento adequado A partir da criação da Política Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) pelo Ministério da Saúde em 2001, aconteceu a oficialização desse processo com a triagem biológica (teste do pezinho), triagem auditiva e triagem ocular Apesar da definição da PNTN, ainda existem desigualdades regionais importantes no acesso aos benefícios desses proce‑ dimentos 1- TRIAGEM AUDITIVA INCIDÊNCIA DA PERDA AUDITIVA EM RN: 1-6/ 1000 NASCIDOS VIVOS NORMAIS 1-4/ 100 NASCIDOS VIVOS COM FATORES DE RISCO ASSOCIADOS Embora implantada ainda não tem cobertura para todos os RN em todos os municípios brasileiros Desde 2010 é determinado por lei que nenhuma criança saia da maternidade sem ter feito o teste, que é gratuito Existem fatores de risco potenciais para alterações auditivas em RN como: - Asfixiados (APGAR < 6 no quinto minuto) - História familiar de surdez congênita; - Infecções congênitas do grupo STORCH - Hiperbilirrubinemia (> 15 no RN a termo e > 12 no prematuro) - Septicemia neonatal/meningite - Hemorragia intraventricular - Convulsões ou outra doença de sistema nervoso central (SNC) em RN - Anomalias craniofaciais - Espinha bífida - Defeitos cromossômicos - Uso de drogas ototóxicas - Peso de nascimento < 1.500 g - Ventilação mecânica por mais de 5 dias É recomendado na alta hospitalar realizar a triagem auditiva universal por meio das - Emissões otoacústicas transientes (EOAT) - Pesquisa do reflexo cócleo palpebral (RCP) Os RN com triagem auditiva normal e sem fatores de riscos para perda auditiva realizam esse teste 1 vez Porém aqueles com presença de quaisquer fatores de risco descritos, devem ser acompanhados por uma equipe multidisciplinar e realizar avaliações periódicas durante os dois primeiros anos de vida Quando no prosseguimento dessa triagem for comprovado o comprometimento condutivo, o neonato é encaminhado para o exame otorrinolaringológico CONDUÇÃO X NEUROSSENSORIAL Estudos mostram que a implantação de próteses antes dos 6 meses de vida irá permitir à criança um desenvolvimento de linguagem (receptiva ou expressiva), bem como seu desenvolvimento social 2- TRIAGEM VISUAL O pediatra deve estar atento para a orientação e vigilância da realização do teste do olhinho (reflexo vermelho) em todos os recém-nascidos Estudos demonstram que a triagem visual em RN é um método que pode identificar potenciais causas de anormalidades oculares tratáveis considerando que em países em desenvolvimento - 30 a 72% da cegueira infantil é evitável - 9 a 58% é prevenível - 14 a 31% é tratável A nível mundial, as principais etiologias de cegueira tratável na infância são - Catarata - Retinopatia da prematuridade - Glaucoma TESTE DO OLHINHO (REFLEXO VERMELHO) Todo pediatra deve deve fazer a avaliação da criança do nascimento até os 3 anos com exame oftalmológico - História ocular - Avaliação visual - Inspeção externa do olho e pálpebra, - Avaliação da motilidade ocular - Exame da pupila - Reflexo vermelho O reflexo vermelho é o exame de rastreamento (screening) para anormalidades oculares Várias doenças podem ser detectáveis: - catarata congênita - Retinopatia da prematuridade - Retinoblastoma - Glaucoma congênito - Descolamento de retina - Hemorragia vítrea Segundo orientação do Grupo de Trabalho de Prevenção da Cegueira da SBP, o teste do reflexo vermelho deve ser realizado: - Antes da alta da maternidade - Na primeira consulta de puericultura - 2 meses de vida (período ideal para a cirurgia de catarata) - Com 6, 9 e 12 meses de vida - Após 1º ano: duas vezes por ano TÉCNICA DE REALIZAÇÃO - AMBIENTE ESCURO - UTILIZAÇÃO DE OFTALMOSCÓPIO - 50 CM DE DISTÂNCIA OS OLHOS SÃO