Buscar

tutoria 1 PBL Tutoria

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Concepção filosófica : Concepção é o substantivo feminino que significa o ato ou efeito de conceber ou gerar um ser no útero. Também pode ser um sinônimo de compreensão, percepção ou conceito.
O pai da medicina ocidental, Hipócrates, identificou a saúde como fruto do equilíbrio dos humores sendo a doença, por oposição, resultante do desequilíbrio dos mesmos. Hipócrates postulou a existência de quatro fluidos (humores) principais no corpo: bile amarela, bile negra, fleuma e sangue. O método proposto por ele consistia no conhecimento da natureza humana e na distinção da individualidade. A saúde era baseada no equilíbrio desses elementos (elementos da natureza, da região, da organização social e dos hábitos). Ele via o homem como uma unidade organizada e entendia a doença como uma desorganização desse estado e o seu equilíbrio total resultaria na saúde (8,10) . A saúde, segundo Platão, consistia na descoberta da estrutura do corpo (pelo médico) e da estrutura da alma (pelo filósofo), onde retiravam seus conhecimentos para restituir ao doente o seu estado são. Assim como ao corpo deve-se dar remédios e alimentos para restaurar-lhe a saúde e a força, à alma é preciso infundir convicção, tornando-a virtuosa por meio de discursos e argumentos 
Galeno também teve destaque como grande divulgador da medicina hipocrática, permanecendo a ideia de desequilíbrio no corpo. Ele estabeleceu também a teoria das latitudes de saúde, que se divide em saúde, estado neutro e má saúde (4). A ideia central de sua visão da fisiologia repousa no fluxo permanente dos humores, o que estaria na dependência das influências ambientais, do calor inato e da ingestão alimentar e sua justa proporção. Assim, o seu diagnóstico 23 era baseado no estado sadio do doente, seu temperamento, regime de vida, alimentação, condições ambientais e a época do ano 
 As Concepções Filosóficas de Saúde na Idade Média
O período medieval também é marcado pelas Cruzadas, aumentando-se o número de pessoas acometidas por doenças como a lepra, peste bubônica e outras doenças contagiosas. Isto, aliado ao fato de que a medicina era realizada pelos padres e monges, a igreja incutiu na sociedade: o pensamento de que a razão das doenças era o pecado, as quais eram vistas como possessão demoníaca, feitiçaria ou mesmo uma forma de purificação dos pecados. Desta forma, o único meio de alcançar a cura era a súplica por perdão
ao final do século XII e início do século XIII foram criadas as primeiras universidades, onde mestres e alunos buscavam conhecer a origem dos fenômenos, como a saúde e a doença, pois havia grande preocupação com o corpo neste período. (15) . Nesta época, se destaca Pedro Hispano, um físico português, que no século XII escreveu o livro Sobre a Conservação da Saúde (Liber de conservanda sanitate) após muitos estudos acerca da interação do homem com a natureza e leituras sobre medicina realizada na antiguidade, com forte influência dos filósofos do Oriente
As Concepções Filosóficas de Saúde na Modernidade
Os países do Novo Mundo e os europeus, não trocaram somente doenças, mas também as experiências em relação às medidas de prevenção e promoção mais relacionadas à conversão dos gentios à estilos de vida saudáveis (5) . No campo da saúde, passam a ser desenvolvidos estudos de anatomia, fisiologia e de individualização da descrição das doenças, fundadas na observação clínica e epidemiológica. A experiência acumulada pelos médicos forneceu elementos para a especulação sobre a origem das epidemias e o fenômeno do adoecimento humano (2) . Nesta época, destacou-se, na medicina, Ambroise Paré (1509-1564), considerado o pai da moderna anatomia, com avanços importantes no campo cirúrgico, porém não dispensava a explicação de ordem mágica religiosa quando não conseguia uma solução racional e verificação comprobatória.
