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Biologia do Desenvolvimento e Envelhecimento Humano

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Maria Fernanda Moncorvo 
 
1 
 
- A gametogênese é o processo de 
formação e desenvolvimento das células 
germinativas especializadas, a partir de células 
precursoras 
- Os gametas são derivados das células 
germinativas primordiais (CGPs) 
- Gametogênese feminina leva a formação 
dos óvulos, é chamada de ovogênese 
- Gametogênese masculina leva a formação 
dos espermatozoides, chamada de 
espermatogênese 
- Durante a gametogênese, o número de 
cromossomos é reduzido pela metade 
através do processo de divisão celular 
conhecido como meiose 
- Mitose: 
• Processo de divisão celular, contínuo, 
onde uma célula dá origem a duas 
outras células, geneticamente 
idêntica as suas progenitoras 
 
- Meiose: 
• Processo de divisão celular, no qual 
uma célula diploide (2n) dá origem a 
uma célula haploide (n) 
• Uma célula mãe dá origem a quatro 
células filhas idênticas com a metade 
do número de cromossomos 
 
 
- Meiose I ou meiose reducional: 
• Antes da meiose ocorre a Intérfase, 
onde ocorre a duplicação do DNA 
 
• Ao final do seu processo, as células 
filhas terão metade da quantidade de 
cromossomos da célula mãe 
• Uma célula (2n) dá origem a duas 
células (n) 
- Etapas da Meiose I (R!) 
• Prófase I: fragmentação da carioteca; 
espiralização dos cromossomos; 
momento em que os cromossomos 
homólogos se pareiam e trocam 
pedaços → CROSSING OVER 
 
• Metáfase 1: formação da placa 
equatorial onde os cromossomos se 
alinham no meio da célula; momento 
em que os cromossomos estão no 
seu maior grau de condensação 
• Anáfase 1: separação dos 
cromossomos homólogos; as 
cromátides irmãs continuam unidas, 
mas os cromossomos homólogos se 
separam 
Biologia do Desenvolvimento e Envelhecimento Humano - BDEH 
Maria Fernanda Moncorvo 
 
2 
 
• Telófase 1: formação de uma nova 
carioteca; desespiralização dos 
cromossomos; processo de 
citocinese, formando duas novas 
células; essas duas novas células 
continuam o processo de divisão e 
entram no processo de meiose 11 
- Meiose 11 ou meiose equacional: 
 
• Ao final do seu processo, as células 
filhas terão a mesma quantidade de 
cromossomos da célula mãe 
• Cada célula (n) dá origem a duas 
células (n) 
- Etapas da Meiose 11 (E!) 
• Prófase 11: fragmentação da carioteca; 
espiralização dos cromossomos 
• Metáfase 11: formação da placa 
equatorial; cromossomos ficam um 
embaixo do outros e sempre em 
pares (homólogos); maior grau de 
condensação 
• Anáfase 11: separação das cromátides 
irmãs 
• Telófase 11: formação de uma nova 
carioteca; desespiralização dos 
cromossomos; processo de 
citocinese, formando duas novas 
células cada uma 
OBS: Distúrbios da meiose durante a 
gametogênese resultam na formação de 
gametas anormais cromossomicamente, 
causando um desenvolvimento anormal 
como em casos de síndrome de Down 
- Espermatogênese: 
• Eventos pelos quais as 
espermatogônias dão origem aos 
espermatozoides maduros 
• Ocorre nos testículos (tubos 
seminíferos) 
• Localizado na bolsa escrotal (um grau 
inferior a temperatura corporal que é 
ideal para a espermatogênese) 
• É dividida em 4 fases: período 
germinativo (fase da multiplicação), 
fase de crescimento, fase de 
maturação e fase de diferenciação 
- Fase de multiplicação: 
• Inicia-se na vida intrauterina, 
lentamente até a puberdade 
• Por mitose, formam-se as 
espermatogônias 
- Fase de crescimento: 
• As espermatogônias passam por 
processos de crescimento celular 
sem que haja divisão → mantêm a 
quantidade de 46 cromossomos 
• Passam a receber o nome de 
espermatócito I → período de 
acúmulo de energia para que a 
meiose possa acontecer 
- Fase de maturação: 
• Meiose I 
• Espermatócito I em Espermatócito II 
• Espermatócito II - Cromossomo com 
duas cromátides 
• Meiose II – separação das cromátides 
irmãs → Espermatócito II em 
espermátides 
- Fase de diferenciação: 
• Espermiogênese – conversão da 
espermátide em espermatozoide 
• Formação do acrossomo; centríolos 
formam o flagelo 
Maria Fernanda Moncorvo 
 
