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Glândula Tireoide - Endócrino

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1 
TireOide 
A glândula tireoide tem como função 
endócrina a produção de T3 
(hormônio ativo) e T4 (hormônio 
inativo – pró-hormônio / tiroxina). 
Essa produção requer iodo e, 
especialmente o T3, é de extrema 
importância para as atividades 
metabólicas diárias e vitais. 
 
O TIREOTROFO 
É a célula da adeno-hipófise que 
produz TSH, sendo estimulado pelo 
hormônio TRH. 
O TRH é estimulado pelo SNC, e 
inibido por estresse e pelos 
hormônios T3 e T4 (feedback 
negativo). 
 Se a pessoa tem baixa de iodo, 
seus níveis de TSH estão altos. 
Esses níveis altos podem 
causar bócio. 
O TRH se liga ao seu receptor, 
ativando a PKC e Cálcio para síntese e 
secreção de TSH. 
O TSH é um hormônio de meia vida 
relativamente longa, que se liga ao 
receptor nas células de folículo da 
tireoide, estimulando todos os 
aspectos da síntese e secreção dos 
seus hormônios, o crescimento celular 
e a produção de T3 e T4. 
 
HISTOLOGIA DA TIREOIDE 
O folículo tireoidiano é a unidade 
funcional da tireoide. Situado sobre 
uma lâmina basal, a estrutura mais 
externa do folículo (células epiteliais: 
tireócitos) é cercada por rico 
suprimento vascular. A parte apical 
está voltada para o lúmen. Esse lúmen 
é preenchido pelo coloide, um 
aglomerado de proteínas 
tireoglobulinas. 
 
 
PRODUÇÃO HORMONAL 
Os produtos da secreção da tireoide 
são as iodotironinas, em outras 
palavras, T3, T4 e T3r. 
o T3 → forma hormonal ativa. 
o T4 → chamada também de 
tiroxina, é cerca de 90% da 
produção da tireoide. Forma 
hormonal inativa, que cria um 
reservatório no sangue. 
o T3r → forma hormonal inativa 
do T3. 
Como o T4, inativo, é a principal 
secreção glandular, é necessária muita 
ação periférica para converter esse 
hormônio em T3. Esse procedimento é 
feito por enzimas da classe desiodase 
(retirada de 1 iodo): 
o Desiodase tipo 1 (D1) → 
converte T4 em T3 nos tecidos 
com alto fluxo sanguíneo e 
rápida troca com o plasma, 
 
2 
como fígado e rins. Leva T3 
para locais em que sua síntese 
seja baixa ou ausente. 
 Os níveis de D1 
aumentam no 
hipotireoidismo, para 
que aumente a 
circulação de T3 nessa 
doença. 
o Desiodase tipo 2 (D2) → 
presente no encéfalo, mantém 
neste os níveis intracelulares 
adequados de T3, mesmo 
quando os níveis circulantes de 
T4 caem. Também medeia, no 
tireotrofo, a capacidade de 
retroalimentação do T4 
circulante pela secreção do 
TSH. 
 Também tem seus 
níveis aumentados no 
hipotireoidismo. 
o Desiodase tipo 3 (D3) → é 
chamada de “inativadora” pois 
converte T4 em T3r, inativa. 
Esse processo não é reversível, 
e serve apenas para excreção. 
 Aumenta durante o 
hipotireoidismo, 
ajudando a amortecer a 
produção excessiva de 
T4. 
SÍNTESE DOS HORMÔNIOS 
Os hormônios tireoidianos não são 
sintetizados dentro da célula da 
tireoide. Esta joga os precursores 
(iodeto e tireoglobulina) no lúmen, 
onde existem enzimas que irão 
produzir o hormônio. 
Como esse processo acontece? 
o O tireócito coleta iodeto do 
polo basal (sangue) por meio 
do receptor NIS (simporter de 
sódio-iodeto – dependente da 
bomba de sódio e potássio) e 
secreta os precursores no 
lúmen. 
 Um íon de iodeto é 
transportado em 
movimento ascendente 
enquanto dois íons de 
sódio se movimentam 
para baixo. 
 A expressão do NIS é 
inibida por iodeto e 
estimulada por TSH. 
 Uma redução da 
ingestão de iodeto 
causa uma depleção do 
pool circulante deste, e 
aumenta muito a 
expressão dos seus 
receptores (vão captar 
o que tem). 
o O iodeto vai para o lúmen por 
um transportador iodo/cloreto 
chamado pendrina. Lá, é 
rapidamente oxidado e 
incorporado a resíduos de 
tirosina no interior da 
tireoglobulina, podendo 
formar duas moléculas 
distintas, dependendo da 
iodação: moléculas de DIT 
(tirosina + 2 iodos) e MIT 
(tirosina + 1 iodo). 
o Para formar T3 e T4, há o 
acoplamento entre tirosinas 
iodadas: 
→ T3: DIT + MIT 
→ T4: DIT + DIT 
o Toda essa sequência de 
reações é catalisada pela 
tireoide peroxidase (TPO), 
complexo enzimático presente 
na membrana apical. 
o O oxidante imediato para a 
reação é o peróxido de 
hidrogênio (H2O2), que é 
gerado na luz folicular e 
 
