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Pediatria: Infecções Congênitas

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I n f e c ç õ e s 
C o n g ê n i t a s
T = Toxoplasmose
O = outras > Sífilis
R = Rubéola
C = Citomegalovírus
H = Herpes simples vírus
TORCH
> Infecção: ingestão de cistos do parasita,
presentes na carne animal, ou de oocistos
eliminados nas fezes de gatos, que podem estar
presentes em alimentos, água ou outros materiais
No Brasil, as taxas de
soroprevalência gestacional
situam‐-se entre 41,9 e 92%,
estando entre os países de
maior risco de
toxoplasmose congênita
anormalidades
liquóricas e cicatrizes de coriorretiniteO Toxoplasma gondii : Protozoário 
Afeta cerca de 1/3 da população mundial
A infecção aguda em imunocompetentes é
assintomática, mas pode atingir o feto quando a
mulher adquire na gravidez. 
Cerca de 40% das gestantes infectadas
transmitirão a doença para o feto se não forem
tratadas adequadamente, e o risco de
transmissão aumenta com o avanço da gravidez. 
O grau de comprometimento do concepto é
maior no início da gestação.
Risco de transmissão:
• primeiro trimestre: 15% – apresenta repercussões
graves no concepto, óbito fetal ou neonatal,
sequelas importantes;
• segundo trimestre: 25% – o recém-nascido
apresentará manifestações subclínicas;
• terceiro trimestre: 65% – com manifestações
subclínicas e mais raramente um quadro grave de
parasitemia.
• O risco aproxima-se de 100% se a infecção da
genitora ocorrer no último mês da gestação
QUADRO CLÍNICO
prematuridade
retardo do crescimento intrauterino
Cerca de 70% das crianças acometidas
são assintomáticas ao nascimento, no
entanto, têm elevadas frequências de:
coriorretinite
convulsão
micro ou hidrocefalia
calcificações cranianas
icterícia
anemia
hiperproteinorraquia
febre
hipotermia
 epatoesplenomegalia
icterícia
O quadro pode caracterizar-se por: 
vômitos
diarreia
linfoadenomegalia
pneumonite
apneia
taquipneia
diátese hemorrágic
rash cutâneo
catarata
glaucoma e microf
>> A tríade clássica com hidrocefalia, calcificações
cerebrais e coriorretinite não é comum. 
>> A forma subclínica é a mais comum, com história
materna, sorologia positiva no RN, alterações leves do
liquor e, posteriormente, surgimento de sequelas oculares
e neurológicas.
TOXOPLASMOSE
AGOSTO 2020PEDIATRIA //
>> As sequelas neurológicas mais encontradas são
hidrocefalia, microcefalia, retardo psicomotor,
convulsões, hipertonia muscular, hiper-reflexia
tendinosa e paralisias. 
>> Quanto às complicações oftalmológicas,
podem-se observar microftalmia, sinéquia de
globo ocular, estrabismo, nistagmo e catarata.
A ocorrência de sequelas tardias é frequente em
todas as formas clínicas da toxoplasmose não
tratada, podendo ser identificada até a segunda
década de vida em aproximadamente 85% dos
recém-nascidos com infecção assintomática.
As drogas mais usadas para o tratamento da
toxoplasmose são efetivas contra os trofozoítos
circulantes, mas não atingem os cistos que
permanecem nos tecidos. Portanto, eles podem
eclodir em qualquer situação de imunodepressão,
como doenças, adolescência ou a própria gestação
As drogas mais usadas: ESPIRAMICINA,
SULFADIAZINA e PIRIMETAMINA
*A espiramicina pode reduzir a transmissão
da mãe para o feto em até 60%, mas
quando a infecção fetal estiver
comprovada, é indicado o uso de
sulfadiazina e pirimetamina, que reduzem a
transmissão para o feto e a possibilidade de
comprometimento grave do recém-nascido
Se ocorrer neutropenia, aumenta-se o ácido
folínico para 10 mg diariamente; em
situações graves, com leucócitos abaixo de
500/mm3 , interrompe-se a pirimetamina.
