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JOGOS COOPERATIVOS (Teorias segundo o autor Reinaldo Soler). O que são Jogos Cooperativos? Os Jogos Cooperativos nasceram há milhares de anos, quando membros das comunidades tribais se reuniam para celebrar a vida em volta de uma fogueira. Segundo Barreto (2000): "Jogos cooperativos são dinâmicas de grupo que têm por objetivo, em primeiro lugar, despertar a consciência de cooperação, isto é, mostrar que a cooperação é uma alternativa possível e saudável no campo das relações sociais; em segundo lugar, promover efetivamente a cooperação entre as pessoas, na exata medida em que os jogos são, eles próprios, experiências cooperativas”. Com toda certeza, os jogos cooperativos sempre existiram, mas começaram a ser sistematizados na década de 1950 nos Estados Unidos, através do trabalho pioneiro de Ted Lentz. Um dos maiores estudiosos do tema jogos cooperativos, sem duvida nenhuma, Terry Orlick, da Universidade de Ottawa, no Canadá, que pesquisou a relação entre jogo e sociedade. Em 1978, publicou o livro Vencendo a competição, que serve de referência para qualquer trabalho sobre cooperação. Segundo Le Boulch (1988, p. 305): "A cooperação exige que a criança possa colocar-se sob o ponto de vista do colega, que descubra suas possibilidades com relação à situação e que capte suas intenções”. Definindo Existem muitas definições para cooperação e competição. Acredito que as definições que mais se aproximam da realidade sejam as descritas por Brotto (1999): Cooperação: é um processo de interação social, em que os objetivos são comuns, as ações são compartilhadas e os benefícios são distribuídos para todos. Competição: é um processo de interação social, em que os objetivos são mutuamente exclusivos, as ações são isoladas ou em oposição umas às outras, e os benefícios são destinados somente para alguns. Existe ainda uma outra forma de se jogar e viver, e que muitas pessoas utilizam: Omissão: é um processo de isolamento social, caracterizado pela indiferença, em que os objetivos podem ser qualquer um "tanto faz", as ações não existem, e os benefícios, se vierem, já será lucro. Fabio Brotto (1999) nos fala sobre os jogos cooperativos: "Jogos cooperativos são uma abordagem filosófico-pedagógica criada para promover a ética da Cooperação e a melhoria da qualidade devida para todos, sem exceção”. Os jogos cooperativos são jogos em que os participantes jogam uns com os outros, em vez de uns contra os outros. Joga-se para superar desafios. São jogos para compartilhar, unir pessoas, despertar a coragem para assumir riscos, e geram pouca preocupação com o fracasso ou com o sucesso como fins em si mesmos. Eles reforçam a confiança mútua e todos podem participar autenticamente. Ganhar e perder são apenas referências para o contínuo aperfeiçoamento pessoal e coletivo. Os jogos cooperativos buscam a participação de todos, sem que alguém fique excluído, e se caracterizam por terem o objetivo e a diversão centrados em metas coletivas e não, em metas individuais. Os jogos cooperativos têm várias características libertadoras que são muito coerentes com o trabalho em grupo: Libertam da competição: O objetivo é que todos participem para poder alcançar uma meta comum. Libertam da eliminação: O esboço do jogo cooperativo busca a integração de todos. Libertam para criar: Criar é construir e, para construir, a colaboração de todos é fundamental. As regras são flexíveis, e os participantes podem contribuir para mudar o jogo. Libertam da agressão física: Certamente gastamos energia na atividade física, mas, se promovemos a agressão física contra o outro, estamos aceitando um comportamento destrutivo e desumanizante; e o jogo cooperativo propõe o contrário. Nos jogos podemos ir desenvolvendo certas atitudes que são importantes: A empatia: Capacidade de pôr-se no lugar do outro. A cooperação: Capacidade de se trabalhar em prol de uma meta comum. A estima: Capacidade de reconhecer e expressar a importância do outro. A comunicação: É a relação do diálogo: o intercâmbio de sentimentos, conhecimentos, estima, problemas e perspectivas. Princípios fundamentais dos Jogos Cooperativos Segundo Barreto (2000), os jogos cooperativos baseiam-se em cinco princípios fundamentais. : • Inclusão: na experiência cooperativa o que se almeja é trabalhar com as pessoas no sentido de procurar sempre ampliar a participação e a integração delas nos processos em curso. • Coletividade: a experiência cooperativa diz respeito a conquistas e ganhos que somente se realizam coletivamente (sem, contudo, deixar de reconhecer a esfera da individualidade de seus membros). • Igualdade de direitos e deveres: assegura a participação e a responsabilidade de todos pela decisão e gestão, bem como a justa repartição dos benefícios promovidos pela atividade cooperativa. • Desenvolvimento humano: o objetivo último da experiência