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HIPOTÁLAMO E HIPÓFISE

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MÓDULO 10 – PERCEPÇÃO, CONSCIENCIA E EMOÇÃO 
 
Lúria Niemic Onofre – Medicina, turma XXXIV 
PROBLEMA 5 
HIPOTÁLAMO 
O hipotálamo é parte do diencéfalo e se dispõe nas paredes do III ventrículo, 
abaixo do sulco hipotalâmico, que o separa do tálamo. Lateralmente é 
limitado pelo subtálamo, anteriormente pela lâmina terminal e 
posteriormente pelo mesencéfalo. Na face inferior do cérebro apresenta: o 
quiasma óptico, o túber cinéreo, o infundíbulo e os corpos mamilares. 
DIVISÕES E NÚCLEOS 
É constituído fundamentalmente de substância cinzenta que se agrupa em 
núcleos. É dividido pelo fórnix em área medial e lateral. A área medial, 
situada entre o fórnix e as paredes do III ventrículo, é rica em substância 
cinzenta e nela se localizam os principais núcleos do hipotálamo. A área 
lateral, situada lateralmente ao fórnix, contém menos corpos de neurônios e 
nela há predominância de fibras de direção longitudinal, é percorrida pelo 
feixe prosencefálico medial, complexo sistema de fibras que estabelecem conexões nos 2 sentidos, entre a área septal, 
pertencente ao sistema límbico, e a formação reticular do mesencéfalo. Muitas dessas fibras terminam no hipotálamo. 
Pode ainda ser dividido por 3 planos frontais em hipotálamo supraóptico, tuberal 
e mamilar: 
O supraóptico compreende o quiasma óptico e toda a área situada acima dele, 
nas paredes do III ventrículo até o sulco hipotalâmico. O tuberal compreende o 
túber cinéreo (liga o infundíbulo) e toda a área situada acima dele, nas paredes 
do III ventrículo até o sulco hipotalâmico. O mamilar compreende os corpos 
mamilares com seus núcleos e as áreas das paredes do III ventrículo, que se 
encontram acima deles, até o sulco hipotalâmico. 
Na parte mais anterior do III ventrículo, próximo da lâmina terminal, existe uma 
pequena área denominada área pré-óptica, que é embriologicamente derivada 
da porção central da vesícula telencefálica e não pertence ao diencéfalo. Apesar disso, é estudada junto com o diencéfalo, pois 
funcionalmente liga-se ao hipotálamo supraóptico. Nela localiza-se o órgão vascular da lâmina terminal, no qual não existe 
barreira hemoencefálica, e que funciona como um sensor especializado em detectar sinais químicos para termorregulação e 
metabolismo salino. 
CONEXÕES 
O hipotálamo recebe sinais das vias sensoriais, de várias áreas do SNC e tem eferências que contribuirão para regulação da 
homeostasia. 
CONEXÕES COM O SISTEMA LÍMBICO: Ele compreende uma série de estruturas relacionadas principalmente com a regulação 
do comportamento emocional e da memória. Dentre elas destacam-se: 
HIPOCAMPO: liga-se pelo fórnix aos núcleos mamilares do hipotálamo, de onde os impulsos nervosos seguem para o núcleo 
anterior do tálamo através do fascículo mamilotalâmico, fazendo parte do circuito de Papez. Dos núcleos mamilares, impulsos 
nervosos chegam também à formação reticular do mesencéfalo pelo fascículo mamilotegmentar; 
AMIGDALA: fibras originadas nos núcleos da amígdala chegam ao hipotálamo principalmente através da estria terminal; 
ÁREA SEPTAL: a área septal liga-se ao hipotálamo através de fibras que percorrem o feixe prosencefálico medial. 
CONEXÕES COM A ÁREA PRÉ-FRONTAL: O córtex da área pré-frontal também se relaciona com o comportamento emocional. A 
área pré-frontal mantém conexões com o hipotálamo diretamente ou através do núcleo dorsomedial do tálamo. 
MÓDULO 10 – PERCEPÇÃO, CONSCIENCIA E EMOÇÃO 
 
Lúria Niemic Onofre – Medicina, turma XXXIV 
CONEXÕES VISCERAIS: Para exercer essas funções, o hipotálamo mantém conexões aferentes e eferentes com os neurônios da 
medula e do tronco encefálico relacionados com essas funções. 
CONEXÕES VISCERAIS AFERENTES: O hipotálamo recebe informações sobre a atividade das vísceras, através de suas conexões 
diretas com o núcleo do Trato Solitário (fibras solitário-hipotalâmicas). Ele recebe toda a sensibilidade visceral, tanto geral como 
especial (gustação), que entra no sistema nervoso pelos nervos facial, glossofaríngeo e vago. 
CONEXÕES VISCERAIS EFERENTES: O hipotálamo controla o SNA agindo direta ou indiretamente sobre os neurônios pré-
ganglionares dos sistemas simpático e parassimpático. As conexões diretas se fazem através de fibras que terminam seja 
nos núcleos da coluna eferente visceral geral do tronco encefálico ouo na coluna lateral da medula (fibras hipotálamo-
espinhais). As conexões indiretas se fazem através da formação reticular e tratos reticuloespinhais. 
