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Tecido Ósseo CARACTERÍSTICAS: • é um tecido conjuntivo especializado; • é formado por células e matriz extracelular calcificada – matriz óssea; • é duro, porém dinâmico (altera o seu formato de acordo com o tipo de pressão, choque ou estresse mecânico sofrido por ele); OSSOS: • revestimento interno: endósteo; • revestimento externo: periósteo; • depósito de minerais (cálcio – 99% e fosfato); • capacidade de absorver toxinas e metais pesados, o que minimiza efeitos adversos em outros tecidos do corpo humano; FUNÇÕES: ✔ componente principal do esqueleto; ✔ suporte e sustentação de tecidos moles; ✔ proteção de órgãos vitais (coração, pulmão e cérebro); ✔ hospeda e protege a medula óssea – responsável por formar células do sangue (órgão hematopoiético); ✔ proporciona apoio aos músculos esqueléticos – transforma suas contrações em movimentos úteis; ✔ constitui sistema de alavancas que amplia as forças geradas na contração muscular; TÉCNICAS DE ESTUDO: Critério: a matriz mineralizada torna o tecido ósseo difícil de ser cortado no micrótomo (cortes microscópicos); ① obtenção de fatias finas de tecido ósseo por desgaste: - não preserva as células do tecido ósseo; - possibilita estudo minucioso da matriz + lacunas + canalículos; ② descalcificação do tecido ósseo - preserva as células do tecido ósseo; - ocorre a remoção da parte mineral da matriz, a qual é realizada em solução ácida diluída (por exemplo ácido nítrico a 5%) ou em solução que tenha substância quelante (por exemplo sal sódico do ácido etileno- diamino-tetracético, ou EDTA); CÉLULAS TECIDO ÓSSEO: ☑ Osteócitos ➜ são células ósseas maduras e são derivados dos osteoblastos; ➜ localizam-se no interior da matriz óssea calcificada e ocupam lacunas (dentro de cada lacuna há apenas 1 osteócito) das quais partem os canalículos; ➜ dentro dos canalículos, os prolongamentos dos osteócitos estabelecem contato por meio de junções comunicantes, local onde passa pequenas moléculas e íons de um osteócito para outro; Nota 1: os canalículos possuem fluido extracelular, o qual transporta nutrientes e metabólitos, fornecendo nutrição aos osteócitos; ➜ possuem a função de manutenção da matriz óssea; Nota 2: são essenciais na função de mecanotransdução, na qual os osteócitos respondem a estímulos que exercem tensão sobre o tecido ósseo liberando monofosfato cíclico de adenosina (AMPc), osteocalcina e fator de crescimento semelhante à insulina; a liberação destes fatores facilita o recrutamento de pré- osteoblastos para auxiliar na remodelação do esqueleto (acrescentando mais tecido ósseo) não somente durante o crescimento e desenvolvimento, mas também durante a redistribuição de longo termo das forças que agem sobre o esqueleto; ➜ a morte dos osteócitos promove a reabsorção da matriz óssea; Nota 3: O espaço entre a membrana plasmática do osteócito e as paredes das lacunas e dos canalículos é denominado espaço periosteocítico, e é ocupado por fluido extracelular; ☑ Osteoblastos ➜ são derivados de células osteoprogenitoras; ➜ possuem a função de síntese do componente orgânico (colágeno tipo I, proteoglicanos e glicoproteínas) da matriz óssea, além de sintetizar também osteonectina (facilita a deposição de cálcio) e osteocalcina (parte produzida é transportada pelo sangue; estimula a atividade dos osteoblastos – mineralização óssea); ➜ possuem a capacidade de concentrar fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz óssea; ➜ localizam-se sempre nas superfícies da matriz óssea; ➜ aprisionado pela matriz recém- sintetizada, o osteoblasto passa a ser chamado de osteócito; a matriz se deposita ao redor do corpo da célula e de seus prolongamentos, formando assim as lacunas e os canalículos; ➜ a matriz óssea recém-formada, adjacente aos osteoblastos ativos e que ainda não está calcificada, recebe o nome de osteóide; Nota 1: quando os osteoblastos da superfície deixam de produzir