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Finitude da vida - Morte

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A finitude da vida (gt-6) 1
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A finitude da vida (gt-6)
1. Conceituar eutanásia, distanásia, ortotanásia, mistanásia, suicídio assistido e 
omissão de socorro
EUTANÁSIA: um ato médico que tem a finalidade de acabar com a dor. Morte sem dor, 
sem sofrimento desnecessário, “boa morte”. 
• Aliviar ou evitar sofrimento para os pacientes; 
• Se preocupa com a qualidade de vida; 
• Paciente tem uma doença incurável que toma a qualidade de vida do paciente (ex: 
tetraplegia); 
• Doença que cause grandes sofrimentos, pode ser doenças crônicas; 
• Tomar medidas intencionalmente para a pessoa morrer; 
• Não é permitida em nosso país → código de ética médica; 
• A doença é incurável; 
• Em alguns países é legalizado → Holanda, Bélgica; 
• Temores: possibilidade de erro (casos que seriam curáveis);
Eutanásia Ativa: 
É o ato de uma pessoa causar sua própria morte ou a de outro. 
Nas três formas de eutanásia ativa, suicídio, suicídio assistido e golpe de misericórdia.
Eutanásia Passiva: 
Tem como objetivo a morte por privação (incluindo a remoção ou recusa) de 
tratamento médico disponível ou qualquer cuidado que claramente poderia permitir 
a pessoa viver um período significativamente mais longo. A morte é intencional, o 
médico remove um tratamento já iniciado como um respirador ou decide não iniciar um 
tratamento.
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ORTOTANÁSIA: Significa morte certa 
• Traduz a morte desejável, na qual não ocorre o prolongamento da vida artificialmente, 
através de procedimentos que acarretam aumento do sofrimento o que altera o processo 
natural do morrer; 
• O indivíduo dispensa a utilização de métodos desproporcionais de prolongamento da 
vida, tais como ventilação artificial ou outros procedimentos invasivos; 
• Não fazer mais intervenções e deixa o paciente morrer naturalmente; 
• Não morrer nem antes (eutanásia) e nem depois (distanásia); 
• Seu sofrimento vai ser aliviado; 
• A boa medicina defende; 
• Conforto e dignidade de morte; 
• Não isolar o paciente na UTI→o paciente pode ir para casa para viver seu resto de vida 
com a família; 
• Evitar medidas agressivas; 
• Não tentar prolongar a vida do paciente; 
• Relacionado com os cuidados paliativos; 
• Evitar o prolongamento da vida a qualquer custo; 
• Aliviar o sofrimento do paciente e da família;
DISTANÁSIA: Morte difícil ou penosa, usada para indicar o prolongamento do processo 
da morte, por meio de tratamento que apenas prolonga a vida biológica do paciente, sem 
qualidade de vida e sem dignidade 
• Também pode ser chamada de “obstinação terapêutica” (tratamento inútil); 
• A intenção é de fixar na quantidade de tempo dessa vida e de instalar todos os recursos 
possíveis para prolonga-la ao máximo; 
• Prolongamento do processo de morte; 
• Com o avanço da medicina as pessoas não aceitam ser “derrotado” pela morte; 
• Uso da tecnologia; 
• A própria formação do médico lhe predispõe a isso; 
• Muitas pessoas lucram com isso; 
• Uso de sondas vesicais, gástricas; 
• A morte termina com muito sofrimento → UTI; 
• Morte lenta silenciosa e com grande sofrimento
Prolongamento exagerado da morte do paciente; 
• Pode ser empregado como “tratamento inútil”; 
• Submete o paciente a um grande sofrimento; 
• “Terapêutica fútil”→teimosia terapêutica;
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Futilidade médica pode ser reconhecida por quatro ponderações sobre os tratamentos 
que:
1. não oferece oportunidade razoável de sobrevivência;
2. são procedimentos inúteis ou ineficazes;
3. não oferece o mínimo de qualidade de vida ou de benefício médico; 
4. possivelmente não pode atingir os objetivos dos pacientes.
MISTANÁSIA: chamada de “eutanásia social”. Morte miserável fora e antes do seu tempo 
• Principal causa de morte do nosso país; 
• Morte relacionada as funções estruturais→pobreza, atenção de má qualidade, filas 
longas (mais de 10 anos de espera), emergência superlotadas, erro médico, assistência 
de má qualidade, miséria, 
acesso ruim; 
• Atinge os pacientes saudáveis e não pacientes com doenças crônicas e difíceis;
Suicídio Assistido: 
Quando paciente tem condições de ele próprio tomar uma droga letal oferecida 
pelo Serviço Médico. 
