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Urologia pediátrica

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A urologia pediátrica envolve todo sistema urogenital masculino e feminino desde o 
desenvolvimento até o final da adolescência. 
• Embriologia do sistema genital: tudo que envolver na formação e as patologias em 
decorrência disso 
Fimose: mais comum no consultório. É quando não se consegue retrair o prepúcio e expor 
toda glande – pode ser desde um colamento até um anel fimótico. 
• Criptoquirdia: o testículo é formado no intra-abdominal e desce ao longo do 
desenvolvimento fetal e quando ele para no meio do caminho chama-se de criptoquirdia. 
• Hidrocele: acúmulo de água dentro dos testículos. Na criança tem 2 tipos conforme 
veremos adiante: hidrocele comunicante e não-comunicante. 
• Escroto agudo: emergência urológica, quando se tem principalmente as torções e as 
infecções testiculares. 
• Hipospádia: quando o meato não chega na ponta da glande. Durante o desenvolvimento 
não houve o fechamento completo da uretra, fazendo com que o meato uretral fique ao 
longo da haste peniana. Essa condição pode dificultar quando for ter filhos. 
• Curvatura peniana congênita: pênis com curvatura acentuada (leve pode ser considerado 
normal) 
• Varicocele: são as veias testiculares/varizes do escroto. Isso pode levar a um mau 
desenvolvimento testicular, pois o aumento dessas veias testiculares pode aumentar a 
temperatura no local. Como consequência pode haver alterações no desenvolvimento 
testicular e infertilidade. 
• Infecções do trato urinário 
• Complexo extrofia epispádia: será somente citado, assunto difícil. É quando não há o 
fechamento completo da parede abdominal e há uma extrusão da bexiga (criança nasce 
com a bexiga para fora da cavidade abdominal) – situação complexa, com tratamento 
difícil. Epispádia é quando a abertura do meato uretral é na face dorsal do pênis – essa 
condição está associada ao quadro de extrofia vesical também. 
• Válvula de uretra posterior: uma válvula que impede o coreto esvaziamento da urina, 
dificultando assim a micção, com isso, pode-se ter problemas desde o intraútero com 
dilatação na uretra prostática, da bexiga, rins e vias excretoras, fazendo com que a criança 
já nasça com um déficit de função renal. 
• Transplante renal: nas crianças as principais causas de insuficiência renal são as mal 
formações do trato urinário, por exemplo a válvula de uretra posterior causa muito prejuízo 
da função renal e em geral essas crianças evoluem para o transplante renal – há também 
as glomerulopatias, mas o mais comum nas crianças é a mal formação do trato urinário. 
• Disfunções miccionais diurnas: criança que não adquire a continência urinária 
• Enurese noturna: criança só consegue urinar a noite – Há ainda crianças com bexigas 
hiperativas que urinam várias vezes ao dia 
• Bexiga neurogênica (mielomeningocele): neurogênica: mielomeningocele é quando não 
há o fechamento do tubo neural, isso causa extrusão da medula em geral na parte sacral 
e lombar, não tendo o desenvolvimento adequado da cauda equina, tendo assim um 
mau funcionamento da bexiga. 
• Dilatações do trato urinário superior: veremos estenose de JUP e JUV, bem como refluxo 
vésico-ureteral 
• Litíase: apesar de mais comum nos adultos, também pode ser comum na criança 
associado principalmente a distúrbios metabólicos, como a cistinuria 
• Duplicação do ureter – ureterocele e ureter ectópico 
• DDS (Distúrbios de diferenciação sexual): muito importante saber: toda criança que seja 
do sexo masculino se tiver uma criptoquirdia bilateral associada com hipospádia não 
pode liberar o registro da criança pelo risco de ter DDS, tem que verificar, pois pode-se ter 
desde um feto que é embriologicamente seria XX e tem uma hiperplasia da adrenal 
congênita que leva a uma virilização sexual e ele nasce com os caracteres primários 
masculinos ou até um paciente que seja XY e tenha uma resistência androgênica. 
• Trauma pediátrico: todos os traumas que envolvem o sistema urinário e genital 
• Oncologia: associado também ao trato urogenital, o mais comum é o tumor de Wilms, 
associado ao rim. Esse tumor é o mais comum em provas – nele pode-se fazer 
