Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Mayra Alencar @maydicina | P3 MEDICINA UNIT AL [RESUMO|TUTORIA|-|UC7] ASSISTÊNCIA PÓS-PARTO APGAR • É um teste avaliado no primeiro e no quinto minutos de vida. • Avalia o estado geral e vitalidade do RN, ajudando a identificar se é necessário qualquer tipo de tratamento ou cuidado médico extra após nascimento. • O normal é que um bebê saudável nasça, no mínimo, com uma pontuação de 7 ao primeiro minuto. • Este tipo de pontuação inferior a 10 é bastante comum e acontece porque a maioria dos bebês precisa ser aspirado para retirar todo o líquido amniótico dos pulmões antes de conseguir respirar normalmente. No entanto, por volta dos 5 minutos é comum que o valor aumente para os 10. • O surgimento de uma pontuação inferior que 7, ao 1º minuto, é mais comum em bebês que nasceram: o Após gravidez de risco; o Por cesárea; o Após complicação de parto; o Antes das 37 semanas. • Nestes casos, a pontuação inferior não é motivo de preocupação, no entanto, deve aumentar após 5 minutos. SÍFILIS CONGÊNITA • A sífilis é uma doença infectocontagiosa, sexualmente transmissível, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode também ser transmitida verticalmente, ou seja, da mãe para o feto, por transfusão de sangue ou por contato direto com sangue contaminado. • Geralmente assintomática, tratada com Penicilina (benzatina, procaína ou cristalina). • Caso suspeito: gestante que durante pré-natal apresente evidência clínica de sífilis, ou teste não treponêmico reagente com qualquer titulação. • Caso confirmado: gestante que apresente teste não treponêmico reagente com qualquer titulação e teste treponêmico reagente, independente de qualquer evidência clínica, realizadas durante o pré-natal; gestante com teste treponêmico reagente e teste não treponêmico não reagente ou não realizado, sem registo de tratamento prévio. • Deve-se tratar a sífilis adquirida e sífilis na gestante para evitar a sífilis congênita. • A persistência de resultados reagentes em testes não treponêmico com títulos baixos (1:1 a 1:4) durante um ano após o tratamento, quando descartada nova exposição de risco durante o período analisado, é chamada de “cicatriz sorológica” e não caracteriza falha terapêutica. • Todas as crianças expostas de mães que não foram tratadas, ou que receberam tratamento não adequado, ou, ainda, aquelas com alterações ao exame físico devem ser submetidas a avaliação adicional: o Amostra de sangue: hemograma, perfil hepático e eletrólitos; 2 Mayra Alencar @maydicina | P3 MEDICINA UNIT AL ▪ Anormalidades hematológicas podem incluir anemia, trombocitopenia e leucopenia ou leucocitose. o Avaliação neurológica, incluindo punção líquorica: celularidade, proteinorraquia e teste não treponemico quantitativo; o RX de ossos longos; o Avaliação oftalmológica e audiológica. CLASSIFICAÇÃO DO RECÉM NASCIDO Qualquer dos métodos usados para obter a idade gestacional permite classificar os RN em: • Prematuros/pré termo: idade gestacional inferior a 37 semanas • A termo: idade gestacional entre 37 e 41 semanas e 6 dias • Pós termo: idade gestacional igual ou maior que 42 semanas Quando associamos o peso à idade gestacional, o RN é classificado segundo o seu crescimento em peso intrauterino: • RN grande para a idade gestacional: Peso acima do percentil 90 – GIG (grande para ig) • RN adequado para a idade gestacional: peso entre o percentil 10 e 90 – AIG (adequado para ig) • RN pequeno para a idade gestacional: peso abaixo do percentil 10 – PIG (pequeno para ig) FR ideal de acordo com a idade: • < 2 meses: FR ≥ 60 irpm; • 2 a 11 meses: FR ≥ 50 irpm; • 1 a 4 anos: FR ≥ 40 irpm. Altura ideal ao nascer: 48 a 52cm. IMC A classificação de magreza, sobrepeso e obesidade encontra-se no gráfico IMC/idade. ALVO GENÉTICO TRIAGEM NEONATAL TESTES Teste