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VICTORIA CHAGAS CÂNCER DE COLO DE ÚTERO VICTORIA CHAGAS CÂNCER DE COLO DE ÚTERO ❖ EPIDEMIOLOGIA 3º mais frequente na população feminina e a 4ª em mortalidade no Brasil Incidência é duas vezes maior em países subdesenvolvidos Pico de incidência se dá entre 45 e 50 anos O HPV de tipos 16 e 18 causam a maioria dos casos de câncer do colo de útero em todo mundo (cerca de 70%). Eles também são responsáveis por até 90% dos casos de câncer de ânus, até 60% dos cânceres de vagina e até 50% dos casos de câncer vulvar. Os HPV de tipo 6 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais (ou condilomas genitais) e papilomas laríngeos. Estima-se que por volta de 50 anos, 80% das mulheres tenham contraído HPV, mas a maioria não desenvolve e muitos eliminam a carga viral. Há dois tipos principais de câncer de colo do útero: - carcinomas de células escamosas, que representam entre 80% e 90% dos casos - adenocarcinomas, de 10% a 20% do total ❖ FATORES DE RISCO HPV (principalmente o 16 e 18 – carcinógenos) – Papiloma vírus humano Idade precoce na relação sexual Menarca precoce Múltiplos parceiros sexuais Falta de higiene Uso prolongado de anticoncepcionais Tabagismo e etilismo Baixa condição econômica Multiparidade (>3) Presença de outras IST’s ❖ PATOGENIA Maioria das infecções por HPV são subclínicas e transitórias Uma pequena porcentagem progride para carcinoma invasivo Na puberdade e zona de transformação modifica as células colunares que sofrem metaplasia e viram escamosas (JEC) → onde geralmente inicia a infecção pois possui células multipotentes que podem virar colunar ou escamosa Se não for tratada evolui para carcinoma em 10-30% dos casos 1. Infecção do epitélio metaplásico (via endocitose – vesículas cobertas por clatrina) 2. Vírus reconhece receptores específicos na célula indiferenciada 3. Fase latente: pode durar anos 4. Partículas virais começam a ser formadas (fase produtiva) 5. Início das lesões 6. E1 e E2 expressadas → controlam os demais genes (quando ocorre a proliferação exagerada vão ser suprimidos e ocorre a hiperexpressão de E6 e E7) e são essenciais para a estabilização do DNA viral em longo prazo - E4 codifica proteínas que facilitam maturação dos vírus - E5 que impede a apoptose e faz proliferação celular - E6 → evita correção de erros (inativa a p53 e ativa a telomerase) - E7 → liga-se a pRb e libera o fator E2F estimulando a proliferação VICTORIA CHAGAS ❖ SINAIS E SINTOMAS Frequentemente assintomático, mas quando ocorre sintomas: o Leucorreia (corrimento mucoso) o Coito doloroso o Disúria o Dor abdominal o Queixas urinárias o Verrugas genitais (condilomas) o Sangramentos fora do ciclo o Alteração na coloração do colo uterino o Inchaço de linfonodo inguinal ❖ PROGRESSÃO Neoplasia intraepitelial cervical (NIC) → precede o câncer de colo de útero ❖ RASTREAMENTO, DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO RASTREAMENTO: - Exame pélvico e história clínica/toque vaginal e retal - Papa Nicolau → feito de 25 a 65 anos em quem já teve relações sexuais. Se der negativo faz no próximo ano, caso seja negativo novamente, refazer a cada 3 anos. Caso dê NICl fazer novo exame em 6 meses. - Colposcopia DIAGNÓSTICO: biópsia, colposcopia e citologia cervicovaginal. PREVENÇÃO: - Uso de preservativos - Vacina: SUS disponibiliza tetravalente (6/11/16/18) para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos (2 doses); para HIV e transplantados de 9 a 26 anos (3 doses) - Exame preventivo (Papanicolau) - Higiene íntima ❖ OUTROS CÂNCERES PELO HPV CA da orofaringe → no Brasil, cerca de 25% dos casos de câncer de orofaringe foram relacionados ao HPV - nesta situação