quimioterapia e operar depois ou operar antes e fazer a quimioterapia depois, em geral, 
se faz a quimio primeiro e depois opera. A oncologia é um tema mais complexo, será visto 
posteriormente no curso. Outro tumor que é comum são os da adrenais e na criança, 
diferentemente do adulto, são mais associados com a medula da adrenal. 
EMBRIOLOGIA 
• No começo do desenvolvimento formam-se 3 sistemas urinários (pro-néfrons – ductos 
mesonéfricos – ductos metanéfricos) e posteriormente há o desenvolvimento do sistema 
urinário completo. Sempre lembrar que o tubo coletor que induz o desenvolvimento do 
córtex renal (parte de filtração). O desenvolvimento é ascendente, os rins vão subindo de 
acordo com o desenvolvimento da criança, até atingirem a região lombar por volta da 
10/12ª semana. Existem algumas anomalias em que os rins não sobem corretamente, por 
exemplo no rim pélvico ou no rim em ferradura. Os rins podem ainda nascerem nos lados 
contrários. 
DESENVOLVIMENTO RENAL 
• Pró-néfron: final da terceira semana a início da quinta semana. Não tem muita função, 
com o tempo involui. 
• Mesonefro: nos meninos formam os ductos eferentes dos testículos, epidídimo e vasos 
deferentes (ducto de Wolf). Nas meninas formam estruturas não funcionantes. 
• Metanéfro: formado na região sacral por volta do 28º dia. 
 - Néfron: são originados no mesênquima metanéfrico 
 - Ductos coletores, cálices, pelve e ureter: originados do bulbo ureteral 
• Ascensão renal: ocorre entre a sexta e nona semana 
 Anomalias: rim em ferradura, rim ectópico e ectopia 
renal cruzada 
A – Rim em desenvolvimento na 6ª semana e depois subindo 
B – Normal 
C – Rim pélvico 
D -Rim em ferradura: ocorre fusão dos polos inferiores, quando 
ele bate na artéria mesentérica inferior, ele não consegue subir 
mais, ficando na posição pélvica. 
- Conforme o rim vai subindo, várias artérias renais vão se 
desenvolvendo e sumindo até que chega na artéria renal 
definitiva. Assim, alguns rins tem artérias e veias polares que 
não involuíram. 
A – Rim em ferradura 
B e C – Ectopia renal cruzada 
Em baixo: rim em ferradura 
• O desenvolvimento da genitália externa ocorre por ação 
da testosterona. O gene SRY (localizado no cromossomo Y) 
produz os hormônios que vão possibilitar o desenvolvimento 
dos ductos de Wolf em testículos. Já os ductos de Muller 
involuem. 
• O desenvolvimento do testículo permite que haja produção de testosterona. No início as 
estruturas são iguais – tubérculo genital com cloaca e membrana da cloaca. Conforme 
tem ação da testosterona, há um prolongamento dos tubérculos genital formando a 
haste peniana. Sem ação da testosterona, o tubérculo genital se vira para região medial 
e tem a formação do clitóris. 
• Fechamento anormal do meato uretral dá origem a hipospádia que pode ser glandar, 
peniana, subglandar ou proximal. 
GENITÁLIA MASCULINA 
• SRY estimula células da região medular dos cordões sexuais primitivos a se 
diferenciarem em células de Sertoli (na ausência do SRY elas se diferenciam em 
folículos ovarianos) 
• Células de Sertoli produzem o hormônio anti-mulleriano 
• Células de Leydig são formadas entre a 9 e 10ª semana e estimula os ductos de Wolf a 
formarem os vasos deferentes 
• Testosterona – estimula a formação das vesículas seminais 
• Di-hidrotestosterona – estimula a formação da próstata e glândulas bulbo-uretrais 
• Descida gonadal: ambas as gônadas atingem a pelve por volta da terceira semana. 
Gubernáculo (tendão que liga desde testículo até na bolsa escrotal) começa a se 
contrair e testículos atingem a bolsa escrotal por volta do sétimo mês. 
• Genitália externa: fusão dos folhetos urogenitais e alongamento do tubérculo genital 
para formar o pênis e os folhetos lábio escrotais se fundem dando origem ao escroto.GENITÁLIA FEMININA 
• Ausência do hormônio anti-mulleriano leva a degeneração dos ductos de Wolf e os 
ductos paramesonéfricos (Muller) dão origem às tubas uterinas, útero e 2/3 proximais 
da vagina 
• Tubérculo genital dobra-se inferiormente para formar o clitóris e os folhetos genitais 
permanecem abertos para formar os pequenos lábios. Os folhetos lábio escrotais 
permanecem não fundidos e formam os grandes lábios. 
 