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• Aumento na quantidade de 
mitocôndrias 
 
- Espermiogênese: 
• Formação do acrossoma 
• Condensação do núcleo 
• Formação do colo, da porção média 
e da cauda 
• Perda da maior parte do citoplasma 
e dos corpúsculos residuais 
 
• Acrossoma: capuz com enzimas para 
penetração do espermatozoide no 
ovócito 
• Cabeça: núcleo 
• Colo: ligação entre cabeça e cauda 
• Cauda: motilidade 
- Oogênese: 
• Eventos pelos quais as oogônias são 
transformadas em oócitos maduros 
• Ocorre nos ovários 
• Durante a vida intrauterina (terceiro 
mês) 
• Dividida em 3 fases: fase de 
multiplicação ou proliferação, fase de 
crescimento e fase de maturação 
- Fase de multiplicação: 
• Ocorre na vida intrauterina 
• Por mitose, formam-se a ovogônias 
- Fase de crescimento: 
• Meiose 1 (não é concluída – 
estacionada na Prófase 1) 
• As ovogônias passam por processos 
de crescimento celular sem que haja 
divisão 
• Passam a receber o nome de 
ovócito I 
- Fase de maturação: 
• Inicia-se quando a menina alcança a 
maturidade sexual (11-15 anos) 
• Nessa etapa, o ovócito I (2n) sofre 
processo de divisão celular gerando 
duas células filhas, mas APENAS UMA 
dessas células geradas dará 
continuidade ao processo 
• Essa célula filha é chamada de ovócito 
II e possui a metade da quantidade de 
cromossomos que a célula mãe → 
célula haploide (n), possui 23 
cromossomos 
• O óvulo forma-se apenas depois da 
fecundação pelo espermatozóide 
• A meiose 11 só se completa se 
ocorrer fecundação 
 
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- Ciclo Reprodutivo Feminino: 
• Esses ciclos preparam o sistema 
genital para a gestação e envolvem 
a atividade do hipotálamo, da glândula 
hipófise, dos ovários, do útero, das 
tubas uterinas, da vagina e das 
glândulas mamárias 
• O hormônio liberador de 
gonadotrofina é sintetizado por 
células secretoras localizadas no 
hipotálamo 
• Esse hormônio é transportado pela 
rede de capilares para o lobo anterior 
da glândula hipófise e estimula a 
liberação de outros dois hormônios 
• Hormônio folículo-estimulante (FSH): 
estimula o desenvolvimento dos 
folículos ovarianos e a produção de 
estrogênio pelas células foliculares 
• Hormônio luteinizante (LH): age 
como um “disparador” da ovulação 
(liberando ovócito secundário) e 
estimula as células foliculares e o 
corpo lúteo a produzirem 
progesterona 
 