CONSIDERADOS NORMAIS QUANDO APRESENTAM UM REFLEXO VERMELHO BRILHANTE Pontos pretos, assimetria ou a presença de reflexo branco (leucocoria) indicam a necessidade de avaliação mais cuidadosa – realizada pelo oftalmologista 3- TESTE DO PEZINHO O teste do pezinho faz parte do PNTN e tem como objetivo fazer o rastreamento de RN portadores de doenças que devem ser diagnosticadas e tratadas o mais precocemente possível a fim de evitar sequelas nas crianças O PNTN determina a gratuidade e obrigatoriedade da realização dos testes para diagnóstico neonatal da - PKU (FENILCETONÚRIA) - HC (HIPERTIREOIDISMO CONGÊNITO) - Hemoglobinopatias (ANEMIA FALCIFORME) - FC (FIBROSE CÍSTICA) O teste do pezinho como triagem biológica do PNTN está dividido em quatro fases: - Fase I: fenilcetonúria – hipotireoidismo congênito - Fase II: doença falciforme - Fase III: fibrose cística - Fase IV: hiperplasia adrenal congênita deficiência de biotinidase Deve ser colhido em todo RN com 3 a 5 dias de vida, de preferência no 3º dia EVITA FALSO POSITIVO PARA HC E FALSO NEGATIVO PARA PKU INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS 1- PKU - UTILIZA O RESULTADO DO FAL (FENILALANINA) FAL < 4 mg% → É um resultado consideradonormal para crianças que tenham colhido o sangue após 48 horas de vida FAL ≥ 4 mg% e < 10 mg% → São solicitadas mais 2 coletas de sangue em papel filtro com intervalo de 1 mês entre cada coleta FAL ≥ 10 mg% → A criança já é chamada para uma consulta com o médico neuropediatra e coleta de sangue venoso para confirmação do diagnóstico 2- TSH-NEO TSH neo < 5 µUI/mL → É um resultado considerado normal para crianças que tenham colhido o sangue após 48 horas de vida TSH neo ≥ 5 e < 10 µUI/mL → É um resultado considerado limítrofe, nova coleta do teste do pezinho, imediatamente. Se mantiver resultado, RN será convocado para consulta com pediatra ou endocrinologista e faz coleta de sangue venoso para definir conduta TSH neo ≥ 10 µUI/ mL → A criança é considerada suspeita de ser portadora de hipotireoidismo congênito 3- HEMOGLOBINOPATIAS Primeiro exame suspeito coletar segunda amostra 4- FIBROSE CÍSTICA - IRT (tripsina imunorreativa) IRT < 70 ng/mL → é um resultado considerado normal para crianças que tenham colhido o sangue entre 3 e 30 dias de vida IRT1 ≥ 70 ng/mL → solicitar nova coleta do teste do pezinho, entre a 3ª e 4ª semana de vida do RN (IRT2) Se IRT2 mantiver alterado (≥ 70 ng/mL), encaminhar urgente para o gastropediatra FENILCETONÚRIA = O defeito em uma enzima leva ao acúmulo do aminoácido Fenilalanina (FAL) no sangue e ao aumento da Fenilalanina e da excreção urinária de Ácido Fenilpirúvico FIBROSE CÍSTICA = Processo obstrutivo causado pelo aumento da viscosidade do muco (PULMÃO E PÂNCREAS) 4- TESTE DO CORAÇÃOZINHO 1-2/ 1000 NASCIDOS VIVOS APRESENTAM CARDIOPATIAS CONGÊNITAS CRÍTICAS Em torno de 30% destes recém-nascidos recebem alta hospitalar sem o diagnóstico, e evoluem para - Choque - Hipóxia - Óbito precoce antes de receber tratamento adequado CARDIOPATIAS CONGÊNITAS CRÍTICAS Aquelas onde a apresentação clínica decorre do fechamento ou restrição do canal arterial (cardiopatias canal-dependentes), tais como - Cardiopatias com fluxo pulmonar dependente do canal arterial: Atresia pulmonar e similares - Cardiopatias com fluxo sistêmico dependente do canal arterial: Síndrome de hipoplasia do coração esquerdo, coartação de aorta crítica e similares - Cardiopatias com circulação em paralelo: Transposição das grandes artérias DIAGNÓSTICO Utilizando um ecocardiograma com mapeamento de fluxo em cores (INVIÁVEL PARA TRIAGEM) Por isso, utiliza a OXIMETRIA como triagem Realizar a