CONEXÕES COM A HIPÓFISE: O hipotálamo tem apenas conexões eferentes com a hipófise, que são feitas através dos Tratos: 
TRATO HIPOTÁLAMO-HIPOFISÁRIO: formado por fibras que se originam nos neurônios grandes (magnocelulares) dos núcleos 
supraóptico e paraventricular e terminam na neuro-hipófise. As fibras deste trato, que constituem os principais componentes 
estruturais da neuro-hipófise, são ricas em neurossecreção, transportando os hormônios vasopressina e ocitocina; 
TRATO TÚBERO-INFUNDIBULAR (OU TÚBERO-HIPOFISÁRIO): formado por fibras que se originam em neurônios pequenos 
(parvicelulares) do núcleo arqueado e em áreas vizinhas do hipotálamo tuberal e terminam na eminência mediana e na haste 
infundibular. Essas fibras transportam os hormônios que ativam ou inibem as secreções dos hormônios da adeno-hipófise. 
CONEXÕES SENSORIAIS: Além das informações sensoriais provenientes das vísceras, diversas outras modalidades sensoriais têm 
acesso ao hipotálamo por vias indiretas. Assim, por exemplo, o hipotálamo recebe informações sensoriais das áreas erógenas, 
como os mamilos e órgãos genitais, importantes para o fenômeno da ereção. Existem também conexões diretas do córtex 
olfatório e da retina com o hipotálamo, que se fazem através do trato retino-hipotalâmico que termina no núcleo 
supraquiasmático e em parte também no núcleo pré-óptico ventrolateral. Essas conexões estão envolvidas na regulação dos 
ritmos circadianos como ciclo de claro-escuro. 
FUNÇÕES 
Ele centraliza o controle da homeostase. Para isso, o hipotálamo tem um papel regulador sobre o SNA e o sistema endócrino, 
integrando-os com comportamentos vinculados às necessidades do dia a dia. Controla, também, vários processos motivacionais 
importantes para a sobrevivência do indivíduo e da espécie, como a fome, a sede e o sexo. Processos motivacionais são 
impulsos internos que levam à realização de comportamentos específicos e de ajustes corporais. A sensação de calor, por 
exemplo, leva a um desconforto que fará com que sejam disparados mecanismos internos inconscientes para dissipá-lo, como a 
sudorese e o comportamento de procura de local fresco. Assim ocorre com as sensações de fome, sede, frio, levando a ajustes 
internos e a comportamentos específicos, visando garantir a homeostase e a sobrevivência do indivíduo. 
CONTROLE DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO: O hipotálamo é o centro suprassegmentar mais importante do SNA, exerce 
essa função junto com outras áreas do cérebro, em especial com as do sistema límbico. Estimulações elétricas em áreas 
determinadas do hipotálamo dão respostas típicas dos sistemas parassimpático e simpático. Quando estas estimulações são 
feitas no hipotálamo anterior, determinam aumento do peristaltismo gastrintestinal, contração da bexiga, diminuição do ritmo 
cardíaco e da pressão sanguínea, assim como constrição da pupila. Então, ele controla principalmente o sistema parassimpático. 
Já a estimulação do hipotálamo posterior dá respostas opostas a essas, porque controla principalmente o sistema simpático. 
REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL: Capacidade exercida pelo hipotálamo, que é informado da temperatura corporal, 
não só por termorreceptores periféricos, mas principalmente por neurônios que funcionam como termorreceptores. Assim, o 
hipotálamo funciona como um termostato capaz de detectar as variações de temperatura do sangue que por ele passa e ativar 
os mecanismos de perda ou de conservação do calor necessários à manutenção da temperaturanormal. Existem no hipotálamo 
2 centros denominados: 
Centro da perda do calor, situado no hipotálamo anterior (pré-óptico): Estimulações desencadeiam fenômenos de vasodilatação 
periférica e sudorese, que resultam em perda de calor. 
MÓDULO 10 – PERCEPÇÃO, CONSCIENCIA E EMOÇÃO 
 
Lúria Niemic Onofre – Medicina, turma XXXIV 
Centro da conservação do calor, situado no hipotálamo posterior: Estimulações resultam em vasoconstrição periférica, 
tremores musculares (calafrios) e até mesmo liberação do hormônio tireoidiano, que aumentam o metabolismo o qual gera 
calor. 
Lesões do centro da perda do calor, em consequência, por exemplo, de traumatismos cranianos, causam elevação incontrolável 
da temperatura (febre central), quase sempre fatal. Este é um acidente que pode surgir nas cirurgias da hipófise em que o 
procedimento cirúrgico se faz a região próxima ao hipotálamo anterior. Sabe-se, também, que a febre que acompanha 
processos inflamatórios resulta das do comprometimento dos neurônios termorregulador do hipotálamo anterior que deixam 
de perder calor. 
Acredita-se que o hipotálamo ativa regiões corticais para determinar os comportamentos motivacionais de busca de abrigo, 
agasalho para o frio ou de local fresco e ventilação para o calor. 
REGULAÇÃO DO EOUILÍBRIO HIDROSSALINO E DA P.A: Isso exige mecanismos automáticos de regulação do volume de líquido 
do organismo pelo volume de sangue (volemia), e da osmolaridade, representada principalmente pela concentração extracelular 
de íons Na+. A PA está diretamente ligada à volemia e à concentração de Na+. 
