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APOSTILA-LINGUA-INGLESA-III

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0 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINGUA INGLESA III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARULHOS – SP 
 
1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 
2 RELAÇÃO ENTRE ACENTO, PROEMINÊNCIA E RITMO..................................... 5 
2.1 A função da acentuação silábica na língua inglesa .............................................. 5 
2.2 A proeminência silábica na língua inglesa ............................................................ 6 
2.3 A importância do ritmo na comunicação ............................................................... 7 
3 DERIVAÇÃO: PREFIXOS ....................................................................................... 8 
3.1 Formação de palavras por prefixação ................................................................... 8 
3.2 Prefixos negativos ................................................................................................. 8 
3.3 Prefixos de reversão ............................................................................................. 9 
3.4 Prefixos pejorativos ............................................................................................... 9 
3.5 Prefixos de grau ou tamanho .............................................................................. 10 
3.6 Prefixos de atitude .............................................................................................. 10 
3.7 Prefixos de tempo e lugar ................................................................................... 11 
3.8 Prefixos de quantidade ....................................................................................... 11 
4 OUTRAS REGRAS DE PREFIXAÇÃO ................................................................. 12 
4.1 Mesma raiz, prefixos diferentes .......................................................................... 12 
4.2 Prefixação e grafia .............................................................................................. 13 
4.3 Prefixação e frequência ...................................................................................... 13 
4.4 Correlação dos principais prefixos da língua inglesa com a língua portuguesa .. 14 
5 PREDICADO, COMPLEMENTO E ADJUNTO (PREDICATOR, COMPLEMENTS 
AND ADJUNCTS) .................................................................................................... 16 
5.1 O predicado em inglês ........................................................................................ 16 
5.2 Os complementos das frases em inglês ............................................................. 20 
5.3 Os adjuntos em inglês......................................................................................... 23 
6 TIPOS DE SENTENÇA, PROBLEMAS DE SENTENÇA, SUJEITO E PREDICADO 
(SENTENCE TYPES, SENTENCE PROBLEMS, SUBJECT AND PREDICATE) ..... 26 
 
2 
 
6.1 Os tipos de frases em inglês ............................................................................... 26 
6.2 Os detalhes de uma frase em inglês ................................................................... 32 
7 ESTRUTURAS MORFOLÓGICAS AVANÇADAS ................................................. 35 
7.1 Morfemas derivacionais da língua inglesa .......................................................... 35 
7.2 Morfemas flexionais da língua inglesa ................................................................ 37 
7.3 Morfemas livres e presos no inglês ..................................................................... 38 
8 WORLD ENGLISHES ........................................................................................... 40 
8.1 O que é uma língua global? ................................................................................ 40 
8.2 Fatores históricos, políticos e culturais na globalização da língua inglesa.......... 42 
8.3 O futuro do inglês ................................................................................................ 48 
9.1 Métodos de ensino em língua inglesa ................................................................. 49 
9.2 Abordagens de ensino em língua inglesa ........................................................... 52 
9.3 Propostas de avaliação nos diversos métodos e abordagens ............................ 55 
10 ESTRATÉGIAS DE LEITURA EM LÍNGUA INGLESA .......................................... 57 
10.1 Estratégias de leitura em língua materna ....................................................... 57 
10.2 Estratégias de leitura em língua inglesa ......................................................... 60 
10.3 Estratégias de leitura em diferentes situações comunicativas ........................ 63 
11 ESTRATÉGIAS DE COMPREENSÃO AUDITIVA EM LÍNGUA INGLESA ........... 65 
11.1 Estratégias de compreensão auditiva em língua materna .............................. 65 
11.2 Estratégias de leitura e estratégias de compreensão auditiva ........................ 67 
11.3 Estratégias de compreensão auditiva em diferentes situações comunicativas da 
língua inglesa ............................................................................................................ 70 
12 FUNDAMENTOS TEÓRICO- -METODOLÓGICOS DO ENSINO DA LÍNGUA 
INGLESA: UM PANORAMA ...................................................................................... 72 
12.1 Diretrizes para a elaboração e avaliação de materiais didáticos de língua 
inglesa ....................................................................................................................... 75 
12.2 Normas para elaboração de materiais didáticos de língua portuguesa e de 
língua inglesa ............................................................................................................ 77 
 
3 
 
13 USO DE ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO EM INTERAÇÕES 
COMUNICATIVAS DA VIDA COTIDIANA ................................................................. 80 
13.1 Estratégias de comunicação em diferentes níveis de formalidade ................. 80 
13.2 Modalidade oral e escrita ................................................................................ 81 
13.3 Expressando opinião ...................................................................................... 83 
13.4 Fornecendo instruções ................................................................................... 87 
14 FUNÇÕES COMUNICATIVAS: OPINIÃO, VONTADE, PROIBIÇÃO, OBRIGAÇÃO, 
CONSELHO E PEDIDO ............................................................................................ 89 
14.1 Verbos modais e suas funções ....................................................................... 89 
14.2 Características dos verbos modais ................................................................. 90 
14.3 Verbos auxiliares modais para expressar obrigação, permissão, proibição, 
conselho e pedido ..................................................................................................... 94 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 96 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horáriodestinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 RELAÇÃO ENTRE ACENTO, PROEMINÊNCIA E RITMO 
2.1 A função da acentuação silábica na língua inglesa 
A acentuação sílaba das palavras é um fator importante no processo de 
comunicação. É que permite enfatizar sílabas durante a pronúncia das palavras. Na 
língua portuguesa, por exemplo, esse aspecto fonológico é conhecido como 
“acentuação tônica”. Para indicar a tonicidade, usamos acentos gráficos fixos após a 
acentuação padrão prescrita na gramática regulatória. Também classificamos as 
posições das sílabas tônicas em monossílabos tônicos, oxítonas, paroxítonas e 
proparoxítonas. A tonicidade dá ao português o seu ritmo. 
 
 
Fonte: www.br.freepik.com.br 
 
Quando falamos de acentuação, um dos fatores que precisamos ter em mente 
é que cada língua terá o seu ritmo e as suas regras de tonicidade. Segundo Silva 
(2012), há variações entre os inventários fonéticos das línguas, ou seja, eles não são 
equivalentes. Nesse sentido, existirão sons de uma língua que não existirão, 
necessariamente, em outra. Portanto, a acentuação também faz com que haja traços 
singulares nas línguas. 
 
6 
 
No que diz respeito à língua inglesa, o termo “accent” é utilizado para indicar a 
tonicidade silábica nesse idioma. Para tanto, utiliza-se o termo “prominence” 
(proeminência) para designar as sílabas que se destacam das demais na pronúncia 
do inglês. Para Roach (2009, p. 01), é importante destacar que essa palavra pode ser 
empregada em dois diferentes sentidos: 
1. O primeiro se refere à proeminência dada a uma sílaba pelo uso do tom 
(pitch) diferente e acentuado. Por exemplo, na palavra potato, a sílaba do 
meio (to) é a mais proeminente. Ao pronunciá-la, você provavelmente 
produzirá uma queda na sílaba do meio, o que fará dela uma sílaba 
acentuada. Observe que, mesmo com o tom mais baixo, a sílaba foi 
acentuada, pois, na pronúncia, tem maior ênfase em relação às outras 
sílabas. Além disso, é importante ressaltar que a palavra “accent” se distingue 
do termo “stress”, que é utilizado, de forma geral, para se referir a todo tipo 
de proeminência, incluindo o aumento do volume e comprimento e a 
qualidade do som durante a fala. 
2. O segundo diz respeito ao emprego da palavra “accent” para se referir ao 
modo particular de pronúncia dos falantes da língua inglesa. Por exemplo, 
alguns nativos podem compartilhar da mesma gramática e vocabulário e 
terem diferentes tipos de acentuação. Esse aspecto da fala está relacionado 
ao fenômeno da variação linguística. 
Dado os aspectos apresentados, é possível observar que a acentuação é uma 
característica importante da língua inglesa. Está presente no nível linguístico e a 
extralinguística. 
2.2 A proeminência silábica na língua inglesa 
A acentuação silábica, no inglês, é usada como recurso para conferir 
proeminência às sílabas das palavras. Nesse sentido, as sílabas que recebem maior 
tonicidade têm em comum o fato de serem mais proeminentes do que as outras 
sílabas. Há, também, importantes características que fazem uma sílaba acentuada 
ser reconhecida. Para Roach (2009, p. 85), há quatro fatores a serem considerados 
em relação à proeminência silábica na língua inglesa: 
1. A maioria das pessoas percebe que as sílabas acentuadas são mais altas 
do que as sílabas não acentuadas. Dessa forma, a intensidade com a qual 
uma sílaba é pronunciada torna-se um componente da proeminência. Por 
exemplo, mesmo na sequência de sílabas idênticas “ba: ba: ba: ba:”, se uma 
sílaba fosse reproduzida de forma mais alta do que as demais, ela seria 
ouvida de forma proeminente. 2. O comprimento das sílabas tem um papel 
importante a desempenhar na proeminência. Se a uma das sílabas da palavra 
hipotética “ba: ba: ba: ba:” fosse pronunciada de forma mais longa, haveria 
uma forte tendência para que ela fosse ouvida como a sílaba proeminente. 3. 
Toda sílaba vocal é dita em algum tom. A fala está intimamente relacionada 
à frequência de vibração das pregas vocais e à noção musical de notas baixas 
 
