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ED_FIS-MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO

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Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO 
 
 
(USO NO 1º SEMESTRE DE 2019) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
2 
Índice Remissivo 
Questão 1 Sociedade. Profissional de educação física. Estética corporal. 
Questão 2 Esportes coletivos. Processo ensino-aprendizagem. Métodos. 
Questão 3 Atividades aquáticas. Propriedades físicas da água. 
Questão 4 Atividades aquáticas. Nado crawl. Técnicas dos movimentos. 
Questão 5 Iniciação esportiva. Especialização precoce. 
Questão 6 Comitê Olímpico Internacional. Regras antidoping. 
Questão 7 Empreendedorismo. Personal trainer. 
Questão 8 Empreendedorismo. Gestão de academia de ginástica. 
Questão 9 Fisiologia do exercício. Fibras musculares. 
Questão 10 Modelo de liderança no esporte. Modelo multidimensional de liderança. 
Questão 11 Maratona. Baixas temperaturas. Hidratação. 
Questão 12 Obesidade infantil. Prática de atividade física. 
Questão 13 Federação Internacional de Ginástica. Modalidade salto sobre a mesa. Segurança. 
Questão 14 
Gravidez. Prescrição de exercícios. Contraindicações e sinais para interrupção de 
exercícios físicos. 
Questão 15 Qualidade de vida. Atividade física. Ginástica laboral. 
Questão 16 Frequência cardíaca máxima. Equações preditivas. 
Questão 17 Desenvolvimento motor na infância e na adolescência. 
Questão 18 Envelhecimento. Benefícios da prática de exercícios físicos. 
Questão 19 Práticas esportivas. Gênero. 
Questão 20 Práticas esportivas. Gênero. 
Questão 21 Pedagogia do esporte. Métodos. 
Questão 22 Futebol. Violência. 
Questão 23 Atividade motora adaptada. Basquetebol em cadeira de rodas. 
Questão 24 Atletismo. Corrida de rua. 
Questão 25 Prescrição de exercícios. Desnutrição. 
Questão 26 Prescrição de exercícios. Síndrome Metabólica. 
Questão 27 Biomecânica. Sistema de alavancas. 
Questão 28 Psicologia do esporte. Motivação. 
Questão 29 Desenvolvimento motor. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. 
Questão 30 Estágios de desenvolvimento motor. Movimentos fundamentais: arremesso. 
Questões adicionais 
 
 
 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
3 
Autores/revisores 
 
Bergson de Almeida Peres 
Mestre em Biodinâmica do Movimento Humano e Bacharel em Educação Física. Professor 
adjunto e coordenador do curso de Educação Física da Universidade Paulista. 
 
Carolina Harumi Kurashima 
Mestre em Ciências e Nutricionista. Professora adjunta da Universidade Paulista. 
 
Christiane Mazur Doi 
Doutora em Engenharia Metalúrgica e de Materiais, Mestre em Ciências - Tecnologia 
Nuclear, Engenheira Química e Licenciada em Matemática, com Aperfeiçoamento em Tópicos 
de Estatística. Professora titular da Universidade Paulista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
4 
Questão 1 
Questão 1.1 
Os profissionais de educação física são frequentemente convocados a intervir na estética corporal 
dos indivíduos, que são influenciados, conscientemente ou não, pela cultura da sociedade em que 
vivem. Pode-se afirmar que a sociedade brasileira está altamente impactada pelas leis do consumo, o 
que contribui para as representações atuais do que vem a ser um corpo belo e saudável. Na maioria 
das vezes, esses profissionais privilegiam os conhecimentos da dimensão biológica do ser humano 
para atender a tais demandas, em detrimento de outros conhecimentos como o sociológico, o 
histórico e o antropológico. Estudos têm revelado que aquilo que em determinada época foi 
considerado belo e saudável, pode ser, em outro contexto, considerado feio e doente, conforme os 
valores sociais e culturais de cada época. 
O grande desafio é tornar o culto à própria identidade em uma cultura coletiva e ética, na qual 
floresça um tipo de afeto por si mesmo que, quanto mais se volte para o próprio corpo, mais se 
dedique, ao mesmo tempo, aos cuidados com os demais corpos. 
SANT’ANNA, D. B. Identidade Corporal. In: Corpo, Prazer e Movimento. São Paulo. SESC, 2002 (com adaptações). 
 
O texto sugere que os profissionais de educação física intervenham de forma a 
A. acolher as demandas de pessoas que querem ficar mais fortes ou magras, com vistas a 
criar um movimento cultural de culto ao corpo. 
B. acolher as demandas, porém introduzindo uma intervenção que questione os padrões 
midiáticos, com vistas a criar um movimento cultural de respeito às identidades. 
C. acolher as demandas, porém introduzindo a noção de que não existem corpos feios ou 
belos, mas, sim, corpos saudáveis ou não saudáveis, com vistas a criar um movimento 
cultural de culto ao corpo saudável. 
D. rejeitar as demandas, criticando os indivíduos que procuram as academias para ações 
pontuais, impactadas por modismos midiáticos, criando, assim, um movimento cultural 
de recusa às identidades. 
E. rejeitar as demandas, porém introduzindo uma reflexão sobre as representações 
diferenciadas do que vem a ser belo e saudável, criando, assim, um movimento cultural 
de busca pelo corpo belo e saudável. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Corpo e sociedade 
 
Historicamente, a cultura influencia o modo como o corpo se expressa e como o 
corpo é pensado pela sociedade (SILVA, 2011). Desde a Grécia Antiga, existe o culto ao 
corpo, em função da crença de que um corpo saudável desenvolveria a espiritualidade e 
 
1Questão 9 – Enade 2013. 
Amanda
Highlight
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
5 
alcançaria a perfeição. Em contrapartida, na Roma Antiga, o desenvolvimento do corpo para 
o combate era o objetivo principal, em decorrência das constantes guerras que ocorriam na 
época. Na Era Moderna, com o surgimento do capitalismo, o corpo passa a ser um 
instrumento modelado de acordo com o que é imposto pelos valores sociais dessa era. 
Fatores genéticos são importantes para determinar as características físicas dos 
indivíduos. Entretanto, a construção do corpo depende, também, de experiências pessoais e 
sociais e de determinantes culturais: o corpo forma-se culturalmente ao incorporar valores, 
tradições e crenças do contexto social em que o indivíduo está inserido (LIMA, 2009). 
Atualmente, há uma procura pela saúde associada ao hedonismo (busca pelo prazer e 
pela satisfação pessoal), culminando em um esforço desenfreado para se alcançar a suposta 
perfeição corporal (corpo belo, magro e jovem). Essa perfeição, geralmente, é imposta pela 
mídia, uma vez que os meios de comunicação veiculam padrões sobre corpo 
constantemente, por meio de televisão, internet e rádio e, principalmente, por meio da mídia 
impressa. 
Esse cenário voltado à exibição do corpo pode gerar consequências extremas, como 
preocupação excessiva com a aparência corporal, aumento exorbitante da realização de 
cirurgias plásticas, distúrbios alimentares (anorexia, bulimia), dietas restritivas, busca 
incessante pela prática de atividades físicas e utilização de substâncias farmacológicas para 
fins de emagrecimento ou aumento de massa muscular (LÜDORF, 2009). 
O julgamento do corpo, portanto, depende dos valores culturais do momento 
histórico em que o indivíduo está inserido. 
 
1.2. O profissional de Educação Física e a estética corporal 
 
O profissional de Educação Física também sofre influência da sociedade, da cultura e 
da mídia no que se refere à supervalorização da dimensão estética. É importante discutir 
fundamentos teóricos das ciências humanas e sociais, além de aspectos técnicos, para criar 
oportunidades de reflexão crítica do profissional sobre seu papel na sociedade durante a 
formação dos profissionais de Educação Física na graduação. 
O profissional de Educação Física deve aliar conhecimentotécnico e valor 
sociocultural, pois ele, como educador, contribui para a formação de seus alunos (LÜDORF, 
2009). O professor pode questionar seus alunos sobre os discursos e as práticas culturais 
difundidas pela sociedade (‘corpo belo, magro, musculoso, jovem’) para desenvolver o 
pensamento crítico sobre o discurso do poder da beleza e da aparência (LÜDORF, 2009). 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
6 
Questão 2 
Questão 2.2 
Com relação ao processo de ensino-aprendizagem de esportes coletivos, avalie as 
afirmações a seguir. 
I. O método por partes pode ser caracterizado pelo ensino de cada uma das partes de 
uma habilidade. 
II. O método pelo todo consiste na utilização de toda a habilidade a ser aprendida. 
III. O método situacional é caracterizado pela prática de situações de jogo nas quais 
comportamentos individuais e coletivos são extraídos do jogo propriamente dito. 
IV. A escolha entre o método por partes ou o método pelo todo deve levar em 
consideração o nível de complexidade e a organização da habilidade. 
É correto o que se afirma em 
A. I, apenas. 
B. II e IV, apenas. 
C. III e IV, apenas. 
D. I, II e III, apenas. 
E. I, II, III e IV. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Características do processo de ensino-aprendizagem nos esportes coletivos 
 
O processo de ensino-aprendizagem dos esportes coletivos, como futebol, 
basquetebol e handebol, envolve a resolução de problemas por meio da tomada de decisão 
fundamentada em um conteúdo tático em associação a processos motores (SILVA e GRECO, 
2009). 
Os jogos coletivos são executados sob diferentes condições de cooperação e 
oposição, o que aumenta a sua imprevisibilidade e a necessidade de adaptação dos 
jogadores para resolver essas situações. Durante um jogo, aparecem diversas situações que 
não têm resolução fixa, por isso é necessária uma atitude tático-estratégica permanente do 
jogador (CORREA et al, 2004). 
 
2Questão 10 – Enade 2013. 
Amanda
Highlight
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
7 
Nos jogos esportivos coletivos, a elaboração do processo de ensino-aprendizagem 
deve ser cuidadosa, de modo a promover e a desenvolver as competências dos alunos e a 
respeitar suas diferenças. 
 