- Fecundação: 
• A fecundação é uma sequência de 
eventos moleculares, gerada a partir 
do contato entre o espermatozoide 
e o ovócito, iniciando o processo de 
desenvolvimento do embrião 
• Deve acontecer na ampola da tuba 
uterina e não no útero 
• No ciclo reprodutivo feminino, as 
mulheres liberam o seu ovócito 
primário que passará pelo processo 
de meiose I se tornando ovócito II 
• Esse ovócito II pode ou não ser 
fecundado, dependendo se há 
relação sexual 
• Se não for fecundado, será 
descartado na menstruação 
• Com a relação sexual, os 
espermatozoides chegam até o 
ovócito II dando início a fecundação 
• Os espermatozoides serão atraídos 
por substâncias químicas liberadas 
pelo óvulo e nadam em busca dele 
→ quimiotaxia 
• Os espermatozoides precisam 
atravessar as camadas do ovócito 
para chegarem até o núcleo onde, 
de fato acontecerá a fecundação 
• Primeira camada é chamada de 
corona radiata 
• Logo abaixo, há uma camada de 
glicoproteína chamada de zona 
pelúcida 
• Ao ultrapassar essas camadas, e 
chegas a MP do ovócito, iniciará uma 
série de eventos: 
o Término da 2ª divisão 
meiótica do oócito II e 
formação do pró-núcleo 
feminino 
o Formação do pró-núcleo 
masculino 
o Formação do zigoto e início 
do processo de clivagem 
(divisão celular) 
- Clivagem: consiste em divisões mitóticas 
repetidas do zigoto resultando em um 
aumento rápido do número de blastômeros 
- Trofoblasto: delgada camada celular externa 
que formará a parte embrionária da placenta- Embrioblasto: grupo de blastômeros 
localizados centralmente que dará origem ao 
embrião 
- Citotrofoblasto: camada interna do 
trofoblasto 
- Sinciciotrofoblasto: camada externa do 
trofoblasto → massa protoplasmática 
multinucleada na qual nenhum limite celular 
pode ser observado 
 
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IMPLANTAÇÃO: 
- Momento em que o blastócito se adere a 
parede do endométrio uterino 
- Acontece no fim da primeira semana e 
termina durante a segunda semana de 
gestação → ocorre de 6 a 10 dias após a 
ovulação e fecundação 
- Normalmente ocorre no endométrio 
- Para que haja a implantação, as células do 
trofoblasto passam a secretar enzimas que 
digerem parte da parede endometrial, 
permitindo com que o embrião se implante 
junto a parede uterina 
- À medida em que a implantação ocorre, 
mudanças morfológicas no embrioblasto 
produzem o disco embrionário bilaminar, 
formado por duas camadas de células distintas 
• Epiblasto: camada mais espessa, que 
forma o assoalho da cavidade 
amniótica, constituída de células 
cilíndricas altas, voltadas para a 
cavidade amniótica 
• Hipoblasto: camada mais fina, que 
forma o teto da cavidade 
exocelômica, constituída de 
pequenas células cuboides 
- Sequência de eventos para que ocorra a 
implantação: 
1. Degeneração da zona pelúcida, que 
resulta no crescimento do blastocisto 
2. O blastocisto então, adere ao epitélio 
endometrial 
3. O trofoblasto se diferencia em 
citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto 
4. O sinciciotrofoblasto provoca a 
erosão do tecido endometrial e o 
blastocisto começa a se implantar no 
endométrio 
 