Já o desenvolvimento da mecânica influenciou as idéias de René Descartes, no século XVII. Ele postulava um dualismo mente-corpo, o corpo funcionando como uma máquina. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento da anatomia, também conseqüência da modernidade, afastou a concepção humoral da doença, que passou a ser localizada nos órgãos. No famoso conceito de François Xavier Bichat (1771-1802), saúde seria o “silêncio dos órgãos”.
Ao lado das condições objetivas de existência, o desenvolvimento teórico das ciências sociais permitiu, no final do século XVIII, a elaboração de uma teoria social da Medicina. O ambiente, origem de todas as causas de doença, deixa, momentaneamente, de ser natural para revestir-se do social. É nas condições de vida e trabalho do homem que as causas das doenças deverão ser buscadas
Concepções Filosóficas de Saúde na Contemporaneidade
 A partir do século XIX, com a evolução da medicina, o avanço tecnológico, a modernização e o acesso ampliado de informações através da mídia, a população toma consciência da influência dos determinantes sociais na saúde, onde também se estabelece, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, que os comportamentos humanos podem se apresentar como ameaça a saúde de todos dentro da sociedade e consequentemente do Estado (17) . Na concepção proposta por Foucault em 1982, com a evolução do Estado, a saúde passa a ter “valor” dentro da sociedade, vista também como forma comercial e como fonte de poder e riqueza para o fortalecimento dos países. Consequência dessa perspectiva, a medicina do século XIX se modifica, introduzindo o controle dos corpos por meio da normatização dos espaços, dos processos e dos indivíduos, necessários para a sustentação do capitalismo emergente, sendo consolidada com estas características até os dias de hoje (2) . Segundo Canguilhem (2006), saúde implica poder adoecer e sair do estado patológico. Em outras palavras, a saúde é entendida por referência à possibilidade de enfrentar situações novas, pela margem de tolerância ou de segurança que cada um possui para enfrentar e superar as infidelidades do meio, ou ainda um guia regulador das possibilidades de reação. O mesmo autor afirma que a saúde envolve muito mais que a possibilidade de viver em conformidade com o meio externo, implica a capacidade de instituir novas normas (18) . A Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano de 1947, apresentou um conceito que fazia uma analogia, considerando o corpo humano uma máquina e a saúde o que gerava o bom funcionamento dessa máquina. A saúde passa a ser de responsabilidade coletiva e não individual, ou seja, o direito a saúde é também obrigação do estado. Embora as definições de saúde venham se modificando ao longo dos últimos anos, a mais conhecida é a proposta pela OMS como sendo saúde “o estado de mais completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidade”. Essa nova definição ganhou uma amplitude maior em 7 de abril de 1948 onde passou-se a ser comemorado o Dia Mundial da Saúde . Aqui se faz necessário uma observação de que não se trata de um conceito ideal, mas acabou ganhando elementos importantes para sua ampliação e 26 alcance da manutenção da saúde. Elementos estes que, posteriormente, serão oportunizados na promoção de saúde propostas pela Carta de Ottawa (6) . A amplitude do conceito da OMS acarretou muitas críticas, de natureza técnica, política, libertária, permitindo abusos por parte do Estado, que interviria na vida dos cidadãos sob o pretexto de promover a saúde. Em decorrência da primeira objeção, surge o conceito de Christopher Borse, em 1977, onde trata a saúde como a ausência de doença (8) . Caponi (1997) afirma que embora o conceito de saúde da OMS comporte crítica, esta não deveria incidir sobre seu caráter subjetivo, posto que a subjetividade é um elemento inerente à definição de saúde-doença e, por ser dela inseparável, estará presente seja em uma concepção restrita, seja em uma perspectiva ampliada de saúde (19) . Um marco importante para a saúde foi à inserção da promoção da saúde, denominada assim, no início do século XX, por Henry Sigerist, que concebeu as quatro funções da medicina: Promoção da Saúde, Prevenção das Doenças,Tratamento dos Doentes e Reabilitação. Outra visão contra-hegemônica de meados do século XX, apareceu nos trabalhos de dois outros sanitaristas, Leavell e Clark, com o modelo explicativo da “história natural do processo saúde-doença”, bem como diferenciaram a promoção da saúde da prevenção de doença (5) . Em 1974, foi formulado o Relatório Lalonde, proveniente das observações realizadas pelo ministro canadense Marc Lalonde, que trouxe contribuições relevantes para a construção do moderno conceito de promoção da saúde, diferenciadas do de prevenção de doenças. De acordo com o conceito proposto, o campo da saúde abrange a biologia humana, o meio ambiente, o estilo de vida e a organização da assistência à saúde