do Pezinho Teste feito idealmente entre o 3º e 5º dia de vida e serve de triagem para identificar fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, deficiência de biotinidase e hiperplasia adrenal congênita. Teste da Orelhinha O exame é feito, geralmente, no segundo ou terceiro dia de vida do bebê e identifica problemas auditivos no recém-nascido. Teste do Olhinho É um exame simples, rápido e indolor, que consiste na identificação de um reflexo vermelho, que aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê. Pode detectar qualquer alteração que cause obstrução no eixo visual, como catarata, glaucoma congênito e outros problemas – cuja identificação precoce pode possibilitar o tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão. A recomendação é que seja feito logo após o nascimento. 3 Mayra Alencar @maydicina | P3 MEDICINA UNIT AL Teste do Coraçãozinho Todo bebê tem direito de realizar o teste de coraçãozinho ainda na maternidade, entre 24h a 48h após o nascimento. O teste é simples, gratuito e indolor. Consiste em medir a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos do recém-nascido com o auxílio de um oxímetro - espécie de pulseirinha - no pulso e no pé do bebê. Caso algum problema seja detectado, o bebê é encaminhado para fazer um ecocardiograma. Se alterado, é encaminhado para um centro de referência em cardiopatia para tratamento. ALEITAMENTO MATERNO • Aleitamento materno exclusivo: quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos. • Aleitamento materno predominante: quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais. • Aleitamento materno ou ordenhado: quando a criança recebe leite materno (direto da mama, independentemente de receber ou não outros alimentos) • Aleitamento materno complementado do leite materno: quando a criança recebe, além, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. Nessa categoria a criança pode receber, além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não é considerado alimento complementar. • Aleitamento materno misto ou parcial: quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite. Benefícios • Evita mortes infantis • Evita diarreia • Evita infecções respiratórias • Diminui os riscos de alergia • Diminui os riscos de hipertensão, colesterol alto e diabetes • Reduz as chances de obesidade • Melhor nutrição • Melhor desenvolvimento da cavidade bucal • Protege contra o câncer de mama • Evita gravidez • Melhor custo/benefício • Fortalece o vínculo do bebê com a mãe Contraindicações Absolutas/Definitivas HIV, HTLV 1 e 2, radiofármacos, antineoplásicos (para tratar câncer), galactosemia (quando a criança não pode ingerir leite humano ou qualquer lactose) Relativas/Temporárias Citometalovírus (CMV), Herpes simples e Herpes Zoster, Varicela, Hepatite C, Hanseníase, Doença de Chagas, Abcesso mamário, Consumo de álcool e drogas, Vacina de febre amarela (suspender amamentação por 10 dias) NEUROFISIOLOGIA DA LACTAÇÃO (HORMÔNIOS ENVOLVIDOS) • Estrogênio + hormônios da tireoide + corticoides adrenais + insulina = desenvolvimento das mamas (acentuado através da ação da progesterona, que também produz a proliferação do ducto) • Durante a gestação, os hormônios progesterona e estrogênio ajudam na proliferação dos alvéolos • Sucção estimula hipotálamo a secretar fator liberador de prolactina • Hipófise anterior libera prolactina (que aumentará a partir da 5ª semana de gestação. Após o nascimento aumenta de 10 a 20x em relação ao nível normal) que promove a secreção do leite. • Secreção de estrogênio e secreção de prolactina têm uma relação de feedback negativo entre elas • Logo após o parto os níveis deestrogênio e progesterona diminuem, permitindo o efeito lactogênio da prolactina na hipófise, assumindo seu papel natural na secreção do leite. • Produção do leite requer a secreção