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Alicia Vitória | Graduanda em Psicologia | IG: @aliciavit_ Formação O psicólogo é o profissional que pode desenvolver, durante sua graduação, competência para realizar o psi- codiagnóstico. O Ministério da Educação elenca algumas competências para os cursos de graduação em Psicolo- gia que estão envolvidas no processo do psicodiagnóstico e podemos encontra-las em algumas disciplinas como Psi- cologia do Desenvolvimento, Psicologia da Personalidade, Psicopatologia, Avaliação Psicológica, Psicometria, Técni- cas de Entrevista, Pesquisa em Psicologia, Psicologia Clí- nica, Neuropsicologia e etc. No entanto, um estudante recém graduado não possui plenas condições para reali- zação de alguns tipos de avaliação, necessitando, assim, de formações e aperfeiçoamentos específicos da área. Ainda, via de regra, percebemos que o adequado desenvolvimento da capacidade técnica para realizar um psicodiagnóstico relaciona-se à possibilidade de o profissi- onal seguir supervisionando seus casos e buscando o co- nhecimento que não pôde ser desenvolvido na gradua- ção e em cursos de pós-graduação, sejam eles lato ou stricto sensu. cuidados éticos Com relação aos documentos necessários para con- sulta, é recomendado que seja consultado: 1. Código de Ética Profissional do Psicólogo; 2. Resolução nº 001/2009: Obrigatoriedade do re- gistro documental decorrente da prestação de serviços psicológicos; 3. Resolução nº 016/2000: Necessidade de regula mentar regras e procedimentos que devem ser reconhecidos e utilizados nas práticas em pes- quisa (de laboratório, campo e ação); 4. Resolução nº 002/2003: Define e regulamenta o uso, a elaboração e a comercialização de testes psicológicos; 5. Resolução nº 007/2003: Institui o Manual de Ela- boração de Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo decorrentes de avaliação psicoló- gica; 6. Resolução nº 011/2000: Reflete sobre a oferta de produtos e serviços ao público; 7. Consulta ao SATEPSI Sendo as resoluções 001/2009, 002/2003 e 006/2019, em conjunto com o SATEPSI, as mais importantes. É importante também que o profissional se mante- nha sempre atualizado com relação a instituições que se dedicam à Avaliação Psicológica participando de congres- sos e acompanhando debates promovidos por elas e se dedique a um espaço pessoal seu de reflexão e análise, fora da supervisão, para que possa trabalhar a si mesmo e diminuir possíveis pontos cegos que fazem parte de qualquer processo em que o objeto avaliado se asseme- lha ao objeto que avalia. Demanda Um psicodiagnóstico bem sucedido tem interesse em responder uma pergunta, porém nem sempre (em decorrência do sofrimento do sujeito) essa pergunta pode chegar de uma forma clara e objetiva. Assim, é recomendado que haja uma reflexão clinica a partir das entrevistas iniciais e/ou do contato com a fonte encami- nhadora para que se tenha uma maior clareza a respeito do problema. Essa reflexão inicial deve ser feita com cui- dado pois é o primeiro momento da avaliação e irá ajudar a definir o que será avaliado. Por ter um caráter cientifico, o psicodiagnóstico ne- cessita da construção de hipóteses a serem confirmadas ou refutadas. Ex. Uma criança encaminhada para avali- ações por estar com dificuldades de lei- tura e escrita. Possíveis hipóteses a se- rem analisadas: 1. Ela possui algum trans- torno especifico de aprendizagem? 