cooperativa é o ser humano e seu aprimora-mento enquanto sujeito social. • Processualidade: como vimos acima, a cooperação privilegia o processo (os meios), isso significa também que o trajeto é traçado à medida que é trilhado, progressivamente, de modo que cada passo é dado, levando-se em conta os anteriores. Categorias de Jogos Cooperativos Terry Orlick (1989) dividiu os jogos cooperativos em diferentes categorias, pois sempre é necessário adequar os jogos ao grupo que se propõe a jogar: a) Jogos cooperativos sem perdedores: Todos os participantes formam um único grande time. São jogos plenamente cooperativos. b) Jogos de resultado coletivo: Permitem a existência de duas ou mais equipes. Havendo um forte traço de cooperação dentro de cada equipe, e entre as equipes também. O principal objetivo é realizar metas comuns. c) Jogos de inversão: Enfatizam a noção de interdependência, por meio da aproximação e troca de jogadores que começam em times diferentes. Os jogos de inversão se dividem em quatro tipos: • Rodízio: Os jogadores mudam de lado de acordo com situações preestabelecidas, como, por exemplo: depois de sacar (voleibol); após a cobrança de escanteio (futebol, handebol); assim que arremessar um lance livre (basquete). • Inversão do goleador: o jogador que marca o ponto passa para o outro time. • Inversão do placar: o ponto conseguido é marcado para o outro time. • Inversão total: tanto o jogador que fez o ponto, como o ponto conseguido, passam para o outro time. d) Jogos semicooperativos: Indicados para um início de trabalho com jogos cooperativos, especialmente com adolescentes, num contexto de aprendizagem esportiva. Oferece a oportunidade de os participantes jogarem em diferentes posições: • Todos jogam: Todos que querem jogar recebem o mesmo tempo de jogo. • Todos tocam/todos passam: A bola deve ser passada por entre todos os jogadores do time para que o ponto seja validado. • Todos marcam ponto: Para que um time vença, é preciso que todos os jogadores tenham feito pelo menos 01 ponto durante o jogo. (Podem-se utilizar também outros critérios, tais como bola na trave, no aro ou tabela, um saque correio etc.). • Todas as posições: Todos passam pelas diferentes posições no jogo (goleiro, técnico, torcedor, dirigente etc.). • Passe misto: A bola deve ser passada, alternadamente, entre meninos e meninas. • Resultado misto: Os pontos são convertidos, ora por uma menina, ora por um menino. JOGOS COOPERATIVOS (Teorias segundo o autor Reinaldo Soler). O que são Jogos Cooperativos? Os Jogos Cooperativos nasceram há milhares de anos, quando membros das comunidades tribais se reuniam para celebrar a vida em volta de uma fogueira. Segundo Barreto (2000): "Jogos cooperativos são dinâmicas de grupo que têm por objetivo, em primeiro lugar, despertar a consciência de cooperação, isto é, mostrar que a cooperação é uma alternativa possível e saudável no campo das relações sociais; em segundo lugar,promover efetivamente a cooperação entre as pessoas, na exata medida em que os jogos são, eles próprios, experiências cooperativas”. Com toda certeza, os jogos cooperativos sempre existiram, mas começaram a ser sistematizados na década de 1950 nos Estados Unidos, através do trabalho pioneiro de Ted Lentz. Um dos maiores estudiosos do tema jogos cooperativos, sem duvida nenhuma, Terry Orlick, da Universidade de Ottawa, no Canadá, que pesquisou a relação entre jogo e sociedade. Em 1978, publicou o livro Vencendo a competição, que serve de referência para qualquer trabalho sobre cooperação. Segundo Le Boulch (1988, p. 305): "A cooperação exige que a criança possa colocar-se sob o ponto de vista do colega, que descubra suas possibilidades com relação à situação e que capte suas intenções”. Definindo Existem muitas definições para cooperação e competição. Acredito que as definições que mais se aproximam da realidade sejam as descritas por Brotto (1999): Cooperação: é um processo de interação social, em que os objetivos são comuns, as ações são compartilhadas e os benefícios são distribuídos para todos. Competição: é um processo de interação social, em que os objetivos são mutuamente exclusivos, as ações são isoladas ou em oposição umas às outras, e os benefícios são destinados somente para alguns. Existe ainda uma outra forma de se jogar e viver, e que muitas pessoas utilizam: Omissão: é um processo de isolamento social, caracterizado pela indiferença, em que os objetivos podem ser qualquer um "tanto faz", as ações não existem, e os benefícios, se vierem, já será lucro. Fabio Brotto (1999) nos fala sobre os jogos cooperativos: "Jogos cooperativos são uma abordagem filosófico- pedagógica criada para promover a ética da Cooperação e a melhoria da qualidade devida para todos, sem exceção”. Os jogos cooperativos são jogos em que os participantes jogam uns com os outros, em vez de uns contra os outros. Joga-se