IMPLANTAÇÃO EXTRAUTERINA: 
- Algumas vezes o blastocisto se implanta fora 
do útero, resultando em gestações ectópicas 
- Estão frequentemente relacionadas a 
fatores que atrasam ou impedem o 
transporte do zigoto para o útero 
- Esse tipo de gestação é a principal causa de 
mortes maternas durante o primeiro 
trimestre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Gastrulação: processo pelo qual as três 
camadas germinativas são estabelecidas no 
embrião → ectoderma, mesoderma e 
endoderma 
- Essas três camadas são as precursoras de 
todos os tecidos embrionários e a orientação 
axial 
- O disco trilaminar é caracterizado por: 
aparecimento da linha primitiva; 
desenvolvimento da notocorda; diferenciação 
das três camadas germinativas 
- A gastrulação acontece a partir de uma 
sequência de eventos, são eles: 
1. A gastrulação se inicia com o 
surgimento da linha primitiva, 
localizada na superfície do epiblasto 
→ ainda no disco embrionário 
bilaminar 
2. As células do epiblasto começam a 
se proliferar e migram em direção ao 
plano mediano (centro) formando 
uma estrutura chamada de linha 
primitiva 
3. A linha primitiva começa a crescer no 
sentido longitudinal → da região 
caudal à região cefálica 
4. A extremidade da linha primitiva 
contém um aglomerado de células 
chamado de nó primitivo 
5. Quando a linha primitiva atinge o 
centro, as suas células param de se 
proliferar e passam a sofrer o 
processo de invaginação (elas 
“descem” em direção ao hipoblasto), 
formando então o sulco primitivo 
OBS: no final do nó primitivo existe uma 
região com uma pequena depressão que 
recebe o nome de fosseta primitiva 
- A invaginação das células do epiblasto para 
o hipoblasto, acontece para que haja a 
substituição de células desse local 
- Endoderma: forma-se quando todas as 
células do hipoblasto foram substituídas 
- Mesoderma: forma-se algumas células do 
epiblasto passam a se aglomerar no 
intermédio entre o epiblasto e o hipoblasto 
- Ectoderma: forma-se quando as células que 
continuaram no epiblasto, ou seja, não 
sofreram invaginação, passam a formar uma 
nova camada 
OBS: Após a formação do mesoderma, a 
linha primitiva diminui em tamanho relativo e 
torna-se uma estrutura sem nenhuma função. 
Normalmente, a linha primitiva sofre 
mudanças degenerativas e desaparece no 
final da quarta semana 
Notocorda: é uma estrutura embrionária, 
responsável por definir o eixo do embrião 
• A sua formação acontece no 
mesoderma, quando algumas células 
mesenquimais migram através da 
linha primitiva e, adquirem destinos de 
células mesodérmicas 
• Essas novas células mesenquimais 
migram do nó e da fosseta primitiva, 
formando um cordão → processo 
notocordal 
• O processo notocordal surge abaixo 
do nó primitivo e cresce entre o 
ectoderma e o endoderma até 
alcançar a placa pré-cordal 
• A medida em que o processo 
cresce, surge no seu interior um 
espaço chamado de canal notocordal 
• O canal notocordal divide o processo 
notocordal em duas partes: 
o Parte superior: fica em 
contato com o ectoderma 
o Parte inferior: fica em 
contato com o endoderma 
• As células da parte inferior sofrem 
apoptose, eliminando a camada do 
endoderma 
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• A parte que sobra do processo 
notocordal, passa a ser chamada de 
placa notocordal, que vai virar 
notocorda 
• A notocorda tem várias funções: 
o Define o eixo longitudinal do 
embrião 
o Fornece sinais que são 
necessários para o 
desenvolvimento das 
estruturas 
musculoesqueléticas axiais e 
do sistema nervoso central 
o Contribui para a formação 
dos discos intervertebrais 
• O desenvolvimento da notocorda 