7 
 
e agudas. Se uma das sílabas do exemplo acima fosse dita em um tom 
visivelmente diferente do das demais, ela teria uma forte tendência a produzir 
o efeito de proeminência. 4. Uma sílaba tenderá a ser proeminente quando 
tiver uma vogal diferente como vizinha. Se mudarmos uma das vogais do 
nosso exemplo (ba: bi: ba: ba:), a sílaba bi: estará propensa a ser ouvida com 
mais tonicidade. Sua acentuação ocorrerá em contraste às características 
específicas das sílabas não acentuadas. 
Portanto, a proeminência será produzida por quatro fatores: (1) volume; (2) 
duração; (3) tom; e (4) característica. Nesse âmbito, é importante considerar, também, 
a dimensão do uso da língua nesse processo. A forma como os indivíduos, sejam eles 
falantes nativos ou não nativos, se apropriam da língua, no ato da fala, também estará 
intimamente relacionada ao fenômeno da proeminência. 
2.3 A importância do ritmo na comunicação 
O ritmo é um movimento fluido que ocorre em períodos sucessivos. No contexto 
linguístico, é ele que dará movimento e dinamicidade à língua inglesa em diferentes 
situações comunicacionais. 
De acordo com Schütz (2008), em relação ao ritmo, as línguas são classificadas 
em syllable-timed (ritmo silábico) e stress-timed (ritmo acentual). A língua portuguesa 
é um exemplo da primeira classificação; a língua inglesa, da segunda. Nas línguas 
syllable-timed, é a sílaba que imprime ritmo à fala. Cada uma é pronunciada em um 
intervalo de tempo semelhante. 
Assim, o tempo gasto para pronunciar uma frase estará relacionado ao número 
de sílabas de todas as palavras que a constituem. Conseguimos perceber, por 
exemplo, que todas as sílabas das palavras são pronunciadas de forma regular no 
português. Já nas línguas do tipo stress-timed, o ritmo é marcado pela sílaba tônica 
das palavras. Ele ocorre em intervalos mais irregulares. Consequentemente, os 
seguimentos de algumas sílabas não acentuadas tendem a ficar comprimidos, 
aglutinados. 
Algumas sílabas, dependendo da percepção do ouvinte, podem ficar 
imperceptíveis. Assim, o tempo gasto para pronunciar uma frase na língua inglesa, 
por exemplo, depende do número total das sílabas tônicas das palavras. Dessa forma, 
se considerarmos, especificamente, as características relacionadas ao inglês, 
veremos que o conhecimento acerca do ritmo desse idioma é fundamental para que 
 
8 
 
a comunicação aconteça de forma satisfatória. Ele é essencial na compreensão e na 
pronúncia do idioma. 
3 DERIVAÇÃO: PREFIXOS 
3.1 Formação de palavras por prefixação 
A grande maioria dos prefixos na língua inglesa tem origem no latim e no grego. 
Ao entender a conotação dos principais prefixos adicionados no início de uma raiz (ou 
base) e um radical, podemos deduzir o significado de várias palavras. Por outro lado, 
é importante se atentar à grafia de alguns prefixos, ou seja, aqueles que, apesar de 
escritos de forma diferente, possuem o mesmo significado, como pre– e pro– 
(precede, project); e alguns prefixos que possuem a mesma forma de escrita, mas 
podem significar coisas completamente diferentes, como: in–, que pode ser “não” 
(inconsiderate) ou “dentro” (infiltrate). As derivações por prefixos podem ser 
organizadas em oito grupos: negação, reversão, pejorativo, grau ou tamanho, atitude, 
lugar, tempo e quantidade. A seguir, cada um desses grupos é apresentado com seus 
significados e exemplos, (SAGAH, 2017). 
3.2 Prefixos negativos 
 
 
9 
 
3.3 Prefixos de reversão 
 
3.4 Prefixos pejorativos 
 
 
10 
 
3.5 Prefixos de grau ou tamanho 
 
3.6 Prefixos de atitude 
 
 
 
 
11 
 
3.7 Prefixosde tempo e lugar 
 
 
 
3.8 Prefixos de quantidade 
Todos os prefixos de quantidade têm origem no latim e no grego. 
 
 
 
 
12 
 
 
 
4 OUTRAS REGRAS DE PREFIXAÇÃO 
4.1 Mesma raiz, prefixos diferentes 
Existem os casos em que diferentes prefixos podem ser acrescentados à 
mesma raiz (ou base), criando uma certa dificuldade na interpretação de significados. 
Alguns casos podem ser interpretados sem muita dificuldade, como, por exemplo: 
suppress e repress; outros, por outro lado, podem trazer dúvida de quando usar um 
 
13 
 
ou o outro, como em unorganized e disorganized. É possível, ainda, haver confusão 
quando o prefixo, com a mesma base, muda a classificação gramatical da palavra, 
como em, por exemplo: misfortune (substantivo) e unfortunate (adjetivo). A seguir, 
alguns dos casos mais comuns cujo significado pode ser interpretado de forma 
equivocada (SAGAH, 2017): 
 
 unorganized – não organizado (ou o famoso “minha bagunça eu entendo”); 
 disorganized – não organizado de forma apropriada; 
 unbalance e imbalance –ambos estão corretos: unbalance é o verbo, e 
imbalance é o substantivo; 
 unable – não possível (She was unable to come to the party); 
 disable – (1) desarmar ou (2) deficiência, condição (normalmente física) (He 
disabled the alarm; She was disable in the car accident); 
 discomfort e uncomfortable – ambos corretos; o primeiro é o substantivo, e o 
segundo o adjetivo 
4.2 Prefixação e grafia 
Os prefixos podem ser separados por hífen da palavra base (ou raiz) em casos 
específicos: 
 
1. Quando a palavra associada começa com uma letra maiúscula, como em anti-
Bush; 
2. Quando o prefixo termina com a mesma vogal da raiz, como em: anti- 
inflationary, de-escalate, micro-organism; 
 
Vale lembrar, porém, que existem casos influenciados pelo uso popular. Desta 
forma, o hífen desapareceu em palavras como cooperate, coordinator. 
4.3 Prefixação e frequência 
Os prefixos, assim como qualquer palavra em qualquer idioma, também “saem 
de moda”, ou seja, eles também entram e saem de uso. Por exemplo, o prefixo “nano”, 
 
14 
 
usado para descrever elementos em uma escala bilionésima de tamanho ou ainda 
menores. Nos anos 1980–1990, com o avanço da ciência e tecnologia depois da 
descoberta da possível divisão de um átomo, o prefixo ganhou popularidade e passou 
a ser sinônimo de “muito pequeno” ou “tamanho reduzido”, mesmo quando o 
significado não chegava perto do real (por exemplo, nano-skirt). Um prefixo que 
ganhou frequência nos anos de 2016/2017 foi uber, significando “grande” ou 
“másculo” (exemplos são ubermodel, uberculture, uber-fabulous, uberfan, uber-
delicious), (SAGAH, 2017). 
4.4 Correlação dos principais prefixos da língua inglesa com a língua 
portuguesa 
Muitos dos prefixos na língua inglesa possuem um equivalente na língua 
portuguesa. Veja, a seguir algumas das principais equivalências. Vale lembrar que 
esta equivalência não é uma regra única, ou seja, existem exceções, porém a 
frequência de equivalência é alta e, de maneira geral, confiável. 
 
 
15 
 
 
 
16 
 
 
5 PREDICADO, COMPLEMENTO E ADJUNTO (PREDICATOR, COMPLEMENTS 
AND ADJUNCTS) 
5.1 O predicado em inglês 
A formação de uma frase segue uma regra em relação à ordem das palavras, 
chamada de word order. As frases em inglês mantêm essa sequência, e isso está 
relacionado ao fato de uma frase ser produzida respeitando basicamente a ordem 
sujeito-verbo-objeto. Isso significa que uma frase é formada por palavras que 
contribuem para o significado dessa frase e que alguns grupos de palavras também 
se formam, constituindo outros grupos de palavras que se combinam entre si em uma 
grande estrutura, formando um significado. Na estrutura sujeito-verbo-objeto, o verbo 
e o objeto formam o predicator (ou predicate, que significa predicado), elemento de 
uma frase que carrega um verbo e seus complementos. Em uma frase, há o sujeito, e 
tudo o que vir depois do sujeito é um predicado. Um predicado sempre diz alguma 
coisa sobre o sujeito (DAVIDSON, 2006) (Figura 1). 
 
 
 
17 
 
 
 
A frase “The student read that book” (O aluno leu aquele livro) é formada por 
um sujeito e por um predicado. O sujeito tem um substantivo ou pronome, e o 
predicado tem um verbo e seus complementos. The student é o sujeito, e read that 
book é o predicado, a parte da frase que diz algo sobre o sujeito, nesse caso, que o 
sujeito leu um livro. A formação que acontece em uma frase se dá porque as palavras 
se combinam gramaticalmente, pertencendo a uma categoria e, ao mesmo tempo, 
diferenciando-se de outras, ou seja, são similares e diferentes dependendo da posição 
que ocupam em uma frase (CELCE-MURCIA; LARSEN-FREEMAN, 1999). Veja a 
Figura 2. 
 
 
18 
 
O substantivo student pertence à mesma categoria das palavras book, teacher, 
friend, classmate e child (livro, professor, amigo, colega de aula e criança), entre 
outros substantivos, podendo ser levado para o plural também (books, teachers, 
friends, classmates e children), de modo que pertence à classe dos countable nouns. 
Por serem substantivos, aceitam o artigo the (o, a, os, as), e esse artigo poderia ainda 
ser substituído por outros determiners, como a, that, their, some (um ou uma, aquele 
ou aquela, deles ou delas, alguns ou algumas). Essa combinação permite que o sujeito 
se torne um objeto e que o objeto se torne um sujeito, pois sujeitos e objetos são 
compostos de um noun phrase (CELCE-MURCIA; LARSEN-FREEMAN, 1999). 
Observe a Figura 3 a seguir. 
 