matriz, eles revertem para um estado de quiescência e são denominados células do revestimento ósseo; apesar de estas células parecerem semelhantes às células osteoprogenitoras, provavelmente são incapazes de se dividir; porém, com o estímulo adequado, elas podem ser reativadas para a forma secretante; Nota 2: os osteoblastos possuem várias moléculas específicas em sua membrana plasmática, das quais as mais significativas são as integrinas e os receptores para o paratormônio (hormônio das paratireoides); Nota 3: os osteoblastos secretam um fator estimulante de osteoclastos; os osteoblastos também secretam enzimas responsáveis pela remoção da osteóide para que os osteoclastos possam entrar em contato com a superfície óssea mineralizada; ☑ Osteoclastos ➜ são células móveis e multinucleadas; ➜ são derivadas de precursores, os quais se originam da medula óssea; ➜ desempenham papel de reabsorção óssea; ➜ sofrem apoptose após desempenharem sua função; ➜ fazem parte do sistema mononuclear fagocitário - possuem um precursor na medula óssea em comum com os monócitos; ➜ nas áreas de reabsorção de tecido ósseo encontram-se porções dilatadas dos osteoclastos, colocadas em depressões da matriz escavadas pela atividade dos osteoclastos, conhecidas como lacunas de Howship; ➜ MECANISMO DE REABSORÇÃO ÓSSEA: - dentro dos osteoclastos, a enzima anidrase carbônica catalisa a formação intracelular de ácido carbônico (H2CO3) a partir de dióxido de carbono e água; dentro da célula, o ácido carbônico se dissocia em íons H+ e íons bicarbonato, HCO3-; os íons bicarbonato, acompanhados por íons Na+, cruzam a membrana plasmática da borda pregueada e penetram em capilares próximos; bombas de prótons da membrana plasmática da borda pregueada dos osteoclastos transportam ativamente íons H+ para o compartimento subosteoclástico, reduzindo o pH do microambiente (íons Cl- acompanham passivamente); o componente inorgânico da matriz é dissolvido quando o ambiente se torna ácido, ou seja, ocorre dissolução dos cristais de hidroxiapatita; os minerais liberados vão para o citoplasma do osteoclasto, de onde seguem para os capilares mais próximos; ➜ CONTROLE HORMONAL DE REABSORÇÃO ÓSSEA: - a atividade de reabsorção óssea dos osteoclastos é regulada por dois hormônios, o paratormônio e a calcitonina, produzidos pelas paratireoides e pela tireoide, respectivamente; Osteoclastos (Setas) + Matriz Óssea ☑ Células Osteoprogenitoras ➜ originam-se de células mesenquimais embrionárias; ➜ localizam-se na camada interna do periósteo e no endósteo; ➜ são células mais ativas durante o período de crescimento ósseo intenso; ➜ sofrem divisões mitóticas e podem se diferenciar em osteoblastos ou em células condrogênicas; MATRIZ ÓSSEA: ① → os íons presentes são o cálcio e o fosfato; → fósforo e cálcio formam cristais de hidroxiapatita; ② → é formada por fibras colágenas (95%); o principal componente é o colágeno tipo I; → há a presença de proteoglicanos e glicoproteínas (podem participar da mineralização da matriz óssea) também; Importante!!!!! A associação de hidroxiapatita a fibras colágenas é responsável pela rigidez e resistência do tecido ósseo!!!!!!!! Nota: após a remoção do cálcio, os ossos mantêm sua forma intacta, porém tornam-se tão flexíveis quanto os tendões; PERIÓSTEO E ENDÓSTEO: → a superfície externa e interna do osso é recoberta por tecido conjuntivo e células osteogênicas, os quais formam o periósteo e o endósteo, respectivamente; → o periósteo é um tecido conjuntivo denso não modelado, rico em fibras colágenas e não mineralizado; → a camada externa do periósteo contém fibras colágenas e fibroblastos– distribui suprimento vascular e nervoso para o osso; a camada interna do periósteo possui células osteoprogenitoras e osteoblastos; → não há periósteo nas superfícies ósseas cobertas por cartilagem articular; → as Fibras de Sharpey são feixes de fibras colágenas do periósteo que penetram o tecido ósseo e prendem com