de outros hormônios: 4 Mayra Alencar @maydicina | P3 MEDICINA UNIT AL o Hormônio do crescimento o Cortisol o Hormônio paratireoides o Insulina PEGA IDEAL • Mais aréola visível acima da boca do bebê; • Boca bem aberta; • Lábio inferior virado para fora; • Queixo tocando a mama. COMPARAÇÃO NUTRICIONAL ENTRE LEITE MATERNO E LEITE DE VACA ICTERÍCIA Designa a coloração amarelada da pele e/ou conjuntivas, sendo definida como a concentração sérica de bilirrubina indireta (BI)> 1,5 mg/ dL ou de bilirrubina direta (BD) > 1,5 mg/dL, desde que esta represente mais do que 10% do valor de bilirrubina total (BT). É visível na avaliação clínica quando o nível de BT sérica excede 5 mg/ dL. No RN, a maioria dos casos de icterícia decorre de um aumento da fração indireta, ou livre, da bilirrubina (BI) e apresenta uma evolução benigna. Na prática, 85% dos RN a termo, e também a maior parte dos prematuros, desenvolvem icterícia clínica. 5 Mayra Alencar @maydicina | P3 MEDICINA UNIT AL A icterícia fisiológica ocorre por dois motivos. Primeiro, os glóbulos vermelhos do recém-nascido se decompõem mais rapidamente que em bebês mais velhos, o que resulta em um aumento da produção de bilirrubina. Segundo, o fígado do recém-nascido não amadureceu ainda e não consegue processar a bilirrubina e eliminá-la do organismo de maneira tão eficaz quanto os bebês mais velhos. Quase todos os recém-nascidos têm icterícia fisiológica. Ela normalmente surge dois a três dias após o nascimento (a icterícia que surge nas primeiras 24 horas após o nascimento pode ser devida a um distúrbio grave). A icterícia fisiológica em geral não causa outros sintomas e se resolve no prazo de uma semana. Se o bebê permanecer ictérico além de duas semanas de idade, o médico avalia o bebê para tentar detectar outras causas de hiperbilirrubinemia além da icterícia fisiológica. → Início tardio, após 24h de vid → Sinal isolado (sem anemia, viceromegalia e alteração do estado geral) → Conduta: o RN termo: acompanhar, orientar os pais. o RN pré-termo: considerar fototerapia. A icterícia associada à amamentação se desenvolve nas duas primeiras semanas de vida e normalmente se resolve na primeira semana. Ela ocorre em recém-nascidos que não consomem leite materno suficiente, por exemplo, quando o leite materno ainda não está sendo produzido em quantidade suficiente. Esses recém-nascidos têm menos evacuações e, assim, eliminam menos bilirrubina. À medida que os recém-nascidos continuam a amamentar e a consumir mais leite, a icterícia desaparece por conta própria. A icterícia do leite materno é diferente da icterícia associada à amamentação, pois ela tende a ocorrer mais para o final da primeira semana de vida e pode se resolver até a segunda semana de vida ou persistir por vários meses. A icterícia do leite materno é causada por substâncias no leite materno que interferem com o processo que o fígado segue para eliminar a bilirrubina do organismo. → Inicia no 3º dia. → Níveis máximos entre o 10º e o 15º dias. → Diagnóstico clínico e de exclusão. → Normaliza na terceira semana. A icterícia por doença hemolítica por ABO é mais frequente e mais benigna que de Rh e pode passar despercebida. A mãe geralmente é do grupo O e o RN do grupo A ou B. → Icterícia é fisiológica apenas até a Zona 3, a partir disso é patológica. o Prematuro depois de 36h, se for Zona 4, pode ser fisiológico. → Exames no pré-natal: classificação sanguínea da gestante e do marido; pesquisa de titularidade de anti-A ou anti- B no sangue materno (títulos altos elevam o risco de incompatibilidade ABO). → Exames após nascimento: classificação sanguínea do RN e da genitora (Usualmente: Mae O, RN A ou B); teste de coombs direto no RN (negativo ou fracamente positivo); eritrograma, contagem de reticulócitos e eritroblastos, e morfologia das hemácias. → BTF, pesquisa