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Propedêutica cardiovascular

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PROPEDÊUTICA CARDIOVASCULAR
Coração:
● Se localiza no mediastino médio, atrás do esterno.
● Ele tem seu ápice (parte de baixo) voltado para a esquerda e sua base (de
onde saem os vasos) voltada mais medialmente.
● Formado por 2 valvas atrioventriculares chamadas de tricúspide (lado direito)
e bicúspide/mitral (lado esquerdo) + valva pulmonar (ventrículo direito) +
valva aórtica (ventrículo esquerdo).
● Ciclo cardíaco: o sangue vem das periferias (corpo ou pulmão) para os
átrios → átrios se enchem de sangue → sangue faz uma pressão nas
valvas atrioventriculares → valvas tricúspide e mitral se abrem (antes
mesmo do átrio contrair) → sangue começa a descer dos átrios para os
ventrículos → átrios contraem para mandar o resto de sangue que
sobrou para os ventrículos → ventrículos se enchem de sangue →
ventrículos contraem → contração dos ventrículos faz com que as
valvas atrioventriculares se fechem → contração dos ventrículos
também faz com que o sangue passe pelas valvas pulmonar e aórtica →
sangue que está indo para a artéria aorta e para a artéria pulmonar tenta
voltar para os ventrículos → valvas aórtica e pulmonar se fecham para
impedir o retorno desse sangue.
- Diástole , final da diástole , sístole , final da sístole.
Inspeção:
● Paciente em decúbito dorsal ou decúbito dorsal de 30°.
● Primeiro: observar se há alguma cicatriz, lesão ou abaulamentos.
● Segundo: procurar o Ictus Cordis.
- Ictus Cordis é o ápice do coração, onde fica o foco mitral. Ele se localiza na
linha hemiclavicular esquerda no quinto espaço intercostal (uns 2 dedos
abaixo do mamilo).
- Deve-se observar se ele é visível ou não.
Palpação:
● Palpação dos pulsos quando necessário.
- Palpar com dedos indicador e médio.
- Descrição: amplitude, intensidade, frequência e sincronia.
● Palpação do Ictus Cordis.
- É palpável em 25 a 40% dos adultos em decúbito dorsal e em 50 a 73% dos
adultos no decúbito lateral esquerdo, especialmente aqueles que são
magros.
- Descrição: localização, extensão (em cm ou polpas digitais → normal até 3
cm ou 1 a 2 polpas digitais), amplitude (normalmente é brusca e fraca) e
duração (deve ser analisada junto à ausculta cardíaca, o normal é durar até
⅔ da sístole).
● Palpação de frêmitos.
- São resultados de sopros.
- Palpar com a mão espalmada nos pontos de ausculta.
- Descrever: localização (focos), situação no ciclo cardíaco (sistólicos,
diastólicos ou sistodiastólicos) e intensidade (graduada em cruzes: 1+ a 4+).
Ausculta:
Estetoscópio:
● Diafragma – sons agudos (alta frequência) maioria dos sons cardíacos.
● Campânula– sons mais graves (baixa frequência) B3, B4 e estenoses.
Focos de ausculta:
● Foco Mitral (FM): localiza-se no 5o espaço intercostal esquerdo da linha
hemiclavicular e corresponde ao ictus cordis ou ponta do coração.
● Foco Pulmonar (FP): localiza-se no 2o espaço intercostal esquerdo justa
esternal.
● Foco Aórtico (FAo): localiza-se no 2o espaço intercostal direito justa esternal.
● Foco Aórtico Acessório: localiza-se no 3 o espaço intercostal esquerdo, justa
esternal.
● Foco Tricúspide (FT): localiza-se na base do apêndice xifóide, ligeiramente
para a esquerda.
Bulhas cardíacas:
● B1: fechamento das valvas mitral e tricúspide.
● B2: fechamento das valvas aórtica e pulmonar, iniciando uma nova diástole.
● B3: após abertura da valva mitral - período de enchimento ventricular rápido,
com fluxo de sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, no início
da diástole.
- Auscultar em decúbito lateral esquerdo.
● B4: pouco audível em adultos normais - contração atrial.
- Auscultar em decúbito lateral esquerdo.
● Caracterização das bulhas:
- Fonética (normofonéticas ou hiperfonéticas).
- Ritmo (rítmicas ou arrítmicas).
- Tempo (dois tempos ou tríplice)
- Caracterização padrão: BRNF, 2T, SS (bulhas regulares normofonéticas em 2
tempos e sem sopros).
Sopros:
● São produzidos por vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo,
que em condições patológicas adota um caráter turbilhonar, deixando de ser
laminar, surgindo ruídos denominados sopros.
● Avaliar cronologia: em qual fase do ciclo cardíaco o sopro se encontra.
- Sopros sistólicos:
. Sopro mesossistólico: começam depois de B1 e termina antes de B2. Sopro
Inocente. São ocasionados passagem de sangue valva semilunares.
. Sopro pansistólico (holossistólico): Começam junto com B1 e termina
em B2. Regurgitação de sangue através da valva AV, ou sopro da CIV.
. Sopro telessistólico: começam no final da sístole e prersistem até B2.
Prolapso valva mitral.
- Sopros diastólicos:
. Sopro protodiastólico: começa logo depois de B2 sem lacuna perceptível e
desaparece antes de B1. Refletem geralmente refluxo através das valvas
semilunares incompetentes. Sopro da insuficiência aórtica.
. Sopro mesodiastólico: começam um pouco depois de B2. Refletem fluxo
turbulento através valvas AV.
. Sopro telediastólico: começam no final da diástole e persistem até B1.
- Sopros contínuos: começam na sístole e estendem por toda diástole.
● Avaliar intensidade: de grau 1 a grau 6.
- Atenção: a partir do grau 4 apresenta frêmito palpável.
● Avaliar localização: em qual foco se localiza.
● Avaliar se há irradiação: deslocar o estetoscópio em várias direções para
identificar.
● Avaliar timbre/tonalidade: suave, rude, musical, em jato.
Manobras que podem ser realizadas na ausculta:
● Posição de Pachon: posição dorsal em decúbito lateral esquerdo com a mão
esquerda embaixo da cabeça.
- Fenômenos mitrais: estenose mitral.
● Manobra de Valsalva: expiração forçada com a glote fechada (paciente expira
fortemente com o nariz tampado).
● Manobra de Muller: inspiração forçada com a glote fechada.
● Posição sentada inclinando o tórax para frente.
- Fenômenos aórticos: expiração intensifica sopros aórticos.
● Manobra de Rivero-Carvalho: pedir para o paciente realizar uma inspiração
profunda.
- Serve para diferenciar sopros causados pela insuficiência mitral de sopros
causados pela insuficiência tricúspide.

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