O principal mecanismo que o hipotálamo dispõe para regulação desse equilíbrio é a liberação do hormônio antidiurético que é 
sintetizado pelos neurônios dos núcleos supraóptico e paraventricular e liberado na neuro-hipófise. Para isso, esses neurônios 
recebem informações através de aferências que mantêm com 2 órgãos circunventriculares: o órgão vascular da lâmina terminal 
e o órgão subfornicial. Neles não existe barreira hematoencefálica, o que permite detectar, no caso do órgão vascular, a 
osmolaridade do sangue, e, no caso do órgão subfomicial, os níveis circulantes de angiotensina 2 (potente vasopressor). 
Este mecanismo funciona normalmente, mas é ativado em casos de diminuição de pressão, por exemplo, em hemorragias, 
promovendo o aumento da liberação de hormônio antidiurético pela neuro-hipófise. Outro mecanismo regulador da ingestão de 
água e sal, que mantém a volemia e a concentração de sódio dentro de valores normais, tem como base barorreceptores 
localizados nas paredes dos grandes vasos e no seio carotídeo, no arco aórtico. Estes receptores percebem alterações da PA e 
transmitem aos núcleos do trato solitário, pelo nervo vago. Este núcleo conecta-se com os núcleos paraventricular e supraóptico 
e com neurônios receptores na área pré-óptica. Quando o sinal detectado é de hipovolemia, secreta-se a vasopressina, que 
promove vasoconstrição e reabsorção de sódio e água; se for detectada hiponatremia, é liberado pela hipófise o ACTH, que 
estimula a secreção de aldosterona pela suprarrenal, reabsorvendo sódio. 
O hipotálamo regula a volemia por mecanismos automáticos e inconscientes. Mas ele ativa também a ingestão de água e sal, 
despertando ou não a sensação de sede ou o desejo de ingestão de alimentos salgados. A estimulação de uma área do 
hipotálamo lateral denominada centro da sede aumenta a sede. A lesão desta área faz com que se perca a sede, podendo 
morrer desidratado. O comando dos neurônios do hipotálamo lateral para aumentar a sede vem das aferências que recebe do 
órgão subfornicial. 
REGULAÇÃO DA INGESTÃO DE ALIMENTOS: A estimulação do hipotálamo lateral aumenta a fome, enquanto a estimulação do 
núcleo ventromedial causa total saciedade. Lesões destrutivas dessas áreas causam efeitos opostos aos da estimulação. Assim, 
lesões da área lateral do hipotálamo causam ausência completa do desejo de alimentar-se (anorexia), e lesões do núcleo 
ventromedial, faz com que se alimente exageradamente (hiperfagia). Costuma-se distinguir no hipotálamo um centro da fome, 
situado no hipotálamo lateral, e um centro da saciedade, correspondendo ao núcleo ventromedial. 
O processo de regulação da ingestão de alimento envolve outros mecanismos neurais e endócrinos. O mecanismo endócrino 
mais importante envolve o hormônio leptina, secretado pelos adipócitos, que é lançado no sangue. A leptina informa o núcleo 
arqueado do hipotálamo sobre a abundância de gordura existente no corpo, que é proporcional ao volume de leptina liberada, 
e ele libera o hormônio a-melanócito-estimulante, responsável pela saciedade. As causas genéticas da obesidade no homem são 
devidas primariamente à falta de receptores para leptina nos neurônios do núcleo arqueado do hipotálamo. 
MÓDULO 10 – PERCEPÇÃO, CONSCIENCIA E EMOÇÃO 
 
Lúria Niemic Onofre – Medicina, turma XXXIV 
REGULAÇÃO DO SISTEMA ENDÓCRINO: 
RELAÇÕES DO HIPOTÁLAMO COM A NEURO-HIPÓFISE: Essas ideias 
surgiram a propósito da doença conhecida como diabetes insipidus, 
que caracteriza-se por grande aumento da quantidade de urina 
eliminada, sem que haja eliminação de glicose, como ocorre no DM. 
Ela é devida à diminuição dos níveis sanguíneos do hormônio ADH. 
Verificou-se que ela ocorre não só em processos patológicos da 
neuro-hipófise, mas também em certas lesões do hipotálamo. Sabe-se 
hoje que isto se deve ao fato de que o hormônio ADH é sintetizado 
pelos neurônios dos núcleos supraóptico e paraventricular do 
hipotálamo e é transportado pelas fibras do trato hipotálamo-
hipofisário até a neuro-hipófise, onde é liberado. O hormônio ADH é 
transportado acoplado a uma proteína transportadora (neurofisina). 
Os grandes neurônios neurossecretores dos núcleos supraóptico e 
paraventricular sintetizam os hormônios ADH, ou vasopressina, e a 
ocitocina. Na neuro-hipófise, as fibras do trato hipotálamo-hipofisário 
terminam em relação com vasos situados em septos conjuntivos, o 
que permite a liberação dos hormônios na corrente sanguínea. Esta 
liberação é facilitada pelo fato de que, não existe barreira 
hematoencefálica nos capilares da neuro-hipófise, assim como dos 
demais órgãos circunventriculares. O ADH age nos túbulos renais 
aumentando a absorção de água. Já a ocitocina promove a 
contração da musculatura uterina e das células mioepiteliais das 
glândulas mamárias, sendo importante no momento do parto ou na 
ejeção do leite, esse fenômeno envolve um reflexo neuroendócrino 
através do qual os impulsos sensoriais que resultam da sucção do 
mamilo pela criança são levados à medula e daí ao hipotálamo, onde 
estimulam a produção de ocitocina pelos núcleos supraóptico e 
paraventricular e sua liberação na neuro-hipófise. Além de que, o 
choro do bebê estimula a produção e liberação da ocitocina pelos 
neurônios neurossecretores do hipotálamo. 
