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EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS

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Quanto às melhores metodologias para a educação não formal é
correto afirmar que são:
c.
Metodologias ativas
O Pedagogo deve atentar para a formação moral na
sua prática na educação não formal se baseando
principalmente:
NAS DISCUSSOES SOBRE A ETICA
No que se refere aos resultados esperados na educação não formal é
correto afirmar que:
b.
Aprendizagens que priorizem a coletividade.
Dentre as contribuições das tecnologias digitais de
informação e comunicação para as atividades
educativas não formais está:
APRENDIZAGEM COLABORATIVA
Os espaços de educação não formal, conforme Simson, Park e
Fernandes (2001), deverão ser desenvolvidos de acordo com alguns
princípios:
a.
Visar o desenvolvimento social.
MARQUE A CORRETA
A internet não facilita as relações entre as pessoas contribuindo
para que elas se comuniquem. (DIZ O DEVER)
e.
Por intermédio da Web as pessoas podem se conectar rompendo
com as barreiras do espaço, mas não as barreiras do tempo. (PRA
MIM ESSA)
MARQUE A CORRETA
A didática adotada pelas instituições — escolares ou não — deve
estar voltada para a compreensão da realidade e dos saberes
comunitários.
Dentre os principais atributos da educação não formal está:
c.
Conhecimentos repassados por meio de práticas e experiências
anteriores.
Quanto à finalidade a educação não formal é correto
afirmar:
d.
Capacitação dos indivíduos para que se tornem cidadãos do mundo,
no mundo.
Marque a alternativa correta:
a.
A educação popular, conhecida e aprofundada a partir das ideias de
Paulo Freire, surge para confirmar que a prática de ensino
ultrapassa o espaço escolar.
MOD 1
A educação faz parte da vida do indivíduo desde o
nascimento, acompanha-o ao longo de toda sua trajetória e é
fundamental para a constituição de humanidade. Os
indivíduos são educados a partir de convivência e de
interações nos grupos socioculturais de que participam, bem
como nas instituições sociais. Assim, são educados em
espaços informais, formais e não formais, cada uml com
características e objetivos distintos para a formação pessoal.
A educação é parte importante da vida e constituinte da
humanidade dos
sujeitos. As pessoas são educadas a partir das relações e
interações que
vivenciam desde que nascem, nos mais diversos grupos
sociais e instituições.
Nessas experiências, elas se apropriam das normas de
convivência social, de
conceitos e sentidos. Assim, acabam por produzir a sua
subjetividade e a
sua própria identidade. Existe uma classificação dos
processos educacionais
segundo a seguinte tipologia: educação formal, educação
não formal e
educação informal. Cada ambiente educativo apresenta suas
particulari
dades,
que precisam ser conhecidas pelo pedagogo
a educação é central no processo
de humanidade
Os in
divíduos
precisam se apropriar dos elementos que fazem parte da
cultura a
que pertencem, aprender sobre as regras de convivência, o
idioma, os papéis
sociais; enfim, estão em constante aprendizado para que
possam (sobre)viver.
Para entender com maior profundidade o quanto a educação
é humani
zadora
o quanto implica e define a humanidade, considere os itens a
seguirentorno;
historicidade;
.
pensamento;
.
linguagem;
.
cultura;
.
interação;
.
intencionalidade;
.
auto-organização;
.
autonomia;
.
emancipação.
.
Portanto,
as pessoas são educadas também com a finalidade de
contribuírem com o
grupo a que pertencem, para que ele alcance determinados
objetivos sociais
Por meio das variadas operações que realiza com sua
mente, o homem
pode memorizar, selecionar, classificar, analisar, discernir,
refletir e criticar
o que aprende. Dewey (1979, p. 159) definiu que o “[...]
pensar é o esforço
intencional para descobrir as relações específicas entre uma
coisa que fazemos
e a consequência que resulta, de modo a haver continuidade
entre ambas”.
Assim, como seres pensantes, os sujeitos podem ser
educados por meio da
compreensão dos resultados de suas ações. Ou seja, eles
aprendem a ser huma
nos,
a ter empatia com os outros — ou pelo menos deveriam
aprender assim.
A cultura pode ser compreendida como todos os
ensinamentos
repassados por aqueles que integram os grupos sociais.
Assim, os sujeitos
são educados a partir do que esses grupos entendem como
certo e errado,
como útil e proveitoso para o seu desenvolvimento. As
pessoas aprendem
sobre os valores morais e sobre as regras sociais que se
estabeleceram ao
longo das gerações anteriores
A educação formal é aquela que é desenvolvida nas escolas,
com conteúdos
previamente demarcados; a informal como aquela que os
indivíduos apren
dem
durante o seu processo de socialização — na família, bairro,
clube,
amigos, etc. — carregada de valores e culturas próprias, de
pertencimento
e sentimentos herdados; e a educação não formal é aquela
que se apende no
“mundo de vida”, via os processos de partilha de
experiências, principalmente
em espaços e ações coletivas cotidianas.
A educação formal é aquela que se realiza a partir da
instituição social
conhecida como escola
na educação formal, embora
todos da escola de alguma maneira participem dos
processos educativos que
ali ocorrem, o educador principal é o professor; o local é a
própria escola; o
contexto, a forma como a educação ocorre, está prescrito e
regulado pelas
práticas curriculares que o sistema educacional propõe; e as
finalidades e
objetivos são constitucionais e envolvem a preparação para a
cidadania, o
desenvolvimento pleno e a qualificação para o trabalho.
Os seus resultados costumam se aliar às demandas de
formação exigidas
em cada época histórica, que envolvem participar do
processo civilizatório e
preparatório para viver de forma produtiva na sociedade
educação não formal, por sua vez, é aquela que ocorre a
partir das neces
sidades
ou vivências a que o indivíduo se expõe ao longo da vida
igrejas, em associações de bairro, nas ações voluntárias
realizadas em organizações
da sociedade civil, em clubes, em grupos ou redes sociais
Assim, aquele que atua como educador nesses espaços
deve estar apto a
realizar planejamentos flexíveis e adaptáveis aos objetivos
requeridos e às
condições de cada local
“[...] consciência e organi
zação
de grupo; construção e reconstrução de concepções;
sentimento de
identidade; formação para a vida; resgate do sentimento de
valorização
de si próprio; os indivíduos aprendem a ler e interpretar o
mundo que os
cerca”.
A educação não
formal funciona, nesse caso, como complementar à ação da
educação formal
realizada na escola
A educação informal, por sua vez, é aquela com que as
pessoas se deparam
desde o nascimento, que ocorre ao longo da vida, de forma
menos organizada
ou sistematizada que as demais, sendo seu principal ícone a
família.
A seguir, veja alguns pontos importantes da educação
informal que se
inicia na família — independentemente de sua configuração
— e é reforçada
nos demais grupos sociais desde a infância (SAYÃO, 2013):
convivência com os outros;
.
transmissão da história;
.
valores;
.
tradições e costumes;
.
virtudes;
.
princípios morais.
.
A educação informal contribui diretamente para a formação
da persona
lidade
e da identidade do sujeito, fornecendo a ele parâmetros
morais para
conviver e discernir entre o certo e o errado
Assim, o indivíduo é introduzido
na cultura e no pertencimento aos grupos culturais de que
faz parte. Essa base
educacional contribui para que as pessoas sejam
bem-sucedidas nos processos
educacionais formais e não formais.
No auge da sociedade do conhecimento e da informação, a
educação
formal passa a se revestir de importância também para a
formação de outros
aspectos da vida. Nesse contexto, a escola adquire grande
importância para
a condução de programas e projetos intersetoriais que
envolvem áreas como
a da saúde e a da assistência social.
A educação não formal, por sua vez, aliada aos esforços da
escola, visa a
complementar a formação específica para determinados
objetivos pessoais.
Cada vez mais, ampliam-se os espaços da educação não
formal. Neles, o
pedagogo pode planejar e desenvolver programas e projetoseducacionais com
maior ou menor grau de estrutura e sistematização.
A educação não formal está muito interligada com as
questões que dizem
respeito à formação política e social, contribuindo para a
constituição de
sujeitos críticos, que desenvolvam uma postura de luta pela
manutenção de
seus direitos e da própria democracia. A ideia é formar
sujeitos capazes de
realizar leituras de mundo diferentes daquela voltada para o
dinheiro e para
o consumo, típica dos tempos atuais
Do mesmo modo, a educação não formal pode se voltar para
a prepa
ração
para o mundo do trabalho e para o aprimoramento de
competências,
que tanto pode ocorrer no interior das organizações públicas
e privadas
quanto fora delas, em escolas profissionalizantes que
desenvolvem projetos
educacionais com jovens e adultos.
Além disso, a educação não formal se expande para outros
espaços da
área da saúde, como hospitais e clínicas interdisciplinares,
além de centros de
atendimento psicossocial. Ela também integra espaços da
assistência social,
como os Centros de Referência de Assistência Social (Cras)
existentes nos
municípios brasileiros.
MOD 2
O ser humano se constitui a partir de suas vivências entre os
grupos sociais e culturais que participa, bem como, das
experiências que vivencia nos ambientes informais e não
formais da educação. Assim, os componentes culturais são
perpassados aos indivíduos nas interações sociais que se
envolvem ao longo da vida. Nos espaços culturais existentes
nas comunidades em que se vivem, as pessoas se
apropriam de maneiras tidas como mais corretas de viver,
bem como, aprendem valores morais e habilidades que os
tornam aptas para a vida pessoal e para o trabalho.
A formação humana ocorre a partir das múltiplas relações
que as pessoas
experienciam ao longo da vida. Essas interações sociais
ocorrem nos
ambientes informais — como na família, no trabalho e nas
áreas de
lazer —, na escola e nos espaços de educação não formal.
Ao frequentar os espaços culturais da sua comunidade, você
aprende
novos saberes, se apropria de valores e aperfeiçoa a sua
humanidade,
o que o habilita a ser um cidadão melhor. Da mesma forma, a
cultura
envolve tudo aquilo que é ensinado nos grupos que você
frequenta, o
que se refere a ideias e formas de ser, pensar e viver.