Em resposta as críticas referentes ao conceito de saúde proposto pela OMS foi realizado, em Alma Ata em 1978, a Conferência Internacional de Assistência Primária a Saúde, onde expressa a necessidade de ação urgente de todos os governos, profissionais e comunidade para promover a saúde de todos os povos, reafirmando o significado da saúde como um direito humano fundamental, sendo uma das mais importantes metas sociais mundiais. A Conferência enfatizou as enormes desigualdades na situação de saúde entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos, destacou a responsabilidade governamental na provisão da saúde e a importância da participação das pessoas e comunidades no planejamento e implantação dos cuidados a saúde (8,6) 
. Na VIII Conferência Nacional de Saúde (VIII CNS), realizada em Brasília no ano de 1986, surgiu o conceito ampliado de saúde, produto de intensa mobilização, que surgiu em diversos países da América Latina durante as décadas de 1970 e 1980, como resposta aos regimes 27 autoritários e à crise dos sistemas públicos de saúde. Assim, a saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde, resultado das formas de organização social, de produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida (20) . Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), a saúde passa a ser reconhecida como um direito de cidadania e dever do Estado. Baseado nos princípios da universalidade, equidade e integralidade e nas diretrizes de descentralização, regionalização e participação da comunidade, o SUS reafirma a saúde como um valor e um direito humano fundamental, legitimado pela justiça social (21) . Posteriormente, houve a realização de diversas Conferências Internacionais e Regionais de Promoção da Saúde com intuito de dar voz as discussões que permeiam a saúde e a vida dos povos, sensibilizando para a adequação das diretrizes de acordo com as características locais. Aqui se destacam em ordem cronológica as Conferências Internacionais de Promoção a Saúde: Declaração de Ottawa em 1986; Declaração de Adelaide em 1988; Declaração de Sundsvall em 1991; Declaração de Jacarta em 1997; Declaração do México em 2000; Declaração de Bangkok em 2005 e Declaração de Nairobi em 2009. As cartas da Promoção da Saúde reúnem os documentos de referência resultantes do processo de discussão e construção coletiva dos conceitos fundamentais sobre o tema. A proposta de Promoção da Saúde concebe a saúde como produção social e, desta forma, engloba um espaço de atuação que extrapola o setor saúde, apontando para uma articulação com o conjunto dos outros setores da gestão municipal (6) . Deve-se, portanto, entender que na atual conjuntura faz-se necessário agregar princípios que reconheçam e melhor conceituem saúde tendo como um dos pilares a dignidade do indivíduo. O atual conceito de saúde, por ser positivista, possui nuances subjetivas e contempla reduzida parcela de indivíduos, uma vez que não esclarece fatores relativos ao indivíduo e ao meio em que o mesmo vive. A concepção da saúde vista somente através da relação biológica ha tempos não pode ser considerada, sua relação histórica é essencial frente à influência social e cultura em que esta inserida.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
 Paim (1999) considera que, desde o início do século XX, convivem, no Brasil, de forma contraditória ou complementar, dois modelos assistenciais: o médico-assistencial privatista e o “sanitarista”. O primeiro se baseia no paradigma flexneriano e se caracteriza por estar centrado na doença, tendo a rede de serviços de saúde, com ênfase no hospital, como sua forma de organização principal (GUIMARÃES, 2006). Conforme destaca Paim (1999), o modelo supracitado está voltado para a chamada “demanda espontânea”, reforçando a atitude de indivíduos só procurarem os serviços de saúde quando estão doentes. “É a pressão espontânea e desordenada da demanda que condiciona a organização de recursos para a oferta” (PAIM, 1999, p. 477). Deste modo, a prática sanitária adotada é o da atenção médica (MENDES, 1996), que se caracteriza pela ênfase na abordagem individual, curativa e por ter como sujeito central o profissional médico (os demais profissionais de saúde são tidos como paramédicos).