 
FIMOSE 
O normal é conseguir retrair o prepúcio e expor totalmente a glande até a coroa. Quando não se 
consegue puxar essa pele, isso é a fimose. 
 Quando e quem tratar? 
• Retração do prepúcio é possível em 50% dos meninos ao final do 
primeiro ano de vida e 89% ao final do terceiro ano de vida 
• Incidência de 8% nas crianças de 6-7 anos e apenas 1% em 
adolescentes de 16-18 anos 
• Tratamentos: iniciar após os 2 anos ou de acordo com a preferência dos pais (LE 3) 
• Tratamento conservador com corticoide tópico por um período de 20-30 dias é a primeira 
linha de tratamento com sucesso superior a 90% (LE 1B) – depois do banho puxa-se a pele 
até a área que fica presa, passa o corticoide, espera-se mais ou menos uns 5 minutos e 
depois tenta ir soltando. 
 
Quando operar? Postectomia 
• É opção como tratamento inicial (LE1B GRA) – a opção é dos pais! 
• Deve ser realizada quando: balanopostites de repetição, ITU recorrente, paciente com 
anomalias do trato urinário (LE2B GRA) 
• Postectomia é indicada na fimose secundária (não é a fimose da criança, é quando por 
exemplo ocorre uma infecção e a cicatriz causou uma fimose secundária) 
• Parafimose – emergência médica (História típica: fui dar banho na criança, puxou a pele, 
prendeu e não voltou) – precisa fazer postectomia com emergência. 
• Postectomia neonatal não é recomendada como prevenção do câncer de pênis. No 
entanto, pacientes postectomizados tem menor incidência de CA de pênis – está muito 
relacionado com a mau higiene do pênis. 
CRIPTORQUIDIA 
• Também chamado de testículo ectópico. Ocorre quando não há a contração correta 
do gubernáculo e os testículos não descem até a bolsa escrotal. A prematuridade está 
muito associada a essa patologia. Assim, tem que examinar e ter certeza que o 
testículo está na bolsa escrotal. 
• Os testículos podem estar no intra-abdominal, região inguinal, raiz do escroto ou na 
bolsa escrotal. Pode ainda estar em posições totalmente foras do trajeto habitual 
(testículo ectópico) – raridade. 
Epidemiologia 
• 1-4% dos nascidos a termo (1% ao fim do primeiro ano de vida) 
• 1-45% dos nascidos pré-termo (crianças pré-termos tem sempre que serem examinadas 
com atenção) 
• Bilateral em 30% dos casos 
• MUITO IMPORTANTE: CRIPTORQUIDIA BILATERAL + ANOMALIA GENITAL (POR EX: 
HISPOSPÁDIA) DEVEM TER AVALIAÇÃO GENÉTICA E ENDOCRINOLÓGICA DE URGÊNCIA 
• 80% não são palpáveis 
• Pacientes com criptoquidia unilateral possuem menor fertilidade, porém não menores 
taxas de paternidade. 
Tratamento 
• Deve-se iniciar aos 6 meses e os testículos devem estar posicionados no escroto 
(desenvolvimento ideal é necessário 1-2 graus abaixo da temperatura corporal) de 
preferência até os 12 meses (máx 18 meses). A partir de 18 meses há impacto na 
espermatogênese, produção hormonal e degeneração neoplásica. (Homens que 
chegam na puberdade com o criptoquidia, a indicação é retirar o testículo, pois tem o 
risco muito maior de vir desenvolver um CA) 
• Testículos retráteis não necessitam de tratamento, porém devem ser seguidos até a 
puberdade 
• Testículos não palpáveis e sem DDS devem ser submetidos à laparoscopia 