1.2. Métodos de ensino-aprendizagem nos esportes coletivos 
 
Na literatura, são descritos diversos métodos de ensino-aprendizagem aplicados aos 
esportes coletivos, entre os quais se destacam os métodos analítico, global e situacional. 
No método analítico, o processo de ensino-aprendizagem é fragmentado. As técnicas 
são executadas e repetidas sistematicamente sem a presença do adversário. Nesse método, 
são ensinadas tanto as técnicas mais simples quanto as mais complexas. O aprimoramento 
do gesto técnico é enfatizado, mas a falta de adversário não estimula a tomada de decisão 
do jogador e não estimula a compreensão das interações envolvidas no jogo. 
No método global, a equipe aprende o conteúdo tático no jogo propriamente dito, por 
meio de tentativa e de erro. O jogo deve ser simplificado e considerar a capacidade dos 
praticantes, tendo por objetivo produzir e ampliar os conhecimentos específicos para o jogo, 
as relações sociais e os planos de ação (PERFEITO, 2009). Nesse método, a técnica e a 
tática são trabalhadas em conjunto e os jogadores desenvolvem a percepção, o ritmo e a 
reação. Porém as limitações e os desempenhos individuais não são contemplados. 
No método situacional, a capacidade cognitiva é o principal objetivo, porque o 
jogador desenvolve a percepção, a antecipação e a tomada de decisão. A aprendizagem 
ocorre por meio da resolução de problemas e as habilidades motoras são vistas como parte 
de um todo. Desde seu início, desenvolve-se a compreensão tática, o que permite ao aluno 
a construção do conhecimento tático-técnico. Contudo, o processo de ensino-aprendizagem 
é mais lento. 
Pode ser aplicado mais de um método no processo pedagógico, desde que com 
critério e direcionado pelo professor (SAAD, 2002). 
 
Questões 3 e 4 
Questão 3.3 
Considerando que os princípios físicos da água interferem na prescrição do treinamento em 
atividades aquáticas, é correto afirmar que 
 
3Questão 11 – Enade 2013. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
8 
A. os elementos físicos da flutuação e da pressão hidrostática da água promovem 
instabilidade do corpo na água, uma vez que o centro de gravidade e o centro de 
flutuação agem de maneira inversamente proporcional. 
B. a pressão hidrostática, que pode ser sentida quando o indivíduo entra na piscina, atua de 
forma igual em todas as partes imersas do corpo e, portanto, não é mais evidente em 
algum dos segmentos corporais; por sua vez, a flutuação é sentida pelo indivíduo que se 
exercita na água a partir do seu grau de imersão. 
C. o deslocamento de qualquer segmento corporal na água produz mudanças na postura do 
corpo; a flutuação, por sua vez, promove diminuição do peso corporal e interfere de 
forma positiva na economia de movimento do indivíduo que se exercita na água. 
D. a flutuação pode ser usada para auxiliar o movimento quando um membro é movido no 
sentido da superfície da água e para resistir ao movimento, quando o membro é movido 
desde a superfície da água para a posição vertical; por sua vez, a pressão hidrostática 
age como uma resistência multidirecional que influencia a expansão torácica. 
E. a prescrição do exercício na água deve obedecer às mesmas recomendações prescritas 
para exercícios em solo, pois os princípios físicos não interferem no desenvolvimento das 
capacidades físicas do indivíduo. 
 
Questão 4.4 
O nado crawl caracteriza-se como o mais rápido dos estilos competitivos. Erros presentes 
em sua execução têm influência direta no rendimento do nado. Com relação à técnica mais 
adequada dos movimentos no nado crawl, assinale a alternativa correta. 
A. Na ação das pernas, os movimentos se iniciam no joelho, gerando uma propulsão 
suficiente para manter o quadril na linha d’água. 
B. Na ação dos braços, a mão deve ser tracionada junto ao corpo, diminuindo o braço da 
alavanca e levando a um ganho de potência. 
C. Na fase de tração, as mãos e os cotovelos atingem a água ao nível do ombro, produzindo 
sobre a água uma pressão propulsora. 
D. Na respiração, o atleta deve promover a elevação da cabeça abaixando o quadril e, 
consequentemente, aumentando a propulsão. 
E. Na coordenação dos movimentos, um dos braços deve efetuar a recuperação antes que 
o outro inicie a tração, conseguindo, assim, economia de energia. 
 
 
4Questão 18 – Enade 2013. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
9 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Atividades aquáticas e propriedades físicas da água 
 
Entre as propriedades físicas da água que atuam sobre os praticantes de atividades 
aquáticas como natação e hidroginástica, destacam-se a densidade, o empuxo, a pressão 
hidrostática e a viscosidade. 
A densidade é a razão entre a massa e o volume ocupado por essa massa. A 
densidade da água é igual a 1,00g/cm3 e a densidade do corpo humano é, em média, 
0,97g/cm3. O objeto ou a pessoa com densidade menor do que 1,00g/cm3 flutua e maior do 
que 1,00g/cm3 afunda (CARREGARO e TOLEDO, 2008). 
Pelo princípio de Arquimedes, quando um corpo está submerso, ele recebe uma força 
contrária (empuxo) de intensidade igual ao peso do volume de líquido deslocado. 
Para que o corpo flutue, são necessárias as ações de duas forças de mesma 
intensidade e de direção (vertical) e sentidos opostos: a força peso e o empuxo, cujos 
pontos de aplicação são o centro de gravidade do corpo e o centro de empuxo (centro de 
gravidade do líquido deslocado), respectivamente. 
Quando o centro de gravidade (G) e o centro de empuxo (C) coincidem, o corpo 
permanece em posição estável; por isso, quando a força de empuxoé igual ao peso, o corpo 
fica em equilíbrio de flutuação na superfície da água. A figura 1 apresenta as forças que 
agem para o equilíbrio de flutuação. O centro de gravidade não é alterado, porém o centro 
de empuxo pode mudar porque está localizado no centro de gravidade do líquido deslocado 
pelo corpo (STENSMANN [s.a.]). 
 
 
 
Figura 1. Equilíbrio de flutuação. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
10 
 
A lei de Pascal afirma que a pressão hidrostática em um corpo submerso é exercida 
de forma igual em todas as superfícies corporais submersas situadas em uma mesma altura 
na coluna de água. A coluna de líquido acima do corpo determina a pressão e, desse modo, 
quanto maior a profundidade, maior a pressão exercida (CARREGARO e TOLEDO, 2008; 
DIAS e DIAS, 2009). 
A viscosidade refere-se à força de coesão intermolecular, ou seja, à atração das 
moléculas do fluido entre si, que ocasiona resistência ao movimento. Assim, quanto maior a 
viscosidade do líquido, maior a força necessária para movimentar-se (CANDELORO, 2006; 
CARREGARO e TOLEDO, 2008). 
 
1.2 Tipos de nado: crawl 
 
A natação é uma modalidade desportiva que depende, em grande escala, da 
habilidade técnica. Na água, os fatores que interferem nas forças propulsivas e resistivas 
têm grande influência no desempenho do atleta (CASTRO et al, 2005). 
Para que a locomoção aquática ocorra, é necessário vencer a resistência da água. O 
impulso é realizado contra a água: o nadador ganha aceleração ao deslocar determinada 
quantidade de água, movimentando-a para trás (CAPUTO et al, 2006). 
O nado crawl é o mais rápido dos estilos e sua técnica deve ser realizada 
corretamente pelo atleta/aluno para garantir maior eficiência e velocidade. 
Para o nado crawl, deve-se manter o corpo alongado e equilibrado na água, em uma 
posição tão horizontal quanto possível. Idealmente, o nadador deve estar com a cabeça 
relativamente baixa na água, pernas relaxadas e quadris mais baixos do que ombros. São 
formas de diminuir o atrito, pois, quanto menor a quantidade de água no caminho, maior a 
eficiência (OLIVEIRA et al, 2006). 
Ao realizar o chute, no nado crawl, é importante que o nadador não quebre a 
superfície de água ou movimente as pernas abaixo da linha do corpo, a fim de que não 
ocorra desequilíbrio. Em relação às forças propulsivas e resistivas, a posição do corpo do 
atleta na água é essencial para a performance (CASTRO et al, 2005). 
A ação dos braços garante a maior parte da propulsão e é dividida em duas fases: a 
fase subaquática propulsiva e a fase de recuperação. Na fase propulsiva, os braços estão 
alongados na superfície da água e as mãos atravessam a superfície da água e se movem 
para baixo. Quando a mão chega à linha do ombro do nadador, inicia-se a propulsão com as 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
11 
palmas das mãos voltadas para baixo e os cotovelos flexionados e elevados. No final, o 
braço do nadador empurra a água para trás e para fora, terminando o movimento com o 
braço na linha da cintura. Para gerar a propulsão, o nadador acelera determinada massa de 
água, ou seja, há um gasto energético para movimentar a água para trás (CAPUTO et al, 
2006). A fase de recuperação não contribui para a propulsão; com a mão próxima da coxa, 
o cotovelo sai primeiro da água, e, em seguida, sai a mão, que entrará novamente na água 
na próxima etapa (CHOLLET et al, 2000). A figura 2 mostra a técnica do nado crawl. 
 
Figura 2. Técnica do nado crawl. 
Disponível em <http://nadadoresinstantaneos.blogspot.com.br/2014/05/analise-de-seu-nado-crawl.html>. Acesso em 16 
jun. 2015. 
Em relação à respiração, o atleta/aluno deve evitar levantar a cabeça para respirar, 
pois esse movimento gasta energia e tempo e resulta em cansaço e em lentificação do nado. 
O ideal é coordenar o rolamento do corpo com o movimento de girar a cabeça, respirando 
quando o braço estiver na fase de recuperação (CASTRO et al, 2005). 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
12 
Questão 5 
Questão 5.5 
 
Servílio, 1º medalhista brasileiro no boxe, dirige o neto de 12 anos e 44 kg. 
 