RELAÇÕES DO HIPOTÁLAMO COM A ADENO-HIPÓFISE: Ele regula a 
secreção dos hormônios da adeno-hipófise por um mecanismo que 
envolve uma conexão nervosa e outra vascular. Através da 
primeira, neurônios neurossecretores situados no núcleo arqueado 
e áreas vizinhas do hipotálamo tuberal secretam substâncias ativas 
que descem por fluxo axoplasmático nas fibras do trato túbero-
infundibular e são liberadas em capilares especiais situados na 
eminência mediana e na haste infundibular. Inicia-se, então, a 
conexão vascular, que se faz através do sistema porta-hipofisário. 
Os hormônios liberados pelo hipotálamo na eminência mediana e 
na haste infundibular, passam através das veias do sistema porta à 
segunda rede capilar situada na adeno-hipófise, onde atuam 
regulando a liberação dos hormônios adeno-hipofisários. Isso é 
feito por estimulação e por inibição, existindo, hormônios 
hipotalâmicos liberadores e inibidores da liberação dos hormônios 
adeno-hipofisária, que são os seguintes: ACTH, TSH, FSH, LH, GH, 
melanócito-estimulante (MSH) e prolactina. Para todoseles 
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Lúria Niemic Onofre – Medicina, turma XXXIV 
existem hormônios hipotalâmicos liberadores, sendo que a prolactina e o GH têm também hormônios hipotalâmicos inibidores. 
O hipotálamo é sensível a ação dos hormônios circulantes que, por retroalimentação, regulam sua secreção. 
GERAÇÃO E REGULAÇÃO DE RITMOS CIRCADIANOS: Os ritmos circadianos ocorrem em quase todos os organismos e são 
gerados em marca-passos ou relógios biológicos. O principal marca-passo situa-se no núcleo supraquiasmático do hipotálamo, 
cuja destruição abole a maioria dos ritmos circadianos. Os próprios neurônios do núcleo supraquiasmático exibem uma 
atividade circadiana evidenciável em seu metabolismo ou em sua atividade elétrica. Verificou-se que o ritmo circadiano de 
atividade elétrica pode ser observado até mesmo em neurônios do núcleo supraquiasmático mantidos in vitro. A destruição 
desse núcleo resulta em perda da maioria dos ritmos inclusive os de vigília-sono. 
Também existem no SNC relógios biológicos que geram ritmos circadianos independentemente do núcleo supraquiasmático 
como, nos núcleos supraóptico e arqueado, responsáveis pelos ritmos circadianos dos hormônios hipofisários. Recentemente 
demonstrou-se também a presença de relógios biológicos fora do sistema nervoso como, nos hepatócitos, nos quais são 
responsáveis pelos ritmos circadianos de substâncias ligadas às funções hepáticas, como as enzimas da glicogenólise. O núcleo 
supraquiasmático recebe informações sobre a luminosidade do meio ambiente através do trato retino-hipotálamo o que lhe 
permite sincronizar com o ritmo natural de dia e noite todos os ritmos circadianos de todos os relógios biológicos inclusive os 
situados fora do SNC. 
REGULAÇÃO DO SONO E DA VIGÍLIA: O hipotálamo tem papel central nessa regulação. A geração e sincronização deste ritmo 
inicia-se no núcleo supraquiasmático e é repassado ao núcleo pré-óptico ventrolateral e a um grupo de neurônios do hipotálamo 
lateral que têm como neurotransmissor o peptídeo orexina (ou hipocretina). Os neurônios do núcleo pré-óptico ventrolateral 
inibem os neurônios monoaminérgicos do sistema ativador ascendente que resulta em sono. Ao final do período de sono sob 
ação do núcleo supraquiasmático essa inibição cessa e começa a ação excitatória do neurônio orexinérgico sobre os neurônios 
deste sistema e inicia-se a vigília. Os neurônios orexinérgicos têm também ação inibitória sobre os neurônios colinérgicos do 
núcleo pedúnculo-pontino responsáveis pelo sono REM. Lesões dos neurônios orexinérgicos, que ocorrem no transtorno do 
sono denominado narcolepsia, fazem com que o quadro de vigília seja interrompido por súbitas crises de sono REM podendo 
haver também perda total do tônus, levando a uma súbita queda, quadro clínico denominado cataplexia. 
O núcleo supraquiasmático sincroniza o ritmo vigília sono com o ciclo dia noite e para isto recebe informações através do trato 
retino-hipotalâmico. Pesquisas recentes mostram a existência de fibras que da retina projetam-se diretamente para o núcleo 
pré-óptico ventrolateral bloqueando o efeito inibidor que esses neurônios têm sobre o sistema ativador ascendente. Isso explica 
porque a luz dificulta o adormecer. 
INTEGRAÇÃO DO COMPORTAMENTO SEXUAL: A excitação sexual depende de várias áreas encefálicas, como o córtex pré-
frontal, o sistema límbico (amígdala e parte anterior do giro do cíngulo) e estriado ventral, todas as áreas com conexões 
recíprocas com o hipotálamo. Neste, a excitação está ligada diretamente aos 2 núcleos pré-ópticos. Eles são ativados em 
situações em que se manifesta a excitação sexual. A ereção e a ejaculação dependem do SNA que é regulado pelo hipotálamo. O 
prazer sexual depende de áreas do sistema dopaminérgico mesolímbico, em especial o núcleo accumbens, que também tem 
conexões com o hipotálamo. 