Quando houver comprometimento do SNC
(proteína > 1 g/dL) e/ou ocular, associa-se ao
tratamento a prednisona – 0,5 mg/kg/dose,
a cada 12 horas, VO, por 4 semanas.
A sulfadiazina e a pirimetamina associadas ao
ácido folínico  são usadas por 6 meses, com
monitoração hematológica semanal e depois
mensal.
No segundo período (últimos 6 meses), a
sulfadiazina deve ser usada diariamente e a
pirimetamina em dias alternados (3
vezes/semana). 
Quando o quadro clínico já aparece ao
nascimento, as sequelas são mais frequentes e
graves, com retardo mental, convulsões,
espasticidade ou paralisia, dificuldade visual e
auditiva.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de toxoplasmose aguda ou congênita pode
ser comprovado por meio de testes sorológicos, e o
padrão-ouro é o teste do corante (dye test)
O acompanhamento sorológico rigoroso da gestante
suscetível parece ser a medida mais importante para a
prevenção e a detecção da infecção quando já ocorreu,
favorecendo a redução das chances de sequelas graves
na criança
# DETECÇÃO NA GESTAÇÃO:
- Teste de aglutinação
- ELISA IgM por captura
- IFI 
- ELISA IgG
- IgA sérica
- Teste de avidez IgG
- PCR
- Sabin Feldman 
- Líquor (citologia, bioquímica, avaliação
imunológica)
 
# DETECÇÃO NO RN:
- ELISA IgM por "captura"
- ISAGA
Diagnóstico por imagem é importante para detectar
envolvimento do SNC, por meio de radiografia de crânio,
ultrassonografia transfontanela e TC de crânio
TRATAMENTO
• sulfadiazina: 100 mg/kg/dia,
VO,12/12h
•pirimetamina: 2 mg/kg/dia, VO,
12/12h, por 2 dias, e posteriormente 1
mg/kg/dia, VO, em dose única diária;
• ácido folínico: 5 a 10 mg, 3
vezes/semana. Combate a ação
antifólica da pirimetamina. Manter
por 1 semana após a retirada da
pirimetamina.
O tratamento do recém-
nascido é feito com
sulfadiazina e pirimetamina
durante todo o primeiro ano
de vida, na tentativa de
impedir que as formas
trofozoíticas ainda
circulantes se encistem
AGOSTO 2020PEDIATRIA //
MANIFESTAÇÕES CLÍNICASSEGUIMENTO
No acompanhamento das crianças com suspeita de
toxoplasmose congênita, os títulos de IgG devem ser
solicitados a cada 2 ou 3 meses. 
As crianças infectadas apresentarão títulos de IgG
com 1 ano de vida ou aumentarão os títulos durante
esse período, confirmando o diagnóstico. 
Avaliações oftalmológicas devem ser repetidas a cada
3 meses, como também após o término do tratamento,
mantendo avaliações anuais no período escolar. 
A avaliação auditiva deve sempre ser realizada
PROGNÓSTICO
Embora a maioria das crianças infectadas seja
assintomática ao nascer, se não tratadas
adequadamente desenvolvem sequelas na infância ou
na vida adulta.
Os déficits de aprendizagem são mais descritos em
crianças com microcefalia, e não na presença de
calcificações. 
A coriorretinite resolve-se com tratamento e raramente
recidiva
PREVENÇÃO
O cuidado com as gestantes suscetíveis
(soronegativas) é muito importante na redução da
infecção congênita.
 Recomenda-se:
• não comer carne crua ou mal passada;
• ingerir frutas, legumes e verduras bem lavados e
descascados;
• evitar contato com fezes de gato;
• evitar manipular areia e terra ou utilizar luvas;
• lavar as mãos após manipular carne ou vegetais crus;
• evitar insetos na cozinha;
• consumir água filtrada ou fervida e leite
pasteurizado.
Treponema pallidum 
Via transplacentária.; LM não;
O treponema provoca um processo inflamatório,
comprometendo todos os órgãos do recém-nascido,
com lesões viscerais, ósseas, pele e mucosas, e
sistema nervoso central.