"Paradigmas da educação médica", discute-se o modelo proposto por Flexner, publicado em 1910 e reconhecido como paradigma flexneriano. Tal modelo influencia fortemente o ensino médico brasileiro até hoje, uma vez que consolidou um modelo que priorizava o desenvolvimento das ciências da saúde, com incentivo à pesquisa, ao ensino ligado ao hospital de ensino e à docência com dedicação exclusiva, decorrendo disto o surgimento das especialidades.
Desde a década de 1960, no entanto, há o surgimento de movimentos mundiais de contraposição a este modelo, que, individualista, biologicista, hospitalocêntrico e com ênfase nas especializações, tem-se mostrado pouco eficaz na formação de um médico que compreenda a saúde a partir de um conceito amplo na direção das necessidades de saúde, no que hoje se define, segundo a autora, como "paradigma da integralidade".
Além disso, o segundo capítulo traz um breve relato de todos os documentos que marcaram a construção do paradigma da integralidade: Informe Lalonde (1974), Alma-Ata (1978), Otawa (1986), Adelaide (1988), Sundsvall (1991) até Jacarta (1997), transitando desde o enfoque em doenças até a ênfase na promoção da saúde
Informe Landone: O relatório Lalonde foi um relatório produzido em 1974 no Canadá, sob o nome de A new perspective on the health of Canadians (Uma nova perspectiva da saúde de canadenses).[1]. É considerado o "primeiro relatório governamental moderno no mundo ocidental a reconhecer que a ênfase em assistência médica sob um ponto de vista biomédico é errado, e que é necessário olhar além do sistema tradicional de saúde (tratamento dos doentes) se o objetivo é melhorar a saúde do público."
O relatório enfatizou a responsabilidade de cada indivíduo em mudar seus comportamentos para melhorar sua saúde.[3] Outra inovação do relatório é que "propôs que intervenções da saúde pública deveriam dar ênfase em segmentos da população de maior risco."[4] O relatório também foi fundamental na identificação de desigualdades sanitárias.
Alma ata: A Declaração de Alma-Ata se compõe de 10 itens que enfatizam a Atenção primária à saúde (Cuidados de Saúde Primários), salientando a necessidade de atenção especial aos países em desenvolvimento. Exortando os governos, a OMS, a UNICEF e as demais entidades e organizações, a declaração defende a busca de uma solução urgente para estabelecer a promoção de saúde como uma das prioridades da nova ordem econômica internacional
Carta de Otawa: A Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, Canadá, em novembro de 1986, apresenta neste documento sua Carta de Intenções, que seguramente contribuirá para se atingir Saúde para Todos no Ano 2000 e anos subseqüentes. Esta Conferência foi, antes de tudo, uma resposta às crescentes expectativas por uma nova saúde pública, movimento que vem ocorrendo em todo o mundo. As discussõeslocalizaram principalmente as necessidades em saúde nos países industrializados, embora tenham levado em conta necessidades semelhantes de outras regiões do globo. As discussões foram baseadas nos progressos alcançados com a Declaração de AlmaAta para os Cuidados Primários em Saúde, com o documento da OMS sobre Saúde Para Todos, assim como com o debate ocorrido na Assembléia Mundial da Saúde sobre as ações intersetoriais necessárias para o setor.