• Testículos não descido unilateral com contralateral normal após a puberdade deve ter 
sua emoão submetida com familiares 
• A cirurgia quando o testículo está intra-abdominal chama-se de “follen stefens” (Não 
entendi direito). Ela é feita em 2 tempos: a primeira com 6 meses de idade, por 
laparoscopia solta-se tudo que prende o testículo somente nutrido por uma artéria. 
Espera 6 meses para ele descer, em geral ele desce até o canal inguinal externo e se 
faz uma segunda cirurgia para fixar. 
HIDROCELE 
• Bolsa escrotal cheia de água. O que está sendo feito na foto chama-se 
transluminescência (para diferenciar se é líquido ou não. Quando tem um tumor que é 
uma massa, não tem esse brilho, fica mais opaco) 
• Primária: ocorre pela persistência do conduto peritônio vaginal (quando o testículo desce, 
ele leva o peritônio junto, só que esse peritônio se fecha e fica só a 
passagem do cordão. Quando não há esse fechamento, tem um 
orifício associado tanto com hérnia inguinal indireta na criança 
quanto associado com hidrocele, pois o líquido intra-abdominal desce 
pelo orifício e enche a bolsa escrotal de líquido). Queixa da mãe: meu 
filho a noite fica com a bolsa escrotal bem “cheinha” e de dia ela 
acorda “murchinha”. Em geral, quando examina, ele não murcha. 
• Não deve ser realizado tratamento nos primeiros 12 anos de vida, pois 
tem tendência à resolução espontânea 
• Cirurgia na criança é feita por uma abordagem inguinal (no adulto é uma abordagem 
escrotal), pois o problema da hidrocele na criança é no canal inguinal, tendo, portanto, 
que fechar o conduto. 
• Realizar cirurgia precoce se suspeita de hérnia (inguinal opera sempre, a umbilical pode 
esperar até um ano porque pode solucionar sozinha) ou malignidade 
• NÃO USAR AGENTE ESCLEROSANTES em crianças – (agentes esclerosantes: é administrado 
álcool absoluto que esclerosa os vasos linfáticos) – se feito com agente esclerosante tem 
muito risco de peritonite e pode ter uma lesão testicular. 
• Realizar US em casos de dúvida dia 
HIPOSPÁDIA 
A – Hipospádia coronal: meato 
localizado na coroa da glande 
B – Hipospádia pênis-escrotal: meato 
localizado na metade da haste 
peniana 
C – Hipospádia escrotal com um 
escroto bífido e um meato localizado 
bem na base 
 
Epidemiologia e fatores de risco 
• Predisposição genética em hipospádias médias e distais 
• Hipospádias proximais estão associadas à fatores relacionados à gestação 
(primiparidade, pré-termo e PIG) 
• Contraceptivos hormonais aumentam o risco de hipospádias médias e distais 
• Multiparidade está associado às formas mais distais 
• Até 10% apresentam casos de criptorquidia 
• 9-15% apresentam persistência do conduto peritônio vaginal (hérnias e hidrocele) 
Quando operar? 
• Todos que tem o meato proximal 
• Urina em spray ou deflexão ventral do pênis 
• Estenose de meato 
• Associada à curvatura peniana 
• Indicações cosméticas 
- Meato em posição anormal 
- Glande fendida 
- Rotação peniana com rafe anormal 
- Transposição peno escrotal 
- Escroto bífido 
• Usualmente a cirurgia é feita entre 6-24 meses 
 