para superar desafios. São jogos para compartilhar, unir pessoas, despertar a coragem para assumir riscos, e geram pouca preocupação com o fracasso ou com o sucesso como fins em si mesmos. Eles reforçam a confiança mútua e todos podem participar autenticamente. Ganhar e perder são apenas referências para o contínuo aperfeiçoamento pessoal e coletivo. Os jogos cooperativos buscam a participação de todos, sem que alguém fique excluído, e se caracterizam por terem o objetivo e a diversão centrados em metas coletivas e não, em metas individuais. Os jogos cooperativos têm várias características libertadoras que são muito coerentes com o trabalho em grupo: Libertam da competição: O objetivo é que todos participem para poder alcançar uma meta comum. Libertam da eliminação: O esboço do jogo cooperativo busca a integração de todos. Libertam para criar: Criar é construir e, para construir, a colaboração de todos é fundamental. As regras são flexíveis, e os participantes podem contribuir para mudar o jogo. Libertam da agressão física: Certamente gastamos energia na atividade física, mas, se promovemos a agressão física contra o outro, estamos aceitando um comportamento destrutivo e desumanizante; e o jogo cooperativo propõe o contrário. Nos jogos podemos ir desenvolvendo certas atitudes que são importantes: A empatia: Capacidade de pôr-se no lugar do outro. A cooperação: Capacidade de se trabalhar em prol de uma meta comum. A estima: Capacidade de reconhecer e expressar a importância do outro. A comunicação: É a relação do diálogo: o intercâmbio de sentimentos, conhecimentos, estima, problemas e perspectivas. Princípios fundamentais dos Jogos Cooperativos Segundo Barreto (2000), os jogos cooperativos baseiam-se em cinco princípios fundamentais. : • Inclusão: na experiência cooperativa o que se almeja é trabalhar com as pessoas no sentido de procurar sempre ampliar a participação e a integração delas nos processos em curso. • Coletividade: a experiência cooperativa diz respeito a conquistas e ganhos que somente se realizam coletivamente (sem, contudo, deixar de reconhecer a esfera da individualidade de seus membros). • Igualdade de direitos e deveres: assegura a participação e a responsabilidade de todos pela decisão e gestão, bem como a justa repartição dos benefícios promovidos pela atividade cooperativa. • Desenvolvimento humano: o objetivo último da experiência cooperativa é o ser humano e seu aprimora-mento enquanto sujeito social. • Processualidade: como vimos acima, a cooperação privilegia o processo (os meios), isso significa também que o trajeto é traçado à medida que é trilhado, progressivamente, de modo que cada passo é dado, levando-se em conta os anteriores. Categorias de Jogos Cooperativos Terry Orlick (1989) dividiu os jogos cooperativos em diferentes categorias, pois sempre é necessário adequar os jogos ao grupo que se propõe a jogar: a) Jogos cooperativos sem perdedores: Todos os participantes formam um único grande time. São jogos plenamente cooperativos. b) Jogos de resultado coletivo: Permitem a existência de duas ou mais equipes. Havendo um forte traço de cooperação dentro de cada equipe, e entre as equipes também. O principal objetivo é realizar metas comuns. c) Jogos de inversão: Enfatizam a noção de interdependência, por meio da aproximação e troca de jogadores que começam em times diferentes. Os jogos de inversão se dividem em quatro tipos: • Rodízio: Os jogadores mudam de lado de acordo com situações preestabelecidas, como, por exemplo: depois de sacar (voleibol); após a cobrança de escanteio (futebol, handebol); assim que arremessar um lance livre (basquete). • Inversão do goleador: o jogador que marca o ponto passa para o outro time. • Inversão do placar: o ponto conseguido é marcado para o outro time. • Inversão total: tanto o jogador que fez o ponto, como o ponto conseguido, passam para o outro time. d) Jogos semicooperativos: Indicados para um início de trabalho com jogos cooperativos, especialmente com adolescentes, num contexto de aprendizagem esportiva. Oferece a oportunidade de os participantes jogarem em diferentes posições: • Todos jogam: Todos que querem jogar recebem o mesmo tempo de jogo. • Todos tocam/todos passam: A bola deve ser passada por entre todos os jogadores do time para que o ponto seja validado. • Todos marcam ponto: Para que um time vença, é preciso que todos os jogadores tenham feito pelo menos 01 ponto durante o jogo. (Podem-se utilizar também outros critérios, tais como bola na trave, no aro ou tabela, um saque correio etc.). • Todas as posições: Todos passam pelas diferentes posições no jogo (goleiro, técnico, torcedor, dirigente etc.). • Passe misto: A bola deve ser passada, alternadamente, entre meninos e meninas. • Resultado misto: Os pontos são convertidos, ora por uma menina, ora por um menino.
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