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Arboviroses 
DEFINIÇÃO: Vírus transmitidos por artrópodes e são assim designados pelo fato de parte de seu ciclo replicativo ocorrer nos insetos 
DENGUE FEBRE AMARELA ZIKA CHIKUNGUNYA 
• Gênero Flavivírus; Família Flaviviridae – RNA fita simples; • 
Vetor: Aedes aegypti; 
• Possui 4 sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e o DENV-4; → 
ordem de virulência: 2>3>4>1 
• Transmissão: na fase de viremia (1d antes da febre) e após 8-
12 dias no mosquito (multx nas gland salivares da fêmea) • 
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
PATOGÊNESE 
• Vírus replica-se em céls musculares esqueléticas (mialgia) e 
linfonodos locais → em seguida tem a viremia; 
• O vírus tem tropismo celular por células fagocitárias → Replica-
se no interior dos macrófagos → ao interagirem com linfócitos 
T helper ativados liberam citocinas (IL-6) → sd febril 
 Forma grave:↑chance quando 2ª infecção é pelo sorotipo 2 
• Ligação de anticorpos heterólogos ao novo sorotipo (sem 
neutralizar) → formação de complexos vírus-anticorpo → 
facilita a penetração do vírus nos macrófagos (por opsonização) 
→ ↑ carga viral → ↑ viremia → ↑ citocinas liberadas → 
apoptose celular → liberação de histamina → ↑ permeabilidade 
vascular → ativação do sistema complemento e tromboplastina 
→ alterações hematológicas → hipovolemia relativa → choque 
• Trombocitopenia (destruição periférica de plaquetas por 
imunocomplexos e sistema complemento) → CIVD 
QUADRO CLÍNICO 
 DENGUE CLÁSSICA: 
• Febre alta (39° - 40°C) com início abrupto, dura 2-7 dias; 
• Cefaleia intensa, mialgia (++), adinamia, artralgia (+/-), dor 
retroorbitária (+++); • Exantema (+) (50%) – maculopapular 
forma aditiva, com ou sem prurido; • Anorexia, náuseas e 
vômitos. • Pode apresentar epistaxe, petéquias (não 
necessariamente irá caracterizar dengue hemorrágica); 
No exame hematológico: leucopenia e neutropenia (após o 2º 
dia da doença); plaquetas normais ou ; discreta↑ nas 
aminotransferases. 
Sinais de alarme: dor abdominal; vômitos persistentes; 
acúmulo de líquido (ascite, derrame pleural ou pericárdico), 
hepatomegalia >2cm; sangramento mucosa; letargia; 
hipotensão postural; 
 DENGUE HEMORRÁGICA: • Inicialmente similar à DC → 
defervescência da febre (4º ou 5º dia) → fenômenos 
• Vírus amarílico: Flavivírus, Flaviviridae; 
• Ciclo Urbano: homem – homem pelo Ae. Aegypti 
• Ciclo silvestre: mosquito Haemagogus e Sabothes → 
transmite p/ macacos – principais reservatórios. 
• Período de incubação: 3-6d até 10-15d 
• Período de transmissão: 24 – 48h antes até 3-5d, 
após início do quadro 
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA (24h) 
PATOGÊNESE 
• Inoculação pelo vetor → vírus é fagocitado pelas céls 
dendríticas da pele e transportadas pelo sist. Linfático 
→ linfonodo adjacente → multiplicação → corrente 
sang → ↑ viremia (até 96h) → infecção do fígado → 
céls de Kupffer (menos de 24h da infecção original) → 
multiplicação → baço, coração e rins 
• Citocinas pró-inflamatórias, TNF → lesões celulares, 
formação de radicais livres de O2 e alterações 
hemodinâmicas → extravasamento do plasma → dano 
na microcirculação → lesão tecidual por hipóxia 
• Lesão hepática só ocorre tardiamente → necrose 
mediozonal (poupando as regiões centrolobular e 
periportal). • Corpúsculos de Councilman: apoptose 
de hepatócitos. 
• Patologia renal: necrose eosinofílica, apoptose, 
degeneração gordurosa das cels do ep tubular renal; 
QUADRO CLÍNICO 
 LEVE – MODERADA (80%) 
• Febre súbita e alta, contínua 
• Sinal de Faget (pulso lento + febre alta) 
• Cefaleia intensa e duradoura 
• Mialgia, náuseas, icterícia (ausente ou leve) 
• Sintomas: 2-4d • Plaquetopenia: ↑mod de AST/ALT; 
BB normal ou discret↑ (+BD). 