Ao estudar a formação da humanidade dos sujeitos, ou seja,
o modo como
alguém se torna um ser humano pensante e diferenciado dos
demais seres
vivos, você deve considerar a cultura.
Porém, o conceito de cultura é muito abrangente e sofreu
modifi cações e reconfi gurações históricas que repercutem
diretamente na
contemporaneidade.
Na literatura do século XV, o termo “cultura” se associa ao
cultivo agrícola.
Até hoje, diz-se que as plantações são “cultivadas”.
A partir do século XVI, o conceito de cultura, que era
aplicado à
produção agrícola, é transposto para a mente humana. A
mente passa a ser
vista como o campo fértil em que ideias poderiam ser
cultivadas. Porém, esse
conceito de mente a ser cultivada se restringe aos indivíduos
e grupos com acesso
à educação escolarizada. Estabelece-se, então, uma
diferenciação entre aqueles
que seriam cultos (com elevado padrão de cultura e
civilização) e os demais.
Assim, a partir do conceito contemporâneo de cultura, você
pode con
siderar
que os indivíduos são educados pelos vários elementos que
estão
ao seu redor, pelas interações que realizam com as pessoas
e objetos e por
todos os formatos de comunicação, seja nas mídias
eletrônicas ou digitais.
Os sujeitos são constantemente expostos a manifestações
culturais no seu
cotidiano, a práticas que procuram fornecer ideias sobre o
mundo e sobre a
vida, que ensinam um jeito específico de ser.
A identidade é produzida a partir dessas representações e
dos significados apropriados dos grupos com que os sujeitos
convivem, seja
na família, com os amigos, na igreja, na escola, no trabalho,
nos espaços
públicos, nos programas televisivos, na internet, etc.
Devido às significativas manifestações da cultura e ao seu
impacto na vida
contemporânea, alguns autores utilizam a expressão
hibridismo cultural
(ou “hibridação cultural”) para indicar que existe uma grande
miscelânea
ou miscigenação entre as mais diversas culturas que formam
os sujeitos ao
longo de sua vida.
enfatiza que a cultura também é regulada e utilizada como
forma
de conduzir as condutas na sociedade. Assim, a partir dos
múltiplos canais
de informação a que estão expostos cotidianamente, os
sujeitos podem ser
subjetivados por novas ideias e conceitos que os façam
mudar sua trajetória,
colocando em cena novos pensamentos e atitudes
Entender como a cultura interfere na formação humana é
essencial. As
representações sobre o mundo, ou seja, os sentidos ou
significados que os
indivíduos atribuem às coisas, são ensinadas a eles a partir
das experiências
culturais que vivenciam. Assim, quando alguém defende que
uma etnia, por
exemplo, tem maior poder de representação social pois sua
cultura é melhor,
entram em cena atos de preconceito e discriminação
As trocas ocorrem nas relações
dos indivíduos nos locais que compõem a comunidade, a
partir das interações
entre seus membros. Esse fator contribui para que aqueles
que frequentam
ou compartilham um espaço cultural se alinhem com seus
principais pressu
postos.
A cultura tem um forte caráter pedagógico: as pessoas
aprendem com os grupos
sociais de que participam, sendo estes imprescindíveis para
a sua formação
Entretanto,
ainda fazem parte da formação dos sujeitos, desde a
infância, alguns espaços
comuns, não escolares, nos quais ocorrem interações sociais
e culturais sig
nificativas.
Entre eles, você pode considerar: igrejas, associações de
bairros,
centros comunitários, parques públicos, praças públicas,
bibliotecas, casas de
cultura e clubes esportivos.
Nesses espaços, as manifestações culturais costumam
ocorrer e podem,
dependendo da história de vida de cada um, contribuir para a
formação pessoal.
Com o surgimento da internet, o acesso mais facilitado à
informação e
a busca pelo conhecimento (com a possibilidade de pesquisa
em bibliotecas
virtuais), o fluxo de pessoas que frequentam as bibliotecas
públicas pode ter
diminuído. Porém, nos locais onde estas existem, é comum
haver centros de
aprendizado e manifestações culturais diversas, bem como
oficinas voltadas
para a arte (música, teatro, dança e artes visuais, por
exemplo). O contato com
a arte também contribui para que o sentido estético se
desenvolva, ou seja,
para que as percepções sejam ampliadas por meio dos
sentidos. A mesma coisa
ocorre nas casas de cultura existentes nos municípios, que
costumam propor
oficinas pedagógicas e apresentações culturais de todas as
ordens
Com o surgimento da internet, o acesso mais facilitado à
informação e
a busca pelo conhecimento (com a possibilidade de pesquisa
em bibliotecas
virtuais), o fluxo de pessoas que frequentam as bibliotecas
públicas pode ter
diminuído. Porém, nos locais onde estas existem, é comum
haver centros de
aprendizado e manifestações culturais diversas, bem como
oficinas voltadas
para a arte (música, teatro, dança e artes visuais, por
exemplo). O contato com
a arte também contribui para que o sentido estético se
desenvolva, ou seja,
para que as percepções sejam ampliadas por meio dos
sentidos. A mesma coisa
ocorre nas casas de cultura existentes nos municípios, que
costumam propor
oficinas pedagógicas e apresentações culturais de todas as
ordens
Outra forma de entender como ocorrem os processos de
formação humana
a partir das experiências sociais e culturais é por meio da
produtividade da
linguagem.
Ainda que sejam necessárias
estruturas cognitivas fi siológicas para tornar os sujeitos
aptos e capazes de
realizar as operações de pensamento cotidianas, é a partir
das palavras, do
discurso em si, que se constituem os signifi cados, as formas
como se atribuem
sentidos às coisas.
A experiência é que é caracterizada
pelo efeito de proporcionar algo, tocar, mexer de alguma
forma com emoções
e pensamentos
Assim, na lógica da sociedade da informação e do
conhecimento,as pessoas
despendem grandes esforços para se manterem informadas
sobre assuntos de
seu interesse, deixando, muitas vezes, de viver experiências
significativas que
lhes atravessem e produzam novos significados
Enquanto se encontram nessa busca por informações, os
sujeitos procuram
opinar sobre elas, o que também os envolve e dispersa em
relação às possibi
lidades
de experienciar outras situações. Um dos recursos mais
escassos na
sociedade atual é o tempo, pois o mundo do trabalho ocupa
um período cada
vez maior do dia das pessoas
Ao participar dos processos interativos que ocorrem nos
espaços formais,
informais e não formais da educação, o sujeito deve ter a
oportunidade de
viver experiências que o toquem e produzam efeitos em sua
formação e na
construção da sua subjetividade e de sua identidade
A educação formal pode ser resumida como aquela que está
presente no ensino
escolar institucionalizado, cronologicamente gradual e
hierarquicamente
estruturado, e a informal como aquela na qual qualquer
pessoa adquire e
acumula conhecimentos, através de experiência diária em
casa, no trabalho
e no lazer. A educação não formal, porém, define-se como
qualquer tentativa
educacional organizada e sistemática que, normalmente, se
realiza fora dos
quadros do sistema formal de ensino.
Existem processos educacionais importantes e fundamentais
para a forma
ção
humana que ocorrem nos mais diversos momentos, muitos
deles fora dos
muros escolares, seja nos ambientes informais, na família,
junto aos amigos,
nas horas de lazer. Tais processos também ocorrem nos
círculos sociais em que
as pessoas se engajam quando têm algum interesse
especial. Nesses espaços,
elas compartilham objetivos, como lutar por uma causa social
que apoiam,
pertencer a algum grupo cultural ou obter uma formação
profissional, ações
típicas da educação não formal
Como você pode perceber, uma experiência real e
significativa para a
formação dos sujeitos — que os capture e envolva tanto os
aspectos sensoriais
quanto os cognitivos — exige interromper o ritmo e a lógica
da sociedade
atual. Tal sociedade é caracterizada por um dinamismo
exagerado, uma busca
excessiva pelas informações e pelas sensações geradas nos
relacionamentos
virtuais, que, em alguns casos, acabam ocupando grande
parte da vida social
das pessoas. A lógica das redes sociais prevê a ligação em
rede dos sujeitos,
o que ocorre por meio de mecanismos de conexão e
desconexão de contatos,
denominados “amigos” nesses espaços. Porém, é importante
considerar se
essas conexões ou amizades virtuais têm o mesmo teor
daquelas encontradas
nas comunidades do mundo real.
mod 3
Para conhecer as metas e os desafios da educação não
formal, você precisa
compreender o conceito e as modalidades da educação.
Durante muito
tempo, a educação foi encarada como competência da
escola e restrita
ao ambiente escolar. Contudo, recentemente, a crescente
complexidade
da sociedade e a diversificação das atividades educativas
fizeram com
que o conceito de educação fosse revisto e ampliado.
Uma sociedade mais complexa traz novas demandas
educativas, que
precisam ser contempladas em diferentes espaços. Assim,
os meios de co
municação,
os movimentos sociais e os grupos sociais organizados
passam a
desempenhar um papel educativo em espaços não
escolares. Nesse contexto,
a educação passa a ser vista como um fenômeno
plurifacetado, que ocorre
em locais institucionalizados ou não, sob diferentes
modalidades
De acordo com a intencionalidade e a estruturação das
ações, há três moda
lidades
educativas distintas
Educação formal: tem objetivos educacionais explícitos e há
uma ação
educativa intencional e estruturada. A educação escolar é
um exemplo
desse tipo de educação.
Educação informal: contempla as aprendizagens que os
indivíduos
.
terão ao longo da vida, durante todo o seu processo de
socialização,
em diferentes instâncias, como família, bairro, religião, entre
outras.
Essas aprendizagens não são nem organizadas, nem
intencionais. Elas
ocorrem na interação do sujeito da aprendizagem com outros
sujeitos.