2. Existe questões emocionais/familiares in- terferindo no processo de Claudio Hutz Cap. 2 “Para fazer um psicodiagnóstico, o profissional deve saber avaliar com cuidado a demanda trazida pelo paciente ou pela fonte de encaminhamento para, a partir disso, realizar considerações éticas sobre o pedido e, quando essas forem favoráveis, tecer os objetivos de sua realização. [. . .] A realização do psicodiagnóstico pressupõe um preparo pessoal e técnico que inclui o domínio de diferentes saberes psicológicos e de áreas afins, além da capacidade de reflexão quanto aos aspectos éticos inerentes à realização da atividade. [. . .] Além disso, lembramos que o psicólogo precisa investir em seu desenvolvimento pessoal, realizando acompanhamento terapêutico, preferencialmente orientado pela teoria psicológica de base que sustenta seu fazer clínico.” – HUTZ, 2016, p. 34. Alicia Vitória | Graduanda em Psicologia | IG: @aliciavit_ “Psicodiagnóstico é um procedimento científico de investigação e intervenção clínica, limitado no tempo, que emprega técnicas e/ou testes psicológicos com o propósito de avaliar uma ou mais ca- racterísticas psicológicas visando um diagnóstico psicológico (des- critivo e/ou dinâmico), construído à luz de uma orientação teórica que subsidie a compreensão da situação avaliada, gerando uma ou mais indicações terapêuticas e encaminhamentos.” – HUTZ, 2016, p. 43. aprendizagem? 3. Há alguma questão neurológica? 4. Quais demandas psíqui- cas não estão sendo atendidas, gerando, assim, os sintomas? Outro caso possível é de o paciente já chegar com um diagnóstico dado por outro profissional da saúde ou professor de escola. Nesse caso o psicólogo deverá re- fletir sobre o que está sendo solicitado e poderá: 1. Realizar a avaliação da pertinência do diagnóstico; 2. Realizar o diagnóstico diferencial; 3. Identificar forças e fraquezas do paciente e de sua rede de atenção visando subsidiar um pro- jeto terapêutico; 4. Ampliar a compreensão do caso por meio da elaboração de um entendimento dinâmico, ali- cerçada em teoria psicológica; 5. Refletir sobre encaminhamentos necessários ao caso. As vezes também é necessário que também haja o envolvimento de outros profissionais no caso – como fonoaudiólogos, neurologistas e psiquiatras, por exemplo – dessa forma poderá haver a discussão do caso e o psicólogo. Objetivos Objetivos Especificação Classificação Sim- ples O exame compara a amostra do comporta- mento do examinando com os resultados de outros sujeitos da população geral ou de grupos específicos, com condições demo- gráficas equivalentes; esses resultados são fornecidos em dados quantitativos, classifica- dos sumariamente, como em uma avaliação de nível intelectual. Descrição Vai além da classificação simples, interpre- tando diferenças de escores, identificando forças e fraquezas e descrevendo o desem- penho do paciente, como em uma avaliação de déficits neuropsicológicos. Classificação no- sológica Testagem de hipóteses, tomando como re- ferência critérios diagnósticos. Diagnóstico dife- rencial Investigação de irregularidades ou inconsis- tências do quadro sintomático, para diferen- ciar alternativas diagnósticas, níveis de funci- onamento ou a natureza da patologia. Avaliação com- preensiva É determinado o nível de funcionamento da personalidade, são examinadas as funções do ego, em especial a de insight, condições do sistema de defesas, para facilitar a indicação de recursos terapêuticos e prever a possível resposta aos mesmos. Entendimento di- nâmico Ultrapassa o objetivo anterior, por pressupor um nível mais elevado de inferência clínica, havendo uma integração de dados com base teórica. Permite chegar a explicações de as- pectos comportamentais nem sempre aces- síveis na entrevista, à antecipação de fontes de dificuldades na terapia e à definição de focos terapêuticos, etc. Prevenção Procura identificar problemas precoce- mente, avaliar riscos, fazer uma estimativa de forças e fraquezas do ego, de sua capaci- dade para enfrentar situações novas, difíceis, estressantes. Prognóstico Determina o curso provável do caso Perícia Forense Fornece subsídios para questões relaciona- das com “insanidade”, competência para o exercício das funções de cidadão, avaliação de incapacidades ou patologias que podem se associar com infrações da lei, etc.
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