firmeza o periósteo ao osso, exceto onde há tendão e músculo; MACROSCOPIA DO OSSO: → há 02 tipos de estrutura óssea: ① TECIDO ÓSSEO COMPACTO: ✔ porção densa da superfície externa; ② TECIDO ÓSSEO ESPONJOSO: ✔ porção porosa que reveste a cavidade medular; ✔ possui trabéculas ósseas ramificadas e espículas, as quais se projetam da superfície interna do tecido ósseo compacto para a cavidade medular; ✔ possui arranjos regulares de lamelas, as quais contém lacunas que abrigam os osteócitos – nutridos por difusão das cavidades medulares entre as trabéculas (são preenchidas por medula óssea); MEDULA ÓSSEA: → vermelha: formam-se os elementos figurados do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas); → amarela: constituída por tecido adiposo unilocular (gordura); Nota 1: a superfície da extremidade articular é coberta por uma camada delgada de tecido ósseo compacto, sobrejacente ao osso esponjoso; em cima desta camada fica a cartilagem hialina articular, altamente polida, a qual reduz a fricção ao movimentar-se contra a cartilagem articular da contraparte óssea da articulação; Nota 2: a área de transição entre o disco epifisário e a diáfise é denominada metáfise, onde ficam localizadas colunas de tecido ósseo esponjoso; TIPOS DE TECIDO ÓSSEO: ➜ é o primeiro tecido ósseo a se formar durante o desenvolvimento fetal e durante a reparação óssea (fraturas), e devido a isso é denominado de imaturo; ➜ é rico em osteócitos e feixes de fibras colágenas, os quais constituirão o tecido ósseo secundário; ➜ possui baixo teor mineral; Tecido Ósseo Fetal + Osteoblastos + Osteoide + Tecido Ósseo Primário + Osteócitos (Setas) + Osteoclasto Multinucleado + Mesênquima + Vasos Sanguíneos + Endósteo ➜ é composto por lamelas ósseas paralelas; ➜ os osteócitos localizam-se nas lacunas; ➜ os canalículos abrigam os prolongamentos dos osteócitos e ligam as lacunas umas nas outras, o que forma uma rede de canal intercomunicante (assim como ocorre com os prolongamentos dos osteócitos, formando junções comunicantes), essencial para o fluxo de nutrientes, hormônios, íons e produtos do catabolismo dos osteócitos e para eles mesmo; ➜ a matriz óssea é mais calcificada e mais forte; Tecido Ósseo Esponjoso Lamelar (Secundário) + Osteócitos (Setas) + Endósteo + Medula Óssea + Células Adiposas Uniloculares SISTEMAS DE LAMELAS DO TECIDO ÓSSEO COMPACTO: → há 04 tipos de sistemas de lamelas: ① Lamelas Circunferenciais Externas: ➜ localizam-se abaixo do periósteo; ➜ formam a região mais externa da diáfise; ➜ contêm porções mineralizadas das fibras de Sharpey – unem o periósteo ao osso; ② Lamelas Circunferenciais Internas: ➜ envolvem 100% a cavidade medular; ➜ trabéculas de tecido ósseo esponjoso projetam-se das lamelas circunferenciais internas para a cavidade medular, interrompendo o revestimento endosteal das lamelas circunferenciais internas; ③ Sistema de Havers (Ósteons) ➜ cada ósteon é delimitado por uma delgada linha cimentante (composta principalmente por substância fundamental calcificada e uma pequena quantidade de fibras colágenas); ➜ cada canal de Havers, revestido internamente por uma camada de osteoblastos e células osteoprogenitoras, abriga um feixe neurovascular com seu tecido conjuntivo associado; ➜ os canais de Volkmann unem canais de Havers de ósteons adjacentes; Nota: durante a formação dos ósteons, a primeira lamela a se formar é a mais próxima da linha cimentante; à medida que mais lamelas vão sendo adicionadas ao sistema, o diâmetro do canal de Havers vai se tornando mais reduzido e a espessura da parede do ósteon vai aumentando; como os nutrientes vindos dos vasos sanguíneos do canal de Havers precisam passar pelos canalículos para chegar aos osteócitos, um processo ineficiente, a maioria dos ósteons possui somente de quatro a 20 lamelas; ④ Lamelas Intersticiais: ➜ são restos de ósteons; ➜ são envolvidas por linhas ou substâncias cimentantes (consiste em matriz mineralizada, porém, com