Declaração de Adelaide: O objetivo da Declaração de Adelaide sobre a Saúde em Todas as Políticas é engajar líderes e formuladores de políticas de todos os níveis de governo: o local, o regional, o nacional e o internacional. Ela enfatiza que é mais fácil alcançar os objetivos do governo quando todos os setores incorporam a saúde e o bem-estar como componentes centrais no desenvolvimento de políticas. Isso se dá porque as bases da saúde e do bem-estar se encontram fora do setor saúde, sendo formadas social e economicamente. Apesar de muitos setores já contribuírem para a melhoria das condições de saúde, lacunas significativas ainda existem. A Declaração de Adelaide expressa a necessidade de que seja estabelecido um novo contrato social entre todos os setores para ampliar o desenvolvimento humano, a sustentabilidade e a eqüidade, assim como melhorar as condições de saúde. Isso demanda novas formas de governança que incluam uma liderança compartilhada nos governos, através dos setores e entre os seus diversos níveis. A Declaração sublinha a contribuição do setor saúde para a solução de problemas complexos do governo.
Sudvall: Esta conferência de Promoção da Saúde e Ambientes Favoráveis à Saúde, apela às pessoas de todo o mundo que se empenhem activamente em tornar os ambientes mais favoráveis à saúde. A conferência analisou as temáticas da saúde e do ambiente, sublinhou a existência de milhões de pessoas a viver em extrema pobreza e privação, num ambiente progressivamente degradado e que ameaça a sua saúde, tornando a Meta da Saúde para Todos no Ano 2000, extremamente difícil de atingir. A forma de inverter esta realidade consiste em tornar os ambientes físico, social, económico e político, mais favoráveis à saúde em vez de contribuírem para a sua deterioração.
Os primeiros itens da declaração reafirmam a definição de saúde defendida pela OMS, como o “completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade”, e a defendem como direito fundamental e como a principal meta social de todos os governos
Ao discorrer sobre as necessárias mudanças na formação do perfil médico tanto na graduação quanto na residência médica, a autora afirma que, apesar de tais mudanças na formação e na capacitação dos recursos humanos na saúde serem uma necessidade declarada, inclusive pelas autoridades condutoras das reformas, na prática não foram estabelecidas prioridades para que ocorressem, perpetuando-se a desvinculação entre o perfil médico esperado e a reorganização dos serviços.
------------------------------------------------------------------------------------------------------
René Descartes foi, talvez, o filósofo que mais influên- cia teve nos diferentes campos do saber humano, incluindo a medicina. Mas a nós, neste momento, interessa basica- mente suas ideias sobre a doença e o doente. Para Descartes, mente e corpo eram “entidades” separadas e ele acreditava que a alma localizava-se na glândula pineal. Pela sua concepção, a saúde era considerada de forma mecanicista, igual ao funcionamento de um relógio bem construído. Ao con- trário, a doença e o homem doente correspondiam ao que se poderia esperar de um relógio defeituoso e desajustado. Em que pese toda a renovação de ideias trazida pelos pensadores médicos do século XIX, especialmente Sigmund Freud (1856-1939), o modelo dualista e mecanicista do filósofo francês continuou e continua a ser aplicado à doença e, por extensão, ao homem doente. Os transplantes de órgãos, símbolo e orgulho dos avanços tecnológicos da medicina moderna, significaram algo mais que a reposição de uma peça inútil no relógio humano de Descartes? A descoberta do micróbio por Pasteur (1822-1895) e os geniais estudos de Koch (1843-1910) sobre o bacilo da tuberculose, juntamente com as ideias de Virchow (1821-1902) sobre a patologia celular vieram ressaltar uma terceira característica do modelo cartesiano de doença: o reducionismo, isto é, a tendência a reduzir fenômenos complexos a seus componentes mais simples e considerar estes últimos como mais importantes. Dentro dessa perspectiva reducionista, a presença de germes no organismo explicaria a infecção, aterosclerose equivaleria ao aumento do colesterol no sangue e células que proliferassem no corpo seriam igual ao câncer, etc. É evidente que a infecção é mais que o micróbio, a aterosclerose é muito mais que o colesterol anormal e uma doença complexa e desde o início sistêmica, como o câncer, não é só um agrupamento anormal de células mutantes. O ensino médico vem sofrendo e sofre as consequências dessa visão dualista, mecanicista e reducionista. E ainda que tal fato seja negado pelos médicos em geral, professores ou não, a sua realidade permeia os planos de ensino, os currículos e a própria prática médica. Não são poucos os que têm se insurgido contra essa tendência. George Engel, uma das mais destacadas figuras da psiquiatria americana, analisa em dois lúcidos artigos ** o que ele denomina o modelo biomédico e chama a atenção para a insuficiência do referido modelo, não só para a formação profissional como também para o exercício da medicina clínica. No mesmo sentido, e para citar alguém bem conhecido, procede Fritjof Capra, o físico e humanista suíço, no seu fabuloso livro O ponto de mutação. Consideremos agora uma outra perspectiva, tão velha quanto cinquenta séculos, mas que só atualmente recebeu a denominação adequada: a visão holística do homem, são ou doente.