de anti-A ou anti-B adsorvidos às hemácias no RN (técnica do Eluato), imune-Ac anti-A ou anti-B na mãe. A icterícia por doença hemolítica por Rh é menos frequente e mais grave que a ABO. Seu quadro clínico é mais precoce e raramente ocorre sensibilização na primeira gravidez. A mãe é Rh negativo e o RN é Rh positivo. → Exames no pré-natal: classificação sanguínea da gestante e do marido; teste de coombs indireto. → Exames após nascimento: classificação sanguínea do RN e da genitora. (RN: Rh + / Genitora: Rh -); teste de coombs direto no RN (positivo); teste de coombs indireto na genitora (positivo); eritrograma, reticulócitos e eritroblastos, e morfologia das hemácias. → Tratamento: fototerapia 6 Mayra Alencar @maydicina | P3 MEDICINA UNIT AL o Complicações do tratamento: alteração do equilíbrio hídrico, temperatura, erupção cutânea, lesão ocular, alterações hematológicas, choque elétrico, bronzeamento. → Exsanguíneo-transfusão também como tratamento. • 100% das incompatibilidades de Rh, coombs dá positivo. • O aparecimento de icterícia nas primeiras 24 a 36 horas de vida alerta para a presença de doença hemolítica por incompatibilidade sanguínea Rh ou, menos frequentemente, ABO, sendo anemia e reticulocitose indicativos da hemólise. • Hiperbilirrubinemia indireta pode causar kernicterus. • Hiperbilirrubinemia direta indica doença hepática grave. • Por que RN faz icterícia? o Imaturidade hepática o Aumento da reabsorção intestinal o Vida media dos eritrócitos fetais é baixa o Volume das células sanguíneas é alto no RN o RN produz mais bilirrubina direta que adulto EXAMES Caso as concentrações de bilirrubina estejam elevadas, outros exames de sangue são realizados. Eles costumam incluir: • Hematócrito (percentual de glóbulos vermelhos no sangue) • Exame microscópico de sangue para procurar por sinais de que houve hemólise dos glóbulos vermelhos • Número de reticulócitos (o número de glóbulos vermelhos novos formados) • Teste de Coombs direto (que verifica certos anticorpos presos a glóbulos vermelhos) • Medição de diferentes tipos de bilirrubina • Tipo sanguíneo e Rh (positivo ou negativo) do recém-nascido e da mãe TESTE DE COOMBS O teste de coombs é um tipo de exame de sangue que avalia a presença de anticorpos específicos que atacam as células vermelhas do sangue, provocando a sua destruição e podendo levar ao surgimento de um tipo de anemia conhecida como hemolítica. Existem dois tipos principais deste exame, que incluem: • Teste de Coombs direto: avalia diretamente as células vermelhas do sangue, verificando se há anticorpos ligados à hemácia e se esses anticorpos são derivados do próprio sistema imune da pessoa ou recebidos por transfusão. Esse teste normalmente é realizado para detectar anemias hemolíticas autoimunes; • Teste de Coombs indireto: avalia o plasma do sangue, identificando os anticorpos ali presentes, e geralmente é solicitado em situações de transfusão, para garantir que o sangue que vai ser doado é compatível com quem está recebendo. O resultado do teste de Coombs é negativo quando não existe o anticorpo que provoca a destruição dos globos vermelhos, e por isso é considerado um resultado normal. 7 Mayra Alencar @maydicina | P3 MEDICINA UNIT AL SIBILÂNCIA DO LACTENTE Quadro clínico Descrição Asma Doença crônica das vias aéreas caracterizada por obstrução ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento. Clinicamente, expressa-se por episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse. Bronquiolite aguda Principalmente de etiologia viral, predomínio em lactentes. Além de sibilância, apresenta comumente, taquipneia e aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax. Pneumonia Não é comum, mas nas etiologias virais a pneumonia pode apresentar sibilância durante a infecção aguda.Aspiração de corpo estranho Pode