Estima-se que das gestações em mulheres com
sífilis em atividade, 25% resultem em óbito fetal e
25% em recém-nascidos de baixo peso ou com
infecção neonatal grave. 
A taxa de transmissão de gestantes não tratadas
para o feto é de 10% e pode ocorrer em qualquer
período da gestação
SÍFILIS
Ocorre em menores de 2 anos, resultante de
infecção ativa.
Prematuridade 
Baixo peso ao nascimento
Hepatomegalia com ou sem
esplenomegalia
Lesões cutâneas (pênfigo palmoplantar,
condiloma plano),
Periostite, osteíte ou osteocondrite, 
Pseudoparalisia dos membros
(pseudoparalisia de Parrot)
Sofrimento respiratório com ou sem
pneumonia
Rinite serossanguinolenta
Icterícia
Anemia 
Linfadenopatia generalizada
(principalmente epitroclear). 
Petéquias,
Púrpura
Fissura peribucal
Síndrome nefrótica
Hidropsia
Edema
Convulsão 
Meningoencefalite
(hiperproteinorraquia, pleiocitose,
VDRL positivo no LCR)
Hidrocefalia
Paralisia de pares cranianos 
Coriorretinite (lesão em “sal e
pimenta”)
Glaucoma e catarata.
Alterações laboratoriais:anemia,
trombocitopenia, leucocitose (podem
ocorrer reação leucemoide, linfocitose e
monocitose) ou leucopenia e
hiperbilirrubinemia
Tíbia em “lâmina de sabre”
Articulações de Clutton,
Fronte “olímpica”
Nariz “em sela”
Dentes incisivos medianos superiores
deformados (dentes de Hutchinson)
Sífilis congênita precoce
Sífilis congênita tardia
Muito sensíveis e pouco específicos
Indicados para diagnóstico inicial e seguimento
terapêutico, por serem passíveis de titulação. 
Devem ser realizados no sangue do RN, e não no
sangue do cordão umbilical. 
Recém-nascidos de mães com sífilis, mesmo os
não infectados, podem apresentar anticorpos
maternos transferidos através da placenta. 
Positivo: se título 4 vezes maior do que o título na
amostra materna (confirmado em uma segunda
coleta na criança), mas a ausência dessa
diferença de títulos não exclui a sífilis congênita.
Recém-nascidos com testes não treponêmicos
(VDRL,RPR ou TRUST) não reagentes, sem outras
evidências de sífilis congênita, mas com suspeita
epidemiológica, devem repetir os testes no
primeiro mês de vida, em razão da possibilidade
de soroconversão tardia. 
Na dúvida ou impossibilidade de seguimento,
devem ser adequadamente tratados.
Qualitativos 
Detecção de anticorpos antitreponêmicos, 
Altamente específicos e pouco sensíveis: úteis para
confirmação do diagnóstico. 
Em crianças maiores de 18 meses, um resultado
reagente de teste treponêmico confirma a infecção,
pois os anticorpos maternos transferidos passivamente
já terão desaparecido da circulação sanguínea da
criança.
No recém-nascido, o teste treponêmico IgM confirma o
diagnóstico, mas tem baixa sensibilidade (FTA-Abs tem
64% sensibilidade).
A investigação complementar deve incluir
hemograma, função hepática, eletrólitos, punção
liquórica (células, proteínas, testes não
treponêmicos), radiografia de ossos longos,
avaliação oftalmológica, audiológica e
neurológica.