aferição da oximetria de pulso, em todo recém-nascido aparentemente saudável com idade gestacional > 34 semanas, antes da alta da Unidade Neonatal LOCAL DA AFERIÇÃO → Membro superior direito e em um dos membros inferiores Entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar TESTE DA LINGUINHA Detecta alterações no frênulo lingual que provocam a anquiloglossia (língua presa) Ele é obrigatório desde junho de 2014 03- Estudar o programa nacional de imunização e o calendário vacinal 1- BCG CONSTITUIÇÃO - Bacilos vivos, atenuados e liofilizados de cepa de Mycobacterium bovis ESQUEMA VACINAL - Dose única, a partir do nascimento, o mais precocemente possível Segunda dose caso após 6 meses não houver cicatriz no local (CONTROVÉRSIAS) PROTEÇÃO - Formas graves da tuberculose CONTRAINDICAÇÕES - Relativas (temporárias) - Recém-nascidos com peso < 2.000 g - Lesões dermatológicas extensas afetando o local de aplicação da vacina Absolutas - Imunodeficiências congênitas e adquiridas 2- HEPATITE B CONSTITUIÇÃO - Antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HbsAg) ESQUEMA VACINAL - 3 DOSES A primeira dose da vacina hepatite B deve ser aplicada nas primeiras 12 horas de vida A segunda dose está indicada com 1 ou 2 meses de idade Terceira dose é realizada aos 6 meses 2012 PELO PNI → INCORPORADA a vacina combinada DTP/Hib/HB (denominada pelo Ministério da Saúde como penta) - 2, 4 E 6 MESES ASSIM, SERÃO 4 DOSES PROTEÇÃO - Hepatite B CONTRAINDICAÇÕES - Reação anafilática prévia a qualquer componente da vacina e púrpura trombocitopênica pós-vacinal 3- VOP E VIP VOP → Vacina oral de poliovírus vivos atenuados VIP → Vacina injetável de poliovírus inativados CONSTITUIÇÃO - Ambas apresentam na sua composição poliovírus tipos 1, 2 e 3 ESQUEMA VACINAL - A vacinação básica requer 3 doses (aos 2, 4 e 6 meses de idade) Devendo-se respeitar o intervalo de 60 dias entre as doses e um mínimo de 30 dias OBRIGATORIAMENTE COM VIP REFORÇO COM 15 MESES E 4 ANOS → VOP PROTEÇÃO - Proteção contra a poliomielite ou paralisia infantil CONTRAINDICAÇÕES - Reação alérgica ou imunodepressão 4- ROTAVÍRUS CONSTITUIÇÃO - MONOVALENTE, UMA CEPA DO ROTAVÍRUS ATENUADA ESQUEMA VACINAL - 2 doses, seguindo os limites de faixa etária: - 2 MESES -> Limites de 1 mês e 15 dias até no máximo 3 meses e 15 dias - 4 MESES -> Limites de 3 meses e 15 dias até no máximo 7 meses e 29 dias PROTEÇÃO - Diarréias graves CONTRAINDICAÇÕES - Imunodeficiências congênitas e adquiridas 5- DTP E DT DTP -> difteria, tétano e pertussis DT -> difteria e tétano CONSTITUIÇÃO - Vacina combinada composta por toxoides diftérico e tetânico ESQUEMA VACINAL - A vacinação básica requer 3 doses (aos 2, 4 e 6 meses de idade) Devendo-se respeitar o intervalo mínimo de 30 dias entre uma dose e a seguinte O PNI utiliza, no 1º ano de vida, a vacina DTP combinada com a hepatite B e Hib (vacina penta) O primeiro reforço é dado de 6 a 12 meses após a terceira dose da imunização básica PROTEÇÃO - Difteria, tétano, coqueluche + Hepatite B e meningite (Hib) CONTRAINDICAÇÕES - 6- PNEUMOCÓCICA CONJUGADA CONSTITUIÇÃO - 10 VALENTE ESQUEMA VACINAL - A vacina pneumocócica conjugada é indicada a todas as crianças até 5 anos de idade Recomendam-se 3 doses no 1º ano de vida (2, 4, 6 meses) E uma dose de reforço entre 12 e 15 meses PROTEÇÃO - Protege contra infecções invasivas (sepse, meningite, pneumonia e bacteremia) e otite média aguda CONTRAINDICAÇÕES - Reações anafiláticas com doses anteriores 7- MENINGOCÓCICA C CONJUGADA CONSTITUIÇÃO - Polissacarídeos dos sorotipos A, C, W e Y conjugados com a toxina mutante diftérica ESQUEMA VACINAL - No primeiro ano de vida são