causar sibilância uni ou bilateral. Uma história de início agudo, que não melhora com broncodilador, é um dado que auxilia no diagnóstico. Tuberculose Os gânglios infartados podem levar à obstrução das vias aéreas nas crianças pequenas com tuberculose e acarretar sibilância. Pneumonia aspirativa É causada por aspiração de líquido, conteúdo gástrico ou corpo estranho. Fibrose cística Doença genética que se caracteriza por muco espesso nas glândulas exócrinas, cursando com bronquite crônica. No lactente, é causa de tosse crônica e sibilância. OBS: Em crianças com menos de 1 ano de idade, outras causas de sibilância são: insuficiência cardíaca, refluxo gastroesofágico, doença pulmonar congênita (broncodisplasia), entre outras. PNEUMONIA Sinais para diagnóstico de PAC • Tosse • Febre • Taquipneia • Tiragem subcostal • Estertores finos (crepitações) • Dor torácica Sinais de perigo – internação imediata • Falha na resposta ao tratamento ambulatorial e domiciliar por baixo nível socioeconômico e dificuldade na administração da medicação. Pneumonia grave • Crianças de 2 meses a 5 anos • Tiragem subcostal Pneumonia muito grave • Recusa e dificuldade para ingerir líquidos • Gemência • Batimentos da asa do nariz • Cianose Solicitação de radiografia em pneumonia • Se há dúvida de diagnóstico, embora radiografia normal não exclua pneumonia e radiografia anormal pode ser interpretada como normal; • Pneumonia com hipoxemia, desconforto respiratório e outros sinais de gravidade; • Falha na resposta ao tratamento em 48 a 72h ou se piora progressiva, para verificar se há complicações (empiema, pneumotórax, escavação); • Paciente hospitalizado (PA e perfil) Não deve ser realizada após tratamento com boa resposta clínica. 8 Mayra Alencar @maydicina | P3 MEDICINA UNIT AL DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO RN SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO DE MECÔNIO • Muito comum em bebês pós-termo. • A aspiração do mecônio leva a fenômenos obstrutivos e inflamatórios. • Quando o mecônio é muito espesso, pode ocorrer obstrução de grandes vias aéreas, levando a quadro de sufocação. • Quando as partículas são menores, há obstrução de vias aéreas distais, com aparecimento de atelectasias. • A ação inflamatória local do mecônio resulta em pneumonite química e necrose celular. Esse quadro pode ser agravado por infecção bacteriana secundária. TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA DO RN (PULMÃO ÚMIDO) • A TTRN ou síndrome do pulmão úmido é caracterizada por um desconforto respiratório leve a moderado, geralmente de evolução benigna, decorrente de retardo na absorção do líquido pulmonar após o nascimento. • Entre os sinais clínicos de aumento do trabalho respiratório, o mais evidente é a taquipneia. • O desconforto respiratório inicia-se nas primeiras horas após o nascimento, melhorando a partir de 24 a 48 horas. • O quadro clínico é muito semelhante ao da SDR leve, sendo muito difícil fazer clinicamente o diagnóstico diferencial. SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO (MEMBRANA HIALINA) • A SDR é a afecção respiratória mais frequente no RN pré-termo, sendo mais comum nos RN prematuros com menos de 28 semanas de gestação, do sexo masculino, em filhos de mãe diabética e nos que sofreram asfixia ao nascimento. • A deficiência quantitativa e qualitativa do surfactante alveolar é a principal causa. DIARREIA A diarreia é caracterizada pela evacuação frequente de fezes líquidas, acompanhadas de uma perda excessiva de líquidos e eletrólitos, principalmente sódio e potássio CAUSAS: • Trânsito excessivamente rápido dos conteúdos intestinais através do intestino delgado • Digestão enzimática diminuída de alimentos • Absorção diminuída de líquidos e nutrientes • Secreção aumentada de líquidos no TGI 1. Diarreia Osmótica – causada pela presença no trato intestinal de solutos osmoticamente ativos que são pouco absorvidos porque as vilosidades irão ser prejudicadas. A água vai sair das células p tentar dissolver e não consegue voltar depois. a. Ex: diarreias que acompanham a síndrome do esvaziamento rápido e após a ingestão de lactose na presença de uma deficiência de lactase. 