AGOSTO 2020PEDIATRIA //
Testes não treponêmicos (VDRL, RPR ou TRUST)
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
# PADRÃO OURO: IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE
ETIOLÓGICO
- Pesquisa direta: Pesquisa do Treponema pallidum,
em campo escuro, em material coletado de lesão
cutâneo-mucosa e de mucosa
Testes treponêmicos 
A
DIAGNÓSTICO 
Sífilis congênita confirmada
Quando isolado o T. pallidum em material
de lesão
B Sífilis congênita provável
B.1 Recém-nascido, mesmo sem evidência clínica e
laboratorial, cuja mãe é soropositiva para sífilis
(teste não treponêmico positivo em qualquer
titulação) e inadequadamente tratada:
• não recebeu tratamento para sífilis
durante a gestação;
• recebeu tratamento incompleto com
penicilina durante a gestação;
• recebeu tratamento para sífilis com
penicilina nos últimos 30 dias antes do
parto;
• foi tratada com outras drogas que não a
penicilina, durante a gestação;
• foi adequadamente tratada para sífilis,
mas o parceiro não foi tratado ou foi
tratado de forma inadequada ou a
informação não está disponível;
• foi adequadamente tratada para sífilis
durante a gestação, mas não apresentou
resposta sorológica documentada (queda
no título do teste não treponêmico –
VDRL/RPR);
• foi adequadamente tratada antes da
gestação, mas não teve acompanhamento
sorológico suficiente para descartar a
presença de infecção ativa durante a
gestação (queda de 4 vezes nos títulos do
VDRL/RPR para mulheres portadoras de
sífilis primária e secundária e títulos
estáveis ou decrescentes, inferiores ou
iguais a 1:4, para as outras fases da sífilis)
B.2 RN com teste não treponêmico positivo e
uma ou mais alterações:
• qualquer evidência clínica de sífilis
congênita;
• qualquer manifestação radiológica
de sífilis congênita;
• VDRL positivo no liquor;
• liquor com aumento de celularidade
ou de proteínas, sem outra causa
aparente;
AGOSTO 2020PEDIATRIA //
Materno
>>> tratar com penicilina cristalina, por via endovenosa
(EV) por 10 dias, na dose de 50.000 UI/kg/dose a cada 12
horas na primeira semana de vida e a cada 8 horas após a
primeira semana ou com penicilina procaína 50.000
UI/kg/dose a cada 24 horas, por via IM por 10 dias
SE houver alteração liquórica ou se não for possível
colher o LCR >>> empregar a penicilina cristalina EV
por 10 dias, na dose de 50.000UI/kg/dose a cada 12
horas na primeira semana de vida e a cada 8 horas
após a primeira semana. 
A penicilina procaína não é indicada na
possibilidade de neurossífilis;
SE o recém-nascido for VDRL negativo, sem alterações
clínicas, radiológicas, hematológicas ou liquóricas >>>
aplicar penicilina benzatina na dose única de 50.000
UI/kg IM. 
O acompanhamento é obrigatório, incluindo VDRL
sérico seriado. 
Sendo impossível garantir o acompanhamento,
tratar com penicilina cristalina ou procaína nas
doses recomendadas por 10 dias
a realização do exame liquórico é obrigatória
diante de qualquer caso suspeito de sífilis
congênita. 
Os seguintes critérios têm sido adotados, no
período neonatal, para o diagnóstico do
acometimento do sistema nervoso central:
• neurossífilis confirmada: VDRL do liquor é
positivo;
• neurossífilis possível: existem alterações
na celularidade e/ou no perfil bioquímico,
acompanhadas de VDRL sérico positivo,
independentemente do VDRL do liquor, ou
não foi possível a realização de exame
liquórico em qualquer recém-nascido com
diagnóstico de sífilis congênita confirmada
ou provável.
