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PÓLIPOS UTERINOS, HIPERPLASIA ENDOMETRIAL E CARCINOMA ENDOMETRIAL 25/09/2020 · Aspectos gerais do endométrio: -Epitélio Colunar Simples: células secretoras ciliadas e não ciliadas. -Estroma endometrial: a lâmina própria subjacente que é altamente celular (células estreladas, macrófagos e linfócitos). -Glândulas Uterinas: glândulas tubulares simples revestidas por células secretoras não ciliadas que começam a segregar sob a influência da progesterona. · Pólipos uterinos: -Supercrescimento hiperplásico de glândulas endometriais e estroma que formam uma projeção localizada da superfície do endométrio. -São benignos, mas podem causar problemas com a menstruação ou fertilidade. -Comumente detectados em torno da época da menopausa. -Formação séssil ou pediculada e se estendem para dentro do útero. -Variam de 0,5 a 3 cm de diâmetro. -Mulher acima dos 50 anos, os pólipos causam sangramento. Resumo: séssil tem ampla base de implantação e pedunculado tem um pedículo de implantação ao endométrio · ASPECTOS GERAIS DOS Pólipos uterinos: -Pode afetar até 25% das mulheres que apresentam sangramento uterino anormal. -Prevalência em mulheres assintomáticas: 10 - 15% -Incidência máxima: 5a década -Incidência em mulheres assintomáticas com infertilidade: 10 - 32% -Aumento da incidência com terapia de reposição hormonal, somente com estrógeno ou preparações combinadas. Reposição do estrogênio sem associação com progesterona: espessamento da parede com hiperplasia do tecido. · ETIOLOGIA DOS Pólipos uterinos: -Resposta hiperplásica do tecido endometrial normal, originando uma hiperplasia localizada basal do endométrio secundária à exposição ao estrógeno. -Superexpressão de aromatase endometrial sugere um papel desta enzima na patogênese. -Associado à terapia com tamoxifeno* -Menopausa tardia, terapia de reposição hormonal e obesidade aumentam o risco, menarca precoce ( tecido adiposo, tem mais aromatase, que converte andrógenoem estrógeno ). -Mulheres menopausadas, com síndrome metabólica Aromatase é a enzima chave para a biossíntese de estrogênio. O tamoxifeno* é um hormônio agonista seletivo dos receptores de estrogênio, usado na terapêutica coadjuvante das mulheres portadoras de câncer de mama, com ação antagonista na mama e agonista no endométrio. · ASPECTOS MICROSCÓPICOS dos PÓLIPOS uterinos: -Forma polipoide -Estroma fibroso com células fusiformes, por vezes hialinizadas -Anormalidade arquitetural glandular diferente do endométrio circundante · ASPECTOS CLÍNICOS DOS Pólipos uterinos: -Os pólipos podem ser assintomáticos ou podem causar sangramento anormal (intermenstrual*, menometrorragia** ou na pós-menopausa) se sofrerem ulceração ou necrose. *Sangramento vaginal não relacionado com a menstruação normal ** Sangramentos uterinos frequentes e prolongados · HIPERPLASIA ENDOMETRIAL: proliferação do numero de células. · ASPECTOS GERAIS DA HIPERPLASIA endometrial: -Etiologia: exposição contínua ao estrogênio. -Mais comumente em mulher acima de 50 anos. Menorragia: sangramento uterino Menometrorragia: sangramento excessivo -A cavidade endometrial aberta demonstrando endométrio hiperplásico. -Sangramento primeiro aspecto clinico. OBS: A hiperplasia endometrial seria lesão precursora de todas as neoplasias endometriais. · ASPECTOS MICROSCÓPICOS DA HIPERPLASIA endometrial: -Estroma celular + células normais. -Aparência microscópica do endométrio proliferativo normal no ciclo menstrual. A fase proliferativa é a parte variável do ciclo. Glândulas tubulares com células colunares e estroma denso circundante. A) Hiperplasia sem atipia com leve aglomeração glandular e a dilatação cística das glândulas. B) Hiperplasia sem atipias demonstrando um aumento na aglomeração glandular. Processo de aglomeração glandular. -As glândulas endometriais são irregulares em tamanho e forma, com ramificações e bolsas. Há atipia citológica moderada. · Fisiopatologia da hiperplasia endometrial: Queixa principal: hemorragia. Fatores de riscos: reposição hormonal, falha na ovulação, ovário policístico. A hiperplasia endometrial é definida como um aumento no número de glândulas em relação ao estroma, sendo observadas glândulas aglomeradas, geralmente com formatos anormais.image É mais comumente causada pela estimulação estrogênica sem antagonismos, e é uma causa importante de sangramento vaginal anormal.image É dividida em hiperplasia não atípica e hiperplasia atípica, com base na atipia nuclear. A hiperplasia atípica é associada com um aumento no risco de carcinoma endometrial. O gene supressor de tumores PTEN encontra-se mutado em aproximadamente 20% das hiperplasias endometriais. · Carcinoma endometrial: · ASPECTOS GERAIS DO Carcinoma endometrial: -Tem origem nas células de revestimento interno do útero (endométrio). Excesso de estrogênio -> Hiperplasia endometrial é a lesão precursora (Câncer endometrióide) -> Semelhança histológica à glândulas endometriais normais. OBS: hiperplasia endometrial vai causar carcinoma endometrial do tipo I (80%). Tipo II: não tem relação com o tipo estrogênica. · FISIOPATOLOGIA DO CARCINOMA ENDOMETRIAL: -Derivado de uma hiperplasia endometrial está associada à estimulação estrogênica (tipo I) prolongada do endométrio. -A principal queixa é hemorragia pós-menopausa (mulheres