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1 Patologia Neoplasias Pré-malignas e Malignas do colo uterino A patogenia do carcinoma cervical está relacionada com o vírus da HPV O HPV pode ser subagrupados em tipos de alto e baixo risco oncogênico, sendo que os de alto risco atualmente são considerados como o fator isolado mais importante na oncogênese cervical. Já os de baixo risco, são a causa do condiloma acuminado sexualmente transmitido na região vulvar, perineal e perianal Existem 15 tipos de HPVs de alto risco oncogênico identificados atualmente, do ponto de vista da patologia cervical, o HPV 16 e o HPV 18 são os mais importantes • HPV 16 – Responde por quase 60% dos canceres cervicais • HPV 18 – Responde por quase 10% dos casos → HPV de baixo risco oncogênico mais importe são do tipo HPV 11 e HPV 6 Fatores de riscos para o câncer cervical estão relacionados tanto ao hospedeiro quanto do vírus: • Múltiplos parceiros sexuais • Parceiro do sexo masculino com múltiplas parceiras sexuais previas ou atuais • Idade precoce na primeira relação sexual • Alta paridade • Infecção persistente por um HPV de alto risco oncogênico • Imunossupressão • Uso de AOC • Uso de nicotina É comum infecções genitais por HPV e normalmente são assintomáticas A infecção persistente aumenta o risco de desenvolvimento de pré-câncer cervical e em seguida carcinoma HPVs infectam as células basais imaturas do epitélio escamoso em áreas de ruptura epitelial ou células escamosas metaplasicas imaturas presentes na junção escamocolunar (JEC) A replicação ocorre nas células escamosas em maturação resultando em um efeito citopático, “atipia coilocitica” que consiste em atipia nuclear e um halo citoplasmático perinuclear As proteínas virais E6 e E7 são críticas para o efeito ontogênico do HPV: • E7 – Promove o ciclo celular pela ligação a RB e suprarregulação de ciclinas E • E6 – Interrompe as vias de morte celular pela ligação a p53; Previne a senescência replicativa pela suprarregulação da telomerase • E6 e E7 – Induz a duplicação de centrossomos e a instabilidade genômica Neoplasia Intraepitelial cervical Antigamente a neoplasia intraepitelial cervical era classificado em: • NIC I – Displasia leve • NIC II – Displasia moderada • NIC III – Displasia grave ou carcinoma in situ Atualmente, essa classificação foi simplificada para um sistema de dois níveis: • Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL) confinadas ao 2 terço inferior do epitélio – Associadas a infecção por HPV, mas não existem rupturas ou alterações significativas do ciclo da célula hospedeira, normalmente regridem espontaneamente e pequena porcentagem progride para HSIL. Dessa forma não são tratadas, apenas observadas → Antiga NIC I • Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL) expansão das células escamosas para dois terços da espessura epitelial – Há uma desregulação progressiva do ciclo celular pelo HPV, que resulta em um aumento da proliferação celular, diminuição ou parada da maturação epitelial → Antiga NIC II e NIC III O diagnóstico de SIL se baseia na identificação de atipia nuclear caracterizada por: • Aumento nuclear • Hipercromasia • Presença de grânulos grosseiros de cromatina • Variação dos tamanhos e formas nucleares Podem ser acompanhadas de halos citoplasmáticos → Halos perinucleares e alterações nucleares são chamados de “Atipia coilocitica” Carcinoma cervical O carcinoma de células escamosas (carcinoma espinocelular) é o subtipo histológico mais comum de câncer cervical, mais prevalente em mulheres acima de 45 anos O carcinoma cervical invasivo pode se manifestar como um câncer de crescimento exuberante ou infiltrativo Os carcinomas de células escamosas são compostos por ninhos e projeções de epitélio escamoso maligno, queratinizado ou não queratinizado, invadindo o estroma cervical subjacente Aspecto clínico Sangramento vaginal, leucorreia, dispareunia, disúria Maioria dos canceres invasivos são tratados com histerectomia com dissecção dos linfonodos e, para lesões avançadas, radioterapia ou quimioterapia Triagem e prevenção do câncer cervical Prevenção e o controle pode ser feito por meio de: • Triagem citológica e o tratamento de anormalidades no esfregaço de Papanicolaou – Preparação citológica de células esfoliadas da zona de transformação cervical (ZT) • Diagnostico histológico e a remoção de lesões pré-cancerosas • Programa de vacinação contra a HPV (Vacina quadrivalente para os tipos 6, 11, 16 e 18) Expectativa de reduzir verrugas genitais e câncer cervical Não suplanta a necessidade do exame preventivo Meninas de 9 anos a 14 e meninos de 11 a 14 anos, 2 doses com 6 meses de intervalo Mulheres com HIV de 9 a 26 anos – 3 doses (0, 2 e 6 meses)
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