 GRAVE 
• Cefaleia, e mialgia ↑intensa; náuseas, vômitos; • 
Icterícia ↑; Oligúria; • Manif hemorrágicas: epistaxe, 
hematêmese, metrorragia. 
 MALIGNA 
• Período de remissão dos sintomas de 6-48h entre o 
3º e 5º dia, seguido de agravamento da icterícia, insuf 
renal e ↑ hemorragia • CIVD - Óbito 20-50% 
• ZIKAV: RNA fita simples – gênero Flavivirus 
- Origem África; 
• Período de incubação: 2-14 d 
• Transmissão: picada do Aedes aegypti e 
albopictus, vertical, transfusão, relação sexual 
•Assintomáticos também podem transmitir a 
doença; 
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA em 24h! 
PATOGÊNESE 
• Dados ainda infrequente; • Acredita-se que 
fibroblastos, queratinócitos, cels de Langerhans 
e cels dendríticas imaturas da pele são as 
primeiras infectadas; 
• Após replicação nas cels cutâneas e linfonodos 
regionais, o ZIKV se dissemina via linfática e 
sanguínea → SNC, miocárdio, músculos 
esqueléticos. 
QUADRO CLÍNICO 
• 80% assintomático • 20% autolimitada 2-7d 
• Febre baixa (<38°C) e de curta duração (2-3d) 
• Exantema maculopapular pruriginoso início 
precoce (90-93%) (++++); 
• Hiperemia conjuntival não purulenta, sem 
prurido (65%) duração 3-5d (+++) 
• Dor retro-orbital (+) 
• Artralgia e edema de pequenas articulações, 
duração 6 – 8d (+) 
• Cefaleia, mialgia, astenia (+) 
COMPLICAÇÕES 
• Neurotropismo → neurotoxicidade direta 
- Encefalite, meningoencefalite, mielite, Sd. 
Guillain-Barré (6d após o início dos sintomas; 
paralisia flácida, arreflexia; pode complicar com 
insuf cardíaca e resp.); 
• Microcefalia congênita: cruza BHE → invade e 
destrói neurônios primitivos, impedindo 
migração e diferenciação destas cels. 
- Período + crítico: 1º tri – fase inicial de 
formação do SNC, porém é teratogênico em 
TODOS os semestres. 
- Perímetro cefálico ≤ 32cm – na 1ª sem. 
• Vírus CHIKV: fita simples – família Togaviridae 
• Vetores: Aedes aegypti, Aedes albopictus 
• Hosp intermed: roedores, pássaros, primatas, 
pequenos mamíferos • Hosp definitivo: homem 
• Período de incubação: 3-7 dias 
• NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA semanal, exceto 
óbitos 
PATOGÊNESE 
• Ainda não é totalmente evidenciada; 
• Parece que a existência do vírus em fibroblasto e 
macrófagos sinoviais perivasculares, tanto na fase 
aguda, como na fase crônica da infecção. 
QUADRO CLÍNICO 
 Fase aguda/febril: 
• Após um período de incubação que se estende 
por 2 a 12 dias (normalmente 4-7 dias); 
• Febre (+++): início abrupto; febre alta de até 40°C; 
contínua, intermitente; 
• Poliartralgia (90%): intensa (+++); incapacitante, 
poliarticular, bilateral e simétrica – mais comum 
acometer pulsos, tornozelos e falanges. 
• Edema: associado a tenossinovite 
• Exantema (++) (>50%): macular ou maculopapular, 
2º - 5º dia após início da febre. 
• Dor nas costas, cefaleia, fadiga, mialgia (+), dor 
retro-ocular. 
 Fase subaguda: 
• Após 10 dias – febre desaparece; 
• Fase subaguda pode se estender por 3 meses; 
• Persistente ou agravamento da artralgia 
(poliartrite distal) + edema persistente 
• Tenossinovite hipertrófica (falanges, punhos, 
tornozelos) → Sd. Túnel do Carpo. 
 Após 3 meses o pct pode evoluir para a 
recuperação ou para a fase crônica; 
 Fase Crônica: 
• Sintomas >3m até 3 anos; 
• Evolução do quadro articular → pode haver 
deformação; • Limitação de mov 
• Pct volta a apresentar sintomas inespecíficos – 
fadiga, cefaleia. 