• título do teste não treponêmico
(VDRL/RPR) no recém-nascido, 4 vezes
superior ao materno;
• sorologia para sífilis ainda positiva após o
6º mês de vida ou VDRL que se mantém ou
aumenta nos três primeiros meses de vida;
• testes treponêmicos para detecção de
IgM (FTA-Abs IgM 19S ou ELISA IgM ou
Imunoblot IgM) positivos no soro do recém-
nascido;
• PCR para o antígeno 47 kDa positivo em
soro/sangue e/ou LCR do recém-nascido
C NEUROSSÍFILIS
TRATAMENTO
A droga de escolha é a penicilina benzatina,
2.400.000 UI, IM, semanalmente, por 3 semanas
seguidas, com tratamento também do parceiro
Neonatal
A penicilina cristalina e a procaína têm sido as drogas
de escolha; a penicilina benzatina tem pouca
penetração liquórica
Nos recém-nascidos de mães com sífilis
inadequadamente tratada
SE o recém-nascido apresentar VDRL positivo
(qualquer titulação) e/ou existirem alterações
clínicas e/ou radiológicas e/ou hematológicas,
mas sem comprometimento neurológico >>>
Nos recém-nascidos de mães com sífilis
adequadamente tratada
SE o recém-nascido apresentar VDRL positivo, com
título superior ao materno, procurar alterações
clínicas, radiológicas, hematológicas e/ou
liquóricas >>> Se não houver alterações no LCR,
tratar com penicilina cristalina EV por 10 dias, na
dose de 50.000 UI/kg/dose a cada 12 horas na
primeira semana de vida e a cada 8 horas após a
primeira semana, ou com penicilina procaína
50.000 UI/kg/dose a cada 24 horas IM, por 10
dias;
SE o liquor estiver alterado >>> usar apenas a
penicilina cristalina nas doses anteriores, EV, por 10
dias. 
SE o recém-nascido for assintomático e apresentar
VDRL com titulação igual ou inferior à materna ou
VDRL negativo >>>  fazer apenas o seguimento
ambulatorial
SE impossibilidade de garantir o seguimento
ambulatorial >>> penicilina benzatina na dose
única de 50.000 UI/kg IM.
Manter o tto por 10 dias. Em caso da
interrupção do esquema terapêutico por
período superior a 24 horas, há necessidade
de reiniciar o esquema
AGOSTO 2020PEDIATRIA //
infecção congênita da rubéola: engloba
todos os eventos associados à infecção
intrauterina pelo vírus da rubéola (abortos,
natimortos, combinação de defeitos e
também a infecção assintomática);
síndrome da rubéola congênita (SRC):
refere-se à variedade de defeitos presentes
em neonatos filhos de mães que
apresentaram infecção pelo vírus da
rubéola durante a gestação (deficiência
auditiva, catarata, defeitos cardíacos, etc.).
# 2 FORMAS:
Avaliação mensal até o 6º mês de
vida e bimestral até 12º mês.
VDRL com 1, 3, 6, 12 e 18 meses de
idade, interrompendo o seguimento
com dois exames negativos não
consecutivos
Não há necessidade de isolar os recém-nascidos
portadores de sífilis congênita.- Passadas as primeiras 24 horas após o início
da antibioticoterapia, o risco de transmissão da
doença é mínimo. 
- A negativação do VDRL ocorre após 12 a 15
meses do tratamento. 
- Nenhum recém-nascido deve ter alta hospitalar
até que a sorologia materna seja conhecida. 
- Doença de notificação compulsória
SEGUIMENTO
Por causa do risco de
reativação da doença em
14% dos casos,
recomenda-se o
seguimento clínico
ambulatorial e
laboratorial da sífilis
congênita
Diante de elevação do título sorológico ou não
negativação até os 18 meses de idade, reinvestigar
a criança e proceder ao tratamento.
Realizar teste treponêmico para sífilis após 18
meses de idade.
Seguimento oftalmológico, neurológico e
audiológico semestralmente, por 2 anos.
Em caso de neurossífilis, reavaliação liquórica a
cada 6 meses, até a normalização.
O teste da orelhinha normal não afasta a
necessidade de exames específicos para avaliar a
surdez.
Nos casos de crianças tratadas de forma
inadequada, deve-se proceder à reavaliação
clinicolaboratorial e reiniciar o tratamento da
criança.
Após os 18 meses, os testes treponêmicos devem
ser não reagentes nos casos de tratamento no
período neonatal, uma vez que não haveria tempo
para formação de anticorpos específicos pela
criança. Em casos tratados após os 12 meses de
vida, anticorpos detectados nos testes
treponêmicos podem representar cicatriz
imunológica e o controle de cura será feito pelo
VDRL
PREVENÇÃO
Tratamento adequado da gestante com sífilis e de seu
parceiro
Vírus RNA do gênero Rubivirus e família
Togaviridae
A transmissão materno-fetal do vírus da rubéola
ocorre via placenta, cerca de 5 a 7 dias após a
inoculação materna. 