pouquíssimo colágeno); Ósteons em Desenvolvimento Tecido Ósseo Compacto + Canal de Havers + Lamelas + Canalículos (Setas) Tecido Ósseo Compacto Descalcificado + Ósteons + Lamelas + Canal de Volkmann + Osteócitos Sistema de Havers + Ósteon + Lamelas Intersticiais + Tecido Ósseo Compacto + Canalículos + Lacunas Osso Longo + Canal de Havers + Canal de Volkmann + Lamelas Intermediárias + Lamelas Circunferenciais + Ósteon Lamelas Circunferenciais + Lacunas + Limite Lamelar Osso Longo + Canal de Havers + Lacuna + Lamelas Intermediárias Periósteo + Osso Descalcificado + Canal de Havers + Ósteons + Matriz Óssea + Artérias + Veias + Fascículo Nervoso HISTOGÊNESE DO TECIDO ÓSSEO: → durante o desenvolvimento embrionário, os processos de ossificação podem ocorrer de duas maneiras: ① Ossificação Intramembranosa ✔ ocorre dentro de uma membrana de tecido mesenquimal, muito vascularizada e com as suas células em contato umas com as outras por meio de prolongamentos; ✔ exemplo: ossos frontal, parietal e de partes do occipital, do temporal e dos maxilares superior e inferior; contribui também para o crescimento dos ossos curtos e para o aumento em espessura dos ossos longos; ✔ as células mesenquimais se diferenciam em osteoblastos, que secretam matriz óssea, formando uma malha de espículas e trabéculas cujas superfícies são cobertas por estas células; esta região de osteogênese inicial é denominada centro primário de ossificação; ✔ a calcificação segue-se rapidamente à formação do osteóide, e os osteoblastos presos em meio à matriz tornam-se osteócitos; os prolongamentos destes osteócitos também ficam envolvidos pela matriz óssea em formação, estabelecendo um sistema de canalículos; ✔ a contínua atividade mitótica das células mesenquimais cria um suprimento de células osteoprogenitoras indiferenciadas, as quais dão origem a osteoblastos; ✔ com o estabelecimento da rede de trabéculas, semelhante a uma esponja, o tecido conjuntivo vascularizado situado nos interstícios transforma-se em medula óssea; ✔ a adição de trabéculas à periferia aumenta o tamanho do osso em formação; ossos maiores como o osso occipital da base do crânio, têm vários centros de ossificação, que se fundem formando um osso único; ✔ as regiões do mesênquima que permanecem não calcificadas se diferenciam no periósteo e endósteo do osso em formação; além disso, o tecido ósseo esponjoso situado sob o periósteo e a camada periosteal da dura-máter dos ossos chatos transformam-se em tecido ósseo compacto, formando as tábuas corticais interna e externa, com a díploe entre ambas; Trabécula Óssea + Ossificação Intramembranosa + Osteoblastos + Osteoclastos + Osteócitos + Matriz Óssea + Mesênquima Ossificação Intramembranosa + Trabéculas Ósseas + Osteoblastos (Setas) + Osteócitos (Pontas das Setas) + Ósteons Primitivos Ossificação Intramembranosa + Espículas Ósseas + Trabéculas + Osteoblastos + Osteócitos Ossificação Intramembranosa + Osteoblastos + Espícula Óssea + Osteóide + Tecido Ósseo + Osteoclastos Centro Primário de Ossificação ② Ossificação Endocondral ✔ inicia-se em uma peça de cartilagem hialina; ✔ é principal responsável pela formação dos ossos curtos e longos; ✔ é essencial 02 processos na sua constituição: - a cartilagem hialina sofre modificações, havendo hipertrofia dos condrócitos, redução da matriz cartilaginosa a finos tabiques, sua mineralizaçãoe a morte dos condrócitos por apoptose; - as cavidades previamente ocupadas pelos condrócitos são invadidas por capilares sanguíneos e células osteogênicas vindas do conjuntivo adjacente; essas células diferenciam-se em osteoblastos, que depositarão matriz óssea sobre os tabiques de cartilagem calcificada; desse modo, aparece tecido ósseo onde antes havia tecido cartilaginoso, sem que ocorra a transformação deste tecido naquele; os tabiques de matriz calcificada da cartilagem servem apenas de ponto de apoio à ossificação; ✔ PROCESSO DE FORMAÇÃO DE UM OSSO LONGO: ➪ a