HIPÓFISE 
A hipófise ou pituitária é uma glândula pequena situada na sela túrcica, cavidade óssea localizada na base do cérebro e que se 
liga ao hipotálamo pelo pedúnculo hipofisário. Fisiologicamente, a hipófise é divisível em 2 porções distintas: a hipófise anterior, 
conhecida como adeno-hipófise, e a hipófise posterior, também conhecida como neurohipófise. Entre essas 2 partes, há uma 
pequena zona chamada parte intermediária, que é pouco desenvolvida. 
Embriologicamente, as 2 porções da hipófise são oriundas de fontes distintas — a hipófise anterior origina-se da bolsa de 
Rathke, uma invaginação embrionária do epitélio faríngeo, e a hipófise posterior deriva do crescimento de tecido neural do 
hipotálamo. A origem da hipófise anterior do epitélio faríngeo explica a natureza epitelioide de suas células, e a origem da 
porção posterior da hipófise do tecido neural explica a presença de grande número de células de tipo glial nessa glândula. 
6 hormônios peptídeos são secretados pela hipófise anterior, e 2 hormônios peptídeos são secretados pela hipófise posterior. 
MÓDULO 10 – PERCEPÇÃO, CONSCIENCIA E EMOÇÃO 
 
Lúria Niemic Onofre – Medicina, turma XXXIV 
Os hormônios da REGIÃO ANTERIOR DA HIPÓFISE desempenham papéis importantes, como: 
GH: Estimula o crescimento do corpo; estimula a secreção de IGF-1; estimula a lipólise; inibe as ações da insulina no 
metabolismo dos carboidratos e dos lipídios. 
ADRENOCORTICOTROPINA (ACTH): Estimula a produção de glicocorticoides e de androgênios pelo córtex adrenal; mantém o 
tamanho da zona fasciculada e da zona reticular do córtex. 
HORMÔNIO ESTIMULANTE DA TIREOIDE (TSH): controla a secreção da tiroxina e da tri-iodotironina pela glândula tireoide, e 
esses hormônios controlam a velocidade da maioria das reações químicas intracelulares no organismo. Estimula a produção dos 
hormônios tireoidianos pelas células foliculares da tireoide; mantém o tamanho das células foliculares. 
PROLACTINA (PRL): promove o desenvolvimento da glândula mamária e a produção do leite. 
HORMÔNIOS GONADOTRÓPICOS: FSH estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos; regula a espermatogênese nos 
testículos e LH dá origem à ovulação e à formação do corpo lúteo no ovário; estimula a produção de estrogênio e progesterona 
pelos ovários; estimula a produção de testosterona pelos testículos. 
VASOPRESSINA (ADH): controla a excreção da água na urina, ajudando a controlar a quantidade da água nos líquidos do 
organismo. 
OCITOCINA: auxilia na ejeção de leite pelas glândulas mamárias para o mamilo, durante a sucção, e desempenha papel de 
auxílio durante o parto e no final da gestação. 
Os corpos das células que secretam os HORMÔNIOS DA HIPÓFISE POSTERIOR não estão localizados na hipófise propriamente 
dita, mas em neurônios magnocelulares, localizados nos núcleos supraópticos e paraventriculares do hipotálamo. Os hormônios 
são então transportados no axoplasma das fibras nervosas dos neurônios que seguem do hipotálamo para a hipófise posterior. 
CONTROLE HIPOFISÁRIO SOBRE O HIPOTÁLAMO 
A secreção hipofisária é controlada por sinais hormonais e nervosos, vindos do hipotálamo. Os sinais neurais que têm origem no 
hipotálamo terminam na região hipofisária posterior. A secreção da região anterior da hipófise é controlada por hormônios 
liberadores e hormônios hipotalâmicos inibidores, secretados pelo hipotálamo e que são levados para a região anterior da 
hipófise por vasos porta hipotalâmico-hipofisários. Esses hormônios agem sobre as células glandulares. 
O hipotálamo recebe sinais vindos de diversas fontes do SN (parte dos sinais da dor, de pensamentos depressivos ou excitantes, 
de estímulos olfatórios é transmitida para o hipotálamo, como informações a respeito de concentrações de nutrientes, 
eletrólitos, água e diversos hormônios no sangue). Assim, é o centro coletor de informações relativas ao bem-estar interno do 
organismo, e grande parte dessa informação é utilizada para controlar as secreções dos vários hormônios hipofisários. 
Neurônios no hipotálamo sintetizam e secretam os hormôniosliberadores e os inibidores. Eles têm origem em diversas áreas 
do hipotálamo e enviam suas fibras nervosas para a eminência mediana e para o tuber cinereum, a extensão do tecido 
hipotalâmico no pedúnculo hipofisário. Esses hormônios são captados pelo sistema porta hipotalâmico-hipofisário e levados 
para os sinusoides da hipófise anterior. 
A função dos hormônios de liberação e inibição é controlar a secreção dos hormônios da hipófise anterior. Os principais são: 
 Hormônio liberador de tireotropina (TRH): provoca a liberação do hormônio estimulante da tireoide; 
 Hormônio liberador de corticotropina (CRH): provoca a liberação do hormônio adrenocorticotrópico; 
 Hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH): provoca a liberação do GH e do hormônio inibidor do 
hormônio do crescimento (GHIH) ou somatostatina; 
 Hormônio liberador da gonadotropina (GnRH): leva à liberação de 2 hormônios gonadotrópicos (FSH e LH); 
 Hormônio inibidor da prolactina (PIH): leva à inibição da secreção da prolactina. 