O risco de ocorrer essa transmissão é maior nas
primeiras 10 semanas de gestação. 
Entretanto, o risco de ocorrer malformações
prolonga-se até a 18ª a 20ª semana. Após esse
tempo, os defeitos congênitos são raros.
RUBÉOLA
QUADRO CLÍNICO
Predominam manifestações de infecção crônica, como:
- morte fetal
- parto prematuro e
- defeitos congênitos clássicos da SRC (perda auditiva,
catarata e cardiopatia congênita). 
Outros achados podem ser encontrados no período
neonatal: 
- meningoencefalite,
- pneumonia intersticial
 -lesões osteolíticas
- retinopatia
- glaucoma
- hepatomegalia
- Icterícia
- petéquias
- adenopatia
- anemia hemolítica
- trombocitopenia.
> A incidência de defeitos anatômicos é maior nos recém-
nascidos de mães infectadas no primeiro trimestre da
gestação.
> Crescimento intrauterino retardado pode ser a única
sequela quando a infecção materna ocorrer no terceiro
trimestre da gestação
AGOSTO 2020PEDIATRIA //
# Não existe tratamento específico
• perda auditiva: encaminhar para o
otorrinolaringologista;
• catarata: encaminhar para o oftalmologista;
• pneumonia intersticial: pode ser necessário o
uso de ventilação mecânica em UTI neonatal;
• cardiopatia congênita: encaminhar para o
cardiologista;
• meningoencefalite: tratamento de suporte
para a estabilização hemodinâmica e controle
das convulsões
Neonatos portadores de meningoencefalite,
cardiopatias congênitas e pneumonia intersticial
possuem risco de mortalidade maior quando
comparados àqueles com manifestações de menor
gravidade, como catarata e perda auditiva.
Risco de mortalidade: 20%;
A infecção congênita da rubéola deve ser suspeitada em:
• todos os recém-nascidos de mãe com rubéola
documentada ou mesmo suspeitada em qualquer
tempo da gestação. O uso de imunoglobulina para
tratamento da rubéola materna não garante proteção
contra a infecção do feto;
• todos os recém-nascidos com crescimento
intrauterino retardado ou portadores de manifestações
clínicas compatíveis com a SRC;
• todos os recém-nascidos que apresentem alterações
significativas no teste de triagem auditiva
• Sorologia: 
a pesquisa de anticorpos IgM e IgG nos recém-
nascidos e nas crianças suspeitas deve ser realizada o
mais brevemente possível e antes de completarem 1
ano de idade, uma vez que os níveis desses anticorpos
tendem a diminuir ao longo do tempo. 
- A detecção de IgM no sangue do cordão umbilical:: 
 indica infecção recente pelo vírus da rubéola.
- Níveis de IgG mais elevados que o materno ou
persistentemente altos:: confirmam infecção congênita
pelo vírus da rubéola. 
Os anticorpos IgG maternos possuem vida média de 30
dias e decrescem de 4 a 8 vezes nos primeiros 3 meses
de vida, devendo desaparecer entre 6 e 12 meses de
idade;
• PCR: 
Pode ser pesquisado em vários líquidos orgânicos,
como secreções da orofaringe, respiratórias, líquido
amniótico, urina e liquor;
• Isolamento viral: 
A partir de secreções da orofaringe ou ser cultivado
em amostras de sangue periférico, placenta, urina e
liquor
>> Vacinação: única forma de prevenir a rubéola.