Na foto acima, orientando o pugilista infantil, um corner de luxo: seu avô, único medalhista olímpico 
brasileiro no boxe entre 1968 e 2012, e seu pai, ex-treinador de um campeão mundial de pugilismo. 
“Quando o seu adversário vier para cima, bing, bing, bing’”, instruía ao neto Servílio de Oliveira, 65 
anos, gesticulando como quem dispara jabs [golpes preparatórios de esquerda]. “Toca os jabs para 
afastá-lo. Toca com jabs”. 
OHATA, E. Folha de S. Paulo, 23/07/2013. 
 
Considerando a notícia acima, avalie as asserções a seguir. 
I. A especialização precoce de crianças no esporte não é recomendada, mesmo levando em 
consideração que a cultura e o histórico familiar podem levar à participação em competições 
com idades menores. 
PORQUE 
II. A especialização precoce promove estresse físico e psicológico, o que pode contribuir 
para o abandono da prática e reduz as possibilidades da criança de vivências e 
experimentações variadas necessárias à construção de seu repertório motor e de sua cultura 
corporal. 
A. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa da I. 
B. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II não é uma justificativa da I. 
C. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. 
D. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. 
E. As asserções I e II são proposições falsas. 
 
5Questão 13 – Enade 2013. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
13 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Iniciação esportiva da criança 
 
A iniciação esportiva é o período no qual a criança começa a prática de uma ou mais 
modalidades esportivas de maneira regular e orientada, com o propósito de ampliar o acervo 
motor, dar continuidade ao desenvolvimento integral (social, físico, motor, cognitivo e 
afetivo) e imbuir-se de prazer pela prática (RAMOS e NEVES, 2008, TSUKAMOTO e 
NUNOMURA, 2005). 
A iniciação esportiva pode ser dividida em três fases, conforme apresentado a seguir. 
Na primeira fase, o objetivo é a formação global, com o aprendizado de formas 
básicas de movimentos e a prática de jogos pré-desportivos para a aquisição de habilidades 
motoras. Esse também é um período em que não há competições (RAMOS e NEVES, 2008). 
A variedade é valorizada pelo desconhecimento das inclinações e preferências futuras da 
criança (TSUKAMOTO e NUNOMURA, 2005). 
Na segunda fase, a de aperfeiçoamento desportivo, há certo direcionamento para as 
práticas de preferência da criança, mas há também a prática de outras modalidades 
(TSUKAMOTO e NUNOMURA, 2005). O objetivo dessa fase é introduzir regras e táticas 
gerais, ampliar o repertório de movimentos fundamentais de diversos esportes e 
instrumentalizar as crianças com elementos psicossociais por meio de ações baseadas na 
cooperação e colaboração (RAMOS e NEVES, 2008). 
Na terceira e última fase da iniciação esportiva, acontece a prática especializada de 
uma única modalidade (TSUKAMOTO e NUNOMURA, 2005), com o objetivo de aperfeiçoar 
as técnicas individuais e as qualidades físicas e táticas necessárias para a prática daquela 
modalidade esportiva (RAMOS e NEVES, 2008). 
 
1.2. Especialização precoce 
 
A especialização precoce ocorre quando as crianças são submetidas a atividades 
esportivas competitivas, em idade inadequada, com o propósito de obter o desempenho 
máximo. As fases iniciais são ignoradas e a formação generalizada é substituída pela 
especializada (RAMOS e NEVES, 2008). 
Desse modo, na especialização precoce, as atividades esportivas requerem a prática 
intensa, sistematizada e regular de treinos realizados por atletas de alto nível. O treinamento 
Material Específico– Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
14 
excessivo pode sobrecarregar o sistema musculoesquelético imaturo das crianças e gerar 
lesões, ocasionando dores esporádicas ou contínuas. Além disso, a prática especializada de 
um esporte específico pode restringir as possibilidades de aprendizagem e levar ao 
esgotamento e ao abandono prematuro da atividade (RAMOS e NEVES, 2008). 
É fundamental diferenciar a iniciação esportiva da especialização precoce: enquanto a 
primeira é essencial para as práticas de iniciação e formação esportiva, de forma educativa, 
a segunda produz dúvidas sobre sua eficiência, por trazer riscos à saúde da criança. 
 
 
Questão 6 
Questão 6.6 
O Comitê Olímpico Internacional (COI) definiu o doping como “a administração ou o uso por 
um competidor de qualquer substância exógena ou endógena ingerida em quantidade 
anormal ou por uma via anormal de entrada no corpo, com a intenção de melhorar de forma 
artificial e desleal o seu desempenho em uma competição”. Essas substâncias estão listadas 
como proibidas pelo COI, de acordo com as regras antidoping. 
Considerando o exposto acima, avalie as afirmações a seguir. 
I. É de total interesse do esporte a adoção de procedimentos eficientes para a detecção 
de drogas e de políticas que excluam das competições os atletas que não sigam essas 
regras. 
II. A atitude de “vencer a qualquer custo” que se difundiu na sociedade coloca o atleta 
em uma situação de risco. 
III. O uso dos esteroides anabolizantes por atletas é contrário aos princípios éticos da 
competição desportiva e, dessa forma, não é bem visto pela sociedade. 
IV. Os esteroides anabolizantes têm sido associados com efeitos desejáveis em estudos 
laboratoriais e terapêuticos. Os efeitos mais relevantes são aqueles que ocorrem no 
fígado, no sistema cardiovascular, no aparelho reprodutor e no estado psicológico dos 
indivíduos que utilizam essas substâncias. 
É correto apenas o que se afirma em 
A. I. B. II. C. II e IV. D. III e IV. E. I, II e III. 
 
1. Introdução teórica 
 
 
6Questão 14 – Enade 2013 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
15 
1.1. Comitê Olímpico Internacional (COI) e Agência Mundial Antidoping 
 
O Comitê Olímpico Internacional é uma organização não governamental fundada em 
1894 por Pierre de Coubertin, que desejava restituir os Jogos Olímpicos gregos. 
Em 1999, o Comitê Olímpico Internacional fundou a Agência Mundial Antidoping 
(WADA – World Anti-Doping Agency) para coordenar o combate ao doping em competições 
esportivas. Desse modo, o Código Mundial Antidoping foi instituído. Apesar de não possuir 
estatuto de lei pública internacional, foi adotado pela UNESCO e pelas Federações 
Internacionais de cada desporto. 
Os objetivos do Código Mundial Antidoping (WADA, 2015) são garantir o direito do 
atleta em participar de jogos sem doping e promover saúde, justiça e equidade e, também, 
prevenir, deter e detectar uso de substâncias ou métodos ilícitos. 
A Lista Proibida (WADA, 2014) descreve as substâncias e os métodos proibidos nas 
competições. Melhorar o desempenho, apresentar potencial risco à saúde do atleta e violar o 
espírito esportivo (‘fair play’ – jogo limpo) são as razões para a proibição de determinados 
métodos e substâncias. 
 
1.2. Lista Proibida (WADA, 2014) 
 
A Lista Proibida impede o uso de substâncias e métodos, dentro e fora de 
competições. Essas substâncias e esses métodos são citados a seguir. 
- Substâncias não aprovadas (para uso terapêutico em humanos). 
• Agentes anabólicos, como esteroides androgênicos. 
• Hormônios peptídicos e fatores de crescimento, como agentes estimulantes de 
eritropoiese, gonadotrofina coriônica, hormônio luteinizante, corticotrofinas e 
hormônio do crescimento. 
• Agonistas beta-2, exceto salbutamol, formoterol e salmeterol, de acordo com regime 
terapêutico. 
• Moduladores hormonais e metabólicos, como inibidores de aromatase, substâncias 
antiestrogênicas, agentes modificadores de miostatina e moduladores metabólicos 
(insulinas). 
• Diuréticos e agentes de mascaramento, como diuréticos, desmopressina e expansor 
de plasma. 
- Métodos proibidos. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
16 
• Manipulação de sangue e componentes sanguíneos. 
• Manipulação química e física, como a adulteração de amostras do controle de doping 
e a infusão intravenosa e/ou injeções com mais de 50mL pelo período de 6h, exceto 
para admissões hospitalares. 
• Doping genético, como a transferência de polímeros de ácidos nucleicos ou análogos 
e o uso de células normais ou geneticamente modificadas. 
- Substâncias proibidas dentro das competições. 
• Estimulantes não específicos, como as anfetaminas e a cocaína, e estimulantes 
específicos, como a efedrina e a adrenalina. 
• Narcóticos, como, por exemplo, a morfina. 
• Canabinoides naturais, sintéticos e ‘cannabimimetics’. 
• Glicocorticoides ou corticoesteroides. 
A lista de proibidos contém, ainda, as substâncias que não são permitidas na prática de 
esportes específicos (WADA, 2014). 
 
 
Questões 7 e 8 
Questão 7.7 
O empreendedorismo pode ser considerado uma iniciativa própria de alguém que realiza um 
conjunto de ações podendo idealizar novos métodos com o objetivo de desenvolver e 
dinamizar serviços, produtos ou qualquer atividade de organização e administração. 
Especificamente como profissional de Educação Física, o personal trainer exerce atividades 
que requerem alto grau de empreendedorismo. Os recursos para se investir nessa atividade 
envolvem duas formas: equipamentos/espaços ou tempo. O profissional pode investir em 
espaços e equipamentos e, também, em sua formação acadêmica, o que requer tempo de 
dedicação aos estudos. 
Diante do exposto, conclui-se que o personal trainer deveria 
I. manter-se sempre atualizado em relação aos métodos de treinamento e atividades 
físicas, pois lhe possibilitaria apresentar novidades aos seus alunos. 
II. gerenciar sua carteira de modo eficaz para manter sempre contato com os alunos ativos, 
evitando perder tempo em tentar reconquistar os ex-alunos. 
III. decidir com clareza qual tipo de público deseja atender e, assim, demonstrar excelência 
nesse atendimento, respeitando as características individuais de cada aluno. 
 