Educação não formal: é realizada em instituições que não
integram
.
os sistemas de ensino formal, tendo certo grau de
sistematização e
intencionalidade. São exemplos de espaços de educação
não formal os
museus, as bibliotecas e as casas de cultura.
A seguir, veja as principais metas da
educação não formal:
capacitar todo sujeito para que possa tornar-se um cidadão
do mundo,
.
no mundo (GOHN, 2006);
garantir espaço de interação com a comunidade para que os
objetivos
.
educacionais do grupo possam emergir;
promover ações que reafirmem os princípios de igualdade e
de justiça
.
social;
transmitir informação, formação política e sociocultural a
todos os que
.
dela participarem;
enfrentar a barbárie do mundo por meio da civilidade e do
senso de
.
coletividade e solidariedade.
Quando se fala em educação, é preciso diferenciar a
educação intencional
da educação não intencional (também chamada de informal
ou paralela).
Segundo Libâneo (2010), a educação não intencional é
resultante de múl
tiplos
fatores, como valores, costumes, ideias, religião, leis,
sistema de
governo, criação dos fi lhos, meios de comunicação, entre
outros. Como tal,
ela ocorre de maneira não sistemática e não planejada.
Contudo, o fato de
não ser intencional não diminui importância desse tipo de
aprendizagem
no percurso de desenvolvimento dos indivíduos. Sua
relevância decorre
do fato de que a educação não intencional promove a
socialização dos
indivíduos e está presente em diferentes espaços.
A educação intencional surge como fruto do desenvolvimento
da socie
dade,
da cultura e das tecnologias. Há dois tipos de educação
intencional: a
educação formal e a educação não formal
A educação não formal surge da intenção de melhorar as
condições de
determinado grupo em dado local. Como a intenção do
educador é melhorar
as condições de determinado grupo, ao gestor cabe a
conscientização dos
diferentes papéis que todos assumem. Assim como o
educador possui as suas
responsabilidades no processo formativo, assumidas quando
ele se propõe a
desenvolver qualquer ação na educação não formal, os
alunos também precisam
se comprometer. Cabe a eles assumir o compromisso com a
própria formação
e com os demais envolvidos no processo, uma vez que na
educação não formal
não há rigidez ou horários como na educação formal.
a
educação não formal se caracteriza por possibilitar a
transformação social
dando condições ao sujeito que participe deste processo de
interferir na história
por meio de refl exão e de transformação”.
Um grande desafio que se coloca nesse contexto é a
formação dos profis
sionais
para atuar na educação não formal. Esse tipo de educação
demanda
um profissional consciente de seu papel e de sua importância
para a superação
dos problemas sociais. Para que os educadores possam
cumprir o seu papel na
educação não formal, sua formação inicial deve oferecer
subsídios para que
sejam capazes de atuar em contextos educativos distintos,
adequando suas
práticas às diferentes demandas do público da ação
educativa.
A “nova” formação pedagógica deve ser capaz de
desenvolver
profissionais que reflitam sobre o seu papel e sobre as
especificidades do
contexto no qual a ação educativa ocorre, criando e
recriando suas práticas a
partir dessas especificidades e dos conhecimentos teóricos.
Enquanto essa “nova” formação não se efetiva nas
instituições de formação
inicial, cabe ao gestor oportunizar aos educadores a
formação em serviço. É
o gestor que conhece as particularidades e as necessidades
da comunidade na
qual as ações educativas são desenvolvidas. Por isso, ele é
que deve elencar
os principais conteúdos necessários ao embasamento das
práticas educativas
e propor ações de formação aos educadores
De acordo com os referenciais legais, o egresso da formação
pedagógica
deve estar apto a realizar o levantamento das características
e demandas do
contexto no qual irá atuar, sendo responsável pelo
planejamento de ações
educativas que atendam a essas demandas.
O perfildo egresso deve ser construído ao longo de todo o
seu curso de
formação. No projeto pedagógico do curso, devem estar
presentes os elementos
listados a seguir:
I – estudo do contexto educacional, envolvendo ações nos
diferentes es
paços
escolares, como salas de aula, laboratórios, bibliotecas,
espaços
recreativos e desportivos, ateliês, secretarias;
II – desenvolvimento de ações que valorizem o trabalho
coletivo, inter
disciplinar
e com intencionalidade pedagógica clara para o ensino e o
processo de ensino-aprendizagem;
III – planejamento e execução de atividades nos espaços
formativos (ins
tituições
de educação básica e de educação superior, agregando
outros
ambientes culturais, científicos e tecnológicos, físicos e
virtuais que
ampliem as oportunidades de construção de conhecimento),
desenvol
vidas
em níveis crescentes de complexidade em direção à
autonomia do
estudante em formação;
IV – participação nas atividades de planejamento e no
projeto pedagógico
da escola, bem como participação nas reuniões pedagógicas
e órgãos
colegiados;
V – análise do processo pedagógico e de
ensino-aprendizagem dos con
teúdos
específicos e pedagógicos, além das diretrizes e currículos
edu
cacionais
da educação básica;
VI – leitura e discussão de referenciais teóricos
contemporâneos educa
cionais
e de formação para a compreensão e a apresentação de
propostas
e dinâmicas didático-pedagógicas;
VII – cotejamento e análise de conteúdos que balizam e
fundamentam
as diretrizes curriculares para a educação básica, bem como
de conhe
cimentos
específicos e pedagógicos, concepções e dinâmicas didático-
-pedagógicas, articuladas à prática e à experiência dos
professores das
escolas de educação básica, seus saberes sobre a escola e
sobre a mediação
didática dos conteúdos;
VIII – desenvolvimento, execução, acompanhamento e
avaliação de proje
tos
educacionais, incluindo o uso de tecnologias educacionais e
diferentes
recursos e estratégias didático-pedagógicas;
IX – sistematização e registro das atividades em portfólio ou
recurso
equivalente de acompanhamento (BRASIL, 2015, documento
on-line
A análise da legislação demonstra que ainda há uma ênfase
maior nas
atividades relacionadas à educação básica em contextos
escolares. Contudo,
o texto prevê também a atuação em diferentes espaços
formativos. Além
disso, as habilidades e competências pensadas para os
contextos escolares
são aplicáveis a contextos extraescolares.
Assim, o educador que vai atuar na educação não formal
deve estar apto a
utilizar os conhecimentos adquiridos no curso de formação
para embasar suas
ações, visando à promoção de uma aprendizagem
significativa para todos os
envolvidos no processo educativo. Como nem sempre essas
habilidades são
contempladas no curso de formação inicial, é papel do gestor
promover o
desenvolvimento delas em ações de formação continuada
em serviço.
Para que haja uma educação de qualidade, é necessária a
promoção de boas
práticas de ensino, isto é, de práticas que contemplem as
necessidades de todos
os alunos envolvidos no processo de aprendizagem.
Portanto, o gestor tem um
papel fundamental na promoção dessa educação de
qualidade, na medida em
que cabe a ele realizar a formação continuada dos
educadores, acompanhar
os processos de ensino e avaliar os resultados.
objetivo da gestão é garantir que, em determinado espaço,
as finalidades
estabelecidas sejam cumpridas. Nos contextos educativos, o
conceito de gestão
está associado ao fortalecimento da democratização do
processo pedagógico,
pressupondo a participação de todos os envolvidos na
tomada de decisões e na
sua efetivação, tendo em vista resultados cada vez mais
efetivos e significativos.
A participação de todos os envolvidos nos processos
educativos está prevista
A gestão democrática deve ser implementada na educação
formal por lei,
como você viu, pois a história dos espaços característicos
dessa modalidade
educativa não favoreceu o desenvolvimento das ações de
participação, ao
contrário do que ocorreu no caso da educação não formal,
que surgiu a partir de
uma concepção democrática. Assim, falar em gestão
democrática é necessário
porque os novos pedagogos são formados em espaços de
educação formal,
mas poderão atuar em diferentes âmbitos.
Nos espaços da educação não formal, é importante que os
pedagogos
realizem a formação de um indivíduo ou de um coletivo, quer
seja nos espaços
comunitários, quer seja nas igrejas ou em outros espaços.
Esses espaços têm
uma organização intencional e apoiada no diagnóstico da
comunidade em que
estão inseridos, demandando, por parte da gestão, um olhar
atento para a orien
tação
dos educadores, visando a agregar a comunidade em uma
participação
ativa, democrática e que sirva para monitorar o
desenvolvimento das ações.
Para que isso ocorra, cabe ao gestor da educação não
formal, em um
primeiro momento, conhecer de maneira pormenorizada a
realidade na qual
as ações educativas serão desenvolvidas, para que as
necessidades da comu
nidade
sejam atendidas. Ao conhecer a comunidade e suas
demandas, cabe
a ele envolver as pessoas na tomada de decisões e nas
providências para a
implementação das ações planejadas.
Todos os atores envolvidos nas ações devem participar não
só do processo
de tomada de decisões, mas também do funcionamento da
organização educa
tiva.
Dessa maneira, o conceito de gestão democrática no espaço
não escolar
é resultante de uma nova concepção de gestão
organizacional.
A gestão democrática se coloca como um desafio na medida
em que rompe
com os modelos tradicionais de gestão. Ao mesmo tempo,
ela se impõe como
uma necessidade na busca constante pela qualidade das
ações educativas
oferecidas. Na medida em que as ações educativas não
formais surgem e são
procuradas para o atendimento de demandas sociais, é
fundamental que os
sujeitos que delas participam tenham assegurada uma
educação de qualidade.
mod 4
Nossa vida é repleta de experiências de aprendizagem que
vão sendo
tecidas por meio da nossa participação nos grupos sociais a
nossa volta.
Nessas experiências, vamos nos apropriando dos elementos
da cultura
que são produzidos e reforçados nos contextos nos quais
estamos in
seridos.
Assim, temos à disposição uma riqueza de oportunidades de
obter conhecimentos de todos os tipos ao longo da vida.
Muitas dessas
oportunidades ocorrem nos espaços da educação não
formal, propostos
por organizações empresariais, sociais e públicas, com os
mais variados
objetivos. Esses espaços nos preparam para aspectos
diversos que a
nossa trajetória exige, contribuindo para a formação da
nossa identidade.