induz o ectoderma embrionário 
sobreposto a se espessar e formar a 
placa neural, o primórdio do sistema 
nervoso central 
Neurulação: processo de formação do tubo 
neural 
- Para que ocorra a formação do tubo neural, 
são necessários alguns eventos: 
• Conforme a notocorda de 
desenvolve, ela induz o ectoderma, a 
se espessar e formar a placa neural, 
alongada de células epiteliais espessas 
• Conforme a notocorda se alonga, a 
placa neural se amplia e finalmente se 
estende até formar a membrana 
orofaríngea 
• Aproximadamente no 18o dia, a placa 
neural se invagina ao longo do seu 
eixo central, formando uma 
depressão chamada de sulco neural 
• Ao lado desta depressão, serão 
formadas elevações chamadas de 
pregas neurais 
• As pregas neurais se tornam 
proeminentes e são o primeiro sinal 
do desenvolvimento do encéfalo 
• As pregas neurais continuam a sofrer 
processos de depressão até o 
momento em que irão se fundir, 
formando o tubo neural 
• À medida em que as pregas neurais 
se fundem para formar o tubo 
neural, um grupo de células neuro 
ectodérmicas, perdem a sua 
afinidade epitelial e acabam indo junto 
com o tubo neural 
- Formação dos somitos: 
• O mesoderma, se diferencia em três 
porções: mesoderma paraxial, 
mesoderma intermediário e 
mesoderma lateral 
• A partir do mesoderma paraxial, 
começam a surgir estruturas 
esféricas chamadas de somitos 
• Os somitos dão origem aos 
músculos, as vértebras e as costelas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Vasculogênese: 
• A vasculogênese é o processo de 
formação de novos vasos, a partir da 
união de células 
Etapas: 
1. As células mesenquimais, células 
provenientes do mesoderma, se 
diferenciam em angioblastos 
2. Os angioblastos, passam a se agrupar 
formando diferentes grupos de 
células, chamadas de ilhotas 
sanguíneas 
3. No interior desses aglomerados de 
células formados, começam a surgir 
cavidades, que futuramente serão as 
cavidades dos vasos sanguíneos 
4. Algumas das células que estão em 
contato com essa nova cavidade 
formada, mudam a sua conformação 
e passam a ser chamadas de células 
endoteliais → antes esféricas e agora 
pavimentosas 
OBS: as células endoteliais são responsáveis 
por revestir os vasos sanguíneos 
- Alguns angioblastos, ao invés de se 
transformarem em células endoteliais, se 
transformam em células tronco 
hematopoiéticas 
- Essas células tronco hematopoiéticas dão 
origem a todas as células sanguíneas 
IMPORTANTE: durante todo esse processo, 
o embrião não produz células sanguíneas, 
elas são provenientesda transformação dos 
angioblastos em células tronco 
- Angiogênese: 
• A angiogênese é o processo de 
formação de novos vasos pelo 
brotamento e ramificação de vasos 
preexistentes 
• Os vasos formados na 
vasculogênese, sofrem ramificações 
nas áreas adjacentes por meio do 
brotamento endotelial e se fundem 
com outros vasos 
OBS: a angiogênese é a continuação das 
etapas da vasculogênese 
- Coração: 
• Começa a ser formado na 3ª semana 
de desenvolvimento 
Eventos: 
1. No mesoderma extraembrionário, 
existe uma região chamada de área 
cardiogênica 
2. Essa área demarca o local onde o 
coração será formado 
3. Nesse local, derivado de células 
mesodérmicas, surgem dois tubos 
chamados de tubos cardíacos 
endocárdicos 
4. Esses dois tubos se fundem e 
formam o tubo cardíaco primitivo 
que, futuramente, formará o coração 
primitivo do embrião 
5. O coração primitivo possui uma 
estrutura tubular, que irá se unir à 
vasos, permitindo que haja uma 
circulação primitiva 
6. A partir desse tubo, surgirão as 
estruturas do coração (ventrículos, 
válvulas etc.) 
 