acima de 50 anos). -Além disso, tem associações com: Obesidade; Diabetes; Hipertensão; Infertilidade; Estimulação estrogênica sem antagonismo -280 mil novos casos por ano · Carcinoma endometrial: -Estudos clinico-patológicos e análises moleculares sustentam a classificação do carcinoma endometrial em duas grandes categorias, citadas como tipo I e tipo II. -O tipo mais comum é o I, respondendo por mais de 80% de todos os casos. -A maioria é bem diferenciada e imita as glândulas endometriais proliferativas, e como tais, são chamados de carcinomas endometrióides. -Da mesma forma que com outros cânceres, o desenvolvimento de um carcinoma endometrial envolve a aquisição em etapas de várias alterações genéticas nos genes supressores de tumores e oncogenes. Origem nas células de revestimento no útero. Causa: Excesso de estrógeno na parede do endométrio → Lesão precursora: hiperplasia endotelial, que causa o carcinoma endometrial do tipo I (MAIS COMUM). O carcinoma endometrial do tipo II: Mutação da célula/epitelial, podendo ser genético, como fatores ambientais (fumante/obesidade) → NÃO TEM RELAÇÃO COM O ESTRÓGENO · Classificação do carcinoma endometrial: Tipo I: hiperplasia Tipo II: carcinoma intraepitelial · Patogenia do carcinoma endometrial do tipo I: OBS: lesão percursora = hiperplasia. -PTEN: Supressor de tumor, regula divisão celular impede, crescimento, divisão celular descontrolada. -KRAS: Proliferação e divisão, além de diferenciação e especialização celular. -PI3K: Sobrevivência e progressão no ciclo celular. -MLH1: Papel essencial no reparo do DNA. -TP53: Supressor de tumor, regula divisão celular impede o crescimento e divisão celular descontrolada. Em espécimes de histerectomia contendo tanto hiperplasia atípica quanto carcinoma apresentaram mutação do gene PTEN sugerindo que as mutações ocorrem antes do desenvolvimento evidente do carcinoma. OBS: Progressão de um endométrio normal para mais hiperplasia. Multiplicação de glândulas. · ASPECTOS MICROSCÓPICOS DO Carcinoma endometrial: Este caso de adenocarcinoma endometrioide, Grau 1, surgiu em uma paciente com história de ovário policístico. A estimulação estrogênica excessiva do endométrio em tais pacientes aumenta o risco de desenvolver hiperplasia endometrial e carcinoma. A maioria dos carcinomas endometriais que surgem neste cenário são bem diferenciados e menos propensos a invadir o miométrio ou metastizar. -Invasão do miométrio; · Aspectos morfológicos: -O carcinoma endometrióide pode tomar a forma de um tumor polipoide localizado, ou de um tumor que infiltra difusamente o revestimento endometrial. -A disseminação geralmente ocorre através de invasão do miométrio, seguida pela extensão direta a órgãos/estruturas adjacentes.-Nos últimos estádios, o tumor pode se disseminar para os pulmões, fígado, ossos e outros órgãos. · Patogenia do carcinoma endometrial tipo II: -Diagrama do desenvolvimento do carcinoma endometrial tipo II. As alterações genéticas moleculares mais comuns são mostradas no momento em que têm mais probabilidade de ocorrer durante a evolução da doença. -FBXW7: Gene supressor de tumor que expressa a proteína FBXW7 que estimula a proteína p53. -PPP2R1A: Implicado no controle negativo do crescimento e divisão celular -CCNE1: Gene que codifica uma proteína que é membro da família das ciclinas. A proteína complexa com e funciona como um regulador de CDK2. -A atividade deste complexo proteico é necessária para a transição G1 / S do ciclo celular. -TP53: Supressor de tumor, regula divisão celular impede o crescimento e divisão celular descontrolada. · Aspectos morfológicos do carcinoma endometrial tipo II: O adenocarcinoma seroso não está relacionado à estimulação estrogênica, e a maioria dos casos tem mutações no p53. Surgem no contexto de atrofia endometrial. Histologia do tumor. (a) A histologia do adenomioma polipóide atípico foi caracterizada por glândulas irregulares estruturadas ao acaso em um estroma de músculo liso (HE, 40×). (b) Carcinoma seroso contínuo com adenomioma polipóide atípico (HE, 40×). (c) Imunocoloração positiva de p53 de carcinoma seroso (× 200). OBS: não tem relação estrogênica e p53 de processo inicial. Epitélio atrófico (não responde a estrogênica) e formação granulares com muco no interior, por isso seroso. · INVESTIGAÇÃO CLÍNICA DO Carcinoma endometrial: · Estágios patológicos do carcinoma endometrial: Os estádios patológicos tanto do adenocarcinoma endometrial dos tipos I e II são: -Estádio I — O carcinoma está confinado apenas ao corpo uterino. -Estádio II — O carcinoma envolve o corpo e o colo uterino. -Estádio III — O carcinoma se estende para fora do útero, mas não para fora da pelve verdadeira. -Estádio IV — O carcinoma se estende para fora da pelve verdadeira ou envolve a mucosa da bexiga ou o reto. · Consequências clínicas do carcinoma endometrial: Prognóstico: depende fortemente do estádio clínico no momento do diagnóstico, assim como do grau e do subtipo histológico. Abordagem: Cirurgia, isolada ou em combinação com radioterapia, determina 90% de sobrevida em 5 anos se a doença estiver em estádio I (grau 1 ou 2). Essa taxa cai para aproximadamente 75% em tumores de grau 3/estádio I, e para 50% ou menos nos carcinomas endometriais estádios II e III.
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