O suicídio assistido, que por alguns autores é sinônimo de eutanásia voluntária, é 
configurado quando um doente que se julga em intenso sofrimento, tendo-se desesperado 
de obter alívio e não sendo capaz de provocar a sua própria morte, pede ajuda 
(geralmente a um profissional) para morrer.
Omissão de Socorro: 
Na América Latina, de modo geral, a forma mais comum de mistanásia é a omissão de 
socorro estrutural que atinge milhões de doentes durante sua vida inteira e não apenas nas 
fases avançadas e terminais de suas enfermidades. A ausência ou a precariedade de 
serviços de atendimento médico, em muitos lugares, garante que pessoas com 
deficiências físicas ou mentais ou com doenças que poderiam ser tratadas morram antes da 
hora, padecendo enquanto vivem dores e sofrimentos em princípio evitáveis. 
Consiste na atitude de deixar de socorrer pessoas em situação de vulnerabilidade, 
como crianças abandonadas ou perdidas, pessoas inválidas, com ferimentos, ou em situação 
de risco ou perigo.
2. Explicar o conceito de cuidados paliativos, seus princípios, sua importância e 
indicações
✓ Conceito:
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A OMS conceituou CUIDADO PALIATIVO como: “o cuidado ativo e total dos pacientes 
cuja enfermidade não responde mais aos tratamentos curativos. Controle da dor e de 
outros sintomas, o cuidado dos problemas de ordem psicológica, social e espiritual são os 
mais importantes. 
O objetivo dos cuidados paliativos é atingir a melhor qualidade de vida possível para os 
pacientes e suas famílias”. atuação busca a prevenção e o alívio do sofrimento, através 
do reconhecimento precoce, de uma avaliação precisa e criteriosa e do tratamento da dor e 
de outros sintomas, e das demandas quer física, quer psicossocial ou espiritual. 
PRINCÍPIOS ÉTICOS: 
a) Veracidade: 
→ respeito constante à verdade. Fundamentado nas relações de confiança interpessoais. 
Significa dizer a verdade ao paciente e seus familiares, possibilitando a participação concreta 
deles nas tomadas de decisões. 
b) Proporcionalidade terapêutica: relação proporcional entre os meios terapêuticos 
empregados e os resultados esperados. Este critério aborda o julgamento das intervenções 
médicas no que diz respeito aos riscos e benefícios da ação, a utilidade ou inutilidade da 
medida, levando em consideração o prognóstico e os custos de ordem física, 
psicossocial e econômica. 
c) Duplo efeito: observa que a realização de um ato terapêutico tem dois efeitos — um 
positivo e outro negativo. Receia-se que os efeitos negativos da intervenção médica 
possam ser fatais, implicando em uma forma de eutanásia. 
d) Prevenção: prevenir e implementar ações para abordar possíveis complicações 
inerentes à evolução clínica do paciente a fim de se evitar sofrimentos desnecessários. 
e) Não abandono e tratamento da dor: o primeiro princípio diz ser condenável afastar-se 
ou abandonar um paciente porque este se recusa a se submeter a um determinado tipo 
de terapia que o médico considerou ser a mais adequada opção de tratamento. O segundo 
diz que o paciente, nos momentos de dor, tem direito ao adequado tratamento álgico. 
atuação busca a prevenção e o alívio do sofrimento, através do reconhecimento precoce, 
de uma 
avaliação precisa e criteriosa e do tratamento da dor e de outros sintomas, e das demandas 
quer física, quer psicossocial ou espiritual.
1. Promover o alívio da dor e outros sintomas desagradáveis: 
Desta forma é necessário conhecimento específico para a prescrição de medicamentos, 
adoção de medidas não farmacológicas e abordagem dos aspectos psicossociais e 
espirituais que caracterizam o “sintoma total”.
2. Afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da vida. 
O Cuidado Paliativo resgata a possibilidade da morte como um evento natural e 
esperado na presença de doença ameaçadora da vida, colocando ênfasena vida 
que ainda pode ser vivida.
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3. Definir futilidade terapêutica e obstinação terapêutica
Obstinação terapêutica:
Iniciar ou continuar ações médicas que não têm outro objetivo além de prolongar a 
vida de um paciente quando ele está em processo irreversível de morte. Insistir em 
meramente prolongar a vida biológica de alguém a todo custo implica numa séria agressão à 
sua dignidade
São usadas formas de tratamento cujo efeito é mais nocivo do que os efeitos da 
doença, ou inútil, porque a cura é impossível e o benefício esperado é menor do que 
os inconvenientes previsíveis. A utilização de uma terapêutica inútil, apenas adia a morte e 
acrescenta uma agonia programada. 
Transforma a fase final da vida num longo e doloroso processo de morrer.