3 
catalisada por oxidases duais 
(DUOX1 e DUOX2), também 
na membrana apical. 
Como esse processo se inicia no polo 
basal, com a captação de iodo, que vai 
para o polo apical, dizemos que a 
síntese tem sentido basal-apical. 
Apesar de formar T3 e T4, estes 
hormônios estão ainda associados às 
proteínas tireoglobulina, MIT e DIT. 
Elas se separam na secreção. 
Quando a disponibilidade de iodeto 
está baixa, há favorecimento da 
formação de T3, promovendo mais 
hormônio ativo para o organismo. Mas 
se a ingestão de iodeto ultrapassar 
2mg/dia (o máximo que deve ser 
ingerido/dia), sua concentração 
intraglandular passa a suprimir a 
atividade da TPO, bloqueando a 
biossíntese hormonal. Isso é 
conhecido como o efeito de Wolff-
Chaikoff. 
 
SECREÇÃO HORMONAL 
A liberação de T3 e T4 na corrente 
sanguínea é iniciada por macro e 
micropinocitose a partir do coloide, 
controlada pela megalina. As 
vesículas se fundem com lisossomos e 
a tireoglobulina é degradada. Nesse 
processo, libera as moléculas de MIT e 
DIT, que são rapidamente desiodadas 
no interior do folículo pela 
iodotirosina desiodase (específica 
para MIT e DIT, ou seja, não consegue 
desiodar T3 e T4), e o iodeto é então 
reciclado, assim como os aminoácidos 
derivados da clivagem de 
tireoglobulinas são reutilizados pelo 
folículo. 
T3 e T4 são secretadas pelo lado basal 
da célula, e entram no sangue. 
Portanto, a secreção tem sentido 
apico-basal. 
A secreção desses hormônios causa 
uma retroalimentação negativa sobre 
a hipófise para diminuir a secreção de 
TSH e sobre os neurônios 
hipotalâmicos para controlar a 
secreção de TRH. Nestes, T3 inibe a 
expressão do gene pré-pró-TRH. 
 
TRANSPORTE DOS 
HORMÔNIOS 
T3 e T4 são hormônios apolares e, por 
isso, circulam na corrente sanguínea 
acoplados a proteínas. A principal 
proteína de ligação é a globulina de 
ligação a tiroxina (TBG), sintetizada 
no fígado, carregando 
aproximadamente 70% desses 
hormônios. 
 O TBG possui duas funções 
biológicas importantes: 
manter um grande 
reservatório de T4 circulante e 
prevenir a perda desses 
hormônios pela urina. 
10 a 15% são ligados à proteína TTR, 
que transporta T4 no liquor e fornece 
hormônios tireoidianos ao SNC. 
 
REGULAÇÃO DA FUNÇÃO DA 
TIREOIDE 
O principal regulador da função e 
crescimento da tireoide é o eixo do 
hormônio liberador da tireoide 
(TRH)–hormônio estimulante da 
tireoide (TSH). O TSH tem ações 
 
4 
excitatórias diferentes sobre a 
tireoide: 
o Ações imediatas → pinocitose 
de gotículas de coloide (= 
tireoglobulinas em vesículas), 
estimulando a proteólise de 
tireoglobulina e liberação de 
T3 e T4. Para esse fim, também 
estimula captação de iodeto e 
atividade da TPO. 
o Ações intermediárias → 
síntese e expressão de 
proteínas que codificam NIS, 
TPO e tireoglobulinas. 
o Ações de longo prazo → 
efeito mantido de TSH provoca 
efeitos em longo prazo de 
hipertrofia e hiperplasia das 
células foliculares. Aumento do 
fluxo sanguíneo na tireoide. 
 