formação dos ossos longos é um processo complexo; o molde cartilaginoso apresenta uma parte média estreitada e as extremidades dilatadas, correspondendo, respectivamente, à diáfise e às epífises do futuro osso; o primeiro tecido ósseo a aparecer no osso longo é formado por ossificação intramembranosa do pericôndrio que recobre a parte média da diáfise, formando um cilindro, o colar ósseo; enquanto se forma o colar ósseo, as células cartilaginosas envolvidas pelo mesmo hipertrofiam (aumentam de volume), morrem por apoptose e a matriz da cartilagem se mineraliza; vasos sanguíneos, partindo do periósteo, atravessam o cilindro ósseo e penetram a cartilagem calcificada, levando consigo células osteoprogenitoras originárias do periósteo, que proliferam e se diferenciam em osteoblastos, os quais formam camadas contínuas nas superfícies dos tabiques cartilaginosos calcificados e iniciam a síntese da matriz óssea que logo se mineraliza; forma-se, assim, tecido ósseo primário sobre os restos da cartilagem calcificada; nos cortes histológicos, distingue-se a cartilagem calcificada por ser basófila, enquanto o tecido ósseo depositado sobre ela é acidófilo; o centro de ossificação descrito, que aparece na parte média da diáfise, é chamado de centro primário; seu crescimento rápido, em sentido longitudinal, ocupa toda a diáfise, que fica, assim, formada por tecido ósseo; esse alastramento do centro primário é acompanhado pelo crescimento do cilindro ósseo que se formou a partir do pericôndrio e que cresce também na direção das epífises; ➪ desde o início da formação do centro primário surgem osteoclastos e ocorre absorção do tecido ósseo formado no centro da cartilagem, aparecendo, assim, o canal medular, o qual também cresce longitudinalmente à medida que a ossificação progride; à medida que se forma o canal medular, células sanguíneas, originadas de células hematógenas multipotentes (células- tronco) trazidas pelo sangue dão origem à medula óssea; as células- tronco hematógenas se fixam no microambiente do interior dos ossos, onde vão produzir todos os tipos de células do sangue, tanto na vida intrauterina como após o nascimento; mais tarde, formam-se os centros secundários de ossificação, um em cada epífise, porém não simultaneamente; esses centros são semelhantes ao centro primário da diáfise, mas seu crescimento é radial em vez de longitudinal; a porção central do osso formado nos centros secundários (nas epífises) também contém medula óssea; ➪ quando o tecido ósseo formado nos centros secundários ocupa as epífises, o tecido cartilaginoso torna- se reduzido a dois locais: a cartilagem articular, que persistirá por toda a vida e não contribui para a formação de tecido ósseo, e a cartilagem de conjugação ou disco epifisário (constituído por um disco cartilaginoso que não foi penetrado pelo osso em expansão e que será responsável, de agora em diante, pelo crescimento longitudinal do osso); Ossificação Endocondral + Matriz Cartilaginosa Calcificada (Roxo- Escuro) + Tecido Ósseo + Osteoblastos + Osteócitos (Setas) Ossificação Endocondral + Osteoblastos + Osteóide + Matriz Mineralizada Ossificação Endocondral de Osso Longo + Cartilagem Calcificada + Trabéculas Ósseas + Tecido Ósseo + Osteócitos (Setas) e Osteoblastos Disco Epifisário + Ossificação Endocondral Ossificação Endocondral de Osso Longo + Vaso Sanguíneo + Trabéculas Ósseas + Cavidade Medular Fratura Óssea + Partes do Osso Separadas pela Fibrocartilagem do Calo Mole + Reconstrução do Osso pelo Processo de Ossificação Endocondral Formação Endocondral do Osso + Osteoclasto + Zona Hipertrofia + Osteoblasto + Osteócito + Trabéculas Ossificação Endocondral + Espícula Óssea Mista + Osteoclasto (Seta Vermelha) + Osso + Cartilagem Calcificada Osso em Ossificação Endocondral + Osteóide + Cartilagem Calcificada + Osteoclastos + Células Osteogênicas Osso em Desenvolvimento + Cartilagem + Osso Endocondral + Cartilagem Articular + Centro