 
Essa frase é composta por um sujeito e por um predicado. O sujeito é composto 
por uma noun phrase, que contém um determinante, o artigo the, e o substantivo 
student. O predicado é composto por um verb phrase e por um complemento, que é 
outro noun phrase. O verb phrase traz o verbo read, no passado, e o noun phrase 
também é composto por um determinante, that, um pronome demonstrativo, e por um 
substantivo, book. Essa análise mostra a combinação das palavras: determinantes 
acompanham substantivos, formando noun phrases e ocupando a posição de sujeito 
ou complemento do verbo. O verbo read, assim como outros verbos – write, make, 
rent (respectivamente: escrever, fazer, alugar) –, pertence à mesma categoria de 
palavras, pode ser conjugado no presente, passado ou futuro e pode ser 
 
19 
 
acompanhado de verbos auxiliares. A posição dos verbos na frase é depois do sujeito 
ou antes do complemento ou objeto, acompanhados, ou não, pelo seu auxiliar. A 
próxima seção deste capítulo abordará os tipos de complementos. Em inglês, o verbo 
é geralmente colocado após o sujeito e sua posição não apresenta muita variação. 
Mesmo colocando o exemplo anterior, de voz ativa, em uma voz passiva, o verbo 
continua na sua posição: depois do sujeito. Observe a frase na Figura 4, agora na voz 
passiva (CELCE-MURCIA; LARSEN-FREEMAN, 1999). 
 
 
 
A frase é composta por um sujeito que traz um noun phrase. Dentro desse noun 
phrase, há um determinante, that, e um substantivo, book. A segunda parte da frase 
é o predicado, composto por um auxiliary, um verb phrase e um adverbial phrase. O 
auxiliar determina o tempo do verbo, que é passado, was, e o verbo read é o verbo 
principal, usado no particípio por se tratar de uma voz passiva. O adverbial phrase é 
assim chamado porque vem acompanhando um verb phrase. 
Esse adverbial phrase se torna um prepositional phrase por ter como palavra 
que inicia a expressão uma preposição, by. Essa preposição acompanha um noun 
phrase, que contém um determinante, the, e um substantivo, student. Os exemplos 
trazem a construção de uma frase com phrases: noun phrases, verb phrases, 
prepositional phrases. Usar phrases é algo muito comum em inglês já que essas 
expressões mostram como as palavras se atraem para formar pares e serem 
 
20 
 
colocadas em uma frase. Além disso, podemos concluir que o sujeito, em uma frase, 
aceita noun phrases,acompanhado do predicado, composto por um verb phrase, 
prepositional phrases, adverb ou adverbial phrases e, por fim, um noun phrase – esses 
complementos dependerão do tipo de transitividade de cada verbo. 
5.2 Os complementos das frases em inglês 
O complemento é um tipo de informação utilizado para completar o sentido de 
uma frase. A língua inglesa apresenta a palavra complemento para descrever 
inúmeras possibilidades de aplicação: um complemento completa o sentido de uma 
frase porque diz algo sobre alguém ou alguma coisa, ou seja, o complemento pode 
dizer algo sobre o sujeito e o objeto em uma frase. Palavras como substantivos e 
adjetivos ou expressões nominais e adjetivas são também exemplos de complemento. 
Trataremos, nesta seção, de alguns tipos de complemento da língua inglesa 
(DAVIDSON, 2006). 
Um complemento pode ser o complemento do sujeito e é usado quando se quer 
dizer algo sobre esse sujeito em uma frase. Essa relação geralmente acontece com 
verbos de ligação, o tipo de verbo que liga o sujeito ao seu complemento. Em “I feel 
good” (Eu me sinto bem), o sujeito I recebe o complemento good, a informação que 
descreve o sujeito. Outros exemplos são: 
 
The Chemistry exam seems very hard. 
Those workers got hungry. 
They are my books on the shelf. 
Our break was about 10 minutes. 
Janet’s children look really polite. 
 
Em “The Chemistry exam seems very hard” (A prova de química parece bem 
difícil), o sujeito the Chemistry exam recebe o complemento very hard. Na segunda 
frase, “Those workers got hungry” (Aqueles trabalhadores ficaram com fome), o sujeito 
those workers recebe o complemento hungry. Na frase seguinte, “They are my books 
on the shelf” (São meus livros na estante), o sujeito, o pronome they, recebe o 
complemento my books, ou seja, sabemos que o pronome they é my books. 
 
21 
 
Na penúltima frase, “Our break was about 10 minutes” (Nosso intervalo foi de 
mais ou menos 10 minutos), o sujeito our break recebe o complemento 10 minutes, 
informando que é um “intervalo de 10 minutos”. Na última frase, “Janet’s children look 
really polite” (Os filhos de Janet parecem realmente educados), o sujeito da frase, 
Janet’s Children, recebe o complemento really polite, permitindo a compreensão de 
que se tratam de crianças realmente educadas. 
Ocupando a posição de sujeito, pode-se ter os seguintes arranjos em relação 
a um substantivo ou noun phrase (CELCE-MURCIA; LARSEN-FREEMAN, 1999): 
 
 Pronomes: they, I, he, e assim por diante. 
 Substantivos no plural: workers, children, books, e assim por diante. 
 Um noun phrase com combinações diversas: the Chemistry exam, those 
workers, our break, Janet’s children, e assim por diante. 
 
Um complemento também traz informação sobre um objeto, dizendo algo sobre 
ele em uma frase. Os objetos se posicionam depois de um verbo e, nesse caso, são 
também complementos de verbos, com exceção dos verbos de ligação, pois os verbos 
de ligação ligam a informação que está relacionada ao sujeito. Os objetos podem ser 
direto, indireto ou direto e indireto na mesma frase: 
 
 subject + verb + direct object 
 subject + verb + indirect object 
 subject + verb + indirect and direct objects 
 subject + verb + direct object + preposition + indirect object 
 
Exemplificaremos os complementos dos objetos analisando as seguintes frases: 
 
They didn’t find the meeting very productively. 
Let’s buy some black coffee. 
His parents have bought him a brand new car. 
Mary lent her cousin the English dictionary. 
Mary lent the English dictionary to her cousin. 
 
 
22 
 
Na primeira frase, “They didn’t find the meeting very productively” (Eles não 
acharam a reunião muito produtiva), o verbo é find, negado pelo auxiliar didn’t, e traz 
como objeto the meeting very productively. O objeto the meeting tem como 
complemento very productively. 
Em “Let’s buy some black coffee” (Vamos comprar café preto), o verbo é buy e 
o objeto é coffee, tendo como complementos some, a ideia de quantidade de café, e 
black, o tipo de café que é “preto” e não é café com leite ou cappuccino, por exemplo. 
Na terceira frase, “His parents have bought him a brand new car” (Os pais dele 
compraram um carro zero para ele), o verbo é have bought, no tempo verbal present 
perfect, e seu objeto é indireto e direto. O objeto indireto é him, e o direto é a brand 
new car, sendo “carro” a palavra mais importante do objeto, trazendo o complemento 
brand new para esse objeto. 
Na penúltima frase, “Mary lent her cousin the English dictionary” (Mary 
emprestou o dicionário de inglês para sua prima), o verbo é lent, está no passado e 
traz como objetos her cousin e the English dictionary. Her cousin é o objeto indireto e 
the English dictionary é o objeto direto, sendo dictionary a palavra mais importante e 
que tem como complemento English, informando o tipo de dicionário: de inglês, não 
de português ou francês. 
Já na última frase, “Mary lent the dictionary to her cousin” (Mary emprestou o 
dicionário de inglês para sua prima), mesma tradução da frase anterior, dessa vez, a 
diferença é a posição dos objetos. O objeto direto vem imediatamente após o verbo 
lent, e o objeto indireto, acompanhado da preposição to. 
Com isso, concluímos que, em inglês, é possível usar os objetos indireto e 
direto após um verbo que pede os dois objetos, ou os objetos direto ou indireto, 
acompanhado de uma preposição. Esses objetos podem, como nos exemplos 
anteriores, ter complementos que dizem algo mais a seu respeito. Outra observação 
com relação às frases anteriores é que elas não são feitas com os verbos de ligação, 
pois, como já comentado, esses verbos são usados para dizer algo sobre o sujeito 
(DAVIDSON, 2006). 
 
23 
 
5.3 Os adjuntos em inglês 
As frases na língua inglesa podem ser simples, compostas ou complexas. 
Produzir uma frase simples, composta ou complexa influencia o tipo de complemento 
que se pode utilizar para dar mais informação sobre o sujeito e o objeto. O objeto faz 
parte do predicado e, dentro do predicado, há o verbo, que, dependendo de sua 
transitividade, apresenta objetos direto ou indireto. Fazendo parte do predicado, há 
também os advérbios, que completam alguma informação a respeito do verbo, 
indicando quando, onde, por que, como ou a frequência, por exemplo, de uma ação, 
ou sobre como descrevemos um estado, usando verbos que não descrevem uma ação 
(DAVIDSON, 2006). Veja as frases a seguir: 
 
They work on the second floor. 
She’s going to travel next week. 
Jeff stayed in bed all day long. 
My grandmother cooks very well. 
I wake up early every day 
 
As frases exemplificam a aplicação dos advérbios, declarando o tipo de 
informação que esse advérbio traz na frase. A primeira frase, “They work on the 
second floor” (Eles trabalham no segundo andar), apresenta um advérbio de lugar; on 
the second floor informa o lugar onde eles trabalham. 
Na frase “She’s going to travel next week” (Ela viajará na próxima semana), há 
um advérbio de tempo; next week informa quando ela viajará. Em “Jeff stayed in bed 
all day long” (Jeff ficou na cama o dia todo), há dois tipos de advérbios na mesma 
frase: a primeira informação sobre o advérbio é de lugar (in bed) e a segunda 
informação diz que o advérbio é de tempo, quando a ação aconteceu (all day long). 
Na penúltima frase, “My grandmother cooks very well” (Minha avó cozinha muito bem), 
há um advérbio de modo – very well informa como ela cozinha. 
Por fim, na frase “I wake up early every day” (Eu acordo cedo todos os dias), 
novamente, há dois tipos de advérbios: um advérbio de tempo e outro de frequência. 
O advérbio de tempo informa quando a ação acontece, early, e o advérbio de 
frequência informa com que frequência uma ação acontece, nesse caso, every day. 
Os advérbios também são classificados como adjuntos; em português, adjuntos 
 
24 
 
adverbiais. Um adjunto adverbialem inglês representa uma palavra ou uma expressão 
que também descreve quando, onde, por que, como ou a frequência com que uma 
ação acontece, aconteceu ou acontecerá. Os advérbios on the second floor, next 
week, in bed, all day long, very well, early e every day são exemplos de adjuntos 
adverbiais, formados por um grupo de palavras, uma expressão, trazendo mais 
informação sobre o local da ação, o tempo, etc. Os adjuntos adverbiais são geralmente 
colocados no final de uma frase, mas há casos em que um adjunto pode vir no início 
de uma frase, principalmente quando composto por uma palavra apenas, ou até 
mesmo em perguntas. Eles também podem aparecer descrevendo tipos diferentes de 
advérbios na mesma frase, como aconteceu nos exemplos da terceira e da última 
frase. 
 