 
 
 
 
 
 
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- Período no qual todos os órgãos serão 
formados e alocados corretamente, 
permitindo que o embrião adquira formato 
humano e possa então ser chamado de feto 
- É um período crucial, pois o feto fica 
susceptível a ação de teratógenos → 
agentes capazes de interferir no 
desenvolvimento fetal (álcool, drogas, 
radiação, vírus etc.;) 
- Pode ser dividido em três fases: 
• Crescimento: fase de divisão celular 
na qual ocorre a formação dos 
órgãos 
• Morfogênese: fase na qual os órgãos 
adquirem suas formas e tamanhos 
característicos 
• Diferenciação: fase na qual as células 
vão se diferenciar para assumirem as 
suas funções nos tecidos específicos 
Dobramentos 
- Evento no qual acontece o dobramento do 
disco embrionário trilaminar 
- O disco se dobra e começa a mudar a 
conformação do embrião até que ele adquira 
a forma humana 
1. O disco trilaminar, vai se dobrando no 
plano mediano, e forma uma 
estrutura semelhante a um ser 
2. Ao mesmo tempo, o embrião vai 
crescendo e o ectoderma vai se 
espessando 
3. O espessamento do ectoderma não 
é constante, a porção cefálica se 
desenvolve mais pois, é onde o 
crânio e o encéfalo serão formados 
4. Em determinado momento, o disco 
trilaminar que está se dobrando 
forma duas pregas distintas: a prega 
cefálica e a prega caudal 
5. Ambas as pregas começam a invadir 
a vesícula umbilical e formam uma 
espécie de canal chamada de 
intestino 
6. A porção do intestino próxima a 
prega cefálica é chamada de intestino 
anterior e dará origem ao esôfago, a 
faringe e a laringe 
7. A porção mediana do intestino é 
chamada de intestino médio e dará 
origem ao estômago e aos intestinos 
8. A porção do intestino próxima a 
prega caudal é chamada de intestino 
posterior e dará origem ao ânus e a 
alguns órgãos do trato urinário como 
a bexiga, uretra e etc. 
- O coração primitivo formado na 3ª semana, 
nesse período do desenvolvimento, vai 
migrando para o seu local fixo e vai ganhando 
volume 
Quarta semana 
- Os somitos se proliferam gradualmente e o 
embrião começa a se curvar cada vez mais 
- No início da semana, o tubo neural está 
praticamente fechado, possui apenas dois 
lugares abertos (região cefálica e região 
caudal) que serão fechados por volta do 24o 
dia; 
OBS: esses locais recebem o nome de 
neuroporo rostral e neuroporo caudal 
- Aparecimento dos primeiros arcos 
faríngeos, que darão origem ao osso maxilar 
e a mandíbula 
- Por volta do 28º dia, as cavidades do olho e 
do nariz se formam 
- Os membros superiores e inferiores 
começam a se desenvolver 
 
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Quinta semana 
- Embrião ainda mais curvado, com um 
grande desenvolvimento craniano e 
encefálico 
 
Sexta semana 
- Formação do olho, nariz e orelha 
- Brotamento completo dos membros 
inferiores e superiores 
- Surgimentos das mãos ainda com raios 
digitais, unidos por meio de membranas 
OBS: os raios digitais darão origem aos dedos 
 
Sétima semana 
- Olhos, pálpebras, orelhas e nariz formados 
- As membranas que estavam ligando os raios 
digitais se degeneram levando a formação 
dos dedos 
- Dedos dos pés passam a se desenvolver 
 
Oitava semana 
- Praticamente tudo formado 
- Término do período embrionário e início do 
período fetal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Os órgãos respiratórios inferiores começam 
a se formar durante a 4ª semana 
- O sistema respiratório começa como um 
crescimento mediano, o sulco laringotraqueal, 
que aparece no assoalho da extremidade 
caudal do intestino primitivo 
- Até o final da 4ª semana, o sulco 
laringotraqueal se evagina para formam um 
divertículo laringotraqueal (broto pulmonar) 
- Conforme o divertículo se alonga, é 
envolvido por mesênquima esplâncnico 
- Sua extremidade distal se dilata para formar 
um broto respiratório, do qual se origina a 
arvore respiratória 
- O divertículo laringotraqueal logo se separa 
da faringe primitiva e se mantém em 
comunicação através do canal laríngeo 
primitivo 
- As pregas traqueoesofágicas se 
desenvolvem no divertículo, se aproximam 
uma da outra, e se fundem para formar uma 
divisão, o septo traqueoesofágico 
 
 
 