Ossificação Secundário + Disco Crescimento Epifisário + Cartilagem Calcificada Centro Secundário de Ossificação ✔ 05 Zonas do Disco Epifisário (Cartilagem de Conjugação): ① Zona de Repouso: existe cartilagem hialina sem alteração morfológica; ② Zona de Proliferação: os condrócitos se dividem de forma rápida e formam fileiras/colunas paralelas de células achatadas e empilhadas no sentido longitudinal do osso; ③ Zona de Hipertrofia: apresenta condrócitos volumosos, os quais entram em apoptose, com depósitos citoplasmáticos de glicogênio e lipídios; a matriz fica reduzida a tabiques delgados entre as células hipertróficas; ④ Zona de Calcificação: ocorre a mineralização dos tabiques delgados de matriz cartilaginosa e o término da apoptose dos condrócitos; ⑤ Zona de Ossificação: ocorre o aparecimento do tecido ósseo; capilares sanguíneos e células osteoprogenitoras originadas do periósteo invadem as cavidades deixadas pelos condrócitos mortos; as células osteoprogenitoras se diferenciam em osteoblastos, que formam uma camada contínua sobre os restos da matriz cartilaginosa calcificada; sobre esses restos de matriz cartilaginosa, os osteoblastos depositam a matriz óssea; Zona de Repouso Zona de Proliferação Zona de Hipertrofia Zona de Calcificação Zona de Repouso Zona de Proliferação Zona de Hipertrofia Zona de Calcificação Zona de Ossificação Zona de Repouso Zona de Proliferação Zona de Hipertrofia Zona de Calcificação Zona de Ossificação Disco Epifisário + Zona de Proliferação + Condrócitos + Zona Hipertrófica (ou Maturação) + Zona de Cartilagem Calcificada + Matriz cartilaginosa + Zona de Ossificação CALCIFICAÇÃO DO TECIDO ÓSSEO: → inicia-se quando há deposição de fosfato de cálcio sobre as fibrilas colágenas da matriz óssea; → a teoria mais aceita da calcificação baseia-se na presença de vesículas da matriz no osteóide; os osteoblastos liberam estas pequenas vesículas da matriz a partir de sua membrana plasmática — portanto, delimitadas por membrana —, que contêm uma alta concentração de íons Ca2+ e PO43-, AMPc, trifosfato de adenosina (ATP), adenosina-trifosfatase (ATPase), fosfatase alcalina, pirofosfatase, proteínas ligantes de cálcio e fosfoserina; a membrana das vesículas da matriz possui numerosas bombas de cálcio, que transportam íons Ca2+ para dentro da vesícula; com o aumento da concentração de íons Ca2+ dentro da vesícula, ocorre cristalização e o cristal de hidroxiapatita em crescimento rompe a membrana, estourando a vesícula da matriz e liberando seu conteúdo; → os cristais de hidroxiapatita de cálcio liberados das vesículas da matriz agem como ninhos de cristalização; a alta concentração de íons em sua vizinhança, juntamente com a presença de fatores de calcificação e proteínas ligantes de cálcio, promove a calcificação da matriz; conforme os cristais são depositados nas regiões lacunares das fibrilas, por sobre as moléculas de colágeno, a água é reabsorvida da matriz; REMODELAÇÃO ÓSSEA: → em uma pessoa jovem, a formação de tecido ósseo é maior do que a reabsorção óssea, porque novos sistemas de Havers formam- se muito mais rapidamente do queos velhos são reabsorvidos; → no adulto, o desenvolvimento ósseo está em equilíbrio com a reabsorção óssea, enquanto o osso é remodelado por forças aplicadas sobre ele; → remodelação da superfície: processo que envolve a deposição de tecido ósseo em algumas regiões do periósteo e a reabsorção concomitante em outras regiões do periósteo); → no entanto, o tecido ósseo cortical (compacto) e o tecido ósseo esponjoso não são remodelados da mesma maneira, provavelmente porque os osteoblastos e as células osteoprogenitoras do tecido ósseo esponjoso estão contidos dentro dos limites da medula óssea e, por isso, estão sob a influência parácrina direta das células da medula óssea próxima; → a estrutura interna do osso adulto é remodelada continuamente conforme novo tecido ósseo vai sendo formado e tecido ósseo morto ou que está