DILATAÇÃO DO TRATO URINÁRIO SUPERIOR – JUP (Junção Ureteropiélica) E JUV (Junção 
Ureterovesical) 
I.Epidemiologia, etiologia e fisiopatologia: 
• Definição: obstrução representa qualquer dificuldade para o fluxo urinário que se não for 
tratada leva a deterioração progressiva da função renal: Analogia do Rim como uma 
nascente de um rio, sendo que a bacia da nascente é a pelve renal, o rio o ureter e a 
bexiga uma grande represa, sendo o destino o “mar” pela uretra. Dessa forma, se houver 
uma obstrução no rim, há um aumento da pressão e há maior dificuldade de produzir urina. 
Assim, como forma de aliviar a pressão, há uma dilatação do rim, causando um afilamento 
do parênquima e consequente piora progressiva da função renal. 
• Obstrução da JUP é a causa mais comum de dilatação/hidronefrose neonatal 
• Mais comum em meninos (2:1) 
• Mega ureter obstrutivo (JUV), também conhecido por estenose da JUV, é a segunda causa 
mais comum 
JUP = Obstrução na saída do rim. Apresenta-se com rim dilatado e ureter normal. 
JUV = Obstrução da saída da bexiga. Apresenta-se com dilatação no rim E ureter. 
# Como diferenciar JUP de JUV no USG??? 
Dilatação na PELVE renal (grau 1 e 2). 
Lembrando: pretono ultrassom é líquido. 
Grau 2 é possível visualizar o aparecimento 
dos cálices renais. 
Grau 3: cálices renais mais evidentes e 
aumento da pelve renal. 
Grau 4: cálices estão embotados (formato 
circular). 
>Um cálice de aspecto normal se 
assemelha a um triângulo. 
Grau 5: Perda da arquitetura do sistema 
coletor. 
 
 
 
 
 
II. Avaliação diagnóstica: 
• Rins são visualizados a partir da 16ª semana de gestação 
• 28ª semana é a mais sensível para avaliação renal 
• Nos casos de dilatação observar os seguintes aspectos: 
 
a. Lateralidade (uni ou bilateral), grau (1 a 5) e ecogenicidade renal (avaliação do 
parênquima renal) 
b. Hidronefrose (acúmulo de água apenas no rim) x Ureterohidronefrose (acúmulo de 
água no ureter e rim) 
c. Bexiga cheia x bexiga vazia (dilatação residual) 
d. Sexo – homens são mais acometidos 
e. Volume de líquido amniótico (oligoâmnio – sugestivo de acometimento renal) 
• USG pós-natal: 
- Após 48 horas do nascimento, mas em casos severos realizar imediatamente – nas primeiras 
48 horas o RN passa por desidratação, assim, não é um período interessante para avaliação 
renal, já que o rim vai estar produzindo pouca urina e a dilatação estará diminuída. 
- Avaliar: 
1. Diâmetro AP da pelve 
2. Presença de dilatação calicinal – classificar o grau de dilatação 
3. Espessura do parênquima – quanto mais espesso MELHOR a função renal e DELGADO 
indica comprometimento. 
4. Ecogenicidade do córtex – quanto mais ESCURO pior a função do rim (indica menor 
concentração de células). 
5. Ureteres – verificar se há dilatação 
6. Parede vesical – paredes espessas sugerem uma obstrução DISTAL a bexiga (estenose, 
válvula de uretra posterior ou estenose meatouretral), já que o órgão precisa fazer força 
para a micção, causando a sua hipertrofia. 
 7. Volume de urina residual – o esvaziamento incompleto da bexiga indica falência. 
- Caso não ocorra dilatação no USG pós-natal, repetir em 4 semanas. 
 