Os advérbios podem ser representados por adjuntos adverbiais, adverbial 
phrases ou prepositional phrases e adverb phrases. Formadas essas expressões, elas 
são posicionadas na frase, fazendo parte do predicado. Se uma frase é complexa, ela 
pode apresentar um adverbial clause, uma oração adverbial. As frases a seguir 
exemplificam os tipos de adjuntos adverbiais: 
 
 Adverbial clause: 
George had already arrived home before I left the office. 
 Adverb phrase: 
Sean rode a bike really dangerously. 
 Prepositional phrase: 
Susan had lunch at her mother’s. 
 
 
25 
 
Essas três classificações mostram que, em uma adverbial clause, a oração 
dependente serve como advérbio para a oração independente: “George had already 
arrived home before I left the office” (George já tinha chegado em casa antes de eu 
sair do escritório). “Antes de eu sair do escritório” é uma oração adverbial que indica 
tempo. Na adverb phrase “Sean rode a bike really dangerously” (Sean andou de 
bicicleta muito perigosamente), a locução adverbial mostra como a ação foi praticada 
e, no exemplo da prepositional phrase “Susan had lunch at her mother’s” (Susan 
almoçou na casa da mãe dela), a expressão que começa com uma preposição indica 
o lugar em que uma ação é praticada. Esses exemplos de advérbios ocupam a 
posição final em uma frase, pois fazem parte do predicativo. Entretanto, alguns 
advérbios ocupam uma posição inicial por serem melhor compreendidos quando 
usados (CELCE-MURCIA; LARSEN-FREEMAN, 1999). 
Maybe ou perhaps (talvez), fortunately ou unfortunately (felizmente ou 
infelizmente), of course (claro), entre outros advérbios, aparecem da seguinte forma: 
 
Maybe they’ll help us with these boxes. 
Perhaps we can stay a bit more. 
Fortunately, you met us. 
Unfortunately, it won’t work anymore. 
Of course, we’ll have you in our place 
 
Maybe and perhaps são usados no início das frases “Maybe they’ll help us with 
these boxes” (Talvez eles nos ajudem com as caixas) e “Perhaps we can stay a bit 
more” (Talvez possamos ficar um pouco mais), mostrando certa probabilidade de que 
essas ações aconteçam. Nas frases “Fortunately, you met us” (Felizmente você nos 
encontrou) e “Unfortunately, it won’t work anymore” (Infelizmente não funcionará 
mais), a ideia é mostrar um desejo, uma vontade. Na última frase “Of course, we’ll 
have you in our place” (Claro que receberemos você em nossa casa), o que se quer 
dizer com esse advérbio é que já se está presumindo algo. Outros advérbios, como 
really e just (realmente e apenas), também podem ocupar posições diferentes em uma 
frase: no início, no meio e no fim das frases. Veja os exemplos: 
 
Really, they know that. 
 
26 
 
They really know that. 
They know that, really. 
 
O advérbio really pode aparecer em diferentes posições, enquanto outros 
advérbios ficam melhor no início de frases, como perhaps e of course, outros no meio 
de frases, como os advérbios de modo, e a maioria dos advérbios aparece no final de 
frases, como os de lugar, tempo, razão, etc. Dependendo da classificação do advérbio, 
ele pode inclusive modificar o sentido da frase de diferentes maneiras, dependendo, 
então, da posição que ele ocupa (CELCE-MURCIA; LARSEN-FREEMAN, 1999). 
6 TIPOS DE SENTENÇA, PROBLEMAS DE SENTENÇA, SUJEITO E 
PREDICADO (SENTENCE TYPES, SENTENCE PROBLEMS, SUBJECT AND 
PREDICATE) 
6.1 Os tipos de frases em inglês 
A língua inglesa se difere de outras línguas por alguns aspectos relevantes e 
próprios a ela. Um dos aspectos é referente às palavras, aos substantivos e aos 
adjetivos, por exemplo. Para student, um substantivo em inglês, o equivalente em 
português pode ser “aluno” ou “aluna”. A formação de student e seu sufixo não indica 
se é uma palavra masculina ou feminina; sua tradução para o português dependerá 
do contexto, da situação em que se utiliza. Os adjetivos também apresentam tais 
características: tall é “alto” ou “alta”. Assim, ao falarmos “That student is tall”, a 
tradução em português pode ser “Aquele aluno é alto” ou “Aquela aluna é alta”. Vamos 
analisar outras frases: 
 
That tall student can play volleyball in our team. (1) 
■ Sujeito: That tall student 
■ Verbo: can play 
 
We invited that tall student to play volleyball in our team. (2) 
■ Sujeito: We 
■ Verbo: invited 
 
27 
 
■ Objeto: that tall student 
 
Nesses exemplos, that tall student pode ser tanto o sujeito quanto o objeto nas 
frases. As palavras that, “aquele” ou “aquela”, tall, “alto” ou “alta”, e student, “aluno” 
ou “aluna”, não têm uma terminação indicando se são masculinas ou femininas ou, 
ainda, se juntas podem ocupar a posição de sujeito ou objeto. Algumas palavras têm 
a propriedade de combinar-se, e essa combinação pode ocupar o lugar de sujeito ou 
de objeto em uma frase, vindo antes ou depois dos verbos. Nesses exemplos, antes 
dos verbos can play (pode jogar) e depois de invited (convidamos). É o que acontece 
com that tall student. 
Essa combinação pode ser usada nessas posições, pois pronomes como that 
e adjetivos como tall acompanham substantivos como student em inglês. Apesar de 
só entendermos algumas mensagens dentro de um contexto ou de uma situação 
contextual, as frases são formadas desta forma em inglês. A compreensão dessas 
frases é possível porque há uma ordem em que essa combinação é feita. A palavra 
central nessa combinação é o substantivo, que pode ser acompanhado por artigos, 
adjetivos e alguns pronomes. Veja no Quadro 1, a seguir, algumas possíveis 
combinações (CELCE-MURCIA; LARSEN-FREEMAN, 1999). 
 
28 
 
 
 
Percebemos que as combinações são possíveis no singular e no plural, mas só 
dentro de um contexto entendemos se tratam de masculino ou feminino, algo fácil de 
ser identificado. Todas as combinações do Quadro 1 podem aparecer em uma frase 
como sujeito ou objeto. Vamos analisar novamente as frases 1 e 2 (DAVIDSON, 
2006): 
 
That tall student can play volleyball in our team. 
We invited that tall student to play volleyball in our team 
 
Os verbos na língua inglesa são palavras que apresentam mais variações que 
os substantivos, pois podem estar no presente, no passado e no futuro, além de serem 
flexionados no singular e no plural. Os verbos can play e invited estão no presente e 
no passado, respectivamente. Can é um verbo auxiliar, usado no presente, e é 
acompanhado por um verbo principal no infinitivo. O verbo invited está no passado; 
ele é um verbo principal e regular, por isso recebe o sufixo ed para informar seu tempo 
 
29 
 
passado. Agrupando as palavras que compõem uma frase (artigos, substantivos, 
adjetivos e verbos), formamos uma frase afirmativa, negativa ou interrogativa. As 
frases são utilizadas para informar algo ou dizer algo para alguém, além de serem 
usadas para transmitir detalhes suficientes para a compreensão da mensagem, dados 
essenciais para uma comunicação eficaz. Uma frase escrita também deve começar 
sempre com letra maiúscula e terminar com um ponto final, uma exclamação ou uma 
interrogação (DAVIDSON, 2006). Essas características fazem parte da formação de 
frases em inglês, que apresentam osseguintes tipos: 
 
 Frases declarativas: as frases declarativas podem ser afirmativas ou 
negativas, usadas no presente, no passado ou no futuro. 
Exemplos: 
 ■ Edward didn’t have time to finish the exam. 
■ We have been there twice. 
■ I study English every day. 
■ Mary can speak four languages. 
■ They won’t go to the party. 
 
 Frases interrogativas: as frases interrogativas têm um ponto de interrogação 
no final da pergunta, quando escritas, ou uma entonação de pergunta, quando 
pronunciadas. Uma pergunta pode ser feita no presente, no passado ou no 
futuro. 
Exemplos: 
■ Did you see her yesterday? 
■ What do you know about it? 
■ How often do you practise sport? 
■ Have you ever tried Thai food? 
■ How long will you stay there? 
 
 Frases exclamativas: as frases exclamativas geralmente expressam um 
sentimento forte sobre o que se sente ou sobre o que se opina. 
Exemplos: 
■ I can’t believe it! 
 
30 
 
■ What a nice day! 
■ Oh, I love it! 
■ That’s very kind of you! 
■ Poor little thing! 
 