A concepção holística (do grego holos: todo, integral), que foi logo se estendendo a várias áreas do conhecimento, como a física, a psicologia, recebeu o respaldo de duas correntes de ideias: a psicologia da “gestalt” e a teoria dos sistemas. Em poucas palavras, o holismo é o substrato filosófico de uma conceituação do homem como ente integrado à natureza, não separado dela, e considerado na sua totalidade somática, psíquica, social e ecológica. Por extensão, a medicina holísti- ca encara o homem doente dentro desse contexto amplo. Quando alguém adoece, seu corpo, sua mente, seu ambiente social e ecológico estão interagindo de alguma forma e essa interação tem a ver com o aparecimento, as manifestações, a evolução e o manejo de seu problema médico. P.R. Wolpe definiu, em 1990, de maneira brilhante, seu entendimento sobre medicina holística, que nos diz: “este tipo de medicina é uma filosofia de atendimento que de forma geral reforça a primazia da relação médico paciente, a importância dos fatores psicológicos, sociais e espirituais na saúde e na doença, e a responsabilidade da pessoa na participação do processo de saúde. Nada existe isoladamente, seja uma célula, seja uma pessoa”. Jonh Donne (1572-1631) expressou isso de forma poética na conhecida frase: “Nenhum homem é uma ilha isolada” e continua: “a morte de qualquer homem diminui a mim, porque na humanidade me encontro envolvido”. Infelizmente, por adequada que seja a posição holística, por lógicos que pareçam ser seus pressupostos, a influência que ela tem sobre a formação dos médicos é mínima ou ausente. Qualquer atitude diagnóstica ou terapêutica que desborde os estreitos limites do chamado conhecimento médico oficial é mal vista e seus praticantes considerados, no mínimo, como charlatães. Nos parece que é chegado o tempo de ampliar os horizontes da medicina ortodoxa, incluindo-se informações sobre tratamentos não convencionais nos currículos das escolas médicas. O ensino médico, livre assim das amarras da conceituação cartesiana, levaria à formação de profissionais com uma visão mais integral do homem doente, médicos menos cientistasmas, sem dúvida, muito mais humanos.
ASPECTOS CONCEITUAIS 
A epidemiologia é uma disciplina básica da saúde pública voltada para a compreensão do processo saúde-doença no âmbito de populações, aspecto que a diferencia da clínica, que tem por objetivo o estudo desse mesmo processo, mas em termos individuais.
Como ciência, a epidemiologia fundamenta-se no raciocínio causal; já como disciplina da saúde pública, preocupa-se com o desenvolvimento de estratégias para as ações voltadas para a proteção e promoção da saúde da comunidade.
A epidemiologia constitui também instrumento para o desenvolvimento de políticas no setor da saúde. Sua aplicação neste caso deve levar em conta o conhecimento disponível, adequando-o às realidades locais.
Se quisermos delimitar conceitualmente a epidemiologia, encontraremos várias definições; uma delas, bem ampla e que nos dá uma boa idéia de sua abrangência e aplicação em saúde pública, é a seguinte:
"Epidemiologia é o estudo da freqüência, da distribuição e dos determinantes dos estados ou eventos relacionados à saúde em específicas populações e a aplicação desses estudos no controle dos problemas de saúde." (J. Last, 1995)
Essa definição de epidemiologia inclui uma série de termos que refletem alguns princípios da disciplina que merecem ser destacados (CDC, Principles, 1992):
· Estudo: a epidemiologia como disciplina básica da saúde pública tem seus fundamentos no método científico.