7Questão 15 – Enade 2013. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
17 
IV. organizar-se como se fosse uma empresa, conseguindo administrar o próprio tempo de 
trabalho com o tempo de lazer. 
É correto apenas o que se afirma em 
A. I e II. 
B. I e III. 
C. II e IV. 
D. I, III e IV. 
E. II, III e IV. 
 
Questão 8.8 
Um casal de professores de educação física é dono de uma academia de ginástica em uma 
cidade do interior do país. A academia é organizada, possui sala de musculação e oferece 
dois tipos diferentes de aulas de ginástica localizada, aula de dança e alongamento, com 
horários em algumas manhãs e em todas as noites. Os proprietários gerenciam a secretaria 
da academia e são responsáveis por todas as aulas. Apesar de completar dois anos de 
funcionamento e estar instalada em imóvel próprio, a academia não tem conseguido se 
manter financeiramente, ainda que tenha alcançado picos de 200 alunos matriculados. 
Considerando a situação descrita acima e levando em consideração conceitos de gestão e 
empreendedorismo, avalie as afirmações que se seguem. 
I. As pessoas tendem a se matricular em academias por motivos de saúde, mas a 
aderência à prática está relacionada a questões sociais e afetivas; portanto, os 
proprietários da academia devem adotar estratégias que favoreçam o relacionamento 
interpessoal de seus alunos, como oferecer serviço de treinamento personalizado. 
II. A academia terá maiores chances de sobrevivência se houver o reinvestimento dos lucros 
obtidos no próprio empreendimento, ainda que haja lucro somentepor períodos curtos. 
Isso deveria estar previsto pelos proprietários no planejamento estratégico, tático e 
operacional. 
III. A gestão da academia deve estar focada nas questões relacionadas à promoção da saúde 
dos alunos. Assim, aulas embasadas em modismos ou tendências de mercado que não 
contribuam de forma comprovada cientificamente a esse propósito devem ser 
descartadas pelos proprietários. 
 
8Questão 26 – Enade 2013. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
18 
IV. A concorrência deve ser sempre analisada para que seus pontos fortes sejam 
conhecidos. Desse modo, os gestores da academia poderão estabelecer estratégias que 
busquem alcançar também esses pontos. 
Está correto apenas o que se afirma em 
A. II. B. IV. C. I e III. D. I e IV. E. II e III. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Empreendedorismo 
 
O empreendedor é uma pessoa que imagina e realiza algo novo antes de todos. É 
uma pessoa capaz de gerir novas ideias ou novos produtos, motivada pela autorrealização e 
independência (POMBO [s.a]). 
O empreendedor identifica e cria oportunidades de negócios, imagina e desenvolve 
novas ideias e assume decisões moderadamente arriscadas com o objetivo de inovar 
(LOBATO e CARMO, 2009). 
Ninguém nasce empreendedor; a história de vida do indivíduo e sua convivência em 
sociedade podem favorecer o desenvolvimento de determinados talentos. Ser empreendedor 
não é apenas acumular conhecimentos, mas, sobretudo, compreender que conviverá com a 
incerteza e o risco e necessitará inovar nas mudanças no mercado (POMBO [s.a]). 
 
1.2 Empreendedorismo e atividade física 
 
Pelo Estatuto do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), compete ao 
profissional de educação física: 
 
coordenar, planejar, programar, prescrever, supervisionar, dinamizar, dirigir, 
organizar, orientar, ensinar, conduzir, treinar, administrar, implantar, 
implementar, ministrar, analisar, avaliar e executar trabalhos, programas, 
planos e projetos, bem como, prestar serviços de auditoria, consultoria e 
assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de equipes 
multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, científicos e 
pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas, desportivas e similares. 
 
O profissional de educação física pode envolver-se em diversas atividades, como 
musculação, ginástica, dança, artes marciais e ginástica laboral. Pode atuar em clubes 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
19 
esportivos, clubes de recreação, condomínios, clínicas, hospitais, hotéis, spas, asilos, navios 
e ONGs. Pode ser empreendedor e ser dono de seu próprio negócio (CIOCCHI [s.a.]). 
Nessa área, o empreendedor “deve manter-se sempre atualizado com as novas 
tendências, novas técnicas, novos métodos, por meio da leitura de colunas de jornais e 
revistas especializadas, programas de televisão ou por meio da internet” (CIOCCHI [s.a.]). 
Em estudo realizado com alunos do curso de Educação Física do 7º período da 
Universidade Federal de Viçosa (LOBATO e CARMO, 2009), 78% dos alunos foram 
classificados com potenciais empreendedores ‘transitórios’, ou seja, necessitariam de apoio 
técnico e consultoria, além de esforço e perseverança, para obter sucesso profissional. Os 
autores concluíram que a implantação de ações extracurriculares (participação do aluno em 
Empresas Juniores, projetos de extensão universitária e organizações estudantis) incentivam 
atitudes empreendedoras. 
 
Questão 9 
Questão 9.9 
A classificação das fibras musculares, em vermelhas ou brancas, faz-se de acordo com o 
metabolismo energético dominante, a velocidade de contração e a atividade enzimática. 
Considerando que a coloração das fibras determina a quantidade de glicogênio que será 
utilizado no exercício, bem como sua função fisiológica, avalie as afirmações a seguir. 
I. As fibras de coloração vermelha têm essa característica devido ao elevado número de 
mioglobina e, por isso, apresentam capacidade oxidativa elevada. As fibras brancas, por 
sua vez, possuem força de contração elevada, contendo grandes quantidades de 
glicogênio e geram ATP principalmente por glicólise anaeróbica. 
II. As fibras de contração lenta possuem pequena quantidade de mitocôndrias, o que lhes 
confere menor resistência à fadiga. Por outro lado, as fibras de contração rápida 
possuem grandes quantidades de mitocôndrias, o que promove aumento na velocidade 
de remoção do lactato sanguíneo e, consequentemente, produz maior resistência à 
fadiga. 
III. Na prática dos exercícios físicos, as fibras vermelhas são mais recrutadas por 
maratonistas enquanto as fibras brancas são mais recrutadas por velocistas. 
É correto o que se afirma em 
A. II. B. III. C. I e II. D. I e III. E. I, II e III. 
 
 
9Questão 19 – Enade 2013. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
20 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Fisiologia do exercício: fibras musculares 
 
Existem três tipos de fibras musculares: lisas, estriadas cardíacas e estriadas 
esqueléticas. 
As fibras lisas e estriadas cardíacas são involuntárias, ou seja, sua contração 
independe da nossa vontade. 
As fibras estriadas esqueléticas ancoram-se nos ossos por meio dos tendões, que 
permitem a movimentação voluntária (RAMALHO et al [s.a.]). 
 
 
 
1.1.2. Fibras musculares esqueléticas 
 
Devido às diferenças na obtenção de energia, as fibras musculares esqueléticas são 
divididas em tipo I, IIa e IIb. 
As fibras musculares do tipo I, também conhecidas como vermelhas, lentas, 
oxidativas ou aeróbicas, utilizam o metabolismo aeróbio (oxidam o oxigênio para obter 
Adenosina Trifosfato [ATP] por meio da respiração celular) e, por isso, são mais lentas, não 
produzem resíduos e são mais resistentes à fadiga. Também são mais vascularizadas, 
apresentam menor velocidade de contração e maior quantidade de mitocôndrias e 
mioglobinas. Sua fonte de energia são as gorduras, os carboidratos e o ácido láctico. 
Exercícios de baixa intensidade ou moderada intensidade e de longa duração, como 
maratona, natação, ciclismo e caminhada, são atividades físicas que priorizam a utilização 
das fibras do tipo I (RAMALHO et al [s.a.]). 
As fibras musculares do tipo IIb, conhecidas como brancas, rápidas, anaeróbicas ou 
glicolíticas, utilizam o metabolismo anaeróbio para obtenção de energia, no qual as 
moléculas de glicose são metabolizadas rapidamente, gerando subprodutos, como o ácido 
láctico, que, se acumulado, leva à fadiga. Por não depender do oxigênio, há menor 
quantidade de mitocôndrias e mioglobinas. Seu principal substrato é a glicose; por 
conseguinte, o estoque de glicogênio é maior. As fibras musculares do tipo IIb são mais 
utilizadas nos exercícios de alta intensidade e curta duração (como corridas curtas de 100m, 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
21 
saltos e levantamento de peso), pois contraem-se velozmente e têm maior capacidade de 
gerar força. 
As fibras musculares do tipo IIa, ou fibras intermediárias resistentes à fadiga, 
apresentam características intermediárias dos tipos I e IIb, porque têm metabolismo 
glicolítico e oxidativo. São semelhantes às fibras do tipo IIb, porém também apresentam 
compostos como fosfocreatina e enzima creatina fosfoquinase, que participam do sistema 
fosfato. O sistema fosfato é o principal fornecedor de energia em exercícios de segundos e, 
por esgotar-se rapidamente, o sistema láctico (anaeróbio) ganha ênfase (RAMALHO et al 
[s.a.]). 
 
1.1.3. Recrutamento das fibras musculares 
 
Independentemente do exercício, as fibras musculares do tipo I (lentas) são 
recrutadas primeiro. As fibras rápidas IIa e IIb podem agir se houver necessidade de rápido 
fornecimento de energia. Se a atividade continuar, os estoques de creatina acabam e há 
acúmulo de ácido láctico, que favorece a fadiga.Por consequência, as fibras lentas fornecem 
a energia necessária por meio da oxidação de gorduras e de ácido láctico (produzido pelas 
fibras musculares rápidas) para manutenção da atividade muscular (RAMALHO et al, [s.a.]). 
 