• Uretrocistografia miccional (UCM): 
Injeção de contraste pela uretra dentro da bexiga, observar: se o contraste está subindo para os 
rins e o formato da uretra e bexiga da criança. 
- Todas as crianças com dilatação do TUS (trato urinário superior) DEVEM fazer esse exame. 
- Refluxo em 25% dos casos: ao apertar a bexiga, ao invés da urina sair pela uretra ela 
retorna para os ureteres e rins, causando uma dilatação dos ureteres e rins devido a pressão 
exercida pela bexiga. 
- Válvula de uretra posterior: membrana que dificulta a saída da urina pela uretra. Suspeita: 
no USG intraútero observa-se uma dilatação da URETRA PROSTÁTICA (dilatação em chave 
e fechadura). 
- Ureteocele: prolapso do ureter para dentro da bexiga (apresenta-se como uma massa ao 
USG). 
- Divertículos vesicais 
- Bexiga neurogênica: principalmente para visualizar se há refluxo e se há retenção urinária. 
• Cintilografia 
- Tecnécio 99m ou MAG 3 
- Após 4-6 semanas de vida 
- Avaliação da função renal: através da quantidade de contraste captada pelo rim; 
diferenças entre os rins. A creatinina não é o exame mais indicado, já que o lactente tem 
pouca massa muscular, assim, pode apresentar uma dosagem normal mesmo com os rins 
prejudicados. 
- Mostra área de cicatrizes em crianças que tem infecções urinárias. 
III. Manejo clínico 
a. Pré-natal: aconselhamento aos pais, cirurgias intraútero ou intervenções raramente são 
necessárias e devem ser realizadas em grandes centros, principalmente válvula de uretra posterior 
(mais grave). 
b. Indicações cirúrgicas pós-natais: 
- Estenose da JUP: queixa de dor lombar recorrente, função renal < 40% na cintilografia (ao 
comparar bilateral), piora da função maior que 10% em exames subsequentes ou 
esvaziamento pobre após administração de diurético. Aumento progressivo do diâmetro 
AP no US. Dilatação 3,4 ou 5 no US. 
- Estenose da JUV: resolução espontânea em até 85% dos casos. Operar quando: sintomas, 
piora da função renal ou da dilatação (maiores que 10-15 mm). 
REFLUXO VÉSICO-URETERAL (RVU) 
- Representação da entrada do ureter na bexiga 
 
Quanto mais curto for o trajeto do ureter intramural (dentro da bexiga) maior a chance de 
ocorrer refluxo. 
Epidemiologia, etiologia e fisiopatologia 
• Incidência: 1% 
• Objetivo principal do tratamento: preservar a função renal 
• Prevalência em crianças sintomáticas: 0,4 – 1,8% 
• Prevalência de 16% em crianças com hidronefrose 
• Irmãos de crianças com RVU têm risco de 27,4% de também apresentarem refluxo 
• Filhos de pais com refluxo: 35,7% de risco 
• Incidência em pacientes com ITU: 30 – 50% nos meninos > meninas, porém a resolução é 
maior nos meninos 
 
II. Fatores de risco renal 
• Resolução espontânea é mais comum em pacientes menores que 1 ano, baixo grau (1 -3) 
e assintomáticos. 
• Cicatrizes renais (infecção no parênquima, sinal de que o refluxo está trazendo bactérias 
ao rim), disfunção vesical, ITU febril são fatores preditivos negativos de resolução 
espontânea – indicativos de intervenção cirúrgica. 
• Reflexos de alto grau possuem taxas de cicatrizes renais 
• Cicatrizes ocorrem em até 10% dos pacientes com hidronefrose antenatal, 10-40% nas 
crianças sintomáticas 
• Nefropatia do refluxo pode ser a causa mais comum de hipertensão em crianças – 10 a 20% 
desenvolvem hipertensão ou IRC em estágios finais. 
Lembrando: cicatrizes são áreas que não são perfundidas pelo contraste 
III. Avaliação diagnóstica 
• Lembrar de aferir PA 
• Solicitar urina tipo I, urocultura e função renal 
• US, UCM, Cintilografia DMSA 
Graus de refluxo: 
Grau 1 : não tem dilatação do ureter e o contraste na uretrocitografia 
sobre até o ureter, não chega até o rim. 
Grau 2: o contraste sobe até a pelve e cálices renais mas não há 
dilatação de nenhuma estrutura. 
Grau 3: início de dilatação mas NÃO HÁ embotamento (forma circular) 
dos cálices. 
Grau 4: ureteres começam a ficar tortuosos e há embotamento dos 
cálices, indicando dilatação. 
Grau 5: dilatação grosseira, megadólico ureter, embotamento 
completo dos cálices, perda completa da impressão papilar. 
Setas: Transbordamento da urina para o interior do parênquima renal, 
podendo causar as cicatrizes. 
Screening (rastreio): 
- informar pais que irmão e prole têm risco 
aumentado 
- US para screening 
- UCM se cicatirizes renais ou história de ITU 
- Não realizar screening em crianças mais velhas que já adquiriram 
continência. 
 