Recomenda-se que todas as mulheres em idade fértil ou
que pretendam engravidar façam uso da vacina;
MANIFESTAÇÕES PRECOCES
• Perda auditiva: aproximadamente 2/3 dos
neonatos apresentam algum grau de perda
auditiva bilateral;
• cardiopatias congênitas: cerca de 50%
apresentam algum tipo de defeito cardíaco
estrutural, sendo mais comuns a persistência do
canal arterial e a estenose de ramos da artéria
pulmonar;
• catarata: ocorre em 25% dos casos;
• microcefalia: ocorre em 27% dos casos
MANIFESTAÇÕES TARDIAS
• Perda auditiva: a mais comum, ocorrendo em
80% dos pacientes. Usualmente é neurossensorial,
bilateral, e a severidade varia de moderada a grave,
com progressão ao longo do tempo;
• distúrbios endócrinos: cerca de 1% dos casos
desenvolve diabete melito na infância e
adolescência e 5% apresentam patologias da
tireoide;
• panencefalite: ocorre a partir da 2ª década de
vida, sendo progressiva e fatal.
DIAGNÓSTICO
AVALIAÇÃO GERAL
Hemograma completo
Testes de função hepática
Radiografia de ossos longos
Fundoscopia
Audiometria
Neuroimagem (ultrassonografia de crânio, TC
de crânio)
Estudo do liquor
Ecocardiograma (em recém-nascidos que
apresentem alterações na ausculta cardíaca).
AVALIAÇÃO ESPECÍFICA
TRATAMENTO
PROGNÓSTICO
PREVENÇÃO
AGOSTO 2020PEDIATRIA //
Família Herpesviridae.
Infecta o ser humano através de inoculação oral,
genital, mucosa conjuntival ou pele com solução
de continuidade. 
Daí infecta os nervos terminais de onde é
transportado, via axônios, até as raízes
ganglionares dorsais, onde permanece latente
durante toda a vida do hospedeiro. 
No estado de latência, esses vírus não são
suscetíveis às drogas antivirais.
Dois tipos de HSV de interesse humano são
descritos: HSV1 e HSV2
HERPES SIMPLES
hemograma
completo, transaminases
bilirrubinas,
ureia e creatinina
amônia
PCR para HSV DNA no sangue
liquor com PCR para HSV DNA
swab das lesões de pele e mucosas para
identificação do HSV por imunofluorescência
direta e cultura viral
# Testes laboratoriais:
# MODOS DE TRANSMISSÃO DA INFECÇÃO:
• intrauterina: muito rara. Ocorre por meio de viremia
materna ou infecção ascendente do trato genital,
mesmo com membranas íntegras;
• perinatal: responde por 85% do total. Ocorre por meio
do contato do recém-nascido com o trato genital
materno infectado, com lesões ou não;
• pós-natal: cerca de 10% das infecções; ocorre quando
um cuidador com infecção ativa (p.ex., herpes labial)
tem contato próximo com um recém-nascido
>> isolamento: gestantes devem ser afastadas de
pessoas com suspeita de rubéola. Na ocorrência de
contato com caso confirmado, devem ser avaliadas
sorologicamente e acompanhadas
# Infecção intrauterina
QUADRO CLÍNICO
Na infecção transmitida por viremia materna
predominam sinais de infecção placentária, como:
infarto
necrose
calcificações
sinais de envolvimento fetal grave como
hidropsia
A morte do concepto geralmente ocorre.
Os sobreviventes exibem lesões de pele (vesículas,
ulcerações ou cicatrizes), lesões oculares e graves
anomalias do SNC, como microcefalia e
hidranencefalia.
# Infecção perinatal
Doença localizada na pele, olhos e boca:
sintomas presentes nas 2 primeiras semanas de
vida
vesículas agrupadas sob uma base eritematosa
que podem estar localizadas ou disseminadas
A presença de hiperemiaconjuntival, associada a
lacrimejamento intenso, chama a atenção para o
diagnóstico. 
Vesículas na região periorbital, ceratite e
coriorretinite também podem fazer parte do
quadro. 
O acometimento da orofaringe caracteriza-se pela
presença de úlceras na boca, palato e língua
Doenças do SNC
sintomas iniciam-se em torno da segunda ou
terceira semana de vida. 
Cerca de 60 a 70% dos recém-nas‑cidos com
lesões na pele apresentam envolvimento do
SNC.