Questão 10 
Questão 10.10 
Os estudos relacionados à liderança no ambiente esportivo buscam verificar o papel do 
técnico e a influência de suas ações na gestão da equipe comandada, sendo que o Modelo 
Multidimensional de Liderança, proposto por Chelladurai (1978), é um dos mais utilizados na 
literatura. 
Modelo Multidimensional de Liderança 
 
10Questão 21 – Enade 2013. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
22 
 
ALBA, G.R.; TOIGO, T.; BARCELLOS, P.F.P. Percepção de atletas profissionais de basquetebol sobre o estilo de liderança do 
técnico. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Porto Alegre, v. 32, n. 1, 2010. 
 
Considerando o Modelo de Liderança, que pode ser utilizado pelo treinador na gestão de 
uma equipe, avalie as afirmações que se seguem. 
I. O treinador é avaliado por meio de três comportamentos: o exigido, o preferido e o real. 
II. O rendimento e a satisfação do grupo são atingidos quando os comportamentos exigidos, 
reais e preferidos do líder são similares ou próximos. 
III. O treinador deve ter clareza sobre as características da situação, as dos membros da 
equipe e as suas próprias características. 
IV. As características do líder interferem diretamente no seu comportamento real. 
É correto o que se afirma em 
A. I, apenas. 
B. II, apenas. 
C. I, III e IV, apenas. 
D. II, III e IV, apenas. 
E. I, II, III e IV, apenas. 
1. Introdução teórica 
 
Modelo de liderança no esporte 
 
Liderança é a capacidade de influenciar, orientar e estimular as pessoas de um grupo 
de maneira harmônica para que se consiga alcançar o mesmo objetivo em um ambiente de 
riscos e desafios (BRANDÃO e CARCHAN, 2010). 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
23 
No esporte, a definição de liderança está relacionada ao comportamento do técnico. 
Chelladurai (2007) desenvolveu um modelo (modelo multidimensional de liderança) para 
mensurar o comportamento de liderança no esporte. O modelo propõe-se a verificar se a 
satisfação do atleta coincide com o comportamento do treinador: a liderança é vista como 
um processo de interação entre o líder e os membros do grupo (BRANDÃO e CARCHAN, 
2010). 
De acordo com o modelo, a satisfação e o desempenho do grupo dependem de três 
tipos de comportamento do líder: exigido, preferido e atual. O comportamento exigido 
refere-se às normas de conduta estabelecidas pela organização, que devem ser respeitadas 
e seguidas. O comportamento preferido refere-se às preferências que os indivíduos do grupo 
têm sobre o comportamento do líder. O comportamento atual é o comportamento real que o 
líder demonstra. As características da situação, do líder e dos membros influenciam o 
comportamento do líder e o bom desempenho e a satisfação acontecem se houver acordo 
entre os três tipos de comportamento (CHELLADURAI, 2007). 
Além desse modelo, o técnico deve ser entusiasmado e íntegro, dominar o 
treinamento, apresentar disposição, empatia, autocontrole e persistência, ter determinação 
para a tomada de decisões e manter bom relacionamento interpessoal. 
A boa relação técnico-atleta é fundamental, visto que o treinador deve orientar o 
grupo e é responsável pela preparação técnica e psicológica dos jogadores, procurando ter 
boa aceitação de todos. 
 
Questão 11 
Questão 11.11 
Um grupo de 10 maratonistas brasileiros partiu no mês de março em viagem para a Rússia 
para participar de uma prova de maratona em Moscou. Naquele período, a temperatura 
média foi de -1°C. Todos sabiam sobre o frio que os aguardava, mas ninguém no grupo 
tinha experiência de corrida em condições climáticas tão desfavoráveis. Quando lá 
chegaram, foram conhecer o circuito da prova para estabelecer os postos de hidratação. A 
equipe contava com um médico do esporte, um fisiologista do exercício, um fisioterapeuta e 
uma nutricionista. Na véspera da prova, a equipe técnica conversou com treinadores locais e 
obteve a informação de que a previsão meteorológica para o momento da prova seria de 
chuva fina, com ventos de até 40km/h, o que produziria uma sensação térmica de -16°C. 
 
11Questão 27 – Enade 2013. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
24 
Os treinadores locais sugeriram que os isotônicos fossem substituídos por hidratantes com 
uma composição hipertônica. Diante da situação, a equipe técnica discutiu a sugestão com 
os atletas. Cinco atletas concordaram com a utilização de hipertônicos e os outros cinco não 
concordaram. Sendo assim, a equipe preparou os dois kits de hidratantes (isotônico e 
hipertônico) a fim de atender a ambos os grupos. No dia seguinte, a prova foi realizada e a 
previsão meteorológica se confirmou. Ao final da prova, apenas cinco atletas brasileiros 
concluíram a distância. Os outros cinco atletas abandonaram no meio do percurso por 
razões diversas. 
Considerando o texto acima, avalie as afirmações a seguir. 
I. O grupo que conseguiu concluir a prova deve ter sido o que utilizou hidratante isotônico, 
pois em temperaturas extremamente baixas, o corpo desidrata mais rapidamente e tem 
perda significativa de eletrólitos. 
II. Hidratantes isotônicos foram desenvolvidos para repor líquidos e minerais perdidos 
durante a transpiração, quando se praticam atividades físicas por períodos prolongados. 
III. Em condições climáticas tão desfavoráveis, há acentuada queda dos estoques de 
glicogênio muscular, decorrente da necessidade de se manter a temperatura corporal 
central, assim, o atleta experimenta o surgimento de sucessivas contraturas musculares 
pela falta de energia. 
IV. Uma solução hipertônica pode ser definida como aquela que contém concentração de 
eletrólitos e glicose abaixo da encontrada no plasma sanguíneo. 
É correto apenas o que se afirma em 
A. I. B. III. C. I e IV. D. II e III. E. II e IV. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Regulação da temperatura corporal 
 
Nos animais homeotermos, a regulação da temperatura corporal central é importante, 
pois afeta estruturas celulares e vias metabólicas. Nos humanos, a temperatura corporal 
central é de aproximadamente 37ºC; temperaturas acima de 45ºC podem destruir a 
estrutura proteica das enzimas e temperaturas abaixo de 34ºC podem resultar em lentidão 
do metabolismo (POWERS e HOWLEY, 2005). 
O hipotálamo é uma região encefálica fundamental para a homeostase corporal. Entre 
outras funções metabólicas, também é responsável pela manutenção da temperatura 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
25 
corporal constante, de maneira que se evite o superaquecimento ou super-resfriamento do 
organismo. O hipotálamo inicia várias ações fisiológicas para aumentar a perda de calor 
quando há aumento da temperatura central acima de 37ºC. Contrariamente, quando há 
diminuição da temperatura central, o hipotálamo estabelece um plano de ação para 
minimizar a perda e aumentar a produção de calor (POWERS e HOWLEY, 2005). 
A manutenção da temperatura corporal constante depende da perda de calor 
coordenada com a produção de calor, porquanto a quantidade de calor perdida deve ser 
proporcional à quantidade de calor ganho. Assim, a temperatura corporal diminui se a perda 
de calor é superior à sua produção. 
A temperatura corporal é regulada por meio de ajustes da quantidade de calor 
perdida. A perda de calor pode ocorrer por radiação, condução, convecção e/ou evaporação. 
A radiação é a perda de calor por meio de raios infravermelhos (por exemplo, o Sol 
transfere calor para a Terra). A condução é a transferência de calor do corpo em contato 
com objetos mais frios (por exemplo, a transferência de calor ao sentar-se emuma cadeira 
metálica). A convecção é a perda mecânica de calor, ou seja, as moléculas do ar ou da água 
são aquecidas, distanciam-se da fonte de calor e são substituídas por moléculas mais frias. 
Na evaporação, o calor é transferido do corpo para a água da superfície cutânea, e a água é 
convertida em vapor de água quando “ganha” calor (energia). 
Durante o exercício físico, há aumento da temperatura corporal e o sistema nervoso 
estimula as glândulas sudoríparas a secretarem suor sobre a superfície cutânea. Com a 
evaporação do suor, o calor é perdido para o meio ambiente, o que reduz a temperatura 
cutânea (POWERS e HOWLEY, 2005). 
A evaporação do suor pela pele depende da temperatura e da umidade ambiente 
relativa, assim como das correntes convectivas e da quantidade de superfície cutânea 
exposta. Em temperatura ambiente elevada, a umidade relativa é o fator mais importante na 
taxa de perda de calor por evaporação, pois a umidade relativa elevada reduz a taxa de 
evaporação (reduz o gradiente de pressão de vapor entre a pele e o meio ambiente). 
A produção de calor ocorre em decorrência dos processos metabólicos normais e 
quando há diminuição da temperatura central. Em repouso, a produção metabólica de calor 
é pequena e, durante o exercício físico, é grande. A produção de calor pode ser voluntária 
(exercício físico) ou involuntária (tremores e secreção de hormônios que ocasionam a 
produção bioquímica de calor). 
Quando há diminuição da temperatura central, o centro vasomotor estabelece a 
vasoconstrição dos vasos sanguíneos periféricos para minimizar a perda de calor. Depois, há 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
26 
início do tremor involuntário, que aumenta a produção do calor corporal. A resposta do 
hipotálamo é aumentar a produção e a liberação de tiroxina, responsável por elevar a 
produção celular de calor, e liberar a produção de noradrenalina, responsável por elevar a 
taxa do metabolismo celular (POWERS e HOWLEY, 2005). 
 