O iodo autorregula a síntese de T3 e T4 
pelo Efeito Wolff-Chaikoff. 
Além disso, o próprio T3 e T4 fazem 
retroalimentação negativa na hipófise. 
Na verdade, a hipófise vai 
converter/desiodar T4 em T3, e esta é 
a responsável por inibir a produção de 
TSH hipofisária. 
A alimentação também regula esses 
hormônios: 
o Quanto maior a ingestão de 
calorias, maior a concentração 
plasmática de T3. 
o Quando os níveis de T4 estão 
baixos, significa que há mais 
queima de calórica e 
diminuição do estoque 
energético. Isso causa uma 
queda dos níveis de leptina 
(que inibe o apetite), fazendo 
com que aumente a ingestão de 
alimentos (→ vaielevar T3) 
o Para ambos o inverso é 
verdadeiro. 
OBS: Bócio 
 A baixa na ingestão de iodo leva 
à redução da produção de T3 e 
T4. Essa redução causa 
aumento do hormônio TSH. 
Esse pode se manter elevado 
por muito tempo, provocando a 
proliferação local de fatores de 
crescimento, que vão aumentar 
o tamanho do órgão. 
 
EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS 
HORMÔNIOS TIREOIDIANOS 
Os hormônios tireoidianos atuam em 
todas as células e tecidos. 
Efeitos Cardiovasculares: 
o T3 aumenta o débito cardíaco, 
garantindo fornecimento de O2 
suficiente para os tecidos; 
aumenta velocidade e força das 
contrações miocárdicas, 
aumentando o volume sistólico 
e reduzindo a resistência 
Resumo Marcinho: 
“Vamos para as palavras chave: Se 
mencionarem “aumento na função de 
uma proteína já existente” certamente 
estamos tratando de uma ação de TSH 
Imediata. O aumento do número de 
proteínas, entretanto, já exige um 
processo mais demorado e, portanto, de 
uma ação Intermediária do TSH. O nível 
máximo de ação, como devemos 
imaginar, é o processo mais complexo da 
célula, sua duplicação e/ou aumento de 
tamanho, logo, a ação prolongada de 
TSH envolve a hiperplasia e hipertrofia 
do Tireócito.” 
 
5 
vascular (dilata arteríolas na 
circulação periférica). Também 
possui efeitos indiretos, como 
produção de calor e CO2. 
o Efeitos semelhantes e 
concomitantes aos das 
catecolaminas. 
Efeitos Metabólicos: 
o T3 aumenta a absorção de 
glicose no TGI e aumenta o 
metabolismo da glicose. No 
tecido adiposo, promove a 
síntese de ácidos graxos. 
Aumento do metabolismo 
lipídico. Além disso estimulam 
a termogênese, aumentando a 
utilização de ATP, que gera 
calor. 
Efeitos Respiratórios: 
o T3 aumenta a FR em repouso, o 
volume-minuto e a resposta 
ventilatória à hipercapnia e 
hipóxia. Isso mantém os níveis 
de O2 e CO2 controlados. 
Efeito nos Músculos Esqueléticos: 
o Aumento de T3 aumenta 
glicólise e glicogenólise, e 
diminui a creatina fosfato 
(maior excreção na urina). 
Efeitos no SNA: 
o T3 pode aumentar a atividade 
do SN Simpático pelo aumento 
de receptores beta-
adrenérgicos e geração de 
AMPc. 
Efeitos de Crescimento e 
Maturação: 
o Pouco do hormônio atravessa a 
placenta tornando a tireoide 
funcional na metade da 
gestação. Também é 
importante para o 
desenvolvimento neurológico 
normal e formação óssea 
adequada. 
Efeitos Sobre Ossos e Derme: 
o T3 promove ossificação 
endocondral, crescimento 
ósseo linear e maturação dos 
centros ósseos epifisários. 
Unhas, cabelos e dentes 
também dependem dos 
hormônios tireoidianos. 
Efeitos Sobre o SNC: 
o Falta de hormônios 
tireoidianos no útero e início 
da infância inibe o crescimento 
do córtex cerebral e cerebelar, 
proliferação de axônios e 
ramificação de dendritos, além 
da mielinização. 
o Esses hormônios também 
aumentam vigília, nível de 
alerta, sensibilidade a 
estímulos, audição, fome, 
memória e capacidade de 
aprendizado. 
o Há ainda aumento da 
velocidade e amplitude dos 
reflexos nervosos, além da 
motilidade do TGI. 
Efeitos nos Órgãos Reprodutores: 
o O ciclo ovariano normal de 
desenvolvimento folicular, 
maturação e ovulação, o 
processo testicular homólogo 
da espermatogênese e a 
manutenção do estado 
gestacional saudável são todos 
perturbados por desvios 
importantes dos níveis de 
hormônio tireoidiano.

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