O homem anseia por aprender tanto para participar dos
grupos sociais em
que se insere quanto para tornar-se autônomo e
independente. Dessa forma,
muitos são os espaços onde essa busca pelo conhecimento
vai ocorrer, para
além dos muros escolares. Conforme destaca Gadotti (2005,
p. 48), “[...] todo
ser vivo aprende na interação com o seu contexto:
aprendizagem é relação com
o contexto. Quem dá significado ao que aprendemos é o
contexto”. Assim,
podemos extrair importantes informações sobre o processo
de aprendizagem
do ser humano: ela se dá na interação com outros seres.
Nesse processo, o meio
e as condições sociais, políticas, econômicas, históricas e
culturais também
são determinantes e, portanto, devem ser considerados.
Dessa forma, a educação não formal é caracterizada pelos
seguintes aspectos:
natureza integracionista;
.
caráter emancipatório;
.
natureza transformadora;
.
finalidade política/participativa;
.
natureza contextual.
.
Em essência, o conhecimento nos marca e contribui
decisivamente para a construção histórica da nossa vida,
uma vez que fornece
base de sustentação para o desenvolvimento social.
A educação não formal tem um sentido integracionista
quando é capaz de
fornecer aos homens a capacidade de participar dos grupos
sociais nos quais eles
se envolvem ou permite que possam aderir a outros por livre
escolha. Por exem
plo,
um jovem pode interessar-se por programas de escotismo e,
assim, passar a
frequentar um grupo escoteiro,no qual vai adquirir uma
gama de conhecimentos e
valores por meio das experiências que tiver ali. Muitos
desses conhecimentos não
seriam adquiridos em outros espaços — ou pelo menos não
da mesma maneira
Os conhecimentos que vamos obtendo ao longo das
aprendizagens nos
espaços públicos e nas organizações não formais nos
fornecem condições de
tomar as nossas próprias decisões, construir uma visão
particular de mundo,
agir em busca de um comportamento mais independente e
autônomo. Isso
representa o caráter emancipatório da educação não formal.
Da mesma
forma, a educação não formal nos permite transformar
nossas vidas, uma
vez que podemos perseguir intencionalmente alguns
objetivos que sejam
importantes para nós. Assim, realizar um curso de idiomas,
por exemplo, pode
tornar um indivíduo capaz de se comunicar com pessoas de
outras nações,
bem como possibilitar um emprego melhor, ou seja,
transforma a existência.
Outro aspecto importante da educação não formal é a sua
natureza política,
não somente no sentido de sermos seres sociais, que
aprendemos culturalmente
sobre formas de ser e estar no mundo, mas em defesa de
uma existência demo-
crática e cidadã. Para que esses conhecimentos se efetivem,
exigem participação
e coletividade. Essa vontade de participar e de modificar a
realidade é produzida
como forma de conhecimento ou aprendizagem, a partir do
contexto em que esta
mos
inseridos. Logo, para a educação não formal, o meio, o
contexto, a realidade
em que as pessoas se encontram e aprendem devem ser
sempre considerados.
Acompanhando a citação da autora, a educação não formal
cumpre a im
portante
finalidade de nos formar enquanto cidadãos, conscientes dos
nossos
direitos e da importância de participarmos dos processos
sociais que acabam
por regular as nossas vidas. Portanto, os conhecimentos da
educação não
formal nos instrumentalizam para a vida, o que vai além dos
conhecimentos
científicos que a escola traz como foco.
Conforme reitera Marchiori (2018, p. 18), “[...] uma pessoa se
revela como
ser social em sua relação com as outras. Dessa forma,
emerge nas organiza
ções
um processo contínuo e ininterrupto de construção de
culturas”. Em
outras palavras, em todas as organizações, estamos sendo
expostos a práticas
pedagógicas que nos ensinam coisas, que nos fornecem
novos conceitos e
valores, que produzem competências e nos preparam para o
que a vida exige.
Ao falarmos sobre a importância da busca de conhecimento
pelo ser humano
e como isso contribui para a nossa formação, devemos
considerar os diversos
tipos de conhecimentos existentes. Chauí (2000) divide o
conhecimento da
seguinte forma: senso comum, conhecimento mítico,
conhecimento religioso,
conhecimento científico e conhecimento filosófico
O conhecimento científico tem a pretensão de oferecer uma
explicação
que seja vista como a verdade. Para isso, aplica-se um
método exaustivo de
experimentações e análises sobre o objeto estudado. Porém,
na atualidade,
isso tem sido contestado em detrimento de outras
explicações possíveis para
os mesmos fenômenos ou objetos analisados. O importante
é destacar que
há uma gama de conhecimentos que podem ser obtidos na
educação não
formal, que perpassam todos esses tipos e que vão fazer
parte da vida das
pessoas de forma variável e diferenciada, de acordo com a
sua história e os
seus laços sociais e culturais.
Podemos destacar alguns aspectos presentes nos processos
de construção
de conhecimento que se apresentam nas organizações da
educação não formal
(MARCHIORI, 2018):
mudança;
.
comunicação;
.
compartilhamento;
.
práticas;
.
integração;
.
adaptação;
.
competição;
.
cultura.
.
Ao comentarmos sobre a educação não formal e o
conhecimento gerado
pelas organizações que fazem parte dela, é importante
apontar a busca por mu
danças
como uma das finalidades do processo de construção de
conhecimento.
Muitas dessas mudanças são almejadas por meio das ações
das organizações
da sociedade civil que hoje compõem o terceiro setor, bem
como no interior
dos movimentos sociais brasileiros
Dessa forma, desde a década de 1990, sobretudo
impulsionadas pelas
tecnologias digitais de informação e comunicação e pelas
reconfigurações que
vieram com a globalização, as possibilidades de participação
em organizações
não formais de educação se ampliaram, uma vez que é no
interior delas que são
desenvolvidos os requisitos para o exercício da cidadania.
Assim, percebemos
a existência de muitos movimentos que hoje são articulados
em torno das po
líticas
públicas existentes, buscando a sua implementação ou o
monitoramento
das suas ações
Desde os primórdios do século XXI, as discussões acerca
dos processos
educativos que ocorrem na nossa formação humana têm
sido fomentados no
intuito de problematizar a tendência hegemônica que
entende a escola como
responsável quase que única pela educação. Assim, o
conceito de comuni
dade
escolar, ainda que envolva as organizações do entorno da
instituição
de ensino, parece restringir a essa organização a fi nalidade
de educar. Gohn
(2004, documento on-line) rebate essa ideia, sugerindo que
seria melhor uti
lizarmos
o termo “comunidade educativa”, pois este envolveria as
estruturas
organizadas dentro e fora da escola, entendendo que em
ambos os espaços há
intencionalidade e práticas educativas:
Como podemos notar, o conceito de comunidade educativa
expande a
noção de educação para outros contextos além dos muros
da escola, enfa
tizando
que existem possibilidades educacionais e aprendizagens
capazes
nesses outros ambientes, como as organizações típicas do
terceiro setor
(associações, cooperativas, fundações, etc.). Essas
organizações, quando
existentes nas comunidades, podem ter como objetivo o
direito social à
educação, inclusive reforçando as ações da própria escola,
complementando
os seus afazeres e contribuindo para que ela atinja os seus
objetivos
Ao ter a oportunidade de participarem em uma organização
da educação não
formal, os indivíduos podem, por meio das experiências
vividas nesse espaço,
rever os seus posicionamentos anteriores aprendidos nos
seus grupos culturais,
bem como apropriar-se de novos elementos que ampliam o
seu entendimento
sobre questões importantes e pertinentes das suas vidas.
Assim, por meio da
reflexão e do incremento do seu repertório e dos seus
conhecimentos, podem
acrescentar novos sentidos à sua vida e à sua identidade
nesse contato com os
outros
Logo, além de buscar uma transformação social focando um
direito
ou uma demanda pertinente, os indivíduos que ali interagem
entre si também
se transformam, reforçando conceitos e apropriando-se ou
reforçando os seus
valores. Nesse sentido, ao pensarmos em transformação e
na educação não
formal, destacamos o caráter da emancipação que, em
muitos casos, ocorre
a partir dessas práticas pedagógicas
Dessa forma, a autora teve a possibilidade de vivenciar
muitos dos aspectos
que constituem e caracterizam um espaço da educação não
formal:
a flexibilidade da estrutura e do tempo das práticas
educativas;
.
os objetivos pedagógicos alinhados com as demandas
sociais urgentes
.
nessas comunidades e, por isso, estão em constante
mutação no decorrer
do tempo;
a cultura como fator importante e decisivo para o
engajamento e a
.
participação dos atores que ali se encontram e interagem em
busca de
crescimento e aprimoramento das possibilidades de vida.
mod 5
Um dos fenômenos mais significativos dos processos sociais
contempo
râneos
é a ampliação do conceito de educação e a diversificação
das ativi
dades
educativas, levando, por conseqüência, a uma diversificação
da ação
pedagógica na sociedade. Em várias esferas da prática
social, mediante as
modalidades de educação informais, não-formais e formais,
amplia-se a
produção e disseminação de saberes e modos de ação
(conhecimentos,
conceitos, habilidades, hábitos, procedimentos, crenças,
atitudes), levan
do
a práticas pedagógicas. Estamos diante de uma sociedade
genuina
mente
pedagógica
Um dos fenômenos mais significativos dos processos sociais
contem
porâneos
é a ampliação do conceitode educação e a diversificação
das ativi
dades
educativas, levando, por conseqüência, a uma diversificação
da ação
pedagógica na sociedade. Em várias esferas da prática
social, mediante as
modalidades de educação informais, não-formais e formais, é
ampliada a pro
dução
e disseminação de saberes e modos de ação
(conhecimentos, concei
tos,
habilidades, hábitos, procedimentos, crenças, atitudes),
levando a práti
cas
pedagógicas.