1.2. Maratona em baixas temperaturas 
 
A maratona é uma prova de corrida cuja distância oficial é 42,195km. É uma 
modalidade esportiva que se originou de uma lenda grega: o soldado ateniense Fidípides 
teria morrido de exaustão após correr cerca de 40km entre Maratona e Atenas, para avisar 
aos atenienses sobre a vitória dos atenienses contra os persas. 
A maratona é realizada em ambientes variados, que proporcionam estudos sobre a 
capacidade humana de controlar a temperatura corporal, geralmente avaliados pela 
mensuração da temperatura do reto, do ouvido (temperatura timpânica) ou do esôfago. As 
condições do ambiente, a desidratação e a taxa metabólica basal são os fatores limitantes 
do controle de temperatura corporal, porém não há um consenso sobre quais fatores têm 
maior impacto (CHEUVRONT e HAYMES, 2001). 
Os desafios para os atletas expostos a extremos ambientais incluem o aumento nas 
necessidades energéticas, a utilização do glicogênio do fígado e do músculo, a perda 
excessiva de fluidos e o aumento do turnover de ferro (MEYER et al, 2013). 
Corredores competindo em temperaturas abaixo de 12ºC apresentam risco de 
desenvolver hipotermia (temperatura corporal central abaixo de 35ºC) (CHEUVRONT e 
HAYMES, 2001). A hipotermia é resultado de maior taxa de perda de calor em comparação à 
sua produção. Quando a temperatura do ar é inferior à temperatura cutânea, há perda de 
calor por convecção e por mecanismos fisiológicos que envolvem vasoconstrição periférica 
(que retardam a perda de calor e mantêm a temperatura central) e tremores involuntários. 
Também, e menos evidente, há o estímulo para a evaporação da umidade da pele, que 
resfria ainda mais o corpo (POWERS e HOWLEY, 2005). 
A hipotermia pode ser leve, moderada ou intensa. Os sintomas iniciais são sensação 
de frio, tremores e sinais de apatia. Na hipotermia moderada, podem ocorrer sonolência, 
fala arrastada e mudança no comportamento. A hipotermia severa está associada a 
mudanças no ritmo cardíaco e há necessidade de tratamento imediato para restauração da 
temperatura corporal (CASTELLANI et al, 2006). 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
27 
As pessoas podem morrer em decorrência da hipotermia. Se uma pessoa apresentar 
sintomas, sugerem-se as seguintes orientações: retirá-la do frio, do vento e da chuva; 
remover as roupas molhadas; fornecer bebidas quentes; colocar vestimentas secas e um 
saco de dormir para aquecê-la; e posicioná-la perto de uma fonte de calor como, por 
exemplo, uma fogueira (POWERS e HOWLEY, 2005). 
Os fatores associados à hipotermia são temperatura ambiente, pressão de vapor de 
água (pressão exercida pelas moléculas de água convertidas em vapor de água), vento (com 
envolvimento de ar ou de água), fatores de isolamento (vestimenta e gordura subcutânea) e 
capacidade de produção de energia. 
A taxa de perda de calor é influenciada diretamente pela velocidade do vento, porque 
o vento aumenta o número de moléculas de ar frio que entram em contato com a pele, o 
que acelera a perda de calor. A água apresenta condutividade térmica cerca de 25 vezes 
superior à do ar, ou seja, há perda de calor 25 vezes rapidamente na água em comparação 
com o ar na mesma temperatura (POWERS e HOWLEY, 2005). 
Em relação aos fatores de isolamento, a taxa de calor que é perdido pelo corpo é 
inversamente proporcional ao isolamento entre o corpo e o meio ambiente. A espessura 
média da gordura subcutânea é um indicador do isolamento total do corpo por unidade de 
área superficial: maior quantidade de gordura corporal auxilia a manutenção da temperatura 
corporal (POWERS e HOWLEY, 2005). 
Em relação à capacidade de produção de energia, quanto maior o gasto energético, 
menor a quantidade de isolamento necessária para manter a temperatura corporal, pois a 
produção metabólica de calor auxilia sua manutenção (POWERS e HOWLEY, 2005). 
A hipotermia exibida por alguns corredores é explicada pelo ritmo acelerado no início 
da corrida em conjunto com a produção de calor, seguido pela desaceleração gradual da 
velocidade e pelas perdas de calor por convecção e radiação (CHEUVRONT e HAYMES, 
2001). 
 
1.3. Hidratação 
 
A hidratação adequada é necessária para garantir o desempenho do atleta e prevenir 
problemas de saúde. 
As necessidades diárias de eletrólitos e fluidos variam durante o exercício, em razão 
da taxa metabólica, do peso corporal, das condições ambientais (como temperatura, 
umidade, vento e vestimenta), da aptidão física, da duração da atividade e da variabilidade 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
28 
genética. Para exercícios em que há grande perda pelo suor (maior do que um litro), a 
reposição individualizada de líquidos é recomendada (CASA et al, 2005). 
A desidratação é o resultado de perdas de fluidos por suor, urina, sistemas 
respiratório, gastrointestinal e renal. Ela pode prejudicar a atuação do atleta e afetar a 
memória de curto-prazo, as habilidades visuais e psicomotoras, o humor e a capacidade 
aritmética (CASA et al, 2005; SAWKA et al, 2007). 
A desidratação aumenta a temperatura corporal. Como o suor é hipotônico em 
relação ao sangue, pode ocorrer aumento da osmolaridade sanguínea e, consequentemente, 
aumento da temperatura interna (SBMEE, 2009). 
Na desidratação leve a moderada, os sintomas são fadiga, perda de apetite e de 
sede, intolerância ao calor, tontura e pele vermelha. Na desidratação grave, há perda de 
equilíbrio, pele dormente, seca e murcha, olhos afundados, delírios e espasmos musculares 
(SBMEE, 2009). 
Em contrapartida, a hiponatremia ocorre quando há a ingestão excessiva de líquidos 
ou a combinação de ingestão excessiva de líquidos com o déficit de sódio devido às perdas 
pelo suor. Há a rápida diluição de sódio sérico de níveis normais (135 a 145mEq/L) para 
níveis baixos (menor doque 130mEq/L). Os sintomas são semelhantes aos que ocorrem na 
desidratação: exaustão pelo calor, desorientação, dor de cabeça, náusea, câimbras e 
fraqueza muscular. Complicações severas incluem edema cerebral e edema pulmonar, que 
podem resultar em coma e parada cardiorrespiratória. Mortes podem acontecer se os níveis 
de sódio caírem rapidamente a níveis abaixo de 120mEq/L (CASA et al, 2005; SAWKA et al, 
2007). 
 
1.4. Recomendação de reposição de líquidos 
 
Para evitar a desidratação durante as atividades de longa duração, é necessário repor 
as perdas que ocorrem pelo suor, mas não se deve exceder o volume perdido durante a 
atividade. O objetivo de ingerir líquidos durante o exercício é prevenir a desidratação 
excessiva (maior do que 2% de perda de peso corporal devido ao déficit de água) e as 
alterações expressivas do balanço de eletrólitos (SAWKA et al, 2007). 
É necessário hidratar-se horas antes de realizar o exercício para possibilitar a 
absorção do líquido. Recomenda-se a ingestão de 250 a 500mL de água duas horas antes 
do exercício (SBMEE, 2009). 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
29 
Durante o exercício, recomenda-se ingerir líquidos nos primeiros 15 minutos e 
continuar bebendo a cada 15 a 20 minutos. Conforme a taxa de sudorese, o volume a ser 
ingerido varia de 500 a 2000mL/hora. O consumo de bebidas com eletrólitos e carboidratos 
pode gerar benefícios sob certas circunstâncias. O consumo de aproximadamente 30 a 
60g/h de carboidratos e 0,5 a 0,7g/L de sódio dá suporte à performance do exercício em 
atividades que durem mais de uma hora (SBMEE, 2009). 
Após o exercício, o objetivo é repor qualquer déficit de líquidos e eletrólitos: devem 
ser ingeridos líquidos para compensar as perdas adicionais de água pela diurese e pela 
sudorese (SBMEE, 2009). 
Programas de reposição de líquidos individualizados são recomendados porque há 
variabilidade nas taxas de perda de líquido pelo suor entre os indivíduos. A quantidade e a 
taxa de reposição de líquidos dependem do ritmo de perda de suor individual, da duração da 
atividade e das oportunidades de ingestão durante o exercício (SAWKA et al, 2007). 
Sugere-se que maratonistas bebam de 0,4 a 0,8L/h, com as maiores taxas para 
indivíduos mais pesados ou mais rápidos competindo em ambientes quentes e com as 
menores taxas para indivíduos mais leves ou mais lentos competindo em ambientes mais 
frios (SAWKA et al, 2007). 
 
 
 
Questão 12 
Questão 12.12 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que a obesidade é a epidemia global do 
século XXI. Muitos são os fatores que contribuem para a obesidade em crianças na idade 
escolar. Esses fatores incluem excesso de horas na utilização de computadores e jogos 
eletrônicos, ausência de espaços próximos da residência ou seguros para a prática de 
atividades físicas e dietas hipercalóricas e desbalanceadas. 
Considerando o texto acima, avalie as afirmações a seguir. 
I. O aumento da pressão arterial, as dislipidemias e a resistência à insulina são algumas 
das possíveis consequências resultantes da obesidade infantil. 
II. Associada à prática regular de atividade física, o profissional de educação física também 
pode prescrever a restrição do consumo de alimentos com alto teor calórico. 
 
12Questão 34 – Enade 2013. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
30 
III. Espera-se que a intervenção do profissional de educação física contribua para que o 
indivíduo reconheça a si próprio e sua relação com o ambiente, conheça os padrões de 
saúde e adote hábitos saudáveis. 
IV. O professor de educação física, ciente da sua responsabilidade educacional com a saúde 
de seus alunos, deve elaborar atividades físicas a serem executadas diariamente com o 
objetivo de aumentar a massa muscular, mesmo que causem desconforto aos alunos. 
V. A compreensão dos benefícios provocados pelos exercícios físicos poderá motivar as 
crianças em idade escolar a realizarem atividades com maior frequência, pois é nessa 
faixa etária que o ser humano perpetua seus hábitos. 
É correto apenas o que se afirma em 
A. I e II. B. I, III e V. C. II, IV e V. D. III, IV e V. E. I, II, III e IV. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1 Classificação de obesidade infantil 
 
Os pontos de corte do Índice de Massa Corporal (IMC) são utilizados para a 
classificação do estado nutricional do adulto (quadro 1). Entretanto, esses pontos não 
devem ser utilizados para crianças e adolescentes. 
 