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FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DO GH: Exerce seus efeitos diretamente sobre todos ou quase todos os tecidos do organismo. Ele 
provoca o crescimento de quase todos os tecidos do corpo que são capazes de crescer. Promove o aumento de tamanho das 
células e do número de mitoses, promovendo sua multiplicação e diferenciação específica de alguns tipos celulares, como as 
células de crescimento ósseo e células musculares iniciais. 
EFEITOS METABÓLICOS DO GH: aumento da síntese de proteínas, na maioria das células do corpo; aumento da mobilização dos 
ac. graxos do tecido adiposo, aumento do nível de ac. graxos no sangue e aumento da utilização dos ac. graxos como fonte de 
energia; e redução da utilização da glicose pelo organismo. Assim, aumenta a quantidade de proteína, utiliza as reservas de 
gorduras e conserva os carboidratos. 
Deposição de proteínas deve-se a: 
 Aumento do transporte de aminoácidos através de membranas celulares. 
 Aumento da tradução de RNA para provocar a síntese de proteínas pelos ribossomos. 
 Aumento da transcrição nuclear do DNA para formar RNA. Em intervalos de tempo mais prolongados (24-48h), o GH 
estimula a transcrição do DNA no núcleo, levando à maior formação de RNA. Isso promove maior síntese proteica e o 
crescimento se houver energia, aminoácidos, vitaminas e outros requisitos para o crescimento. 
 Redução do catabolismo das proteínas e dos aminoácidos. O motivo provável e a mobilização de ácidos graxos. 
O GH libera os ácidos graxos do tecido adiposo, aumentando a sua concentração nos líquidos orgânicos. Nos tecidos, ele 
aumenta a conversão de ácidos graxos em acetil-CoA e sua utilização como FONTE DE ENERGIA. Assim, preserva-se carboidratos 
e proteínas e há aumento da massa magra. Tem efeito cetogênico, pois a mobilização das gorduras do tecido adiposo fica tão 
acentuada, que grande quantidade de ácido acetoacético é formada pelo fígado e liberada nos líquidos orgânicos, dando origem 
a quadro de cetose. 
O GH provoca DIMINUIÇÃO DA CAPTAÇÃO DA GLICOSE pelos tecidos, como os músculos esqueléticos e gordura, aumento da 
produção de glicose pelo fígado e aumento da secreção de insulina. Essas alterações resultam na “resistência à insulina”, que 
atenua as ações da insulina, para estimular a captação e a utilização da glicose pelos músculos esqueléticos e pelo tecido 
adiposo, e para inibir a gliconeogênese pelo fígado; isso leva a aumento da concentração da glicose no sangue e a aumento 
compensatório da secreção da insulina. Por isso, os efeitos do GH são diabetogênicos. 
Há a necessidade de insulina e de carboidratos para a ação promotora do crescimento do GH. A necessidade parcial de 
carboidratos e de insulina é para fornecer a energia necessária ao metabolismo do crescimento. A capacidade da insulina de 
aumentar o transporte de alguns aminoácidos para as células é especialmente importante. 
O efeito mais óbvio do GH é o de aumentar o CRESCIMENTO ESQUELÉTICO. Isso resulta de: aumento da deposição de proteínas 
pelas células osteogênicas e condrocíticas, que causam o crescimento ósseo, aumento da reprodução dessas células e efeito 
específico de conversão de condrócitos em células osteogênicas, causando a deposição de osso novo. 
EFEITOS EXERCIDOS ATRAVÉS DE SUBSTÂNCIAS INTERMEDIÁRIAS: O GH leva o fígado a formar diversas proteínas chamadas de 
somatomedinas, que apresentam o efeito de aumentar os aspectos do crescimento ósseo. Consequentemente, as 
somatomedinas também são chamadas de fatores de crescimento semelhantes à insulina (IGFs). 
O PADRÃO DE REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DO GH é pulsátil. Os fatores relacionados com o estado nutricional ou ao estresse 
estimulam a sua secreção: jejum, especialmente com deficiência grave de proteínas, hipoglicemia ou baixa concentração de 
ácidos graxos no sangue; exercício; excitação; trauma; e grelina. Aumenta durante as 2 primeiras horas de sono profundo. 
A maior parte do controle da secreção do GH é mediada pelo GHRH, em vez do hormônio inibidor somatostatina. O GHRH 
estimula a secreção do GH ao se ligar a receptores de membrana celular específicos, nas superfícies externas das células do 
hormônio de crescimento, na hipófise. 
 
 
MÓDULO 10 – PERCEPÇÃO, CONSCIENCIA E EMOÇÃO 
 
Lúria Niemic Onofre – Medicina, turma XXXIV 
ANORMALIDADES DA SECREÇÃO DO GH 
PAN-HIPOPITUITARISMO: secreção reduzida de todos os hormônios da adeno-hipófise, que pode ser congênita ou ocorrer 
súbita, ou lentamente, em qualquer momento da vida, resultando de tumor hipofisário que destrói a hipófise. 
