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Distrofia Muscular de Duchenne

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DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE 
O QUE É A DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE E 
QUAIS SÃO AS ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS 
PROVOCADAS POR ELA? 
As distrofinopatias são a forma mais comum de distrofia 
muscular. A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é uma 
das manifestações patológicas mais importantes ligadas a 
mutações no gene da distrofina. 
• A distrofia muscular de Duchenne tem incidência de 
cerca de um por 3.500 nascidos vivos do sexo 
masculino e segue um curso fatal inexorável. 
A DMD se torna clinicamente evidente por volta dos cinco 
anos de idade; a maioria dos pacientes está ligada a uma 
cadeira de rodas à época da adolescência e morre de sua 
doença por volta do início da vida adulta. 
 
PATOGENIA 
Tanto a DMD como a DMB são causadas por mutações no 
gene da distrofina localizado no braço curto do cromossoma 
X (Xp21), relacionadas à perda de função. 
QUAL A FUNÇÃO DA PROTEÍNA DISTROFINA? 
A distrofina é uma proteína muito grande (peso molecular 
de 427 kD) encontrada nos tecidos musculares estriados 
esquelético e cardíaco, encéfalo e nervos; é parte do 
complexo distrofina-glicoproteína 
• Esse complexo estabiliza a célula muscular durante 
a contração e pode estar envolvido na sinalização 
celular através de interações com outras proteínas. 
Defeitos no complexo distrofina-glicoproteína são 
considerados como tornando as células musculares 
vulneráveis a lacerações transitórias da membrana 
plasmática durante a contração, as quais levam a um influxo 
de cálcio e podem também prejudicar a sinalização celular. 
• O resultado é a degeneração das fibras musculares 
que, com o tempo, ultrapassa a capacidade de 
reparo. 
O complexo distrofina-glicoproteína também é importante 
para a função da musculatura cardíaca; isso explica por que 
uma miocardiopatia finalmente se desenvolve em muitos 
pacientes. 
O gene da distrofina abrange aproximadamente 2,4 
megabases (cerca de 1% do cromossoma X), tornando-o um 
dos maiores genes humanos. Seu enorme tamanho pode 
explicar em parte sua vulnerabilidade a mutações 
esporádicas que prejudicam a produção de distrofina. 
• As mutações mais comuns são deleções, seguidas 
por mutações por deslocamento e mutações 
pontuais. 
• Espécimes de biópsia de músculos de pacientes 
com DMD mostram completa ausência de 
distrofina, enquanto pacientes com DMB têm 
mutações que permitem que alguma distrofina 
(ainda que frequentemente de forma defeituosa) 
seja produzida; desse modo, a severidade da 
doença se correlaciona com o grau de deficiência de 
distrofina. 
 
Figura 21-5 Distrofia muscular de Duchenne. Imagens histológicas de espécimes de 
biópsia de dois irmãos. A e B, Espécimes de um menino de três anos de idade. C, 
Espécime de seu irmão, de nove anos de idade. Conforme visto em A, em uma idade 
mais jovem a arquitetura dos fascículos musculares é mantida, mas as fibras 
musculares mostram variação de tamanho. Além disso, há um agregado de fibras 
musculares basófilas em regeneração (lado esquerdo) e uma leve fibrose do endomísio, 
vista como áreas de tecido conjuntivo focais em tonalidade rosada por entre as fibras 
musculares. Em B, a coloração imuno-histoquímica mostra completa ausência de 
distrofina associada à membrana plasmática, vista como coloração castanha no tecido 
muscular normal (detalhe). Em C, a biópsia do irmão mais velho ilustra a progressão 
da doença, a qual é marcada pela extensa variação no tamanho das fibras musculares, 
substituição por tecido adiposo e fibrose endomisial. 
 
 
ASPECTOS CLÍNICOS 
Frequentemente, os primeiros sintomas da DMD são 
descoordenação motora e incapacidade de se manter de pé 
devido à fraqueza muscular. 
• A fraqueza tipicamente se inicia na cintura pélvica e 
a seguir envolve a cintura escapular. 
• O aumento de tamanho dos músculos da 
panturrilha, denominado pseudo-hipertrofia, é um 
importante achado físico inicial. 
o A maior parte do músculo aumentado 
inicialmente se origina a partir da 
hipertrofia das fibras musculares, mas, à 
medida que as fibras musculares 
progressivamente degeneram, uma parte 
do músculo em crescimento é substituída 
por tecido adiposo e fibrose endomisial. 
• A lesão e a fibrose no músculo cardíaco podem 
levar à insuficiência cardíaca e a arritmias, as quais 
podem se comprovar fatais. 
Embora nenhuma anormalidade estrutural no sistema 
nervoso central tenha sido descrita, o prejuízo cognitivo é às 
vezes também visto e pode ser severo o suficiente para se 
manifestar como retardo mental. 
Devido à progressiva degeneração muscular, altos níveis 
séricos de creatina-quinase estão presentes ao nascimento 
e persistem ao longo da primeira década de vida, mas caem 
à medida que a massa muscular é perdida durante a 
progressão da doença. A morte resulta de insuficiência 
respiratória, pneumonia e descompensação cardíaca. 
QUAIS SÃO OS TRATAMENTOS PARA A DMD? 
Não há cura para a DMD e os tratamentos, portanto, são 
paliativos. Fisioterapia, reabilitação muscular e terapia 
ocupacional são possibilidades para os portadores desse tipo 
de distrofia muscular. Além disso, tem sido levantada a 
possibilidade de tratar a DMD com células tronco, a fim de 
substituir os tecidos afetados.

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