Futilidade terapêutica: 
Existe a ideia de que todo tratamento que está disponível é útil contra tal doença, logo deve 
ser empregado sempre que possível, mas nem sempre é assim. Essa ideia pode ser 
entendida como futilidade terapêutica. Nem todo tratamento é útil 
O tratamento é fútil porque não funciona; ou pode ser um julgamento de valor, sendo o 
tratamento fútil, porque não vale a pena ser usado.
4. Aspectos legais e éticos do paciente terminal 
Paciente terminal: quando se esgotam as possibilidades de tratamento para esse paciente 
5. Entender os aspectos éticos na questão da ordem de não reanimação do paciente 
terminal.
Introdução: 
Ordens para não ressuscitar (ONR) são instrumentos que podem ser empregados por 
médicos, pacientes, familiares e instituições de saúde, através de formulários próprios e que 
têm o objetivo de orientar o não início das manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) 
nos casos em que não houver benefícios clínicos comprovados.
 
✓ Aspectos Éticos: 
Não existe uma justificativa para que seja aplicada a RCP quando esta for 
categorizada como medida desproporcional. 
O emprego de esforços desnecessários, de custo muitas vezes elevados e o 
consequente trauma físico e emocional ao paciente e seus entes próximos, é 
duvidoso, marginal ou sem valor em pacientes que estão em fase terminal de doenças 
progressivas e fatais, onde não existem mais recursos terapêuticos para cura ou aumento da 
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sobrevida. 
Os médicos não são obrigados a realizar manobras de RCP em pacientes com sinais 
de morte (rigidez cadavérica, decapitação, decomposição ou livor cadavérico), mesmo 
quando solicitado por familiares. 
Casos como sangramento intracerebral maciço, comprometimento cardíaco severo, 
metástases disseminadas, pacientes idosos com falência de pelo menos três órgãos 
(cardíaco, pulmonar, renal ou hepático), não encontram evidências científicas de benefício na 
RCP. 
Os desejos, valores e crenças do paciente e dos seus familiares deveriam ser 
analisados juntamente com a situação clínica. A inclusão desses pontos visou proteger a 
autonomia de cada ser humano em suas decisões e evitar os abusos potenciais de um 
julgamento unilateral. 
O paciente deve ter o direito de poder escolher, entre os vários tratamentos propostos, 
aquele que mais se aproxima do ideal para ele, avaliando e sendo esclarecido sobre os 
riscos e benefícios de cada um. 
O direito à informação, o consentimento livre e esclarecido e o respeito à escolha da 
pessoa submetida à assistência, capaz ou incapaz, são largamente destacados nos 
entendimentos jurídicos que reconhecem o direito á escolha do paciente. 
9: Compreender a Resolução do CFM (1995/2012) referente a diretivas antecipadas de 
vontade do paciente e testamento vital:
Art. 1o Definir diretivas antecipadas de vontade como o conjunto de desejos, prévia e 
expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamentos que quer, ou não, 
receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua 
vontade. 
Art. 2o Nas decisões sobre cuidados e tratamentos de pacientes que se encontram 
incapazes de comunicar- se, ou de expressar de maneira livre e independente suas 
vontades, o médico levará em consideração suas diretivas antecipadas de vontade. 
→ Caso o paciente tenha designado um representante para tal fim, suas informações serão 
levadas em consideração pelo médico. 
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→ O médico deixará de levar em consideração as diretivas antecipadas de vontade do 
paciente ou representante que, em sua análise, estiverem em desacordo com os preceitos 
ditados pelo Código de Ética Médica.
→ As diretivas antecipadas do paciente prevalecerão sobre qualquer outro parecer não 
médico, inclusive sobre os desejos dos familiares. 
→ O médico registrará, no prontuário, as diretivas antecipadas de vontade que lhes foram 
diretamente comunicadas pelo paciente. 
→ 
Nãosendoconhecidasasdiretivasantecipadasdevontadedopaciente,nemhavendorepresentante
 designado, familiares disponíveis ou falta de consenso entre estes, o médico recorrerá ao 
Comitê de Bioética da instituição, caso exista, ou, na falta deste, à Comissão de Ética Médica 
do hospital ou ao Conselho Regional e Federal de Medicina para fundamentar sua decisão 
sobre conflitos éticos, quando entender esta medida necessária e conveniente. 
Justificativas: 
→ Dificuldade de comunicação do paciente em fim de vida 
→ Receptividade dos médicos às diretivas antecipadas de vontade 
→ Receptividade dos pacientes 
→ Comitês de Bioética→no caso de conflitos o médico pode apelar ao Comitê de Bioética da 
instituição. Porém, são raríssimos em nosso país

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