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FARMÁCIA PRINCÍPIOS ANALÍTICOS FARMACÊUTICOS (PAF) POSTAGEM 2 ATIVIDADE 2 – RELATÓRIO FINAL ADRIANA PAULA DE MORAES COSTA: 2038807 CRISTIANO SILVIO DOS SANTOS: 2003971 DIOGO TADASHI KATATA: 2016483 RODRIGO APARECIDO DE SORDI: 2006169 UNIP EAD - POLO CAMPINAS TAQUARAL 2021 Resumo Neste segundo relatório iremos demonstrar um processo de validação utilizando um princípio ativo piroxicam (PIR), um fármaco amplamente usado na terapêutica como agente anti-inflamatório. Por isso mostra a importância de fazer o controle de qualidade, para asegurar sua eficácia no tratamento. Dentro desse conxteto, iremos usar a validação desse princípio ativo através da espectofotometria ultravioleta visível UV, onde vamos mostrar as metodologias para quantificar os ativos em produtos ou matérias- primas, que devem ser validadas pela legislação vigente ou orgãos competentes ao objetivo desejado. Esse processo de validação cabe determinar a capacidade do método em questão para estar apto a gerar resultados satisfatórios e confiáveis sobre o determinado ativo. Além disso, pode ser considerado um dos principais instrumentos de garantia da qualidade dos produtos. No Brasil, esta metodologia é descrita pela resolução da ANVISA através da RDC 166/2017, dessa forma, foram avaliados os parâmetros de especificidade, seletividade, limite de quantificação, linearidade, intervalo, precisão (repetibilidade e precisão intermediária) e exatidão do princípio ativo piroxicam. Foi feito um aprofundamento de cada parâmetro, e sua utilização, com posterior discussão sobre esses parâmetros. Pode-se considerar esta metodologia adequada para determinar a concentração do piroxicam em cápsulas. Palavras-chave: validação de metodologia analítica; espectrofotometria ultravioleta; piroxicam. 1. INDRODUÇÃO Os anti-inflamatórios vêm sendo amplamente utilizados, pois as reações inflamatórias estão presentes em quase todas as lesões produzidas no organismo humano. Dentre os fármacos mais empregados para o alívio destes processos destaca-se o piroxicam (PIR) (SILVA, 2010). O piroxicam é um fármaco que pertence à classe dos antiinflamatórios não esteroidais e é amplamente utilizado no tratamento de artrite reumatóide, osteoartrite, artrite gotosa aguda, condrocalcinose, espondilite anquilosante e inflamação não-reumática (KOROLKOVAS, 1994; RAFFA, 2006). Por esse farmâco ter um largo espectro terapêutico, este trabalho objetivou verificar a qualidade desse princípio ativo. Porque validar? A validação do método é feita para garantir que a metodologia analítica é exata, reprodutível e flexível sobre uma faixa específica que uma subastância será analisada. É uma avaliação que garante conformidades com as exigências legais ou interesses de terceiros do método analítico. Já o processo de validação tem como primordial a definição se uma metodologia desenvolvida mostra-se capaz de atingir os objetivos a que propõem, a fim de gerar- se resultados confiáveis que possam ser interpretados de forma satisfatória (BRITO, 2002). Envolve o desenvolvimento de um método analítico, de uma adaptação ou implementação de um método conhecido e um processo de avaliação que estime sua eficiência. Além disso, pode ser considerado um dos principais instrumentos de garantia da qualidade, pois possibilita o conhecimento das limitações e da confiabilidade de uma metodologia analítica, da instalação de um equipamento ou de um processo produtivo (BRITO, 2002 ; USP, 2003). A quantificação de um fármaco em uma formulação é considerada um aspecto vital da garantia da qualidade de medicamentos (USP, 2003). As diretrizes para a determinação de um ativo, principalmente de um farmâco de caráter humano ou veterinário, devem seguir uma referência. No caso para o Brasil utilizamos a Farmacopéia Brasileira, Farmacopéia Americana (USP) e Resoluções da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A atual resolução vigente é a RDC 166 de 2017, como a mais atual legislação de diretrizes para o processo de validação metodológica para âmbito nacional (BRASIL ANVISA, 2017; ELLISON, 2002). Na validação de métodos analíticos, deverá ser utilizada Substância Química de Referência Farmacopeica (SQF) oficializada pela Farmacopeia Brasileira, preferencialmente, ou por outros compêndios oficialmente reconhecidos pela Anvisa. (BRASIL ANVISA, 2017). Nesse trabalho será descrito a validação da metodologia analítica utilizada para quantificar o piroxicam em cápsulas gelatinosas, determinando os parâmetros descritos na RDC 166/2017, onde citam os parâmetros de especificidade e seletividade, linearidade, limite de quantificação, precisão, e exatidão. Ficaram excluídas da validação os parâmetros de limite de detecção (LD) e a robustez. Objetivo Geral Validar a metodologia analítica para quantificação de piroxicam; Determinar a especificidade, linearidade, quantificação, precisão e exatidão. 