morrendo vai sendo reabsorvido; este processo está relacionado a alguns acontecimentos, por exemplo: 1) os sistemas de Havers estão sendo substituídos continuamente; 2) o tecido ósseo precisa ser reabsorvido em uma área e ser adicionado em outra para adequar- se às mudanças das tensões exercidas sobre ele (por exemplo: peso, postura, fraturas); → quando os sistemas de Havers são reabsorvidos, seus osteócitos morrem; além disso, osteoclastos são recrutados para esta área para reabsorverem a matriz óssea, formando cavidades de reabsorção; a atividade continuada dos osteoclastos aumenta o diâmetro e o comprimento destas cavidades, que são invadidas por vasos sanguíneos; neste momento, cessa a reabsorção óssea e osteoblastos depositam novas lamelas concêntricas em torno dos vasos sanguíneos, formando novos sistemas de Havers; apesar de o tecido ósseo primário ser remodelado desta maneira, o que fortalece o osso ao ordenar o alinhamento do colágeno em torno do sistema de Havers, a remodelação continua durante toda a vida, à medida que a reabsorção é substituída pela deposição e formação de novos sistemas de Havers; este processo de reabsorção óssea, seguido por substituição óssea, é denominado acoplamento; as lamelas intersticiais observadas no osso do adulto são restos de sistemas de Havers remodelados; REPARO ÓSSEO: → envolve eventos de ossificação intramembranosa como de ossificação endocondral; → uma fratura óssea causa dano e destruição da matriz óssea, morte de células, rompimento do periósteo e do endósteo, e um possível deslocamento das extremidades quebradas do osso (fragmentos); vasos sanguíneos são rompidos perto da fratura e uma hemorragia localizada preenche a zona da fratura, resultando na formação de um coágulo sanguíneo no local da lesão; logo o suprimento vascular é interrompido de um modo retrógrado a partir do local da lesão para as regiões de vasos anastomosantes, que podem estabelecer uma nova via de circulação; isto resulta na ampliação da zona da lesão de ambos os lados da fratura original, pois a falta de irrigação sanguínea em muitos sistemas de Havers causa o aumento apreciável da zona de osteócitos mortos ou que estão morrendo; como a medula óssea e o periósteo são altamente vascularizados, o local inicial da lesão em ambas as áreas não aumenta de modo significativo, e também não há aumento apreciável de células mortas além do local original da lesão; sempre que os sistemas de Havers ficam sem suprimento sanguíneo, os osteócitos ficam com núcleos picnóticos e sofrem lise, deixando lacunas vazias; → o coágulo sanguíneo que preenche o local da fratura é invadido por pequenos capilares e por fibroblastos provenientes do tecido conjuntivo circundante, havendo formação de tecido de granulação; um acontecimento semelhante ocorre na cavidade da medula óssea, quando se forma um coágulo; este é logo invadido por células osteoprogenitoras provenientes do endósteo e por células multipotentes vindas da medula óssea, formando, em aproximadamente 1 semana, um calo interno de tecido ósseo trabecular; dentro de 48 horas após a lesão, células osteoprogenitoras acumulam-se devido ao aumento da atividade mitótica da camada osteogênica do periósteo e do endósteo e a partir de células indiferenciadas vindas da medula óssea; a camada mais profunda das células osteoprogenitoras em proliferação do periósteo (as mais próximas do osso), que está na vizinhança de capilares, se diferencia em osteoblastos e começa a produzir um colar ósseo, cimentando-o ao tecido ósseo morto em volta do local da lesão; → apesar de os capilares crescerem, sua velocidade de proliferação é muito menor do que a das células osteoprogenitoras; portanto, as células osteoprogenitoras do meio da massa em proliferação ficam sem um leito capilar abundante; isto causa uma baixa tensão de oxigênio, e estas células tornam-se células condrogênicas, originando condroblastos, que formam cartilagem hialina nas