2. Diarreia secretória – resultado da secreção ativa de eletrólitos e água pelo epitélio intestinal. a. Causadas por exotoxinas bacterianas, vírus, secreção de hormônio intestinal aumentada. b. Não são aliviadas pelo jejum 3. Diarreia exsudativa – estão sempre associadas à lesão na mucosa, o que leva ao extravasamento de muco, sangue e proteínas plasmáticas com um acúmulo de líquido de eletrólitos e água no intestino a. Ex: diarreias associadas à colite ulcerativa crônica e enterite por radiação 4. Diarreia motora – resulta de alterações motoras que levam ao trânsito intestinal acelerado ou por redução da área absortiva, ação do sistema nervoso entérico. a. Ex: em caso de nervosismo. 9 Mayra Alencar @maydicina | P3 MEDICINA UNIT AL DESIDRATAÇÃO 10 Mayra Alencar @maydicina | P3 MEDICINA UNIT AL IMUNIZAÇÃO COMPOSIÇÃO DAS VACINAS Agentes vivos atenuados Agentes inativados (não vivos) Replicação no organismo → sintomas leves. Sem replicação → menos efeitos colaterais. Resposta intensa e duradoura • BCG, tríplice viral, febre amarela, VOP, varicela Menor estimulação, necessita de reforços. • Microorganismos mortos (pertussis – coqueluche) • Toxinas inativadas (difteria, tétano) • Polissacarídeos capsulares (pneumococo) CONTRAINDICAÇÃO DE VACINAS • Imunodeficiência congênita ou adquirida; • Neoplasias malignas; • Corticoterapia: esquema imunossupressor; o Prednisona > 3mg/kg/dia, 2 ou + semanas • Tratamento imunossupressor: quimio ou radioterapia; • Paciente em reposição de imunoglobulina endovenosa; • Anafilaxia anterior; • Doenças agudas febris graves. OBS: alergia à ovo (componente de algumas vacinas como tríplice viral, gripe e febre amarela) não é uma contraindicação, a criança deve ser vacinada. 11 Mayra Alencar @maydicina | P3 MEDICINA UNIT AL CALENDÁRIO VACINAL BÁSICO – PNI IDADE VACINA DOSE Ao nascer BCG dose única Hepatite B dose ao nascer 2 meses Pentavalente = DTP + HiB + HepB 1ª dose VIP 1ª dose VORH (rotavírus) 1ª dose Pneumocócica-10v 1ª dose 3 meses Meningocócica-C 1ª dose 4 meses Pentavalente = DTP + HiB + HepB 2ª dose VIP 2ª dose VORH (rotavírus) Pneumo-10v 2ª dose 2ª dose 5 meses Meningo-C 2ª dose 6 meses Pentavalente = DTP + HiB + HepB VIP 3ª dose 3ª dose 9 meses Febre Amarela 1ª dose 12 meses Tríplice Viral = SCR Pneumo-10v Meningo-C 1ª dose Reforço Reforço 15 meses Tetra Viral = SCR + Varicela Hepatite A DTP VOP 2ª dose Dose única 1° reforço Reforço 6m – 5a Influenza sazonal 0 – 1 mês 4 anos DTP VOP Varicela Febre Amarela 2º reforço Reforço Reforço Reforço 9 – 13 anos HPV Meningo C Dose inicial + reforço (6 meses) • Para ajudar na memorização: o As vacinas de 2 e 4 meses são iguais. o O de 6 meses é igual de 2 e 4, mas tira o rotavírus e o pneumo-10v. o As vacinas de 3 e 5 meses são iguais. 12 Mayra Alencar @maydicina | P3 MEDICINA UNIT AL • BCG: bacilo atenuado de mycobacterium bovis. o Recomendada para RN > 2kg o Contraindicada em casos de lesão dermatológica extensa, imunodeficiência e > 5 anos não vacinadas. • RN de mãe portadora de HBV (hepatite B) deve ser vacinado nas primeiras 12h de vida e receber imunização passiva (imunoglobulina) simultaneamente em outro sítio, se possível nas primeiras 24 horas. • DTP (toxóide tetânico e diftérico inativados + bacilos mortos de pertussis) é para crianças menores de 7 anos e o reforço depois dessa idade é feito pela dT a cada 10 anos. A diferença está na quantidade de toxóides (a com D maiúsculo tem mais toxóides para difteria), e na dT não tem o componente