PAN-HIPOPITUITARISMO NO ADULTO: resulta de 2 condições tumorais, os craniofaringiomas ou tumores cromófobos, podem 
comprimir a hipófise até que as células funcionantes na região anterior sejam destruídas. A 3ª condição é a trombose dos vasos 
sanguíneos hipofisários, que ocorre no pós-parto, quando a mãe desenvolve choque circulatório. Os efeitos no adulto são 
hipotireoidismo, diminuição da produção de glicocorticoides pelas glândulas adrenais e secreção suprimida dos GnRH, com 
perda das funções sexuais. O quadro clínico é de pessoa letárgica (ausência de hormônios tireoidianos), que está ganhando peso 
(ausência de mobilização das gorduras pelos GH, adrenocorticotrópico, adrenocorticais e tireoidianos) e que perdeu todas as 
funções sexuais. 
NANISMO: resulta de pan-hipopituitarismo durante a infância. O desenvolvimento físico é reduzido. Pessoa portadora de 
nanismo por pan-hipopituitarismo não entra na puberdade e nunca secreta quantidades suficientes de hormônios 
gonadotrópicos para desenvolver as funções sexuais adultas. 
GIGANTISMO: as células acidofílicas produtoras do GH ficam excessivamente ativas e, às vezes, tumores acidofílicos ocorrem na 
glândula. Como consequência, são produzidas grandes quantidades de GH. Todos os tecidos do corpo crescem rapidamente, 
inclusive os ossos. Se a condição ocorrer antes da adolescência, o tamanho aumenta, se tornando um gigante. O gigante em 
geral, apresenta hiperglicemia e as células beta das ilhotas de Langherans no pâncreas costumam degenerar porque se tornam 
hiperativas, 10% desenvolvem diabetes. 
ACROMEGALIA: aumento é acentuado nos ossos das mãos e dos pés e nos ossos membranosos, incluindo o crânio, o nariz, as 
bossas na testa, os sulcos supraorbitários, a maxila inferior e as porções das vértebras porque seu crescimento não cessa na 
adolescência. Consequentemente, ocorre protrusão da mandíbula inferior, a testa se inclina para frente devido ao 
desenvolvimento excessivo dos sulcos supraorbitários, o nariz chega a dobrar de tamanho, os pés aumentam e os sapatos 
chegam ao tamanho 45+, os dedos apresentam espessamento extremo, ocorre cifose, a língua, o fígado e os rins, ficam 
aumentados. 
NEURO-HIPÓFISE E SUA RELAÇÃO COM O HIPOTÁLAMO 
É composta por células chamada pituícitos que não secretam hormônios, agemcomo estrutura de suporte para grande número 
de fibras nervosas terminais e terminações nervosas de tratos nervosos que se originam nos núcleos supraóptico e 
paraventricular do hipotálamo. Esses tratos chegam à neuro-hipófise pelo pedúnculo hipofisário. As terminações nervosas se 
localizam na superfície dos capilares, onde secretam 2 hormônios hipofisários posteriores: ADH/vasopressina e ocitocina. 
O ADH é formado nos núcleos supra-ópticos, enquanto a ocitocina é formada nos núcleos paraventriculares. Cada um desses 
núcleos é capaz de sintetizar cerca de 1/6 desses hormônios. Quando os impulsos nervosos são transmitidos ao longo das fibras 
desses núcleos, o hormônio é imediatamente liberado dos grânulos secretores nas terminações nervosas por meio do 
mecanismo secretor usual da exocitose e captado pelos capilares adjacentes. 
Funções do ADH: em sua ausência, os túbulos e duetos coletores ficam quase impermeáveis à água, impedindo sua reabsorção 
e permitindo perda extrema de água na urina. Ao contrário, em presença de ADH, a permeabilidade dos duetos e túbulos 
aumenta e permite que a maior parte da água seja reabsorvida, à medida que o líquido tubular passa por esses duetos, 
conservando água no corpo e produzindo urina concentrada. 
VIA ÓPTICA 
TRAJETO DAS FIBRAS NAS VIAS ÓPTICAS: Os nervos ópticos convergem para formar o quiasma óptico, do qual se destacam os 2 
tratos ópticos, que terminam nos corpos geniculados laterais. Ao nível do quiasma óptico, as fibras dos 2 nervos ópticos sofrem 
uma decussação parcial. 
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Lúria Niemic Onofre – Medicina, turma XXXIV 
Denomina-se retina nasal à metade medial da retina de cada 
olho (voltada para o nariz). Retina temporal é a metade 
lateral da retina de cada olho. Campo visual de um olho a 
porção do espaço que pode ser vista por este olho, estando 
ele fixo. Nele distingue-se uma porção lateral, o campo 
temporal, que se projeta sobre a retina nasal e uma porção 
medial, o campo nasal, que se projeta sobre a retina 
temporal. Há superposição de parte dos campos visuais dos 2 
olhos, constituindo o campo binocular. A luz originada na 
região central do campo visual vai para os 2 olhos. A luz do 
extremo temporal do hemicampo projeta-se apenas para a 
retina nasal do mesmo lado. 