Apesar disso, a Pedagogia como campo de estudos
específicos vive,
hoje, no Brasil, um grande paradoxo. Por um lado, está em
alta na sociedade.
Nos meios profissionais, políticos, universitários, sindicais,
empresariais, nos
meios de comunicação, nos movimentos da sociedade civil,
verificamos uma
redescoberta da Pedagogia. Observamos uma
movimentação na sociedade
mostrando uma ampliação do campo do educativo com a
conseqüente reper
cussão
no campo do pedagógico. Enquanto isso, essa mesma
Pedagogia está
em baixa entre intelectuais e profissionais do meio
educacional, com uma
forte tendência em identificá-la apenas com a docência,
quando não para
desqualificá-la como campo de saberes específicos. Os
próprios pedagogos –
falo especificamente dos que lidam com a educação escolar
– parecem estar
se escondendo de sua profissão ao não fazerem frente às
investidas contra a
Pedagogia e ao exercício profissional dos pedagogos
especialistas, adotando
uma atitude desinteressada frente à especificidade dos
estudos pedagógicos e
aos próprios conteúdos e processos que eles representam
Verificamos, assim, uma ação pedagógica múltipla na
sociedade, em
que o pedagógico perpassa toda a sociedade, extrapolando
o âmbito escolar
formal, abrangendo esferas mais amplas da educação
informal e não-formal,
criando formas de educação paralela, desfazendo
praticamente todos os nós
que separavam escola e sociedade
A idéia de senso comum, inclusive de muitos pedagogos, é a
de que Peda
gogia
é ensino, ou melhor, o modo de ensinar. Uma pessoa estuda
Pedagogia
para ensinar crianças. O pedagógico seria o metodológico, o
modo de fazer, o
modo de ensinar a matéria. Trabalho pedagógico seria o
trabalho de ensinar, de
modo que o termo pedagogia estaria associado
exclusivamente a ensino.
Há, de fato, uma tradição na história da formação de
professores no
Brasil segundo a qual pedagogo é alguém que ensina algo
A Pedagogia se ocupa, de fato, com a formação escolar de
crianças, com processos educativos, métodos, maneiras de
ensinar, mas, an
tes
disso, ela tem um significado bem mais amplo, bem mais
globalizante.
Ela é um campo de conhecimentos sobre a problemática
educativa na sua
totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz
orientadora da
ação educativa.
Pedagogia é, então, o campo do conhecimento que se ocupa
do estudo
-
sistemático da educação
do ato educativo, da prática educativa como com
ponente
integrante da atividade humana, como fato da vida social,
inerente
ao conjunto dos processos sociais. Não há sociedade sem
práticas educativas.
Pedagogia diz respeito a uma reflexão sistemática sobre o
fenômeno educativo,
sobre as práticas educativas, para poder ser uma instância
orientadora do tra
balho
educativo. Ou seja, ela não se refere apenas às práticas
escolares, mas a
um imenso conjunto de outras práticas. O campo do
educativo é bastante
vasto, uma vez que a educação ocorre em muitos lugares e
sob variadas mo
dalidades:
na família, no trabalho, na rua, na fábrica, nos meios de
comunica
ção,
na política, na escola
há
uma diversidade de práticas educativas, há também várias
pedagogias: a pe
dagogia
familiar, a pedagogia sindical, a pedagogia dos meios de
comunica
ção
etc., além, é claro, da pedagogia escolar.
A educação é, assim, uma prática humana, uma
prática social, que modifica os seres humanos nos seus
estados físicos, men
tais,
espirituais, culturais, que dá uma configuração à nossa
existência hu
mana
individual e grupal
É uma questão, pois, de entender a pedagogia como prática
cultural,
forma de trabalho cultural, que envolve uma prática
intencional de produ
ção
e internalização de significados. É esse caráter de mediação
cultural que
explica as várias educações, suas modalidades e
instituições, entre elas a edu
cação
escolar. Também daí decorrem as várias projeções do
educativo em
projetos nacionais, regionais, locais, que expressam
intenções e ações logo
materializadas nos currículos.
A educação é uma prática social que busca realizar nos
sujeitos
humanos as características de humanização plena. Todavia,
toda educação se
dá em meio a relações sociais. Numa sociedade em que
essas relações se dão
entre grupos sociais antagônicos, com diferentes interesses,
em relações de
exploração de uns sobre outros, a educação só pode ser
crítica, pois a
humanização plena implica a transformação dessas relações.
Isso significa
que a Pedagogia lida com o fenômeno educativo enquanto
expressão de in
teresses
sociais em conflito na sociedade em que vivemos. É por isso
que a
Pedagogia expressa finalidades sociopolíticas, ou seja, uma
direção explícita
da ação educativa relacionada com um projeto de gestão
social e política da
sociedade.
destacam quatro elementos da cultura que precisam ser
apropriados por todas
as pessoas: 1) os conhecimentos sobre a natureza, a
sociedade, o pensamento, a técnica e os
modos (ou métodos) de atuação; 2) a experiência prática de
colocar esses métodos em ação
expressa em habilidades e hábitos intelectuais e práticos; 3)
a experiência da atividade humana
criadora na busca de soluções para novos problemas; 4) os
conhecimentos avaliativos referentes
às normas de relação com o mundo, de uns com os outros,
expressos num sistema de valores
morais, estéticos e emocionais;
Há, pois, duas características fundamentais do ato educativo
intencio
nal:
primeiro, a de ser uma atividade humana intencional;
segundo, a de ser
uma prática social. No primeiro caso, sendo a educação uma
relação de influ
ências
entre pessoas, há sempre uma intervenção voltada para fins
desejáveis
do processo de formação, conforme opções do educador
quanto à concepção
de homem e sociedade, ou seja, há sempre uma
intencionalidade educativa,
implicando escolhas, valores, compromissos éticos. No
segundo caso, a edu
cação
é um fenômeno social, ou melhor, uma prática social que só
pode ser
compreendida no quadro do funcionamento geral da
sociedade da qual faz
parte. Isso quer dizer que as práticas educativas não se dão
de forma isolada
das relações sociais que caracterizam a estrutura econômica
e política de uma
sociedade, estando subordinadas a interesses sociais,
econômicos, políticos e
ideológicos de grupos e classes sociais
O didático se refere especificamente
à teoria e prática do ensino e aprendizagem, considerando o
ensino como
um tipo de prática educativa, vale dizer, uma modalidade de
trabalho peda
gógico.
Dessa forma, o trabalho docente é pedagógico porque é uma
ativi
dade
intencional, implicando uma direção (embora nem todo
trabalho pe
dagógico
seja trabalho docente). O que significa dizer que todo ensino
su
põe
uma “pedagogização”, isto é, supõe uma direção pedagógica
(intencio
nal, consciente, organizada), de modo a converter as bases
da ciência em
matéria de ensino.
.2
Em resumo, a Pedagogia, mediante conhecimentos
científicos, filosófi
cos
e técnico-profissionais, investiga a realidade educacional em
transforma
ção,
para explicitar objetivos e processos de intervenção
metodológica e
organizativa referentes à transmissão/assimilação de
saberes e modos de ação.
Ela visa o entendimento, global e intencionalmente dirigido,
dos problemas
educativos e, para isso, recorre aos aportes teóricos providos
pelas demais
ciências da educação.
O pedagogo é o profissi
onal
que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou
indireta
mente
ligadas à organização e aos processos de transmissão e
assimilação de
saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de
formação humana pre
viamente
definidos em sua contextualização histórica.
Esse entendimento permite falar de três tipos de pedagogos:
1) pedagogoslato sensu, já que todos os profissionais se ocupam de
domínios e problemas
da prática educativa em suas várias manifestações e
modalidades, são, genu
inamente,
pedagogos. São incluídos, aqui, os professores de todos os
níveis e
modalidades de ensino; 2) pedagogos stricto sensu, como
aqueles especialis
tas
que, sempre com a contribuição das demais ciências da
educação e sem
restringir sua atividade profissional ao ensino, trabalham com
atividades de
pesquisa, documentação, formação profissional, educação
especial, gestão
de sistemas escolares e escolas, coordenação pedagógica,
animação
sociocultural, formação continuada em empresas, escolas e
outras institui
ções;
3) pedagogos ocasionais, que dedicam parte de seu tempo
em ativida
des
conexas à assimilação e reconstrução de uma diversidade de
saberes
O curso de Pedagogia se destina a formar o
pedagogo-especialista,
isto é, um profissional qualificado para atuar em vários
campos educativos,
para atender demandas socioeducativas (de tipo formal,
não-formal e in
formal)
decorrentes de novas realidades, tais como novas
tecnologias, no
vos
atores sociais, ampliação do lazer, mudanças nos ritmos de
vida, so
fisticação
dos meios de comunicação.
podemos definir para o pedagogo duas
esferas de ação educativa: escolar e extra-escolar.
No campo da ação pedagógica escolar, há três tipos de
atividades que se
distinguem:
a) a de professores do ensino público e privado, de todos os
níveis de
ensino e dos que exercem atividades correlatas fora da
escola con
vencional;
b) a de especialistas da ação educativa escolar operando
nos níveis cen
trais,
intermediários e locais dos sistemas de ensino (supervisores
pedagógicos, gestores, administradores escolares,
planejadores, co
ordenadores,
orientadores educacionais etc.);
c) especialistas em atividades pedagógicas paraescolares
atuando em
órgãos públicos, privados e públicos não-estatais,
envolvendo asso
ciações
populares, educação de adultos, clínicas de orientação pe
dagógica/
psicológica, entidades de recuperação de portadores de
necessidades especiais etc. (instrutores, técnicos,
animadores, con
sultores,
orientadores, clínicos, psicopedagogos etc.).