 
Quadro 1. Classificação do estado nutricional em adultos. 
Estado nutricional IMC (Índice de Massa Corporal) 
Desnutrido <18,5kg/m2 
Eutrófico 18,5 – 24,9kg/m2 
Sobrepeso 25 – 29,9kg/m2 
Obeso ≥30kg/m2 
Fonte. WHO, 2000. 
 
O Ministério da Saúde do Brasil utiliza curvas desenvolvidas pela Organização Mundial 
da Saúde para classificar o sobrepeso e a obesidade em crianças e adolescentes (IBGE, 
2009). Para crianças de 0 a 2 anos de idade, são considerados os percentis do peso para o 
comprimento (quadro 2, figura 1). Para crianças de 2 a 5 anos e crianças/adolescentes de 5 
a 19 anos, são considerados os percentis de IMC para idade (quadro 3, figura 2). 
 
Tabela 2. Classificação do estado nutricional em crianças (0-2 anos). 
Estado nutricional Peso para o comprimento (Percentil) 
Risco de sobrepeso >85 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
31 
Sobrepeso >97 
Obesidade >99,9 
Fonte. A health professional’s guide for using the new WHO growth charts, 2010. 
 
 
Figura 1. Curva de peso para comprimento de meninos (0-2 anos). 
Fonte. WHO Child Growth Standards. Disponível em 
<http://www.who.int/childgrowth/standards/cht_wfl_boys_p_0_2.pdf?ua=1>. Acesso em 19 fev. 2016. 
 
Tabela 3. Classificação do estado nutricional em crianças (2-19anos). 
Estado nutricional 2-5 anos (Percentil) 5-19 anos (Percentil) 
Risco de sobrepeso >85 - 
Sobrepeso >97 >85 
Obesidade >99,9 >97 
Severamente obeso - >99,9 
Fonte. A health professional’s guide for using the new WHO growth charts, 2010. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
32 
 
Figura 2. Curva de IMC por idade de meninas (2-5 e 5-19 anos). 
Fonte. WHO Child Growth Standards. Disponível em 
<http://www.who.int/childgrowth/standards/cht_bfa_girls_p_2_5.pdf> e 
<http://www.who.int/growthref/cht_bmifa_girls_perc_5_19years.pdf>. Acesso em 19 fev. 2016. 
 
1.2. Obesidade infantil 
 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2012), o combate à obesidade 
infantil é um dos maiores desafios para a saúde pública. No Brasil, a obesidade infantil afeta 
16,6% dos meninos e 12,8% das meninas de 5 a 9 anos de idade (IBGE, 2009). 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
33 
O excesso de peso acarreta sérias consequências à saúde tanto para crianças quanto 
para adultos, como o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (diabetes, 
câncer, doenças cardiovasculares e hipertensão). Para as crianças, existe também a 
associação da obesidade com diminuição na qualidade de vida e com maiores riscos de 
sofrer bullying e isolamento social (WHO, 2012). 
A predisposição genética à obesidade, as características do apetite e as influências 
ambientais podem aumentar o risco de desenvolvimento de obesidade infantil (STANG, 
2011). As menores oportunidades para a realização de atividades físicas e o fácil acesso a 
alimentos com alta densidade energética e grande quantidade de açúcares, gorduras e sal 
são elementos chave para o aparecimento e para a manutenção da obesidade infantil (WHO, 
2014). 
Para prevenir a obesidade infantil, são fundamentais ações em múltiplos setores, 
como agricultura, indústria alimentícia, educação, transporte e planejamento urbano, a fim 
de criar-se e manter-se um ambiente mais saudável (WHO, 2012). 
Um ambiente que dê suporte para a atividade físicarequer políticas de planejamento 
urbano, educação (atividade física escolar), esportes (atividade recreacional) e transporte 
(público e ativo). Em relação à alimentação, é requerido o envolvimento dos responsáveis 
para políticas de alimentação (guia alimentar populacional, políticas de aleitamento materno 
e alimentação infantil), comunicação (restrição à publicidade de alimentos não saudáveis e 
rotulagem nutricional), comércio (acordos comerciais e tarifas de importação), agricultura 
(tributos e subsídios a determinados alimentos) e educação (ambiente alimentar na escola). 
Essas estratégias requerem intervenções da sociedade e dos governos e atingem, também, 
organizações privadas e não governamentais (WHO, 2012). 
Outros fatores importantes para a prevenção da obesidade são as políticas de 
incentivo a um estilo de vida saudável, as escolas, a sociedade e o ambiente, pois são 
fundamentais ao modelarem as decisões dos pais e das crianças e tornam as escolhas de 
uma alimentação saudável e a prática regular de atividade física mais acessíveis e 
disponíveis (WHO, 2014). 
 
1.2. Atividade física e prevenção da obesidade 
 
A inatividade física é o quarto maior fator de risco para a mortalidade (6% da 
mortalidade global), enquanto a prática regular de exercícios físicos está relacionada à 
prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (WHO, 2010). 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
34 
A atividade física melhora as capacidades cardiorrespiratória e muscular, a aptidão 
física, a saúde óssea e reduz sintomas de ansiedade e depressão. Adicionalmente, a 
atividade física é fator determinante no gasto energético e, portanto, fundamental para o 
balanço energético e para o controle de peso (WHO, 2010). 
Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde, os níveis de atividade física para 
manutenção da saúde para crianças e jovens de 5 a 17 anos e suas recomendações são os 
apresentados a seguir (WHO, 2010). 
• Acúmulo de pelo menos 60 minutos de atividades de intensidade moderada a vigorosa 
diariamente. 
• Quantidades maiores do que 60 minutos diários proporcionam benefícios adicionais à 
saúde. 
• A maior parte da atividade física diária deve ser aeróbica. 
• As atividades devem incluir jogos, esportes, recreação, transporte (por exemplo, bicicleta 
e caminhada), educação física e exercício planejado, nos contextos familiares, escolares 
e comunitários. 
• Atividades de intensidade vigorosa devem ser incorporadas, incluindo atividades de 
fortalecimento muscular (brincar em equipamentos de playground, subir em árvores e 
atividades de puxar ou empurrar) e fortalecimento ósseo (corridas e saltos), pelo menos 
3 vezes por semana. 
Para crianças e jovens inativos, recomenda-se o aumento progressivo de exercícios 
até ser alcançado o objetivo de emagrecer. É apropriado começar com quantidades menores 
de atividade física e, gradualmente, aumentar a duração, a frequência e a intensidade. 
Em relação às políticas de prevenção no âmbito da atividade física, são necessárias 
intervenções que tenham como objetivo construções ambientais, políticas que reduzam 
barreiras e aumentem o espaço para a prática de atividade física, políticas para transporte e 
políticas para escolas (WHO, 2012). Segundo a Organização Mundial da Saúde, essas 
intervenções são as elencadas a seguir. 
• Rever o planejamento urbano e as políticas ambientais em níveis locais e nacionais, a fim 
de que tornem a caminhada, a pedalada e outras formas de atividade física acessíveis e 
seguras. 
• Instalar locais destinados às crianças (por exemplo, trilhas para caminhadas). 
• Facilitar o transporte ativo para a escola e para o trabalho (caminhada ou andar de 
bicicleta). 
• Garantir que políticas escolares deem suporte aos programas de atividade física. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
35 
• Fornecer escolas com instalações apropriadas e seguras para que os estudantes possam 
usar o tempo de maneira ativa. 
• Ofertar aconselhamento na atenção primária à saúde. 
• Criar redes sociais que incentivem a atividade física. 
 
Questão 13 
Questão 13.13 
O salto foi a modalidade da ginástica artística que sofreu mudanças mais significativas na morfologia 
no decorrer dos anos. Inúmeros estudos biomecânicos e o avanço da tecnologia motivaram a 
Federação Internacional de Ginástica a adotar a transformação total do aparelho utilizado para as 
provas de salto. A segurança dos ginastas foi um ponto decisivo para essa mudança. 
OLIVEIRA, M.S.; BORTOLETO, M.A.C. Apontamentos sobre a evolução histórica, material e morfológica dos aparelhos da 
ginástica artística masculina. Revista da Educação Física. Maringá, v. 22, n. 2, p. 283-295, 2011. 
 
Nesse contexto, assinale a opção que descreve corretamente as funcionalidades de 
aparelhos utilizados nas provas de salto ou as mudanças ocorridas. 
A. O antigo aparelho, no qual se realizavam as provas de salto, era o mesmo para as 
modalidades masculina e feminina, sendo utilizado da mesma maneira na forma ou 
direção do salto. 
B. O antigo aparelho utilizado nas provas de salto permitia adaptação para a modalidade 
masculina em duas provas, sendo suficiente colocar ou remover as alças. 
C. O trampolim, utilizado para impulsionar os ginastas no salto, também sofreu 
modificações em sua forma quando houve a mudança do aparelho cavalo para a mesa. 
D. O salto, tanto na modalidade masculina quanto na feminina, teve a altura de seus 
aparelhos modificada, com o objetivo de aumentar a segurança dos atletas na ginástica 
artística. 
E. O fato de ter ocorrido primeiro a mudança no salto feminino fez com que houvesse uma 
evolução técnica mais rápida dos saltos nessa modalidade do que na masculina. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Ginástica e Federação Internacional de Ginástica (FIG) 
 
A Federação Internacional de Ginástica (FIG) é responsável pelas sete modalidades 
de ginástica: geral, artística para homens, artística para mulheres, rítmica, trampolim, 
aeróbica e acrobática. 
 