 Frases imperativas: as frases imperativas são frases que carregam um verbo 
no presente porque transmitem ordens ou pedidos no momento em que a 
pessoa pronuncia essa ordem ou esse pedido a quem se dirige: you (você) . 
Exemplos: 
■ Wait here, please. 
■ Be quiet. 
■ Don’t be late tomorrow. 
■ Come in and take a seat. 
■ Don’t enter 
 
Como podemos ver, as frases podem ser declarativas, interrogativas, 
exclamativas ou imperativas. As frases também podem ser simples, compostas ou 
complexas, de acordo com as orações que cada frase tem (DAVIDSON, 2006). 
 
 Frases simples: uma frase simples apresenta apenas um verbo, contendo 
apenas uma oração. 
Exemplos: 
■ Ann wants a new car. 
■ I have forgotten my book. 
■ We’re leaving now. 
■ Have you just arrived? 
■ There must be somebody there. 
 
 
 Frases compostas: as frases compostas apresentam dois ou mais verbos, e 
isso significa que há duas ou mais orações, de acordo com a quantidade de 
verbos formando as frases compostas, que geralmente são coordenadas. 
Exemplos: 
 
31 
 
■ I arrived home and had a shower. 
■ She went to London, but he decided to stay in New York. 
■ They were having breakfast while their boss was working. 
■ Either she is late, or she is coming tomorrow. 
■ Tom is going to travel next month, and Jude must stay in the office. 
 
 Frases complexas: as frases complexas são frases com dois ou mais verbos, 
contendo duas ou mais orações, nas quais uma oração é independente e a 
outra é dependente, porque precisa da oração independente para completar 
seu sentido. 
Exemplos: 
■ Betty was leaving home when her phone rang. 
■ They want to tell you the truth because it is important. 
■ George had arrived before I went home. 
■ If we had time, we could speak to you. 
■ We are living in a nice neighborhood although we have to commute every day 
 
Os tipos de frases mencionados, segundo Davidson (2006), são compostos 
pelas palavras que analisamos no início desta seção: os substantivos, artigos, 
adjetivos, verbos e advérbios, por exemplo. Nesse capítulo, aprofundaremos nossos 
estudos sobre a formação dessas palavras, sua combinação e utilização nas frases 
da língua inglesa. Nas frases do Quadro 2 a seguir, vemos exemplos de frases 
simples, que contêm apenas um verbo, uma oração, com complementos como 
adjetivos e advérbios, detalhando mais as demais frases (DAVIDSON, 2006). 
 
 
 
32 
 
 
6.2 Os detalhes de uma frase em inglês 
Uma frase envolve alguns elementos que são, basicamente, o sujeito, o verbo e 
o objeto. Observando esse sistema de formação de frases, você produz essas frases 
e as usa para se comunicar. Lembrando que você deve observar a combinação das 
palavras para formar frases em inglês, observe os exemplos abaixo (DAVIDSON, 
2006): 
 
*We have this project to execute him? 
*She hads a pain in the head. 
*They not went to gym. 
*I pretend to study more. 
 *Carlo will can to go tomorrow. 
 
Essas frases apresentam problemas de formação e combinação de palavras. 
Esses problemas acontecem porque a tradução é feita literalmente e porque 
acumulamos regras aplicadas em determinadas situações que não podem ser usadas 
dependendo da palavra ou expressão que comunica a mensagem. Vamos analisar 
outras frases, começando por *We have this project to execute him? (Temos um 
projeto para executar?). Nessa frase há uma interrogação, ou seja, trata-se de uma 
pergunta que, na língua inglesa, é diferenciada das formas afirmativas e negativas 
pela inversão do sujeito e do verbo auxiliar. A pergunta está no tempo presente, 
portanto, é necessário iniciá-la com do. 
 
33 
 
O verbo execute é muito formal para ser usado na pergunta, de modo que usar 
um sinônimo como carry out seria mais apropriado. O pronome him, “o” em português, 
pronome usado depois de verbos, sendo sempre um objeto na frase, não está bem 
empregado porque him como objeto se refere à pessoa. Como a frase faz referência 
a um projeto, o correto é usar it. Então, a pergunta poderia ser feita da seguinte forma: 
“Do we have a project to carry out? ”. 
O segundo exemplo, *She hads a pain in the head (Ela teve uma dor de cabeça), 
apresenta uma tradução literal. Não se diz a pain in the head, e sim a headache. O 
verbo hads não existe desta forma; o emprego da letra s no final de verbo em inglês 
só acontece para he, she e it em verbos conjugados no presente. Como o verbo “ter” 
está no passado, ele deve estar na forma had. 
Então, a frase correta é She had a headache. Em *They not went to gym (Eles 
não foram à academia), temos uma frase negativa. Frases negativas em inglês 
sempre pedem um auxiliar negativo, conjugado no tempo do verbo principal. 
Como se trata de uma frase no passado, a negação deve ser feita com o auxiliar 
didn’t. O quarto exemplo, *I pretend to study more usa um falso cognato. O verbo 
pretend significa “fingir” em português, então o correto é dizer I intend to study more. 
Caso contrário, a equivalência dessa frase seria. Eu finjo estudar mais. No quinto e 
último exemplo, temos *Carlo will can to go tomorrow (Carlo não poderá ir amanhã). 
O problema que essa frase tem é em relação aos dois verbos modais: will, 
auxiliar que marca o futuro em inglês, e can, auxiliar que equivale a “poder”, ocupam 
o mesmo lugar em uma frase. Logo, quando se usa will, não se pode usar can, e vice-
versa, de modo que é preciso fazer uma escolha. Ainda há mais um problema nessa 
frase: depois de verbos modais, como will e can, não se usa a preposição to para 
separá-los do verbo principal, com algumas exceções. A frase correta é Carlo will go 
tomorrow ou Carlo can go tomorrow. 
Essas frases são alguns exemplos de problemas que podem aparecer em 
relação à combinação de palavras e à construção de frases em inglês: posição do 
sujeito e do verbo auxiliar em perguntas, uso de auxiliares em frases negativas, grafia 
de palavras parecidas com palavras que fazem parte do idioma de quem está falando 
e confusão com as regras do próprio idioma que se está estudando. Há ainda outros 
casos, como a concordância do sujeito, que podem causar dúvidas ao serem 
utilizados. Acompanhe alguns exemplos no Quadro 3 (DAVIDSON, 2006). 
 
34 
 
 
 
 
Nessas frases, há a concordância do sujeito e do verbo em inglês. Palavras 
como everybody, anybody, nothing, something (todo mundo, qualquer pessoa, nada, 
alguma coisa) sempre concordam com verbos no singular. Nas duas últimas frases, 
people e the police (“pessoas” e “a polícia”) pedem verbos no plural. Frases negativas 
em inglês podem ser feitas de duas formas: com a negação do verbo ou com a 
negação do substantivo, como no exemplo abaixo (DAVIDSON, 2006). 
 
Nothing will happen to you 
 
Nothing (“nada”, em português) é uma palavra negativa. Quando usada nas 
frases da língua inglesa, os verbos devem ficar afirmativos. Observeos exemplos no 
Quadro 4 e a explicação no box Fique Atento logo após. 
 
 
35 
 
 
7 ESTRUTURAS MORFOLÓGICAS AVANÇADAS 
7.1 Morfemas derivacionais da língua inglesa 
Os morfemas presos podem ser derivacionais ou flexionais de acordo com as 
modificações que trazem para as palavras às quais se acoplam. Pois bem, no 
processo de formação de palavras, ou seja, na criação de novas palavras a partir de 
palavras existentes, temos a operação morfológica de derivação. Está se dá a partir 
do acoplamento de certos morfemas às palavras já existentes na língua. Nesse 
processo, os morfemas podem se acoplar antes da raiz da palavra, quando se 
denominam prefixos, ou após a raiz da palavra, denominados sufixos. Prefixos e 
sufixos recebem o nome de afixos (DAVIDSON, 2006). Veja os exemplos: 
 
Impossible (prefixo in). 
Likeable (sufixo able). 
 
Os morfemas derivacionais sempre modificam o significado da palavra e, por 
vezes, sua classe gramatical e categoria sintática. Por exemplo, na palavra unfairly, 
que apresenta dois morfemas derivacionais, -un e -ly, o morfema -un modifica o 
significado do morfema fair, que é a raiz da palavra, formando uma nova palavra, 
unfair, que é o oposto de fair. Por outro lado, o morfema -ly transforma o adjetivo unfair 
em advérbio de modo, unfairly. Em inglês, o morfema derivacional pode ser um prefixo 
 
36 
 
ou um sufixo e a modificação ocorrida na palavra variará se juntar-se a um ou outro. 
Normalmente, o sufixo derivacional modifica a classe gramatical das palavras 
envolvidas. Por exemplo: 
 
 O sufixo -ly, como você viu, transforma adjetivos em advérbios (slow-slowly). 
 -ness transforma adjetivos em substantivos (slow-slowness). 
 -ize transforma adjetivos em verbos (modern-modernize). 
 -al transforma substantivos em verbos (recreation-recreational). 
 -fy transforma substantivos em verbos (glory-glorify). 
 -able transforma verbos em adjetivos (drink-drinkable). 
 -ance transforma verbos em substantivos (deliver-deliverance). 
Já o prefixo derivacional não modifica a classe gramatical, mas apenas o 
significado das palavras. Exemplos: 
 
 un- (healthy-unhealthy, do-undo). 
 re- (new-renew). 
 pre- (view-preview). 
 mis- (behave-misbehave). 
 sub- (way-subway). 
 
A produtividade, ou a capacidade de formar novas palavras, dos morfemas 
derivacionais pode ser desde muito limitada até bastante extensa, a depender de 
serem preservados em poucas palavras e não usados para formar novas palavras, ou 
se são encontrados em muitas palavras e, ainda, usados para criar novas palavras. 
Um exemplo de sufixo improdutivo é o -th, como em warmth, width, depth e wealth, 
enquanto um exemplo de sufixo produtivo é o -able, em available, unthinkable, 
admirable ou honorable. Brinton (2000, p. 86) chama atenção para o fato de que “[...] 
afixo se acopla a qual raiz é sempre um processo arbitrário e imprevisível, não é uma 
questão de regra, e deve ser estabelecido para cada raiz (como em um dicionário). 
Ou seja, a derivação é parte do léxico, não da gramática de uma língua”. Veja a seguir 
no Quadro 1 alguns exemplos de palavras formadas por derivação e as mudanças. 
 