No campo da ação pedagógica extra-escolar, há profissionais
que exer
cem sistematicamente atividades pedagógicas e os que
ocupam ape
nas
parte de seu tempo nessas atividades:
a) formadores, animadores, instrutores, organizadores,
técnicos, con
sultores,
orientadores, que desenvolvem atividades pedagógicas (não
escolares),
em órgãos públicos, privados e públicos não-estatais, li
gadas
às empresas, à cultura, aos serviços de saúde, alimentação,
pro
moção
social etc.;
b) formadores ocasionais, que ocupam parte de seu tempo
em ativida
des
pedagógicas, em órgãos públicos estatais, não-estatais e
empre
sas,
referentes à transmissão de saberes e técnicas ligados a
outra
atividade profissional especializada. Falo, por exemplo, de
engenhei
ros,
supervisores de trabalho, técnicos etc., que dedicam boa
parte de
seu tempo a supervisionar ou ensinar trabalhadores no local
de traba
lho,
orientar estagiários etc
O curso de Pedagogia será destinado à formação de
profissionais inte
ressados
em estudos do campo teórico-investigativo da educação e no
exercí
cio
técnico-profissional, como pedagogos no sistema de ensino,
nas escolas e
em outras instituições educacionais, inclusive as
não-escolares.
Portanto, a formação dos profissionais da educação deve
contemplar a
preparação daqueles profissionais da área educacional
demandados pela so
ciedade
brasileira, em sua configuração atual, para atuarem na
organização e
na gestão de todos os segmentos do sistema nacional de
ensino. Com igual
insistência, é também necessária a formação de estudiosos
que se dediquem à
construção do conhecimento científico na área, uma vez que
a educação tam
bém
é considerada como um campo teórico-investigativo e que a
produção
desse conhecimento é requisito fundante de toda formação
técnica e docente.
Assim, a formação do profissional da educação é vista sob
uma tríplice pers
pectiva:
visa formar um profissional que possa atuar como
docente(atual li
cenciado),
como especialista (detentor das atuais habilitações) e como
pes
quisador
(o atual bacharel, como essa modalidade tem sido mantida).
O Centro de Formação, Pesquisa e Desenvolvimento
Profissional de
Professores terá quatro objetivos: a) formação e preparação
profissional de
professores para atuarem na Educação Básica: Educação
Infantil, Ensino Fun
damental
(1.a a 8.a séries) e Ensino Médio; b) desenvolver, em
colaboração
.a
.a
com outras instituições (Estado, Sindicatos etc.), a formação
contínua e o
desenvolvimento profissional dos professores; c) realizar
pesquisas na área
de formação e desenvolvimento profissional de professores;
d) preparação
profissional de professores que atuam no Ensino Superior.
Esses objetivos
configuram um projeto pedagógico próprio para a formação e
o desenvolvi
mento
profissional de professores.
A institucionalização do CFPD possibilita a incorporação dos
princípi
os
que os educadores construíram ao longo dos últimos anos
em seus movi
mentos,
encontros, pesquisas e debates , tais como:
a) instituição de uma escola específica para a formação de
professores,
voltada para a profissionalidade docente, o desenvolvimento
profis
sional
e construção da identidade de professor;
b) reconhecimento de que a identidade profissional do
professor se cons
titui
da dimensão epistemológica e profissional. A epistemológica
compreende a docência como confluência de quatro campos
de co
nhecimentos específicos (conteúdos das diversas áreas do
saber e do
ensino, conteúdos pedagógico-didáticos, conteúdos de
saberes peda
gógicos
mais amplos, conteúdos relacionados com o sentido da exis
tência
humana). A profissional compreende um campo específico
de
intervenção profissional na prática social;
c) indissociabilidade entre teoria e prática, entendendo que o
curso de
formação e as escolas são espaços de formação teórica e
prática, ob
servando
um regime pelo qual os estudantes alternam períodos de
permanência nas escolas e na universidade;
d) compreensão da pesquisa como componente essencial
da/na forma
ção,
de modo que a pesquisa da prática se constitua como
princípio
formativo e princípio cognitivo, além de objeto de
reflexão/forma
ção;
e) permanência dos graduandos nas escolas, em atividades
de estágio,
com a finalidade de promover a observação, experimentos e
análises
das situações de ensino e aprendizagem, o desenvolvimento
de ativi
dades
que propiciem a reflexão, a discussão teórica e a elaboração
de
hipóteses, o exercício da docência;
f) instituição de formas de trabalho coletivo e interdisciplinar;
g) visão de totalidade do processo escolar/educacional,
compromisso
social e ético (trabalho docente como profissão pública).
A Pedagogia precisa reafirmar seu compromisso com a
razão, com a
busca da emancipação, da autonomia, da liberdade
intelectual e política. O
pensamento pós-moderno critica a possibilidade dessa busca
de autonomia
no mundo contemporâneo. Há restrições à autonomia do
sujeito face às rela
ções
de poder, à vigilância das ações individuais, à
burocratização, à
racionalidade instrumental, à subjugação da subjetividade.
Todavia, uma Pe
dagogia
para a emancipação precisa continuar apostando na
possibilidade de
desenvolvimento de uma razão crítica precisamente como
condição para des
velar
as restrições à autonomia no contexto do mundo moderno
A qualidade é um conceito implícito aos
processos formativos e ao ensino, implica educação geral
onilateral, voltada
para a cidadania, para a formação de valores, para a
valorização da vida hu
mana
em toda as suas dimensões. Isso não leva a educação
escolar a se eximir
do seu contexto político e econômico, nem sequer de suas
responsabilidades
de preparação para o trabalho, mas, também, não pode estar
subordinada e a
serviço exclusivo do modelo econômico.
Para isso, é preciso que os sistemas de ensino e as escolas
prestem mais
atenção à qualidade cognitiva das aprendizagens, colocandoessa exigência
como foco central da gestão escolar e do projeto
pedagógico. Não adianta
defender a gestão democrática das escolas, eleições para
diretor, aquisição de
novas tecnologias etc. se os alunos continuam sendo
reprovados, tendo um
baixíssimo rendimento escolar ou níveis insatisfatórios de
aprendizagem. Se
o aluno não aprendeu bem, se as crianças continuam
repetindo, a escola não
vem servindo para nada. A democratização da sociedade e a
inserção dos
alunos no mundo da produção supõem um ensino
fundamental como necessi
dade
imperativa de proporcionar às crianças e jovens os meios
cognitivos e
operacionais que atendam tanto às necessidades pessoais
como às econômi
cas
e sociais.
Ver a escola como “espaço de síntese” é considerá-la como
lugar onde os
alunos aprendem a razão crítica para poderem atribuir
significados às mensa
gens
e informações recebidas das mídias e formas de intervenção
educativa
urbana. A escola deve ir se tornando uma estrutura
possibilitadora de atribuição
de significados à informação, propiciando aos alunos os
meios de buscá-la,
analisá-la, para lhe darem significado pessoal
A autonomia da escola é o contraponto da centralização da
gestão do
sistema escolar, que retira das escolas, dos professores, pais
e especialistas o
poder de iniciativa e decisão. Implica uma organização
escolar que supera a
visão verticalizada do sistema de ensino, de modo que as
escolas possam
traçar seu próprio caminho. Essa é a idéia de suporte do
projeto pedagógico.
A atividade essencial de uma escola é assegurar a relação
cognitiva do
aluno com a matéria, ou seja, a aprendizagem dos alunos,
com a ajuda peda
gógica
do professor. O professor é o mediador desse encontro do
aluno com
os objetos de conhecimento. O professor introduz os alunos
no mundo da
ciência, da linguagem, para ajudar o aluno a desenvolver seu
pensamento,
suas habilidades, suas atitudes. Sem professor competente
no domínio das
matérias que ensina, nos métodos, nos procedimentos de
ensino, não é possí
vel
a existência de aprendizagens duradouras. Se é preciso que
o aluno domi
ne
solidamente os conteúdos, o professor precisa ter, ele
próprio, esse domí
nio.
Se os alunos precisam desenvolver o hábito do raciocínio
científico, que
tenham autonomia de pensamento, o mesmo se requer do
professor. Se quere
mos
alunos capazes de fazer uma leitura crítica da realidade, o
mesmo se
exige do professor. Se quisermos lutar pela qualidade da
oferta dos serviços
escolares e pela qualidade dos resultados do ensino, é
preciso investir mais na
pesquisa sobre formação de professores.
Precisamente porque a Pedago
gia
envolve trabalho com uma realidade complexa, é necessário
que invista
na explicitação da natureza do seu objeto, no refinamento de
seus instrumen
tos
de investigação, na incorporação dos desenvolvimentos
científicos e
tecnológicos e que se insira na gama de práticas e
movimentos sociais de
cunho intercultural e transnacional, referentes à luta pela
justiça, pela solida
riedade,
pela paz e pela vida.
mod 6
Para atuar nos espaços da educação não formal, o
pedagogo precisa de
uma preparação específica, pois os públicos e os objetivos
pedagógicos
de tais locais são muito diferentes daqueles encontrados no
espaço
escolar. Assim, esse profissional deverá dominar técnicas e
metodologias
flexíveis e de caráter ativo, prático e social, que despertem o
interesse e
contribuam para o desenvolvimento das aprendizagens dos
alunos que
frequentam esses espaços.
Dessa forma, não estamos desfazendo a importância da
escola e da própria
docência, mas ressaltamos a necessidade urgente de que o
pedagogo possa
encontrar na sua matriz curricular os embasamentos
mínimos que o preparem
para atuar nos múltiplos espaços, contribuindo para as
aprendizagens que se
fazem necessárias. Nesse sentido, colaborar no processo de
aprendizagem é a
base da sua expertise, adquirida pelo conhecimento, pela
experiência prática
e pela busca de aprimoramento constante sobre o que faz.
Ao realizar uma análise sobre a educação não formal, Gohn
(2006) destacou
alguns aspectos que faltam nesse tipo de educação: a
formação específica dos
educadores; metodologias para a utilização nesses espaços;
instrumentos de
avaliação e análise dos trabalhos executados. Dessa forma,
cabe discutir sobre
esses aspectos, procurando instrumentalizar os pedagogos
na sua formação
inicial, nos cursos de Graduação, para que estejam aptos a
atuar nos espaços não
escolares. Gohn (2006) destacou ainda algumas metas
comuns que costumam
ser identificadas em espaços não escolares nos quais há a
atuação coletiva:
1. Aprendizado das diferenças: aprende-se a conviver com
os demais;
socializa-se o respeito mútuo.