13Questão 35 – Enade 2013. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
36 
Em contraponto às outras modalidades, a ginástica geral não tem competições. Ela foi 
idealizada por Nicolas Cupérus (fundador da FIG), que considerou a possibilidade de essa 
modalidade ser realizada por qualquer pessoa. 
A ginástica artística é praticada desde a Grécia Antiga, como forma de realização de 
exercícios físicos. Entretanto, apenas surgiu oficialmente em 1811, quando Friedrich Ludwig 
Jahn (considerado o fundador do esporte) criou as bases, as regras e os aparelhos para os 
exercícios. Com a sistematização do esporte, a FIG foi fundada em 1881, em Bruxelas, 
Bélgica. 
A técnica é fundamental na ginástica artística, pela complexidade e pela quantidade 
de movimentos específicos. A prática de ginástica artística geralmente inicia-se entre os 
cinco e os seis anos de idade, e são necessários de oito a doze anos de treinamento para 
atingir resultados de alto rendimento para competições (NUNOMURA et al, 2009). O 
desempenho em competições depende das capacidades fundamentais de força, potência 
muscular, coordenação e flexibilidade – capacidades que melhoram a qualidade técnica e a 
apresentação geral (NUNOMURA et al, 2009). 
A ginástica artística para homens inclui provas competitivas de solo, barras paralelas, 
cavalo com alças, argolas, salto sobre a mesa e barra fixa. 
 
1.2. Salto sobre a mesa 
 
A prova de salto sobre a mesa é a única que exige a execução de apenas um 
elemento (nos outros aparelhos, o ginasta deve apresentar uma série de exercícios). Além 
dos exercícios, o ginasta deve cumprir as exigências do Código de Pontuação da Federação 
Internacional de Ginástica (BENCK, 2013). 
O cavalo de salto foi substituído pela mesa de salto em 2001 – fato que configurou 
grande mudança, poiso cavalo de salto era o mesmo que o cavalo com alças, sem as alças. 
A altura em relação ao solo (135cm) continuou a mesma, entretanto as dimensões foram 
modificadas de 160cm para 120cm de comprimento e de 35cm para 95cm de largura. Essas 
alterações tornaram a prova mais segura para os ginastas (OLIVEIRA e BORTOLETO, 2011). 
No salto, há a corrida até o trampolim, o impulso do trampolim até a mesa realizado 
com os dois pés, o primeiro voo, a impulsão das mãos no aparelho para o segundo voo e a 
finalização com a aterrisagem em pé (BENTO et al, 2007; OLIVEIRA e BORTOLETO, 2011). 
A posição na abordagem é fundamental para o melhor aproveitamento das 
propriedades do trampolim e da mesa de salto (BENTO et al, 2007). Nessa prova, são 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
37 
executados dois saltos, e a preparação artística pode auxiliar os ginastas em relação à 
consciência corporal e à postura (PIRES, 2010). 
 
 
Questão 14 
Questão 14.14 
Existem diferentes razões para a interrupção do exercício físico em gestantes, com indicação para 
que procurem orientação médica durante a gravidez. Cabe ao profissional de educação física 
conhecer os sintomas e sinais que indiquem possíveis problemas na gravidez e demandem 
interrupção das atividades com consequente encaminhamento para averiguações médicas. 
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE-ACSM. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 
 
São motivos para interrupção do exercício físico e indicação de orientação médica durante a 
gravidez: 
I. liberação de “jato” de líquido proveniente da vagina. 
II. tumefação (edema) súbita dos tornozelos, das mãos ou da face. 
III. tumefação (edema), dor e vermelhidão na panturrilha de uma única perna. 
É correto o que se afirma em 
A. I. B. III. C. I e II. D. II e III. E. I, II e III. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Atividade física e gestação 
 
Para gestantes saudáveis, exercícios físicos são recomendados durante o período 
gestacional por trazerem uma série de benefícios, como diminuição dos riscos de 
desenvolvimento de diabetes gestacional e de pré-eclâmpsia e redução do ganho excessivo 
de peso (MUDD et al, 2012). 
Para o profissional de educação física, é fundamental conhecer as diversas mudanças 
fisiológicas que ocorrem durante a gestação para realizar a prescrição adequada de 
exercícios físicos. A prescrição requer o conhecimento dos potenciais riscos e a avaliação da 
capacidade física da gestante. 
Nas gestantes, o aumento do peso e as mudanças anatômicas podem favorecer o 
aparecimento de dores lombares e a perda de equilíbrio. Em relação ao sistema circulatório, 
há aumento do volume sanguíneo, da frequência cardíaca e do débito cardíaco. A pressão 
 
14Questão 24 – Enade 2013. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
38 
arterial diminui de 5 a 10mmHg no segundo trimestre e retorna aos níveis pré-gestacionais 
gradualmente. As alterações hemodinâmicas estabelecem uma reserva circulatória 
necessária que fornece oxigênio e nutrientes à mãe e ao feto (ARTAL e O’TOOLE, 2003). 
É importante considerar as mudanças cardiovasculares em conjunto com a postura 
corporal durante o descanso e o exercício físico. Após o primeiro trimestre, a posição supina 
deve ser evitada, pois obstrui parcialmente o retorno venoso e diminui o débito cardíaco 
(ARTAL e O´TOOLE, 2003). 
O aumento da temperatura corporal durante o exercício relaciona-se diretamente com 
a intensidade do exercício: exercícios aeróbicos de intensidade moderada aumentam em 
média 1,5ºC em mulheres não gestantes. Entretanto, não há relatos se a hipertermia 
associada ao exercício é teratogênica em humanos (ARTAL e O´TOOLE, 2003). 
Durante a gravidez, a taxa metabólica basal e a produção de calor estão aumentadas. 
Para as mulheres grávidas, o aumento interno de temperatura maior do que 1,5ºC durante a 
embriogênese pode causar malformações congênitas (ARTAL e O´TOOLE, 2003). Desse 
modo, todas as gestantes devem ser aconselhadas a evitar exercícios físicos em condições 
ambientais de temperatura elevada (SMA, 2002). 
 
1.2. Prescrição de exercícios para gestantes 
 
1.2.1. Tipo 
 
Exercícios que melhoram a capacidade cardiorrespiratória (exercícios aeróbicos) e a 
capacidade musculoesquelética (exercícios resistidos) devem ser incluídos para o 
desenvolvimento e a manutenção da aptidão física de gestantes (ARTAL e O´TOOLE, 2003). 
Segundo a declaração sobre benefícios e riscos de exercitar-se durante a gravidez do 
Sports Medicine Australia (SMA, 2002), a prática de exercícios aeróbicos de intensidade 
moderada é segura em gestantes saudáveis. Em relação aos exercícios de resistência e 
alongamento, há melhora da força e da flexibilidade, o risco de lesão não aumenta e não há 
efeitos no tipo de parto, nas complicações gestacionais ou no peso ao nascer. 
Os exercícios aeróbicos podem ser: caminhada, corrida, natação, hidroginástica, 
ciclismo, dança aeróbica e remo. Exercícios que aumentam o risco de quedas (ciclismo, 
patinação) ou o estresse articular (corrida) devem ser aconselhados individualmente, 
considerando a aptidão da gestante (ARTAL e O’TOOLE, 2003). 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
39 
Exercícios que melhoram a capacidade musculoesquelética incluem treinamento de 
resistência (levantamento de peso) e flexibilidade. Exercícios isométricos repetitivos, 
levantamento excessivo de peso e quaisquer exercícios que tenham grande efeito pressórico 
durante a gravidez devem ser limitados (ARTAL e O´TOOLE, 2003). 
Atividades com risco de queda ou trauma abdominal, como hipismo e esqui, devem 
ser evitadas. Atividades recreativas com alto potencial de contato, como futebol e 
basquetebol, podem resultar em trauma para a gestante e o feto (ACOG, 2002). 
 
1.2.2. Intensidade 
 
A intensidade é o componente mais difícil na prescrição de exercícios para gestantes. 
Para não gestantes, recomendam-se exercícios de intensidade moderada (3-4 METS) para 
manutenção da saúde. Para gestantes sem complicações médicas ou obstétricas, as 
recomendações são as mesmas (ARTAL e O´TOOLE, 2003). 
A intensidade é mais alta para o desenvolvimento e a manutenção da aptidão física. O 
American College of Sports Medicine recomenda intensidade de 60-90% da frequência 
cardíaca máxima ou 50-85% do consumo máximo de oxigênio (VO2) ou a frequência 
cardíaca de reserva. Os valores inferiores (60% da frequência cardíaca máxima ou 50% do 
VO2) são apropriados para gestantes que não se exercitaram regularmente antes da 
gravidez. Os valores superiores do intervalo (90% da frequência cardíaca máxima ou 85% 
do VO2) são apropriados para gestantes que desejam manter a aptidão física (ARTAL e 
O´TOOLE, 2003). 
A percepção subjetiva do esforço é uma alternativa ao monitoramento da frequência 
cardíaca, sendo que, para exercícios moderados, a classificação deve estar entre 12 a 14 na 
escala de 6 a 20 (ARTAL e O´TOOLE, 2003). 
 
1.2.3. Duração 
 
Exercícios prolongados (mais de 45 minutos de exercícios contínuos) não são 
recomendados durante a gestação. A regulação térmica é um fator de preocupação. Desse 
modo, os exercícios devem ser realizados preferencialmente em ambientes neutros ou com 
ambiente controlado (ar condicionado), prestando-se atenção à hidratação e à percepção 
subjetiva de calor da gestante. 
Material Específico – Educação Física – CQA/UNIP (uso no 1º semestre de 2019) 
40 
Outro fator a ser considerado é o balanço energético: a ingestão energética da 
gestante deve ser suficiente e equilibrada para a realização dos exercícios. 
Acumular a atividade em períodos menores, por exemplo, 15 minutos, diminui as 
preocupações relativas à termorregulação e ao balanço energético. 
 
1.2.4. Frequência 
 
As gestantes sem complicações devem seguir

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