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VÍCIOS DE LINGUAGEM

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VÍCIOS DE LINGUAGEM
 Os vícios de linguagem são modos de escrever que contrariam as normas de uma língua. A infração à norma só recebe o nome de vício quando se torna frequente nos usos que o sujeito faz da língua. Os deslizes ocasionais podem ser apenas um descuido ou um recurso com intenção expressiva. Vamos analisar alguns desses vícios da língua, mas sempre atentos aos contextos de uso. 
 A primeira seria o arcaísmo, quando são empregadas palavras ou expressões que caíram em desuso. Por exemplo: Os três dias de nojo tinham passado. Nessa oração de Eça de Queiroz, a expressão nojo se refere ao luto. Esse é um termo que, atualmente, não é mais utilizado como sinônimo de luto. 
 Há também o barbarismo, uma inadequação que pode estar relacionada à forma da palavra (como esteje ao invés de esteja) ou estar relacionado ao equívoco de pronúncia (como Rubrica, ao invés de rubrica, ou pudico, no lugar de pudico). O primeiro caso de barbarismo recebe o nome de cacoépia, ao passo que o segundo, de silabada. Podem existir, ainda, inadequações gráficas, chamadas de cacografia, por exemplo: segiu e excessão.
 O cacófato é a palavra que resulta da união entre duas partes de palavras vizinhas. Por exemplo: Não tenho pretensões acerca dela (a ser cadela), ou nunca gaste dinheiro demais. 
 A colisão é uma sequência de sons consonantais iguais que causam um efeito sonoro desagradável. Por exemplo: Se sobressaiu sobre os outros. Ao ler em voz alta, é perceptível um som sibilante que se torna desagradável e exige mais atenção do interlocutor. 
 O pleonasmo é o emprego de palavras ou expressões de significado semelhante que não acrescentam nada ao que foi expresso anteriormente e, por isso, tornam-se inúteis e/ou redundantes. Por exemplo: Saia aqui para fora ou encare de frente a situação. Observe que não há necessidade de usar a expressão para fora porque o verbo sair já traz esse sentido. No segundo caso, a expressão de frente é redundante porque para encarar alguma coisa é preciso estar de frente. 
 O solecismo é o nome dado às construções que infringem as normas da sintaxe, sejam elas de concordância, regência ou colocação pronominal. Por exemplo: *Haviam dez alunos na sala (o verbo haver é um verbo impessoal; logo, permanece na terceira pessoa do singular). Vejamos outro exemplo: *Cheguei na escola. O verbo chegar rege a preposição a e não em. Portanto, segundo a norma culta, o correto é chegar à escola. Outra situação: *me empresta isso. Segundo o padrão da norma culta, não podemos iniciar orações com pronome obliquo. Ou seja, o correto seria: Empresta-me isso. 
 Convém salientar que os vícios são assim caracterizados mais na escrita da língua. Na oralidade, muitos dos exemplos citados não podem ser considerados inadequados, de acordo com o contexto, sujeitos, e outros fatores que abarcam a variação linguística. Todavia, quanto aos contextos monitorados da língua, faz-se necessário o uso da norma padrão. Nos gêneros secundários (como na escrita acadêmica), os vícios de linguagem comprometem a estrutura do texto e sua interpretação.

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