 
37 
 
 
Como você percebeu, os sufixos derivacionais alteram a classe das palavras, 
além do seu significado. Já os prefixos derivacionais alteram apenas o significado, 
sem alterar a classe gramatical. Chamamos de verbalização (tornar verbo), 
substantivação (tornar substantivo), adverbialização (tornar advérbio) e adjetivação 
(tornar adjetivo) os processos de transformação de categorias gramaticais para 
outras. 
7.2 Morfemas flexionais da língua inglesa 
Os morfemas flexionais não criam novas palavras, mas são aqueles que 
indicam relações gramaticais, como a indicação de número, gênero, pessoa, tempo 
verbal, aspecto, comparativos, possessivos e superlativos. Aplicam-se a todas as 
palavras de uma determinada classe. Por exemplo: os substantivos são marcados 
quanto ao número e os verbos são marcados quanto à pessoa, ao tempo e ao modo. 
Esses morfemas são limitados no sistema linguístico da língua inglesa, admitindo 
apenas oito possibilidades: plural e indicação de posse para substantivos, 
comparativos e superlativos para adjetivos, e para verbos temos as marcas de terceira 
pessoa do singular, passado particípio e aspecto progressivo. Os morfemas flexionais 
só admitem sufixos, apenas um por palavra, e quando adicionados não modificam o 
significado das palavras ou a sua classe gramatical. Como sua função é estabelecer 
significado gramatical, esses sufixos se posicionam sempre ao final da palavra, após 
a raiz e os sufixos derivacionais. Veja no Quadro 2 a seguir exemplos de substantivos, 
adjetivos e verbos (DAVIDSON, 2006). 
 
38 
 
 
Quando falamos She has got two guitars, no primeiro exemplo, não 
modificamos o significado da palavra guitar (violão) ou a sua classe gramatical 
(substantivo), apenas o número é afetado. Quando a forma flexionada de uma palavra 
e a própria palavra não são cognatas, há uma irregularidade no paradigma (lista de 
formas flexionadas de uma raiz) e temos o processo linguístico chamado supletismo. 
Como exemplo, vejamos o adjetivo tall. O paradigma desse adjetivo é o comparativo 
taller e o superlativo tallest. Já o adjetivo good é irregular, pois o comparativo é better 
e o superlativo best. A raiz da palavra varia de good para o morfema preso bet. O 
mesmo ocorre com o verbo go, por exemplo, cujo passado é went, particípio gone 
(DAVIDSON, 2006). 
7.3 Morfemas livres e presos no inglês 
Como você já percebeu, os morfemas livres, ou independentes são aqueles 
que carregam o significado de maneira autônoma, são sempre a raiz das palavras, 
como boy, food, in e on. Esses morfemas ocupam uma posição de grande potencial 
para a substituição. Podem se ligar a outros morfemas, livres ou presos. Os morfemas 
que só ocorrem em combinação com outros são chamados presos, como -ed, -s, -ing, 
-ful, im- e dis-. São afixos, ou seja, prefixos e sufixos, que se juntam aos morfemas 
 
39 
 
livres para formar novas palavras (morfemas derivacionais) ou obedecer a uma 
relação gramatical (morfemas flexionais). 
O morfema é uma abstração e a sua realização concreta é o morfe, segmento 
real dentro de uma palavra, representado foneticamente. E por que essa diferença? 
Porque algumas vezes o morfema não tem uma realização concreta, embora 
saibamos que ele existe. Nesse caso chamamos morfema zero, pois não apresenta 
uma realização fonética ou explícita; não há equivalente no nível do fonema. Por 
exemplo, como Brinton (2000, p. 76) nos esclarece: “[...] o passado do verbo let 
consiste no morfema let com a adição do morfema que marca o passado. 
Este não tem expressão concreta. Ou o plural de fish, que seria {fish} + {pl} e o 
plural não tenha realização concreta”. A importância, portanto, de se distinguir 
morfema e morfe é que nem sempre há uma correspondência exata entre um e outro, 
como no caso do morfema zero, e os morfemas podem se combinar e serem 
realizados concretamente de diversas maneiras. 
A partir da distinção entre morfema e morfe pode se analisar uma palavra de 
duas formas: “morfologicamente, em morfes, e morfemicamente, em morfemas, 
reconhecendo as unidades abstratas com sentido presente” (BRINTON, 2000, p. 79). 
Examine os exemplos no Quadro 3. 
 
 
 
Outra característica dos morfemas na língua inglesa é que são pronunciados 
de forma diferente em diferentes contextos. Por exemplo, o tempo verbal passado é 
concretizado de três maneiras: [t] em verbos que terminam em consoantes mudas 
 
40 
 
(exemplo, jump), [d] em consoantes sonoras, vogais ou ditongos (exemplo, play) e [id] 
em palavras terminadas em t ou d (exemplo, root e wed). Ou seja, há diferença no 
som do morfema flexional [ed], mas não no significado (passado simples); o mesmo 
acontece com o plural, que pode ser realizado com som de [z] em palavras como 
twigs,[s] como em cats ou [schwa z] como em busses. Essas realizações fonológicas 
de um morfema são chamadas alomorfos, ou seja, variações de som de um mesmo 
morfema. A alomorfia não se restringe à pronúncia, trata-se, muitas vezes, de uma 
variação também na forma de um morfema. 
8 WORLD ENGLISHES 
8.1 O que é uma língua global? 
Que a língua é a identidade de um povo parece ser uma verdade amplamente 
aceita. Mas o que é língua? Segundo o linguista suíço Ferdinand de Saussure (2012), 
a língua é um produto social que contém um conjunto de convenções que os falantes 
adotam e julgam necessárias, pois é o que permite que os indivíduos exerçam a ação 
de comunicação. A língua é o que dá voz a pessoas de diferentes lugares e crenças, 
manifestando e expressando o que as pessoas querem comunicar. Os primeiros 
estudos sobre a língua datam do século IV a.C., sendo inicialmente voltados para as 
questões religiosas. 
Mais tarde, o interesse sobre o estudo da língua começou a se ampliar: os 
gregos, por exemplo, passaram a se interessar em definir o conceito que a palavra 
tem, ou seja, seu significado. Os anos foram passando, desde os primeiros interesses 
sobre o estudo da língua, quando, no século XX, foi com as pesquisas de Ferdinand 
de Saussure que essa disciplina passou a ter um embasamento mais científico, 
inaugurando um campo de estudo: a linguística (FIORIN, 2019). 
Geográfica e historicamente, aspectos políticos, econômicos e sociais, além de 
religiosos, moldaram e influenciaram a língua que cada povo fala atualmente. Assim, 
cada povo colonizado herdou a língua de seu colonizador, ou pelo menos usa a língua 
de seu colonizador como língua oficial. Os Estados Unidos e a Austrália, por exemplo, 
foram colonizados pela Inglaterra, e a língua-mãe desses países é o inglês. Já o Brasil 
foi colonizado por Portugal, e a língua-mãe do nosso país é o português. E assim 
 
41 
 
acontece com o espanhol, o francês, etc. A história nos conta como e por que alguns 
povos foram colonizadores e outros foram colonizados, mas o fato é: a língua foi um 
fator determinante nesse jogo de poderes (FIORIN, 2019). 
E quantas línguas existem no mundo? É um cálculo difícil de precisar, mas são 
milhares as línguas existentes. Desde o surgimento da linguagem humana, muitas 
línguas nasceram e se extinguiram, e esse dinamismo torna o cálculo da quantidade 
de línguas faladas no mundo bastante complicado de se fazer (CRYSTAL, 2012). 
O que sabemos é que a língua inglesa é uma língua global, pois além de ser a 
língua-mãe, ou a primeira língua, dos britânicos, norte-americanos, australianos, etc., 
ela também é a segunda língua de muitos povos que escolheram estudar e aprender 
inglês para se comunicar com outros povos (CRYSTAL, 2003). 
É essa variedade de povos e culturas que adotam o inglês para se comunicar 
entre si que o torna uma língua verdadeiramente global, e não o número bruto de 
falantes. Assim, não devemos assumir que uma língua se torna global devido ao 
número de falantes, pois, se esse fosse o caso, o mandarim seria essa língua 
atualmente, já que ele possui 1,1 bilhão de falantes nativos, sendo considerada a 
variante linguística dominante do país mais populoso do planeta (ETHNOLOGUE, 
2020). 
Entretanto, quando pensamos em uma língua global, não estamos 
preocupados apenas com fatores numéricos, mas também com o papel especial 
atribuído a essa língua em diversos países. Vários foram os fatores que fizeram do 
inglês uma língua global. Assim como aconteceu na época do Império Romano, que 
espalhou o latim pela Europa e por partes da Ásia e da África, a partir do século XVIII 
o Império Britânico se fez presente nos cinco continentes, levando muitos países a 
adotarem o inglês como segunda língua ou até mesmo como língua oficial. Assim, o 
inglês começou a se tornar global, passando a influenciar territórios ao redor do globo 
e também a ser influenciado (LUCCIO, 2010). 
Segundo Crystal (2003), uma língua global também oferece riscos em relação 
ao poder linguístico, porque um falante nativo da língua inglesa terá sempre mais 
vantagens em relação a um estrangeiro que aprende o inglês como segunda língua, 
o qual dificilmente será tão fluente quanto um falante nativo, sobretudo na esfera 
acadêmica. Para o autor, a única maneira de um falante não nativo driblar essa 
 