2. Adaptação do grupo a diferentes culturas, reconhecimento
do indivíduo
e do papel do outro — trabalha o “estranhamento”.
3. Construção da identidade coletiva de um grupo.
4. Balizamento de regras éticas relativas às condutas
aceitáveis socialmente
Partindo dessas metas propostas pela autora, podemos
apontar algumas ne
cessidades
de preparação do pedagogo para que a sua atuação seja
bem-sucedida
nos espaços não formais da educação. São elas: o
conhecimento do conceito de
cultura e a produção de subjetividades; a apropriação da
noção de identidade e
diferença; os mecanismos de formação social, principalmente
analisados sob a
ótica da inclusão/exclusão de alguns grupos sociais ao longo
da história.
o termo “cultura” pode ser utilizado
“[...] para se referir a tudo o que seja característico sobre o
‘modo de vida’
de um povo, de uma comunidade, de uma nação ou de um
grupo social
Assim, cabe ao pedagogo mapear quais práticas culturais se
encontram
consolidadas nos espaços não escolares nos quais atua,
para que possa entender
como aquelas pessoas tiveram a sua formação identitária
constituída. Em
alguns casos, isso será decisivo para que sejam realizadas
ações de mudança
de preconceitos ou discriminações que tenham sido
naturalizadas no decorrer
da vida de tais aprendizes.
Educação não formal como espaço de atuação da prática do
pedagogo II
3
explica de maneira sintética como ocorre o processo
de formação das identidades, que também contribui para
potencializar o
pedagogo a atuar nos espaços não formais de educação.
Segundo a autora,
algumas características costumam fazer parte da formação
da identidade:
negação;
.
diferença;
.
relação.
.
Dessa forma, percebemos que o pedagogo, ao desenvolver
os seus projetos
nos espaços da educação não formal, deve ter sensibilidade
para agir junto aos
mais diferentes grupos culturais que ali se encontram. Em
algumas situações,
ele vai se deparar com identidades que se posicionam de
forma contrária ou até
mesmo agressiva ou violenta, o que deve ser contornado.
Uma das maneiras de
se realizar essa ação é por meio da provocação, do estímulo
ao estranhamento
das questões que se encontram cristalizadas e naturalizadas
como certas na
mente dessas pessoas. Essa tarefa não é fácil, mas pode ser
realizada a partir
da utilização de técnicas específicas, como dinâmicas de
grupo e escuta atenta
Comentamos anteriormente que um dos aspectos que faltam
à formação do
pedagogo para atuar na educação não formal é a
explicitação de metodologias
específi cas para a sua atuação. Isso ocorre devido ao fato
de que, na educação
não formal, dadas as suas características, “[...] as
metodologias operadas no
processo de aprendizagem partem da cultura dos indivíduos
e dos grupos.
O método nasce a partir de problematização da vida
cotidiana; os conteúdos
emergem a partir dos temas que se colocam como
necessidades, carências,
A primeira possibilidade que você vai ver são os espaços
empresariais.
A atuação do pedagogo nesses ambientes é cada vez mais
requerida para
que assuma cargos junto ao setor de recursos humanos.
Atuando junto a
uma equipe, esse profissional deverá dar suporte aos
processos de treina
mento
e desenvolvimento de competências que tornem essa
organização
mais eficiente e, dessa forma, obtenha melhores resultados.
Conforme cita
Ribeiro (2003, p. 10), o pedagogo que atuanas empresas:
Na pesquisa realizada por Araújo e Lucindo (2016), no
Museu de História
Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas
Gerais, foram
indicadas várias possíveis ações do pedagogo a serem
aplicadas nesse espaço:
desenvolver práticas pedagógicas para complementar esses
espaços;
.
atuar na área pedagógica, elaborando projetos, práticas e
pesquisas;
.
organizar eventos para crianças;
.
atuar como monitor;
.
organizar aulas expositivas e palestras;
.
desenvolver atividades auxiliando o público visitante;
.
desenvolver atividades lúdicas, jogos, brincadeiras e
dinâmicas;
realizar a contação de histórias;
.
coordenar as atividades educativas.
.
Com isso, você pode perceber que as atividades de atuação
do pedagogo
nos museus são diversificadas e vão se ajustar conforme as
necessidades
desses locais, suas demandas de visitação, agenda de
exposições e eventos
que o local vivencia. Isso demonstra o caráter dinâmico e
provisório dos
espaços não formais, que exige flexibilidade e capacidade de
adaptação do
profissional da pedagogia.
Um espaço que tem ampliado as possibilidades de
participação do pedagogo
no Brasil são os hospitais. Nesses locais, o pedagogo pode
atuar em classes
escolares criadas para que os estudantes possam dar
continuidade aos seus
estudos regulares, no caso de internações prolongadas, e na
recreação das
crianças enfermas, em espaços como as brinquedotecas.
Uma das grandes atribuições do pedagogo ao atuar em
espaços não formais
da educação é a de ser um facilitador das aprendizagens
diversas que estão
sendo requeridas. Nesse caso, independentemente da fi
nalidade que motive a
existência dessas organizações, sempre haverá novos
conhecimentos, novas
técnicas, habilidades e comportamentos a serem aprendidos
pelas pessoas.
Facilitar que alguém venha a aprender exige conhecimento
do processo de
ensino e aprendizagem, bem como das questões cognitivas
e emocionais que
se encontram envolvidas no ato de aprender. É isso que faz
do pedagogo o
profi ssional mais indicado para atuar nesses aspectos.
Dadas as particularidades dos espaços não formais de
educação que você
vem estudando, gostaríamos de apontar alguns aspectos
que podem capacitá-lo
para atuar com sucesso em busca do desenvolvimento das
aprendizagens dos
públicos nesses espaços. São eles:
dialogicidade;
.
projetos;
.
andragogia;
.
dinâmica de grupo;
.
oficinas.
.
Ser hábil na elaboração de projetos que atinjam os objetivos
de cada espaço
não formal também é uma importante competência que o
pedagogo deve
ter. Um projeto pedagógico normalmente envolve os
seguintes itens: título,
localização, tema, objetivos, justificativa, metodologia,
recursos, cronograma,
resultados esperados e avaliação. Ser capaz de criar
projetos que atendam aos
objetivos específicos de cada ambiente não escolar e apoiar
a sua implemen
tação,
monitorando e avaliando os resultados, contribui
decisivamente para
as aprendizagens que se propõem.
A habilidade de trabalhar com jovens e adultos também
contribui para
que o pedagogo tenha êxito em suas ações nos espaços não
escolares. Para
isso, ele deve conhecer e aplicar os princípios da andragogia
Como podemos constatar, a forma como atuamos junto aos
adolescentes
e adultos deve ser diferente da atuação com crianças, pois
estes apresentam
motivações e posturas diferentes frente à aprendizagem, que
devem ser conside
radas
pelo pedagogo que atua nos espaços não formais. Basta
compreendermos,
por exemplo, que o adulto decide se vai continuar ou não no
projeto em que
se inseriu. Essa decisão muitas vezes depende da
metodologia adotada e da
forma como esses encontros foram planejados e conduzidos,
que podem se
tornar significativos ou não para esses públicos.
A apresentação é o momento em que cada participante pode
falar um pouco
sobre si para que o grupo passe a conhecê-lo nesse primeiro
momento. O
aquecimento também é conhecido como “quebra-gelo” e
pode envolver uma
atividade física, de relaxamento, uma brincadeira ou algo que
o pedagogo con-
sidere mais adequado ao grupo naquele momento. A
atividade principal pode
ser dividida em três tipos: de execução ou realização,
quando é proposto aos
participantes que venham a criar alguma coisa em conjunto;
de comunicação,
em que os grupos deverão argumentar a partir de um tema
que receberam,
exercitando as suas habilidades de comunicação; ou
situacional, em que são
realizados estudos a respeito de determinado caso que seja
interessante e
contribua para a apropriação dos sentidos requeridos nessas
atividades peda
gógicas.
O resgate é a fase final da dinâmica e serve como espaço de
escuta
e avaliação da técnica e do seu impacto no grupo.
oficina pedagógica atende, basica
mente,
a duas finalidades: (a) articulação de conceitos,
pressupostos e noções
com ações concretas, vivenciadas pelo participante ou
aprendiz; e b) vivência
e execução de tarefas em equipe, isto é, apropriação ou
construção coletiva
de saberes [...]”. Assim, a oficina pedagógica contribui
para facilitar a apren
dizagem,
uma vez que possibilita que aqueles que aprendem
possam fazê-lo
de forma prática e vivencial. Isso torna o processo de
ensino e aprendizagem
mais significativo para aqueles que dele participam.
mod 7
A educação não formal é parte importante da formação
humana. Na atu
alidade,
dadas as exigências de aprendizagem e capacitação ao
longo de
toda a vida, a educação não formal é ainda mais
fundamental. Isso faz com
que o pedagogo tenha um novo campo de atuação
profissional: ele pode
desenvolver práticas pedagógicas com indivíduos ou
grupos de sujeitos
que possuem necessidades e interesses de
aprendizagem comuns.
Porém, as metodologias utilizadas para o trabalho com
esses sujeitos
da educação não formal são distintas daquelas da
educação formal. Por
essa razão, deve-se conhecer e adaptar tais
metodologias a cada situação
educativa. Assim, são imprescindíveis aos pedagogos o
estudo, a pesquisa
e a deliberação sobre as melhores ferramentas e
estratégias pedagógicas
para o processo de ensino e aprendizagem desenvolvido
nos espaços
não formais de educação.
A vida das pessoas é pautada por momentos educativos.
Tais momentos ocorrem
nos diversos grupos sociais e instituições dos quais as
pessoas participam e
por meio dos quais produzem a sua subjetividade e
formam a sua identidade.