recomendadas 2 doses da vacina meningocócica C ou ACWY conjugada, aos 3 e 5 meses A recomendação de doses de reforço 5 anos depois (entre 5 e 6 anos de idade para os vacinados no primeiro ano de vida) e na adolescência (a partir dos 11 anos de idade) é baseada na rápida diminuição dos títulos de anticorpos PROTEÇÃO - Meningite tipo C CONTRAINDICAÇÕES - Reações anafiláticas com doses anteriores8- MENINGOCÓCICA B RECOMBINANTE CONSTITUIÇÃO - Proteínas recombinantes ESQUEMA VACINAL - 2 ou 3 doses, com 2 meses de intervalo entre as doses PROTEÇÃO - Meningite tipo B CONTRAINDICAÇÕES - Reações anafiláticas com doses anteriores 9- SCR, VARICELA, SCRV SCR -> Tríplice (Sarampo, caxumba e rubéola) SCRV -> Tetra (Sarampo, caxumba, rubéola e Varicela) CONSTITUIÇÃO - Combinação de vírus vivos e atenuados ESQUEMA VACINAL - 2 doses, com 12 e 15 meses PROTEÇÃO - Sarampo, caxumba, rubéola e Varicela CONTRAINDICAÇÕES - Uso de sangue e derivados ou imunoglobulina anterior ou nos 15 dias seguintes à aplicação da vacina, corticoterapia Essas vacinas não são contraindicadas em casos de alergia a ovo 10- FEBRE AMARELA CONSTITUIÇÃO - Vírus vivo e atenuado ESQUEMA VACINAL - Esquema de 2 doses, aos 9 meses e aos 4 anos de idade, sem necessidade de doses de reforço PROTEÇÃO - FEBRE AMARELA CONTRAINDICAÇÕES - Imunodeficiências congênitas ou adquiridas, e anafilaxia ao ovo 11- HEPATITE A CONSTITUIÇÃO - Vírus inativado ESQUEMA VACINAL - A partir dos 12 meses de idade em 2 doses, com intervalo de 6 meses entre elas PROTEÇÃO - HEPATITE A CONTRAINDICAÇÕES - Hipersensibilidade aos componentes da vacina 12- INFLUENZA CONSTITUIÇÃO - Vírus inativados e fragmentados ESQUEMA VACINAL - Está indicada para todas as crianças a partir dos 6 meses de idade A primovacinação de crianças com idade inferior a 9 anos deve ser feita com 2 doses, com intervalo de 1 mês entre elas ANUALMENTE PROTEÇÃO - GRIPE CONTRAINDICAÇÕES - Reações anafiláticas aos componentes da vacina, incluindo proteínas do ovo 04- Entender a puericultura Avaliar o indivíduo como um todo , focando na prevenção e acompanhamento do mesmo A Puericultura se baseia na consulta médica A META é fazer o diagnóstico e listar os problemas detectados, em relação à - Alimentação - Estado nutricional (desnutrição, anemia, obesidade) - Imunização - Crescimento, desenvolvimento neuropsicomotor e pubertário - Comportamento ALGUNS DADOS IMPORTANTES DA ANAMNESE SEQUÊNCIA DAS CONSULTAS PRECOCE → 3-7 DIAS SEGUNDA → FINAL DO 1º MÊS 1º SEMESTRE → MENSAL 2º SEMESTRE → 6, 9 E 12 MESES 2º ANO → TRIMESTRAL PRÉ ESCOLAR → SEMESTRAIS ESCOLAR → ANUAIS COMO DEVEM SER AS CONSULTAS 1º MÊS - Detectar crianças com risco físico/famílias em risco social - Avaliar icterícia, controlar o peso, revisar a técnica da amamentação (assistir a uma mamada) - Estabelecer empatia (sintonia com as dificuldades da mãe) e proporcionar apoio - Advertir contra o uso de chupeta pelo menos nas 3 primeiras semanas - Desnecessidade e desvantagens do uso de chá ou água nos intervalos das mamadas 1º ANO CRESCIMENTO → Acompanhar com as curvas de crescimento; completar a avaliação nutricional, observando vivacidade e humor, tônus muscular e turgor do subcutâneo DESENVOLVIMENTO → Marcos do desenvolvimento para a idade ___________________________________________________ A avaliação de possível icterícia, manobras de Ortolani para verificação de alterações nos quadris e o exame físico completo são feitos de rotina nas primeiras 48 horas de vida A primeira consulta médica deve ser abrangente, pois, além de uma anamnese pormenorizada e exame físico completo, deve ser bastante explicativa e tranquilizadora para a família