partes externas do colar; a camada mais externa constituída por células osteoprogenitoras em proliferação (aquelas adjacentes à camada fibrosa do periósteo), por possuir alguns capilares em seu meio, continua a proliferar como células osteoprogenitoras; assim, o colar é formado por três zonas que se fundem: (1) uma camada de novo tecido ósseo cimentado ao tecido ósseo do fragmento, (2) uma camada intermediária de cartilagem e (3) uma camada superficial osteogênica em proliferação; enquanto isso, os colares formados sobre as extremidades de cada fragmento se fundem formando um só colar, denominado calo externo, levando à união destes fragmentos; o crescimento continuado do colar externo deriva principalmente da proliferação de células osteoprogenitoras e, em certo grau, do crescimento intersticial da cartilagem da zona intermediária; → a matriz da cartilagem adjacente ao novo tecido ósseo formado na região mais profunda do colar, torna-se calcificada e acaba sendo substituída por tecido ósseo esponjoso; finalmente, toda a cartilagem acaba sendo substituída por tecido ósseo primário formado por ossificação endocondral; → uma vez que os fragmentos de osso estão unidos por pontes de tecido ósseo esponjoso, é necessário remodelar o local da lesão pela substituição do tecido ósseo primário por tecido ósseo secundário e eliminar o calo; → através dos acontecimentos durante a remodelação, o tecido ósseo primário da ossificação intramembranosa é substituído por tecido ósseo secundário, reforçando ainda mais a região da fratura; ao mesmo tempo, o calo é reabsorvido; parece que o processo de cicatrização e de remodelação do local da fratura é uma resposta direta às tensões aplicadas sobre ele; finalmente, a região da fratura que sofreu reparo retoma sua forma e força originais; é interessante observar que o reparo ósseo envolve a formação de cartilagem e os processos de ossificação intramembranosa e endocondral; Medula Espinhal Osso Esponjoso Trabéculas Espículas Ósseas Osteóide (Parte Rosa) Espículas Ósseas Matriz Óssea Placa Epifisária Placa Epifisária Camada Fibrosa Externa Camada Osteogênica Interna Osso Esponjoso Cavidade da Medula Óssea Cartilagem Articular + Zona Superficial + Zona Intermediária + Zona Profunda + Zona Calcificada Condrossarcoma Diáfise Descalcificada de Osso Longo + Tecido Ósseo Compacto + Tecido Ósseo Esponjoso + Medula Óssea + Rede de Trabéculas (Setas) + Periósteo Disco Epifisário + Condrócitos + Matriz Cartilaginosa Calcificada Disco Intervertebral + Vértebras (Tecido Ósseo Esponjoso) + Núcleo Pulposo + Anel Fibroso Espícula Cartilagem Calcificada+ Tecido Ósseo + Osteoclasto + Citoplasma Células Osteoprogenitoras (Seta) Matriz Cartilaginosa + Tecido Ósseo Ossificação de Osso Longo + Cartilagem + Condrócitos + Periósteo + Tecido Ósseo + Matriz Calcificada (Setas) Osso Compacto + Osteoclastos + Osteócitos + Canal de Havers+ Periósteo Osso Compacto Maduro Descalcificado + Ósteons + Canal de Havers + Vaso Sanguíneo + Nervos + Tecido Conjuntivo + Osteócitos Osso em Desenvolvimento + Cartilagem + Osso Endocondral + Osso Diafisário + Cavidade Medular + Células Medula Óssea + Cavidade Articular Osso em Desenvolvimento + Colar Ósseo + Condrócitos Hipertróficos + Cavidade Articular + Epífise + Matriz Cartilaginosa Calcificada Osso Esponjoso + Canal de Reabsorção + Canal de Havers + Ósteon + Osteócitos Osso Imaturo Descalcificado Osso Longo em Crescimento + Disco Epifisário + Cartilagem Articular + Medula Óssea Osteoblastos Revestindo Trabéculas Ósseas Sinoviócitos (Setas) + Tecido Conjuntivo Frouxo + Menisco + Cartilagem Articular Osteoclastos (Setas) + Matriz Óssea Superfície Articular de Osso Longo + Cartilagem Articular + Condrócitos + Canal de Reabsorção + Canal de Havers + Osteócitos + Osso Compacto Tecido Ósseo Compacto Lamelar + Canal de Havers + Capilar + Osteócitos + Linhas Cimentantes + Canalículos
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