pertussis. o Se a criança tem antecedente de choque anafilático, convulsão,choque hipotônico-hiporresponsivo ou encefalopatia nas doses anteriores, utilizar vacina acelular se disponível; caso contrário, DT em menores de 7 anos e dT nos adultos. o DTPa = cultivada em meio acelular o DTPw = convencional, cultivada em meio celular • Pentavalente (DTP + Hib + HB) é composta por toxóide diftérico, toxóide tetânico, bactérias mortas, polissacarídeo capsular da bactéria e antígeno de superfície do vírus HB. Aplicação a partir dos 2 meses. • POLIOMIELITE. o VIP (Salk): Inativada. Intramuscular nas 3 primeiras doses. Vírus inativado. ▪ Vacina de preferência na administração de todas as doses. o VOP (Sabin): vacina oral atenuada bivalente nas doses subsequentes + reforço (15 meses e 4 anos). 3 tipos de vírus atenuado + neomicina, eritromicina e estreptomicina. ▪ Eliminação de vírus nas fezes por 4-6 semanas ▪ Risco de pólio vacinal se administrada em adultos • Hexavalente (DTP + Hib + HB + VIP) é composta por toxóide diftérico, toxóide tetânico, bact. mortas, polissacarídeo capsular da bactéria, antígeno de superfície do vírus HB, vírus da Polio inativado. o Acelular o A partir dos 2 meses o Intramuscular profunda • Rotavírus: vírus vivo atenuado. o Via oral em duas doses (2 e 4 meses ou com intervalo mínimo de 4 semanas) o Não se recomenda aplicação após 5 meses! • Tríplice e tetra viral: vírus vivo atenuado de sarampo, caxumba e rubéola. o Subcutânea em dose única (12 meses) o Tetra viral (+ varicela), subcutânea, aos 15 meses. PUBERDADE ESTAGIAMENTO DE TANNER Considera-se atraso puberal a ausência de caracteres sexuais secundários em meninas a partir dos 13 anos; e em meninos a partir dos 14 anos. A monitorização do desenvolvimento puberal é feita pela classificação de Tanner, que estudou e sistematizou a sequência dos eventos puberais em ambos os sexos, em cinco etapas, considerando, quanto ao sexo feminino, o desenvolvimento mamário e a distribuição e a quantidade de pelos; e no masculino, o aspecto dos órgãos genitais e também a quantidade e a distribuição dos pelos pubianos. 13 Mayra Alencar @maydicina | P3 MEDICINA UNIT AL MAMAS (FEMININO) • M1 - mama infantil. • M2 (8-13 anos) - fase de broto mamário, com elevação da mama e aréola como pequeno montículo. • M3 (10-14 anos) - maior aumento da mama, sem separação dos contornos. • M4 (11-15 anos) - projeção da aréola e das papilas para formar montículo secundário por cima da mama. • M5 (13-18 anos) - fase adulta, com saliência somente nas papilas. PELOS (FEMININO) • P1 – fase de pré-adolescência (não há pelugem). • P2 (9-14 anos) – presença de pêlos longos, macios e ligeiramente pigmentados ao longo dos grandes lábios. • P3 (10-14,5 anos) – pêlos mais escuros e ásperos sobre o púbis. • P4 (11-15 anos) – pelugem do tipo adulto, mas a área coberta é consideravelmente menor que a do adulto. • P5 (12-16,5 anos) – pelugem do tipo adulto, cobrindo todo o púbis e a virilha. PELOS (MASCULINO) • P1 – fase de pré-adolescência (não há pelugem). • P2 (11-15,5 anos) – presença de pêlos longos, macios e ligeiramente pigmentados na base do pênis. • P3 (11,5-16 anos) – pêlos mais escuros e ásperos sobre o púbis. • P4 (12-16, 5 anos) – pelugem do tipo adulto, mas a área coberta é consideravelmente menor que a do adulto. • P5 (15-17 anos) – pelugem do tipo adulto, estendendo-se até a face interna das coxas. GENITÁLIA (MASCULINO) • G1 (9,5-13,5 anos) – pré-adolescência (infantil). • G2 (10-13,5 anos) – crescimento da bolsa escrotal e dos testículos, sem aumento do pênis. • G3 (10,5-15 anos) – ocorre também aumento do pênis, inicialmente em toda a sua extensão. • G4 (11,5-16 anos) – aumento do diâmetro do pênis e da glande, crescimento dos testículos e do escroto, cuja pele escurece. • G5 (12,5-17 anos) – tipo adulto
Compartilhar