· Freqüência e distribuição: a epidemiologia preocupa-se com a freqüência e o padrão dos eventos relacionados com o processo saúde-doença na população. A freqüência inclui não só o número desses eventos, mas também as taxas ou riscos de doença nessa população. O conhecimento das taxas constitui ponto de fundamental importância para o epidemiologista, uma vez que permite comparações válidas entre diferentes populações. O padrão de ocorrência dos eventos relacionados ao processo saúde-doença diz respeito à distribuição desses eventos segundo características: do tempo (tendência num período, variação sazonal, etc.), do lugar (distribuição geográfica, distribuição urbano-rural, etc.) e da pessoa (sexo, idade, profissão, etnia, etc.).
· Determinantes: uma das questões centrais da epidemiologia é a busca da causa e dos fatores que influenciam a ocorrência dos eventos relacionados ao processo saúde-doença. Com esse objetivo, a epidemiologia descreve a freqüência e distribuição desses eventos e compara sua ocorrência em diferentes grupos populacionais com distintas características demográficas, genéticas, imunológicas, comportamentais, de exposição ao ambiente e outros fatores, assim chamados fatores de risco. Em condições ideais, os achados epidemiológicos oferecem evidências suficientes para a implementação de medidas de prevenção e controle.
· Estados ou eventos relacionados à saúde: originalmente, a epidemiologia preocupava-se com epidemias de doenças infecciosas. No entanto, sua abrangência ampliou-se e, atualmente, sua área de atuação estende-se a todos os agravos à saúde.
· Específicas populações: como já foi salientado, a epidemiologia preocupa-se com a saúde coletiva de grupos de indivíduos que vivem numa comunidade ou área.
· Aplicação: a epidemiologia, como disciplina da saúde pública, é mais que o estudo a respeito de um assunto, uma vez que ela oferece subsídios para a implementação de ações dirigidas à prevenção e ao controle. Portanto, ela não é somente uma ciência, mas também um instrumento.
Boa parte do desenvolvimento da epidemiologia como ciência teve por objetivo final a melhoria das condições de saúde da população humana, o que demonstra o vínculo indissociável da pesquisa epidemiológica com o aprimoramento da assistência integral à saúde.
Referências:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_ottawa.pdf 
CARTA DE OTTAWA PRIMEIRA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE PROMOÇÃO DA SAÚDE Ottawa, novembro de 1986 
Electronic Document Format(ABNT)
SCLIAR, Moacyr. História do conceito de saúde. Physis, Rio de Janeiro , v. 17, n. 1, p. 29-41, Apr. 2007 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312007000100003&lng=en&nrm=iso>. access on 08 Apr. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312007000100003
Electronic Document Format(ABNT)
ROMANO, Valéria Ferreira. Tendências de mudanças na formação médica no Brasil: tipologia das escolas. Trab. educ. saúde,  Rio de Janeiro ,  v. 3, n. 1, p. 244-246,  Mar.  2005 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-77462005000100016&lng=en&nrm=iso>. access on  08  Apr.  2018.  http://dx.doi.org/10.1590/S1981-77462005000100016.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_sundsvall.pdf
DECLARAÇÃO DE SUNDSVALL PROMOÇÃO DA SAÚDE E AMBIENTESFAVORÁVEIS À SAÚDE 3ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde Sundsvall, Suécia, 9 – 15 de Junho de 1991
Descartes e o ensino médico Gisele Rodrigues Lobato1 , Oly Lobato2
Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 55 (2): 208, abr.-jun. 2011
BREVE INTRODUÇÃO À EPIDEMIOLOGIA
http://portalses.saude.sc.gov.br/arquivos/sala_de_leitura/saude_e_cidadania/ed_07/index.html

Continue navegando