No quiasma óptico, as fibras nasais (vindas da retina nasal), 
cruzam para o outro lado, enquanto as fibras temporais 
seguem do mesmo lado, sem cruzamento. Assim, cada trato óptico contém fibras 
temporais da retina de seu próprio lado e fibras nasais da retina do lado oposto; 
consequentemente, os impulsos nervosos originados em metades das retinas dos 2 
olhos serão conduzidos aos corpos geniculados e ao córtex deste mesmo lado. As 
metades direitas das retinas dos 2 olhos (retina nasal do olho esquerdo e temporal do 
olho direito), recebem os raios luminosos provenientes do lado esquerdo (dos campos 
temporal esquerdo e nasal direito). Como consequência da decussação parcial das 
fibras visuais no quiasma óptico, o córtex visual direito percebe os objetos situados à 
esquerda de uma linha vertical mediana que divide os campos visuais; também na via 
óptica, o hemisfério cerebral de um lado relaciona-se com as atividades sensitivas do 
lado oposto. 
CONFORME SEU DESTINO PODE-SE DISTINGUIR 4 TIPOS DE FIBRAS NAS VIAS ÓPTICAS: 
FIBRAS RETINO-HIPOTALÂMICAS: destacam-se do quiasma óptico e ganham o núcleo 
supraquiasmático do hipotálamo; importantes para a sincronização dos ritmos 
circadianos com o ciclo dia-noite; têm origem, em células ganglionares especiais da 
retina que contêm melanopsina capaz de detectar mudanças na luminosidade 
ambiental. 
FIBRAS RETINOTETAIS: ganham o calículo superior pelo braço do calículo superior; 
relacionadas com reflexos de movimentos dos olhos ou das pálpebras desencadeados 
por estímulos nos campos visuais (piscar); as camadas profundas do calículo superior 
possuem um mapa do campo visual, permitindo-o direcionar os olhos em resposta a 
outros estímulos sensoriais do ambiente. 
FIBRAS RETINO-PRÉ-FETAIS: ganham a área pré-tetal situada na parte rostral do calículo superior, através do braço do calículo 
superior e estão relacionadas com os reflexos fotomotor direto e consensual. 
FIBRAS RETINOGENICULADAS: somente elas se relacionam diretamente com a visão. Terminam fazendo sinapse com os 
neurônios IV da via óptica, localizados no corpo geniculado lateral, que possui a mesma representação retinotópica da metade 
contralateral do campo visual. Os axônios dos desses neurônios constituem a radiação óptica (trato genículocalcarino) e 
terminam na área visual, situada nos lábios do sulco calcarino. Nessa radiação, as fibras das partes superiores da retina ocupam 
posição mais alta e se projetam no lábio superior do sulco calcarino; as fibras das partes inferiores da retina ocupam posição 
mais baixa e projetam-se no lábio inferior do sulco calcarino; as fibras que levam impulsos da mácula ocupam posição 
intermediária e se projetam na parte posterior do sulco calcarino. 
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Lúria Niemic Onofre – Medicina, turma XXXIV 
LESÕES DAS VIAS ÓPTICAS 
O distúrbio básico do campo visual é o escotoma. Quando ele atinge metade do campo visual, passa a ser denominado 
hemianopsia, que pode ser heterônima ou homônima. Na primeira, são acometidos lados diferentes dos campos visuais 
(desaparece a visão nos campos temporais ou nos campos nasais). Na segunda, fica acometido o mesmo lado do campo visual 
de cada olho (desaparece a visão do campo temporal do olho de um lado e o campo nasal do olho do lado oposto). 
As lesões responsáveis pelas hemianopsias heterônimas localizam-se no quiasma óptico, enquanto as responsáveis pelas 
hemianopsias homônimas são retroquiasmáticas (entre o quiasma e o córtex occipital). 
PRINCIPAIS LESÕES E SUAS CONSEQUÊNCIAS SOBRE OS CAMPOS VISUAIS: 
LESÃO DO NERVO ÓPTICO: resulta em cegueira completa do olho correspondente. 
LESÃO DA PARTE MEDIANA DO QUIASMA ÓPTICO: resulta em hemianopsia bitemporal, como consequência da interrupção das 
fibras provenientes das retinas nasais que cruzam neste nível; ocorre nos tumores da hipófise, que crescem e comprimem o 
quiasma de baixo para cima. 
LESÃO DA PARTE LATERAL DO QUIASMA ÓPTICO: resulta em hemianopsia nasal do olho correspondente, como consequência da 
interrupção das fibras provenientes da retina temporal deste olho; ocorre em casos de aneurismas da carótida interna, que 
comprimem lateralmente o quiasma óptico. 
LESÃO DO TRATO ÓPTICO: resulta em hemianopsia homônima D ou E, conforme se localize no trato óptico. Lesões de campo 
resultam da interrupção das fibras provenientes da retina temporal de um olho e nasal do olho do lado oposto; podem ocorrer 
como consequência de traumatismos ou tumores que comprimem o trato óptico. 
LESÕES DA RADIAÇÃO ÓPTICA: o reflexo fotomotor na metade cega está ausente no caso das lesões do trato óptico e presente 
no caso das lesões da radiação óptica. Nas lesões do trato óptico, há interrupção das fibras retino-pré-tetais responsáveis pelo 
reflexo, o que não ocorre no caso das lesões situadas depois do corpo geniculado lateral. Frequentemente, ocorrem lesões de 
parte destas fibras, que resulta em pequenas falhas do campo visual (escotomas) ou falhas que comprometem todo um 
quadrante do campo visual (quadrantanopsias). 
LESÕES DO CÓRTEX VISUAL PRIMÁRIO: Dão alterações de campo iguais às observadas em lesões completas da radiação óptica; 
Ex: uma lesão do lábio inferior do sulco calcarino direito resulta em quadrantanopsia homônima superior esquerda.