• Crianças com ITU febril 
- UCM após o primeiro episódio (0 a 2 anos). Se refluxo presente realizar a cintilografia com DMSA. 
- Crianças com ITU febril e US alterado têm risco maior de desenvolver cicatrizes e todas devem ser 
avaliadas para presença de refluxo (realizar uretrocitografia). 
- Alternativa top-down: 
a. Cintilografia com DMSA próximo ao episódio febril (avaliar presença de 
pielonefrite). 
b. UCM se DMSA mostrar envolvimento renal. 
c. Falha diagnóstica em 5-27% porém evita UCM desnecessária em mais de 50% 
dos pacientes. 
 
IV. Terapia não-cirúrgica 
• Resolução não-espontânea de 80% nos graus 1 e 2, 30 – 50% nos graus 3 e 5 em 4 anos de 
seguimento. 
• Resolução é menor nos casos bilaterais. 
• Não causa dano ao rim quando o paciente estiver livre de infecção e sem alterações 
urinárias. 
• Terapia conservadora inclui antibióticoprofilaxia intermitente ou contínua e reabilitação 
vesical nos casos que há dificuldade para urinar. 
• Postectomia na infância deve ser considerada como parte do tratamento conservador 
(reduz infecção). 
• Antibióticoprofilaxia: 
- no primeiro ano de vida independente do grau de cicatrizes 
- refluxos de alto grau 
- crianças que não adquiriram continência 
- meninas ou meninos não circuncisados 
- pode ser suspensa após aquisição de continência urinária ou se ausência de sintomas 
 
V. Tratamento cirúrgico 
• Endoscópico x reimplante ureteral 
• Endoscópico: resolução de78,5% nos graus 1 e 2 e 51% nos graus 5. Recorrência de 20% 
com 68% de sucesso numa segunda aplicação 
• Cirurgia aberta: melhores resultados que tratamento endoscópico em refluxos graus 4 e 5. 
Deve ser oferecida para refluxos de alto grau com alterações do parênquima 
VÁLVULA DE URETRA POSTERIOR 
 
Uretrocitografia = dilatação em chave-fechadura. A válvula (destacada 
em vermelho) não permite que ocorra o esvaziamento, causando uma 
dilatação da uretra prostática e o colo vesical 
 
 
Imagem endoscópica = membrana que diminui o tamanho do orifício 
 
 
I. Epidemiologia, etiologia e fisiopatologia 
• IRC em 1/3 dos casos mesmo com tratamento otimizado 
• Tratável no período neonatal 
• Incidência: 1/1250 US fetais 
• Nascidos vivos: 1:5000 – 12.500 US fetais 
• 50% dos pacientes apresentam divertículo com prejuízo da função renal 
• Doença grave 
 
II. Diagnóstico 
• Uretra prostática benigna e ductos ejaculatórios dilatados (Key hole – “buraco da 
fechadura”) 
• Colo vesical hipertrofiado de rígido 
• Espessamento da parede vesical, pode ocorrer formação de divertículos 
• Dilatação do TUS (trato urinário superior) devido a pressão exercida pela bexiga 
 
III. Tratamento 
• Antenatal (intrauterino): oligodrâmnio – shunt vésico-amniótico. Complicações ocorrem em 
21-59% dos casos, mortalidade em 33 e 34% 
- IR em 50% dos casos 
- PLUTO-trail (estudo) não mostrou benefício comprovado do shunt 
• Pós-natal: sondagem vesical de demora em UCM para confirmação diagnóstica. Opção: 
cistostomia (criança pré-termo). 
- Ablação (laser) da válvula após estabilização clínica 
- Vesicostomia: crianças muito pequenas ou instáveis 
- Derivação alto: quando derivação baixa for insuficiente

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