Lidiely Mello Legenda: BB – bilirrubinas TP -tempo de protrombina 
(++++) – intensidade/quantidade 
 
hemorrágicos – petéquias na face, véu palatino, axilas e 
extremidades + sinais de alarme 
• Choque: rápida instalação e curta duração – hipoperfusão + 
falência órgãos + acidose metabólica + CIVD → óbito em 4 - 6h 
DIAGNÓSTICO 
• Até 5 dias: Pesquisa de Antígeno Viral (NS1) – padrão ouro: 
Sensibilidade 70% e especificidade de 95% 
• A partir de 5 dias: sorologia ELISA com pesquisa de anticorpos 
IgM (se mantém por 90 dias) e IgG. 
MANEJO 
1. Notificar casos suspeitos e confirmados; 2. Classificar o 
risco; 
• Grupo A: caso suspeito, sem sinais de alarme, sem 
comorbidades; • Prova do laço negativa; • Mandar para casa; 
- Dipirona e/ou paracetamol; - Hidratação oral 60ml/kg/dia em 
adultos; 
• Grupo A – especial:hipertensos e cardiopatas; prova do laço 
negativa; 
• Grupo B: sem sinais de alarme, com comorbidades; • Prova do 
laço positiva; 
- Reavaliação clínica; esperar resultado dos exames; 
- Grupo de risco; • Solicitar hemograma; 
- Conduta do A + observação clínica. 
• Grupo C: Diagnóstico de dengue + sinais de alarme 
- Reposição volêmica imediata 10ml/kg SF na primeira hora + 
internamento. • Hemograma, transaminases, USG abdome, 
albumina sérica. 
- Melhorou? 25ml/kg em 6h - Não melhorou? Grupo D 
• Grupo D: Sinais de choque, hemorragia ou disfunção orgânica; 
 - Exames do grupo C; 
- Reposição volêmica imediata (20ml/kg de SF em até 20 min) + 
internamento em sala de emergência; 
- Reavaliação a cada 15-30 min; - Repetir hemograma a cada 2h. 
DIAGNÓSTICO 
• História epidemiológica; 
• Sorologia e PCR após 5º dia; • ELISA IgM > 6º dia 
• Leucopenia, neutropenia; • AST/ALT >1000 • ↑ BB à 
custa BD (2 – 10 mg/dl); •Albuminúria: 300-500 mg; 
• ↑ TP • Dímero D: produto de degradação da 
trombina 
MANEJO 
• Notificar imediatamente; 
• Tratamento de suporte geral; 
• Paracetamol e dipirona controle álgico; 
• Metoclopramida; 
• Repor vit K para corrigir hipoprotombinemia; 
• Plasma fresco; 
• Se tiver insuf. Renal – diálise. 
• Internar em enfermaria: desidratação/vômitos, 
transaminases >2x, BB>1,5x; 
• Internar em UTI: sangramentos/vômitos cts, 
transaminases >10x, icterícia e colúria. → Hidratação 
venosa, hemoderivados + suporte p/ não evoluir. 
VACINAÇÃO 
•Vírus vivo atenuado; • Eficácia 90-98%: a partir de 10 
dias; 
• A vacina deve ser aplicada em dose única aos 9 
meses; 
DIAGNÓTICO 
• PCR: detecta RNA viral 
- No soro: nos primeiros 5 dias (+ viremia) 
• Teste padrão: ELISA para pesquisa de IgM a 
partir do 5º dia de sintomas até 90º (preferenc 
entre 7º e 45º) 
MANEJO 
• Notificar – imediatamente se for gestante ou 
óbito. 
• Antitérmicos, analgésicos, antipruriginosos; 
- Paracetamol, dipirona, anti-histamínico. 
• Evitar AAS – risco de infecção simultânea pelo 
vírus da Dengue. 
• Fatores de risco para cronificar: >45ª, mulher, 
doença articular prévia, ↑ intensidade dos sintomas 
na fase a aguda. 
DIAGNÓSTICO 
• Hemograma: leucopenia, trombocitopenia (raro); 
• PCR: genoma viral – até 8ª dia (+viremia); 
• IgM anti -CHIKV: via ELISA – a partir do 5º dia. 
• IgG: a partir do 15ª dia. 
MANEJO 
• Fase aguda: paracetamol, dipirona e se necessário 
codeína. 
- Queixas de dor neuropática (30%): amitriptilina, 
gabapentina (baixas doses); 
- Repouso articular. 
• Fase subaguda: AINES e glicocorticóides (preferir 
intra-articular); 
• Fase crônica: Hidroxicloroquina por 6sm + 
fisioterapia

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