42 
 
desvantagem linguística é ser alfabetizado desde criança em uma escola de língua 
inglesa. 
Outro risco mencionado por Crystal (2003) é em relação à complacência 
linguística: pela importância da língua inglesa nos dias de hoje, principalmente os 
adultos podem perder a motivação de aprender outro idioma, por considerarem que 
saber inglês é suficiente. E o pior é que esse fenômeno acontece com falantes nativos 
ou não. Isso contrasta com a história recente da humanidade, pois até algumas 
décadas atrás, o ser humano médio estatisticamente costumava dominar mais de três 
idiomas (DIAMOND, 2014). 
O último risco citado por Crystal (2003) é a morte linguística, porque uma língua 
soberana pode fazer com que línguas faladas por uma minoria desapareçam. Como 
as línguas são dinâmicas por natureza e absorvem características que as influenciam, 
essa minoria de falantes absorveria as influências da língua global, moldando sua 
língua-mãe e diluindo-a até o desaparecimento. Essas são questões abertas, que 
ainda merecem muita discussão. Não podemos afirmar que o poder linguístico, a 
complacência linguística e a morte linguística afetarão cabalmente línguas que não 
são consideradas globais. O que sabemos é que todo povo tem uma identidade e essa 
identidade é resultante de traços manifestados em sua cultura, a qual se expressa 
pela mediação da linguagem (ANTUNES, 2009). 
Como vimos até agora, uma língua global apresenta muitas motivações. Seus 
riscos devem ser percebidos à medida que a influência dessa língua global é exercida. 
Os países europeus, por exemplo, valorizam sua cultura e identidade e, mesmo 
aprendendo inglês e sabendo da sua importância como língua global, não permitem 
que isso tire sua identidade: o francês na França, o alemão na Alemanha, o italiano 
na Itália e assim por diante. 
8.2 Fatores históricos, políticos e culturais na globalização da língua inglesa 
Historicamente falando, os celtas são o primeiro povo com registros de que 
habitavam as Ilhas Britânicas. Estudos anteriores mostram vestígios de migrações de 
outros povos habitando esse lugar, muito antes dos celtas, e contribuindo com a 
variação de dialetos das línguas indo-europeias. Contudo, é com os celtas que 
conhecemos a história como ela é. Eles se estabeleceram no Reino Unido de 
 
43 
 
aproximadamente 1000 a.C. a 100 d.C., até a chegada dos romanos às Ilhas 
Britânicas (MOREIRA; GOMES; RESGALA, 2015). 
A primeira invasão romana aconteceu por volta do ano 54 a.C. Depois de 
muitas invasões, esse grande império da Idade Antiga tomou a região sob seu domínio 
e outras influências começam a acontecer, na economia, na política, na sociedade de 
maneira geral e, claro, na língua. Contudo, o poderio romano se fragilizou e entrou em 
queda com a ascensão de outros povos da Europa, os quais também invadiram as 
Ilhas Britânicas. 
Povos vindos do extremo norte europeu, como os saxões, se estabeleceram 
por lá, em invasões violentas e sangrentas que massacraram parte da população local 
da época. Essa destruição saxã acabou por dar fim à cultura celta, sobrepondo-se a 
ela e fazendo surgir o dialeto germânico que deu origem à língua inglesa. A partir 
dessa época, a história da língua inglesa mostra que houve o Old English (inglês 
antigo ou arcaico), o Middle English (inglês da Idade Média) e o Modern English (inglês 
moderno). Este último é a língua falada até hoje, com as transformações dinâmicas 
que toda língua natural acaba sofrendo (MOREIRA; GOMES; RESGALA, 2015). 
A linha do tempo para tais fenômenos é aproximadamente a seguinte:Old English (500–1100) — com forte influência celta e latina; 
 Middle English (1100–1500) — com forte influência francesa; 
 Modern English (de 1500 até os dias de hoje) — padronização da língua 
inglesa. 
 
Não podemos nos esquecer que, com a invasão romana, o cristianismo 
também foi levado às Ilhas Britânicas, sendo São Patrício o missionário responsável 
pela conversão do povo celta à religião cristã. Claro que esse processo fez com que 
o latim, língua romana e do cristianismo, deixasse traços no inglês, originando 
vocabulário de cunho religioso e a reprodução de textos bíblicos. Foi essa reprodução, 
inclusive, que deu início à literatura inglesa. Na época do Old English, invasores 
vikings também influenciaram a língua inglesa, pois foram mais de 200 anos de 
presença desse povo em território britânico. Como a língua dos vikings era de origem 
germânica, essa influência se fez presente no inglês. 
Para os falantes atuais, o Old English é irreconhecível, em pronúncia e escrita, 
se comparado ao Modern English. Porém, sua pronúncia era próxima à grafia, bem 
 
44 
 
diferente do que acontece hoje com o inglês moderno. Em termos gramaticais, os 
substantivos também apresentavam gênero masculino e feminino e, por causa da 
influência de línguas como o latim, que tinham substantivos neutros, o inglês arcaico 
também usava substantivos neutros. Até os verbos eram conjugados e flexionados, 
algo inexistente no inglês moderno. Atualmente, a conjugação no inglês acontece no 
presente e no passado, sendo os demais tempos verbais formados com o auxílio de 
verbos modais ou auxiliares (CELCE-MURCIA; LARSEN-FREEMAN, 1999). 
A oração do Pai Nosso é um exemplo de texto que ainda contém palavras antigas 
do inglês, como mostra a Figura 1. As palavras art, thy e thine, que remontam ao inglês 
arcaico e são encontradas até hoje nessa oração, correspondem a (CENTRELLI, 
2009): 
 art —conjugação do verbo to be, referente à segunda pessoa do plural; 
 thy —pronome possessivo, referente à segunda pessoa do plural; 
 thine —pronome possessivo, referente à segunda pessoa do plural, usado 
antes de vogais. 
 
A influência sobre a língua inglesa não parou por aí. Mil anos depois de 
invasões e interferências, os normandos, oriundos da França, invadiram a Inglaterra, 
estabelecendo-se lá por mais de 200 anos. Novamente, foi depois de muitas batalhas 
sangrentas e muitas mortes, tanto do lado inglês quanto do francês, que os normandos 
assumiram o controle da Inglaterra. 
Por causa desse feito, além de outras batalhas vencidas, William, duque da 
Normandia, que comandou o massacre na famosa batalha de Hastings, em 1066, 
ficou conhecido como Wiliam the Conqueror, ou, em português, Guilherme, o 
conquistador. Os acontecimentos levaram ao fortalecendo do cristianismo na região e 
à imposição da língua dos conquistadores. 
 
 
45 
 
 
 
A língua francesa era então uma língua de prestígio, falada pela realeza em 
território inglês, pois os próprios conquistadores e sucessores não dominavam o inglês 
da época. O comportamento que se seguiu foi aprender a língua francesa em busca 
de ascensão social. Com a presença e o fortalecimento da língua francesa, iniciou-se 
o Middle English. Porém, assim como aconteceu na época dos romanos, os franceses 
também perderam força depois de quase três séculos de domínio. O sentimento 
nacionalista inglês prevaleceu e por volta do século XV, a língua inglesa, recebendo 
as mais diversas influências, prevaleceu na região, depois de enriquecer seu 
vocabulário. Documentos escritos em inglês também prevaleceram, deixando a 
escrita latina e francesa para trás, colaborando para o surgimento da literatura e 
introduzindo conceitos na área administrativa, política e social da organização inglesa 
(MOREIRA; GOMES; RESGALA, 2015) Veja na Figura 2 alguns exemplos de palavras 
inglesas e seus equivalentes em latim e francês. 
 
46 
 
 
 
 
O inglês atualmente considera as palavras de origem latina, e as usa, de 
maneira mais formal. No entanto, a influência do francês fez com que, no Middle 
English, o inglês perdesse suas declinações, as ocorrências mencionadas no Old 
English. Houve também mudança na pronúncia das vogais do inglês entre os séculos 
XV e XVI, alterando fortemente a pronúncia dessas vogais e dos ditongos. Essa 
mudança foi acentuada pelo que se conhece como The Great Vowel Shift (Figura 3). 
 
 
The Great Vowel Shift se refere à grande mudança vocálica do período, o que 
ocasionou a atual falta de correlação entre a palavra escrita e a palavra pronunciada 
 
47 
 
na língua inglesa, observada principalmente nas vogais. Palavras como fine, mine e 
shine, por exemplo, têm a vogal / i / pronunciada como / ai /, ou seja, o som de / i /, 
nesses casos, representa o som de um ditongo. Já as palavras fit, sit e rib têm a 
pronúncia de / I / curto, diferente das palavras meat, leave e sea que, apesar de serem 
grafadas com duas vogais, não apresentam a pronúncia de um ditongo. A pronúncia 
dessa combinação de vogais / ea / é a de um / i: / mais prolongado, sendo seu 
prolongamento representado foneticamente pelos dois pontos (:). 
A era do Modern English representou um período de padronização e unificação 
do inglês, o que se tornou possível com o advento da imprensa, do sistema postal, 
por volta de 1500, da concentração de um centro administrativo, político, social e 
econômico na Inglaterra, da oferta de educação às classes médias e da difusão de 
uma ortografia padronizada. Os verbos auxiliares em inglês, por exemplo, foram 
incorporados definitivamente entre os séculos XVI e XVII, sendo usados em frases 
negativas e interrogativas na língua inglesa até os dias de hoje. No século XVIII, a 
língua inglesa sofreu mais uma interferência: a dupla negação, como na frase em 
português “Eu não conheço ninguém aqui”, em inglês, “I don’t know nobody here” 
passou a ser considerada gramaticalmente incorreta (MOREIRA; GOMES; 
RESGALA, 2015). 
Com a chegada do século XIX, o colonialismo britânico começou a se 
fortalecer. A partir de então, eram os povos das Ilhas Britânicas que deixavam seu 
território e partiam para mais conquistas territoriais. Dessa forma, levaram não apenas 
sua cultura como também sua língua, que passou cada vez mais a influenciar o mundo 
e a ser influenciada de volta (MOREIRA; GOMES; RESGALA, 2015). 
Não podemos negar que a diversidade esteve presente nesses dois mil anos 
de história, o que é pode ter tornado essa uma língua menos regular, se comparada 
às línguas latinas, por exemplo. Seja como for, a língua inglesa ganharia ainda mais 
status de língua global com a ascensão dos Estados Unidos durante o século XX. Os 
laços entre Inglaterra e Estados Unidos, mantidos até hoje, estendem-se comercial e 
politicamente, mantendo inclusive o idioma próximo da compreensão entre essas 
duas nações, apesar de diferentes sotaques terem dado identidades marcantes a 
esses falantes nativos (CRYSTAL, 2003). 
 