2. DESENVOLVIMENTO Este trabalho será conduzido através de dados literários observados pela biblioteca digital da faculdade do Paraná, sobre validação de metodologia analítica para quantificar o princípio ativo piroxicam em cápsulas de gelatina, onde primeiro será apresentados os métodos e o aprofundamento do parâmetro, e posteriormente a discussão dos resultados encontrados. Seguindo os parâmetros exigidos pela RDC 166/2017, será comprovada a validação do método analítico escolhido (ESPECTROFOTOMETRIA UV). 2.1 Métodos Especificidade e Seletividade Na realização da técnica de espectrofotometria UV para determinação do teor de piroxicam, utiliza-se varredura entre 200 e 400 nm em espectrofotômetro UV, sendo uma varredura com uma solução padrão de piroxicam, e outra com uma solução contendo somente os excipientes utilizados nas cápsulas. As soluções são preparadas dissolvendo-se o conteúdo pesado em álcool etílico e uma quantidade de ácido clorídrico suficiente para completar o volume do balão utilizado. O teste de especificidade pode ser realizado ao comparar as medidas de uma amostra fortificada e não fortificada que contenha os possíveis interferentes com uma solução da amostra padrão. (CASSINI et al, 2013). A seletividade do método analítico deve ser demonstrada por meio da sua capacidade de identificar ou quantificar o analito de interesse, inequivocamente, na presença de componentes que podem estar presentes na amostra, como impurezas, diluentes e componentes da matriz. (ANVISA RDC n°166). Linearidade e Intervalo A linearidade do método analítico através da espectrofotometria é verificada através da leitura em espectrofotômetro na região do UV (333 nm) de soluções de padrão secundário de piroxicam num intervalo que compreende concentrações entre 2 - 8 μg/ mL. Através dos valores de absorbância obtidos, pode se construir um gráfico de concentração versus absorbância utilizando-se como critério de aceitação um coeficiente de correlação (R2) maior ou igual a 0,99. A partir dessa curva de http://www.dctech.com.br/especificidade-desvendando-os-parametros-da-validacao-analitica/ calibração, calcula-se o coeficiente angular da reta e o seu ponto de intersecção no eixo y. A linearidade de um método deve ser demonstrada por meio da sua capacidade de obter respostas analíticas diretamente proporcionais à concentração de um analito em uma amostra. (ANVISA RDC n°166). Limites de Quantificação O limite de quantificação (LQ) é baseado no desvio padrão (σ) da resposta e no coeficiente angular (S) da curva de calibração. LQ = 10. σ. O limite de quantificação é a menor quantidade do analito em uma amostra que pode ser determinada com precisão e exatidão aceitáveis sob as condições experimentais estabelecidas. (ANVISA RDC n°166). Precisão Deve se preparar umaamostra do princípio ativo do padrão secundário de piroxicam e pesados e dissolvidos em determinada quantidade de álcool etílico e quantidade suficiente de ácido clorídrico para completar o volume de um balão volumétrico de 100 mL. A partir dessa solução devem ser preparadas, através de diluições, algumas replicatas contendo piroxicam na concentração. Este parâmetro é avaliado em dois níveis: Repetibilidade (precisão intracorrida) A repetibilidade do método é determinada através de 3 repetições, contendo seis replicatas a 100 % da concentração do teste realizadas pelo mesmo analista, no mesmo laboratório, em períodos alternados (manhã, tarde e noite), verificando se os resultados encontram-se dentro da máxima diferença aceitável. Precisão intermediária A precisão intermediária é expressa através de variações dentro do mesmo laboratório, em dias diferentes e por analistas diferentes. O ensaio é realizado com 6 replicatas a 100 % da concentração do teste em 2 dias diferentes com 2 analistas diferentes. A precisão expressa o grau de concordância entre uma série de medidas realizadas em condições determinadas. Ela pode ser calculada através da determinação do desvio padrão, do intervalo de confiança da média ou pelo desvio- padrão relativo (ou coeficiente de variação). (VALDERRAMA et al, 2009). Exatidão Pode se averiguar a exatidão do método utilizando-se o método de adição padrão. Quantidade conhecida de diferentes concentrações do padrão secundário de piroxicam é adicionada a concentrações preparadas com as cápsulas manipuladas do fármaco em questão. Exatidão pode ser definida como a concordância entre a média do valor observado ou estimado e o valor teórico tido como verdadeiro ou como referência. (VALIDATION, 1995) Ela é expressa em termos do erro absulto ou erro relativo. (SKOOG et al, 2008, p. 86). Os métodos mais utilizados para avaliar a exatidão de um método analítico são: materiais de referência, comparação de métodos, ensaios de recuperação, adição de padrão. (VALDERRAMA et al, 2009) Após a preparação das soluções mede-se a absorbância das mesmas no espectrofotômetro na região do UV em 333 nm. A exatidão é expressa pela relação entre a concentração média determinada experimentalmente e a concentração teórica correspondente. A exatidão de um método analítico deve ser obtida por meio do grau de concordância entre os resultados individuais do método em estudo em relação a um valor aceito como verdadeiro. (ANVISA RDC n°166). Fica de fora da validação os limites de detecção e robustez para o trabalho atual, mesmo asim esses parâmetros são de grande importância como descrito abaixo. Limite de detecção (LD) Limite de detecção deve ser demonstrado pela obtenção da menor quantidade do analito presente em uma amostra que pode ser detectado, porém, não necessariamente quantificado, sob as condições experimentais estabelecidas. (ANVISA RDC n°166). Robustez Robustez é um parâmetro tipicamente realizado no desenvolvimento do método analítico que indica a sua capacidade em resistir a pequenas e deliberadas variações das condições analíticas. (ANVISA RDC n°166). 2.2 Discussão dos resultados Especificidade e Seletividade Especificidade e seletividade é a capacidade que o método possui de medir exatamente um composto em presença de outros componentes, tais como, impurezas, produtos de degradação e componentes da matriz. Nesse teste de avaliação da influência na amostra padrão, os resultados demonstram que o método é adequado em relação ao parâmetro avaliado. Quando não ocorre o pico de absorção dos excipientes na faixa de luz próximo a 333 nm como exemplo na figura 1, é a conclusão da especificidade onde mostra o comprimento de onda de absorção máxima do piroxicam. Figura 1 – Demonstração da não presença de absorbância no comprimento de onda do pico alvo, com relação à parte placebo no produto. Limite de Quantificação Através de uma análise de regressão linear pode se determinar o desvio padrão da linha de regressão, através de um cálculo da equação descrito no item do parâmetro de limite de quantificação. O limite de quantificação é estabelecido por meio de análises das soluções contendo concentrações decrescentes de piroxicam até o menor nível determinável com precisão e exatidão aceitáveis. Linearidade e Intervalo A linearidade de uma metodologia analítica é a capacidade de demonstrar que os resultados obtidos são proporcionais à concentração do analito dentro de um intervalo especificado. Sendo este, a faixa entre os limites de quantificação superior e inferior de um método analítico. A curva de calibração deve apresentar os dados estatísticos de intersecção, da equação da regressão linear, o coeficiente de correlação e a concentração conhecida do analito. Esta pode ser construída usando-se, no mínimo, cinco valores de concentração enquadrados no intervalo definido e é usada para calcular a concentração do fármaco nas amostras, utilizando-se a mesma matriz biológica proposta para o estudo. A suposição clássica da curva de calibração é que a resposta instrumental está linearmente relacionada com a concentração do padrão. O critério mínimo de aceitação do coeficiente de correlação (R2) deve ser igual a 0,990. De acordo com o exemplo de linearidade da figura 2, observa-se que um método apresenta linearidade no intervalo da concentração testada. Onde se determina que o coeficiente angular (A) corresponde a 0,08103 e o valor do intercepto obtido (B) foi diferente de zero. Figura 2 – Curva de calibração demonstrando a linearidade do método. Precisão A precisão é a avaliação da proximidade dos resultados obtidos em uma série de medidas de uma mesma amostra. Pode ser classificada em três níveis: repetibilidade, precisão intermediária e