Nesses espaços, inseridos no âmbito cultural, os
sujeitos se apropriam de
ensinamentos, desenvolvem traços comportamentais e
obtêm conhecimentos
de várias ordens — como cognitivos, emocionais e
relacionais.
Assim, a cultura tem forte caráter pedagógico e deve ser
considerada
pelo pedagogo quando ele atua na educação não formal,
como você vai ver
adiante. Agora, é importante que você tenha em mente
que o ser humano se
constitui como sujeito a partir dos processos
educacionais de que participa na
vida social. Essa ideia indica que somente a escola
(educação formal) não é
suficiente para o desenvolvimento pleno,
Essa citação indica que a educação está sempre sendo
atravessada por outros
elementos, sentindo os efeitos das mudanças sociais
existentes, seja no campo
político, no econômico ou no cultural. Assim, a educação
não formal assume
uma importância fundamental na tarefa de acompanhar
as mudanças sociais que
ocorreram nas últimas décadas, projetando uma
sociedade de aprendizagem,
com sujeitos que devem aprender de forma permanente.
A partir da educação
não formal, ampliam-se as possibilidades de
aprendizagem, há um reforço
das diferentes formas de educação (formal e informal) e
obtêm-se resultados
sociais que podem melhorar a vida de toda a população.
Para atuar na educação não formal, porém, o pedagogo
deve apropriar-se de
algumas metodologias e estratégias pedagógicas que
poderão fundamentar as
suas práticas. Desse modo, o processo de ensino e
aprendizagem vai acontecer
de forma mais eficiente e serão atingidos os objetivos
educacionais planejados
para os aprendizes individuais ou grupos. Há diversas
estratégias pedagógicas
possíveis, mas aqui você vai conhecer melhor as
seguintes:
dialogicidade;.
utilização de princípios andragógicos;
.
envolvimento da cultura;
.
uso de metodologias ativas;
.
uso de técnicas de acolhimento;
.
uso de atividades grupais;
.
atividades voltadas para valores e ética.
.
O uso do diálogo na educação não formal tem sido
proposto desde a atuação
de Paulo Freire na educação popular brasileira, nos anos
1960. O diálogo quebra
a ideia do paradigma pedagógico tradicional, em que o
professor desponta
como o detentor do saber frente a uma turma de alunos
sobre os quais serão
“depositados” os conhecimentos e saberes. Assim,
nessa concepção restritiva,
o aluno aprende passivamente, sem questionar ou
envolver-se com ações de
planejamento, organização e avaliação das
aprendizagens de que participa.
Por outro lado, o diálogo na educação não formal deve
colocar o aprendiz
como protagonista do processo de ensino e
aprendizagem, proporcionando
que crie condições de reflexão, participação e crítica
sobre o que aprende e
ensina aos demais membros do seu grupo.
Ao estabelecer a dialogicidade como estratégia
pedagógica que propõe o
compartilhamento e a construção coletiva de saberes, o
pedagogo também
deve conhecer e aplicar os princípios da andragogia, que
é conhecida como a
ciência de ensinar adultos. Segundo Bes (2017), esses
princípios exigem que
o pedagogo considere as experiências que seus
aprendizes trazem consigo
e as utilize para promover suas ações. Da mesma forma,
o pedagogo deve
considerar que os jovens e adultos são motivados muito
mais internamente
— ou seja, quando buscam a educação não formal, já
decidiram aprender
sobre determinado assunto e já ponderaram sobre a
importância disso para
suas vidas. Além disso, os educandos também devem
ser orientados para
a aprendizagem, isto é, cabe ao pedagogo estabelecer
junto ao grupo, por
meio do diálogo, as melhores formas de realização do
processo de ensino
e aprendizagem.
Para propor metodologias ativas, você deve conhecer
possibilidades, in
clusive,
de atuação com metodologias híbridas de ensino, como
o blended
learning, que propõe a alternância entre os ambientes
presenciais e as atividades
on-line. Também é importante o uso de estratégias
como: jogos, desafios,
aprendizagem baseada em problemas, aprendizagem por
projetos pedagógicos,
aprendizagem colaborativa, entre inúmeras outras
técnicas que compõem as
metodologias ativas educacionais.
Ainda é essencial que o pedagogo coloque em prática
técnicas de aco
lhimento
e envolvimento dos grupos de aprendizes, fazendo com
que de
senvolvam
seus vínculos e criem um espírito de equipe e de
pertencimento
aos grupos e locais em que se encontram. Afinal, todos
possuem interesses
comuns e, normalmente, costumam abraçar a mesma
causa social quando as
práticas educativas não formais ocorrem em
organizações do terceiro setor.
Para isso, é possível utilizar dinâmicas de grupo e
expressões da arte, como
o teatro, a música e a dança.
É importante ainda que o pedagogo se aproprie dos
conceitos que envol
vem
a ética e o desenvolvimento de valores humanos. Tais
conceitos devem
pautar suas atividades com os grupos da educação não
formal, favorecendo
o desenvolvimento de habilidades sociais importantes
para a vida cotidiana.
Entre esses conceitos, você pode considerar a
honestidade, a solidariedade, a
empatia, o senso de justiça e a cidadania.
É importante problematizar a tendência atual que pauta
os processos peda
gógicos:
a educação que busca o desenvolvimento de
competências. Esse tipo
de educação ocorre tanto na esfera formal quanto,
muitas vezes, no âmbito não
formal,
Para atingir tal objetivo e ter êxito na capacitação de
seus aprendizes na
educação não formal, o pedagogo pode valer-se de
muitas estratégias peda
gógicas.
Entre elas, considere as seguintes:
aprendizagem colaborativa e cooperativa;
.
pedagogia de projetos;
.
aprendizagem híbrida;
.
metodologias ativas;
.
aprendizagem tecnológica ativa.
.
Entre as fortes tendências educacionais
contemporâneas que visam a pre
parar
as pessoas para serem inovadoras, resolvendo
problemas e desafios a
partir de sua criatividade, da flexibilização e da
adaptabilidade, está a chamada
aprendizagem colaborativa e cooperativa. A
aprendizagem colaborativa se
encaixa muito bem nas práticas educativas não formais,
Assim, o pedagogo pode valer-se da aprendizagem
colaborativa e coopera
tiva
para propor suas intervenções pedagógicas junto aos
grupos da educação
não formal, buscando que os aprendizes desenvolvam
as habilidades de que
necessitam para suas vidas. Além disso, a ideia é fazer
com os grupos apren
dam
de forma mais autônoma e com uma interdependência
positiva entre os
seus membros.
A pedagogia de projetos se adequa bem ao formato das
práticas peda
gógicas
da educação não formal, sobretudo daquelas que
ocorrem ao longo
de um período de tempo maior, de forma mais
organizada e sistemática.
Existem inúmeros formatos para a estruturação de um
projeto pedagógico,
porém a grande maioria deles reúne as etapas a seguir
(BEHRENS, 2000).
1. Apresentação e discussão do projeto.
2. Problematização do tema.
3. Contextualização.
4. Momentos teóricos e exploratórios.
5. Pesquisa individual.
6. Produção individual.
7. Discussão coletiva, crítica e reflexiva.
8. Produção coletiva.
9. Produção final (prática social).
10. Avaliação coletiva do projeto.
Ao final
do processo, os projetos da educação não formal
costumam apresentar como
resultado um produto, serviço, campanha ou ação em
prol do bem-estar do
grupo ou mesmo de toda a sociedade. Também deve-se
propor mecanismos
de avaliação dos quais todos os envolvidos possam
participar, destacando
pontos fortes e fragilidades a serem corrigidas para
futuras ações com o uso
da mesma metodologia de trabalho.
A aprendizagem híbrida é aquela que procura apresentar
momentos
de aprendizagem presenciais típicos, nos quais
aprendizes se reúnem com o
pedagogo para o desenvolvimento das atividades
pedagógicas. Nesse contexto,
há inúmeras outras possibilidades de autoaprendizagem
que podem ocorrer de
forma virtual, nas casas dos aprendizes ou mesmo pelo
uso de telefones móveis
(m
learning). Assim, o pedagogo da educação não formal
pode estruturar um
ambiente virtual de aprendizagem para que seus
aprendizes interajam entre
si e com os saberes que almejam.
A educação não formal possui características próprias,
pois ocorre ao longo
da vida dos sujeitos, fora do ambiente escolar. Ela
acontece quando as pessoas
se engajam em ações educacionais que lhes interessam,
de que necessitam e
das quais têm a oportunidade de participar. Assim, o
campo das aprendiza
gens
não formais é muito vasto. Além disso, essas
experiências educacionais
contribuem decisivamente para formar os sujeitos.
No período medieval, as ações educativas eram direcionadas
para uma elite
social, ou seja, para os monarcas e os seus filhos e filhas,
assim como para o
alto clero da Igreja e para alguns líderes de exércitos que
iriam defender os
territórios habitados pela grande massa popular como
recompensa pelo seu
trabalho. Com o início da burguesia, ainda durante o regime
feudal, surgiram
os primeiros movimentos que buscavam ampliar essa
estratificação social
existente e permitir que mais pessoas tivessem acesso à
educação. A educação
escolar, porém, institucionalizou-se somente na
Modernidade, no século XVIII,
consolidando-se ao longo dos séculos XIX e XX.
mod 8
No período medieval, as ações educativas eram direcionadas
para uma elite
social, ou seja, para os monarcas e os seus filhos e filhas,
assim como para o
alto clero da Igreja e para alguns líderes de exércitos que
iriam defender os
territórios habitados pela grande massa popular como
recompensa pelo seu
trabalho. Com o início da burguesia, ainda durante o regime
feudal, surgiram
os primeiros movimentos que buscavam ampliar essa
estratificação social
existente e permitir que mais pessoas tivessem acesso à
educação. A educação
escolar, porém, institucionalizou-se somente na
Modernidade, no século XVIII,
consolidando-se ao longo dos séculos XIX e XX.
Assim, num esforço de escolarizar o mundo,

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