As manifestações clínicas incluem:
 convulsões, letargia, irritabilidade, tremores,
recusa alimentar, instabilidade térmica e
fontanela anterior tensa. O liquor apresenta
pleiocitose à custa de células mononucleares,
glicose relativamente baixa e proteína
moderadamente elevada. O
eletroencefalograma (EEG) apresenta
alterações precoces, como descargas
epileptiformes focais ou multifocais;
Doença disseminada
ocorre em 25% dos casos. 
Envolve múltiplos órgãos, como fígado, pulmões,
adrenais, SNV, pele, olhos e boca. 
Manifestações clínicas: 
febre ou hipotermia, apneia, letargia,
irritabilidade,desconforto respiratório, distensão
abdominal. 
Com a progressão da doença: 
hepatite, ascite, icterícia,neutropenia,
trombocitopenia, coagulação intravascular
disseminada, derrame pleural, enterocolite
necrotizante,convulsões e choque. 
A mortalidade ultrapassa 80% nessa forma de
doença
DIAGNÓSTICO
AGOSTO 2020PEDIATRIA //
A detecção do HSV DNA pela PCR tem sido o método de
escolha para o diagnóstico de infecção pelo vírus HSV por
causa de sua alta sensibilidade. 
Entretanto, resultados falso‑negativos podem ocorrer
principalmente no liquor, quando existir grande
quantidade de hemácias ou proteína elevada. 
A imunofluorescência direta é um método que permite
rápida identificação do antígeno viral, além de identificar
o tipo (HSV1 ou HSV2). 
Os testes sorológicos normalmente não ajudam no
diagnóstico da infecção neonatal, mas podem ser
usados no pré-natal, como método de prevenção da
infecção congênita
Aciclovir, EV, na dose de 60 mg/kg/dia, dividido em 3
doses diárias, a cada 8 horas.
O tempo de terapia antiviral depende do tipo de
infecção. 
Na doença localizada na pele, olhos e boca, o tempo
mínimo é de 14 dias. Na doença de envolvimento
sistêmico ou que atinge o SNC, o tratamento mínimo é
de 21 dias. 
ALTERNATIVA: Ganciclovir na dose de 6 mg/kg/dose a
cada 12 horas
US FETAL: pode ser útil ao demonstrar as lesões no
cérebro fetal
RM: melhor sensibilidade que a TC, principalmente
no acompanhamento de lesões cerebrais.
Radiografia de tórax: útil para demonstrar
pneumonite intersticial
US abdominal: pode mostrar o envolvimento do
fígado, rins e ascite
Avaliação por bioimagem
TRATAMENTO
PROGNÓSTICO
PREVENÇÃO
• gestantes com infecção ativa devem ser
mantidas sob precauções de contato, e o parto
cesariano deve ser indicado até 4 horas após o
rompimento das membranas;
• recém-nascidos internados com infecção
ativa devem ser mantidos em isolamento de
contato, no mesmo quarto que as mães;
• recém-nascidos cujas genitoras apresentem
lesões herpéticas na mama não devem ser
amamentados na mama afetada e as lesões
devem ser cobertas para evitar a
contaminação;
• parentes e outros indivíduos portadores de
lesões herpéticas (herpes labial,
gengivoestomatite) não devem entrar em
contato com o recém-nascido;
• o risco de transmissão é maior em recém-
nascidos de parto vaginal, com mais de 4 horas
de ruptura das membranas;
• o risco de transmissão é baixo (menor que 2%)
em recém-nascidos de mães com infecção
recorrente;
• ainda não existem vacinas licenciadas e
efetivas contra os vírus HSV1 e HSV2
Depende do tipo de apresentação clínica:
• na doença disseminada, a mortalidade dentro de 1
ano é de 29%, e cerca de 80% dos sobreviventes
podem apresentar exame neurológico normal;
• na doença do SNC, a mortalidade dentro de 1 ano é
em torno de 4%, porém somente 30% dos
sobreviventes apresentam exame neurológico normal;
• na doença da pele, olhos e boca, a mortalidade é
rara, e menos de 2% dos que receberam tratamento
com aciclovir apresentam retardo no desenvolvimento
neuropsicomotor

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