reprodutibilidade. Para poder fazer a validação da metodologia do princípio ativo analisado, utilizando somente dois parâmetros sendo um deles repetibilidade (concordância entre os resultados dentro de um curto período de tempo com o mesmo analista e mesma instrumentação) como exemplo na Figura 3, e a precisão intermediária (concordância entre os resultados de um mesmo laboratório, mas obtidos em dias diferentes, com analistas diferentes e/ou equipamentos diferentes), onde trouxemos um ensaio em forma de tabela. Figura 3 – Repetibilidade – Precisão intracorrida. O resultado do ensaio de repetibilidade foi expresso como desvio padrão relativo (DPR). O DPR calculado foi de 0,48 %, o que demonstra que o método não sofre influências do período em que é realizado, uma vez que o DPR máximo permitido pela legislação é de 5 % (RDC nº 166 de 24 de julho de 2017). Figura 4 – Repetibilidade - Precisão intermediaria. O resultado do ensaio de precisão intermediário também foi expresso como desvio padrão relativo (DPR). O DPR calculado foi de 1,66 %, sendo o DPR máximo permitido igual a 5 % (RDC nº 166 de 24 de julho de 2017). Exatidão Através do parâmetro de exatidão é possível comprovar a proximidade dos resultados obtidos pelo método em estudo, em relação ao valor verdadeiro. Nos casos em que amostras de todos os componentes do medicamento estão disponíveis, aceita se a análise pelo método de adição do padrão, no qual adicionam se quantidades conhecidas do padrão de referência aos excipientes da formulação. A Figura 5 apresenta os valores encontrados para recuperação do piroxicam nas diferentes concentrações. Figura 5 – Recuperação do piroxicam no método proposto. 3. CONCLUSÃO Pode-se concluir que os resultados obtidos após o processo de validação da metodologia analítica estudada através da literatura, demonstraram ser apropriados à finalidade pretendida, pois os parâmetros de validação que os órgãos reguladores exigem, está de acordo coma legislação vigente no país, como a específica, seletiva, linear, precisa e exatidão. Dentro dos parâmetros estudados, a metodologia analítica demonstrou ser reprodutível e adequada ao controle de qualidade de formulações que contenham piroxicam. Além disso, trata-se de uma metodologia simplificada, envolvendo poucas etapas de preparação de amostras e reagentes, com baixa complexidade de preparo e ser rápida. Neste trabalho exibimos à importância da prática de validação do princípio ativo, mostrando a necessidade de qualificação do profissional e sua capacidade técnica para realizar esse processo. Pois, para garantir que a metodologia analítica seja exata e precisa, além de estável, reprodutível e flexível para uma faixa específica de uma substância que se espera identificar ou quantificar, é necessário a correta interpretação da literatura, o domínio de técnicas de laboratórios exigidas em determinados métodos, o correto manuseio de equipamentos e a capacidade de interpretação dos resultados, e se faz necessário os conhecimentos dos órgãos reguladores vigentes também. Com isso, pode-se concluir a importância da validação que é essencial para definir se métodos desenvolvidos estão completamente adequados aos objetivos a que se destinam, a fim de se obter resultados confiáveis, e do conhecimento específico para realização dos testes e sua condução, e posteriormente para a interpretação de dados estatísticos obtidos. Desta forma, dependendo do propósito do método, alguns dos parâmetros apresentados podem deixar de ser avaliados. 4. BIBLIOGRAFIA Brasil. Farmacopeia Brasileira, 6ª edição. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2019. N. M. BRITO, O. P. A. JUNIOR, L. POLESE, M. L. RIBEIRO, Ecotoxicol. e Meio Ambiente. 13 (2003) 129 – 146. C. B. BARROS, Revista Biológico. 64 (2002) 175 – 177. ANVISA. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Brasil, 1999. RDC 166 de 24 de Junho de 2017. Dispõe sobre a validação de métodos analíticos e dá outras providências.Ministério da Saúde. Brasília, 2017. The United States Pharmacopeia 26. ed., Rockville: United States Pharmacopeial Convention, 2003. A. KOROLKOVAS, Dicionário Terapêutico Guanabara, Rio de Janeiro, 1994/1995 edn., 1994, 21 – 21.6. VALDERRAMA, P.; BRAGA J. W. B.; POPPI, R. J. Estado da arte de figuras de mérito em calibração multivariada. Quimica Nova, Vol. 32, No. 5, 1278-1287, 2009. Repositório Digital Institucional UFPR. Biblioteca Digital de Periódicos. Paraná.
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