incluem-se o câncer de garganta, câncer de palato mole, câncer de base de língua e de amígdalas. CA de ânus → 90% dos casos de câncer de ânus são causados pelo HPV-16 ou HPV-18, os mesmos tipos do HPV genital - comum em homens infectados pelo HIV e que têm relações sexuais com outros homens CA de pênis → Brasil, o HPV foi encontrado em 50% dos casos de câncer de pênis - é comum em homens infectados pelo HIV e que têm relações sexuais com outros homens - o câncer inicia embaixo do prepúcio do pênis, onde o vírus encontra ambiente favorável para a sobrevivência e nesta região pode ser detectado precocemente VICTORIA CHAGAS CÂNCER DE COLO UTERINO - PATOLOGIA Tem relação com infecção por HPV (70% dos casos é por HPV 16 e 18). - A maioria dos subtipos são benignos. - Alto risco: tipo 16 e 18. - Baixo risco: tipo 6 e 11 (relacionado com verrugas genitais) Lesões precursoras são um sinal de alerta. o HISTOLOGIA Ectocérvix – Epitélio escamoso não queratinizado – carcinoma Endocérvix – Epitélio glândula colunar simples – adenocarcinoma Zona de transformação: - glandular → escamoso (JEC) - A maioria das neoplasias é no escamosa - Cistos de naboth → indica presença de metaplasia (produz muco e não libera) o ALTERAÇÕES DO EPITÉLIO ESCAMOSO PELO HPV COILÓCITO: célula superficial (logo acima das células basais), mono ou binucleada, citoplasma amplo e núcleo atípico e aumentado circundado por halo claro bem definido → replicação viral - Só estão presentes em infecções por HPV - Mais presentes nas lesões de baixo grau CÉLULAS ATÍPICAS BASALÓIDES: aspecto imaturo, pouco citoplasma, núcleo grande e atípico → incorporação do DNA do vírus ao DNA do hospedeiro Coilócito e células atípicas basalóides são lesões iniciais e reversíveis - A diferença do NIC 1, 2 e 3 é o grau de displasia (que o epitélio é afetado) Todos são lesões neoplásicas, porém só o 3 pode chamar de carcinoma. NIC 1 NIC 2 NIC 3 - 1/3 células atípicas basalóides, grande quantidade de coilócito - Lesão de baixo grau - Caso haja NIC1 no papanicolau, repetir exame em 6 meses - pode regredir sozinha - 2/3 células atípicas basalóides, pode haver coilócito - Lesão de alto grau - Somente células atípicas basalóides, sem coilócitos - carcinoma de células escamosas “in situ” → se restringe ao epitélio - Lesão de alto grau VICTORIA CHAGAS o PARA NIC 2 E 3 Colposcopia (exame que permite visualizar a vagina e o colo de útero com um aparelho chamado colposcópio, capaz de detectar lesões anormais nessas regiões) Tratamento: conização – retirada da lesão (laser ou ambulatorial) Pico de incidência: 40-45 anos Lesões exofílicas, ulceradas ou infiltativas Pode realizar invasão local (tecido subepitelial) e pode se estender para estruturas adjacentes (corpo uterino, peritônio, bexiga urinária, reto e vagina) Pode gerar metástases: via hematogênica e/ou linfoidal. o CA DE COLO UTERINO Carcinoma de células escamosas ou espinocelular Grupamentos coesos de células poligonais, com citoplasma fortemente eosinófilo, podendo haver queratinização anormal (blocos de queratina – proteção contra linfócitos) o ADENOCARCINOMA ENDOCERVICAL 10-15% do CA de colo: compromete glândulas (epitélio glandular) Relação com o HPV 16 e 18 (pode não ter relação também) A expansão do tumor pode causar problemas no sistema urinário por compressão VICTORIA CHAGAS o RASTREIO E PREVENÇÃO (PAPANICOLAU) Exame citopatológico: método de rastreio mais adotado Detecta lesões precursoras glandulares e escamosas Método fácil, rápido e barato Papanicolau: criou o método e a coloração (não só para CA de colo de útero) Rastreio a partir dos 25 anos (Ministério da Saúde); acima de 64.
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