48 
 
8.3 O futuro do inglês 
Em geral, a primeira coisa que aprendemos em um idioma é o vocabulário. 
Depois, aprendemos a fazer combinações, porque um idioma não é feito de palavras 
soltas. A partir das combinações que aprendemos a fazer, formamos frases. 
Começamos com as simples para, mais tarde, avançarmos e começarmos a formar 
frases mais complexas, como frases compostas. A partir daí, podemos conversar 
competentemente com estrangeiros nativos e não nativos de uma língua. A língua 
inglesa é considerada a língua mais estudada no mundo e aprendê-la tem seus 
percalços (CRYSTAL, 2003). 
Para alguns, estudar inglês é um prazer, pois gostam da sonoridade da língua 
e porque querem viajar e ser independentes para se comunicar, o que eleva a 
importância desse idioma. Para outros, o inglês é uma pedra no sapato. O fato é que, 
considerada uma língua global, ou a língua mais difundida do mundo, por motivos já 
abordados na seçãoanterior, a língua inglesa não será soberana para sempre. Já 
lemos ou vimos falar da ascensão e a queda de vários povos e suas culturas. Não 
será diferente com o inglês, e isso não é uma previsão, mas uma ordem natural de 
como a história transcorre. Isso não quer dizer que a língua inglesa esteja com seus 
dias contados; porém, é preciso vislumbrar imparcialmente o futuro dessa língua. 
Crystal (2003) suscita uma questão sobre a posição do inglês como língua 
global e seu futuro. Como já mencionado, o ascensão e queda de uma língua não é 
algo que podemos prever com precisão, pois é um assunto que envolve a cultura e a 
identidade de um povo. Mencionamos anteriormente que a língua latina foi também 
influenciadora do inglês, e todos nós estudamos na escola a ascensão e a queda de 
Roma. Ou seja, a história está cheia de ascensões e quedas, de colonizadores e 
colonizados, de influenciadores e influenciados. 
Cada época da história marca uma vitória e uma derrota que dependem de 
várias condições dos povos conquistadores e dos outros que são conquistados. Seja 
como for, analisando as condições da língua inglesa, ela não parece estar prestes a 
perder sua posição de língua global, já que ocupa uma posição ainda favorável. Uma 
das condições é a presença do inglês em diferentes partes do mundo, sendo afetado 
por cada cultura local. 
Como afirma Crystal (2003), o latim era considerado uma língua estável, pois 
seu mundo era a Europa, logo, conseguiu se manter linguisticamente sólido. Pela 
 
49 
 
nossa experiência, não podemos falar a mesma coisa do Inglês, não é mesmo? E 
poderíamos dizer que a difusão do inglês abalaria a estabilidade da língua. Acabamos 
de ver que há diferenças entre o inglês britânico e o americano. Também sabemos 
que em países do continente africano a língua inglesa é falada e tem o status de língua 
oficial. Será que lá, nesses países africanos, o povo que fala inglês segue as regras 
gramaticais e usa o vocabulário tal qual os ingleses? A resposta é não. 
De modo geral, o inglês está se transformando em cada região em que 
ingressa, modificando-se para cada povo que o fala e moldando-se de acordo com a 
necessidade de cada localidade. Isso é natural, porque, à medida que uma língua é 
falada por tantas pessoas em tão diferentes partes do mundo, as alterações são 
inevitáveis. Os falantes de inglês como segunda língua (L2) desenvolvem seu próprio 
inglês, porque querem falar de sua cultura, de sua história, de suas experiências. Ao 
contrário dos falantes nativos de inglês que não conhecem esse outro lado da língua 
falada por estrangeiros, os falantes de L2 moldam o inglês à sua maneira. 
Mesmo assim, continuaremos a aprender o inglês norma culta quando formos 
para uma escola de idiomas. De todo modo, como fica claro na experiência contada 
por Crystal na África do Sul, certos países aceitaram a língua inglesa como sua língua 
oficial, como, por exemplo, países do continente africano, e começaram a usá-la 
conforme sua necessidade, transformando o inglês em um novo inglês 
Queremos expressar nossa identidade através da língua e nos comunicar 
inteligivelmente através dela. Queremos ser diferentes e iguais. E a coisa 
mais esplêndida sobre o uso da língua pelos seres humanos é o fato de isso 
ser perfeitamente possível. É o tipo de situação com que o cérebro 
multifuncional lida muito bem. Podemos ter nosso bolo e comê-lo. Uma das 
principais descobertas da linguística do século XX foi demonstrar a 
capacidade extraordinária do cérebro para a língua. Uma das consequências 
foi a observação de que o bilinguismo e o multilinguismo são a condição 
humana normal. Muito mais da metade das pessoas no mundo, talvez dois 
terços, é bilíngue (CRYSTAL, 2005, p. 48). 
9 ABORDAGENS E MÉTODOS DE ENSINO EM LÍNGUA INGLESA 
9.1 Métodos de ensino em língua inglesa 
Para compreender os métodos utilizados para o ensino de uma língua 
estrangeira, precisamos considerar o momento histórico em que cada método foi 
criado, já que ele vai estar relacionado à abordagem estabelecida com as concepções 
 
50 
 
linguístico-pedagógicas, sociológicas e psicológicas da época. No início do século 
XIX, foi implantado o método gramática–tradução, ou método clássico, para o ensino 
de inglês. A ideia básica era permitir o acesso a textos literários e religiosos, e dominar 
a gramática normativa; ou seja, a forma da língua (KUMARAVADIVELU, 2003). 
O estudo se baseava em alguns textos clássicos ou religiosos na língua 
estrangeira, listas de palavras e normas gramaticais. Além disso, eram estabelecidas 
distinções entre a língua estrangeira e a língua materna. Com relação ao método, a 
novidade foi o método direto, que chegou ao Brasil na década de 1930. O princípio 
fundamental desse método é que o aprendizado de uma língua estrangeira deve se 
dar por meio do contato direto; a língua materna deve ser excluída da sala de aula. As 
atividades de escrita propostas pelo método não fogem muito das anteriores, como 
compreensão de texto, exercícios de gramática, substituições, emprego de diferentes 
formas gramaticais. 
Os exercícios de conversação se baseiam em perguntas e respostas: o 
professor prepara previamente as questões e faz correções fonéticas. A partir dos 
anos de 1950, influenciado pelo estruturalismo e pelo behaviorismo, surgiu o método 
situacional, que concebia a língua como um conjunto de estruturas associadas a 
situações diversas. Surgiram, também, os métodos audiolingual e audiovisual. A teoria 
de aprendizagem que sustenta esses métodos consiste na formação de hábitos e na 
eliminação de erros. Utilizam-se frases prontas de diferentes contextos e situações 
para que o aluno memorize e repita. 
Os exercícios de repetição são conhecidos como drills. No método audiolingual, 
são utilizados diálogos gravados e, no audiovisual, materiais visuais. Nesses métodos, 
os aprendizes não usavam a sua criatividade nem o seu conhecimento de mundo, já 
que apenas imitavam e repetiam exaustivamente diálogos e frases previamente 
criados para situações em que aquelas amostras linguísticas deveriam ser utilizadas. 
Nas décadas de 1970 e 1980, teorias na área da psicologia influenciaram a criação 
de métodos considerados inovadores para o ensino do inglês, como os listados a 
seguir. 
 
 Resposta física total (TPR — Total Physical Response): é baseado na 
hipótese de que as pessoas aprendem melhor por meio de atividades físicas, 
como as crianças, que primeiro respondem a comandos com respostas físicas 
 
51 
 
e só depois produzem respostas verbais. Nesse método, os alunos devem 
responder fisicamente a comandos. Verbos imperativos são as principais 
estruturas utilizadas para a comunicação; estruturas gramaticais e vocabulário 
são introduzidos por meio desses verbos. As habilidades seguem a ordem 
natural da língua materna — ouvir, falar, ler e escrever. As aulas são divertidas 
e relaxantes. 
 Método silencioso (silent way): neste método, o professor deve ficar em 
silêncio o máximo do tempo, e os alunos devem ser incentivados a falar tanto 
quanto possível. O objetivo é que os alunos sejam capazes de usar a língua 
inglesa para se expressarem, mas a língua materna pode ser usada quando 
necessário. Uma codificação cognitiva é usada em tabelas e painéis, com 
pronúncia e estruturas da língua. Todas as habilidades são usadas desde o 
início do curso. 
 Sugestologia (suggestopedia): o principal objetivo do método é tornar os 
alunos proficientes no idioma sugerindo que eles são capazes de se tornar 
fluentes. Busca-se eliminar barreiras psicológicas que dificultam a 
aprendizagem do inglês. Acolhimento é a palavra-chave em sala de aula. Por 
isso, dá-se importância ao ambiente, que deve ser relaxante. Para evitar o 
estresse e a ansiedade dos alunos, há música de fundo, cuidado na decoração 
da sala e cadeiras harmoniosamente dispostas. 
 
O foco da aprendizagem foi se modificando e deixou

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