Desenvolvimento da laringe 
- O epitélio de revestimento da laringe se 
desenvolve a partir do endoderma da 
extremidade cranial do tubo laringotraqueal 
- As cartilagens da laringe se desenvolvem do 
4º e 6º pares de arcos faríngeos 
- As cartilagens da laringe se desenvolvem do 
mesênquima que é derivado das células da 
crista neural 
- O mesênquima rapidamente se prolifera, 
produzindo um par de brotos aritenoides 
- Os brotos crescem em direção a língua, 
convertendo a abertura em forma de fenda 
(glote primitiva) em um canal laríngeo 
(formato de T) 
 
- O epitélio da laringe se prolifera rapidamente 
e haverá uma oclusão temporária da luz da 
laringe 
- Quando ocorrer a recanalização, os 
ventrículos da laringe serão formados durante 
o processo 
Desenvolvimento da traqueia 
- Durante a separação do intestino primitivo, 
o divertículo laringotraqueal forma a traqueia 
e duas evaginações laterais, os brotos 
brônquicos primários 
- O revestimento endodérmico do tubo 
laringotraqueal se diferencia no epitélio e 
glândulas da traqueia e no epitélio pulmonar 
Maria Fernanda Moncorvo 
 
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- A cartilagem, o tecido conjuntivo e os 
músculos da traqueia são derivados do 
mesênquima esplâncnico que envolve o tubo 
laringotraqueal 
Desenvolvimentos dos brônquios e pulmões 
- O broto respiratório (pulmonar) se 
desenvolve na extremidade caudal do 
diventrículo laringotraqueal 
- O broto se divide em duas evaginações: os 
brotos brônquicos primários 
- Esses brotos crescem lateralmente para 
dentro dos canais pericardioperitoneais 
- Os brotos brônquicos secundários e 
terciários logo se desenvolvem 
- Quando os pulmões se desenvolvem, estes 
adquirem uma camada de pleura visceral 
derivada do mesênquima esplâncnico 
- Com a expansão, os pulmões e a cavidade 
pleural crescem caudalmente para o 
mesênquima da parede corporal e logo se 
aproximam do coração 
- A parede torácica corporal torna-se 
revestida por uma camada de pleura parietal 
derivada do mesoderma somático 
Maturação dos Pulmões 
- É dividida em 4 etapas: pseudoglandular, 
canicular, saco terminal e estágio alveolar 
- Pseudoglandular 
• Menos aquelas estruturas para 
hematose 
• Fetos nascidos nesta etapa não 
sobrevivem 
- Canalicular 
• A respiração é possível ao final do 
período canalicular, pois alguns sacos 
terminais de parede delgada (alvéolos 
primitivos) se desenvolvem no final 
dos bronquíolos 
- Saco terminal (sacular) 
• Nesse estágio se estabelece a 
barreira hematoaérea, que permite 
uma troca adequada de gases, 
necessária para a sobrevivênciado 
feto caso este nasça 
prematuramente 
• São revestidos principalmente por 
células epiteliais (pneumócito 1) 
• Também tem pneumócitos 2 
- Estágio alveolar 
• Pulmões já são capazes de realizar a 
respiração, pois a membrana 
alveolocapilar é delgada o suficiente 
para realizar as trocas gasosas 
Movimentos respiratórios fetais (MRF) 
- Aumentam à medida que o parto se 
aproxima 
- Condicionam os músculos respiratórios 
- Estimulam o desenvolvimento do pulmão, 
possivelmente pela criação de um gradiente 
de pressão entre os pulmões e o líquido 
amniótico 
- A aeração dos pulmões ao nascimento se 
deve à rápida substituição do líquido intra-
alveolar pelo ar 
- Diminuição do liquido amniótico → 
oligogodrâmnio → hipoplasia pulmonar grave 
Más formações pulmonares 
- Agenesia: malformação congênita rara, 
constitui na ausência completa do parênquima 
pulmonar, brônquios e vasos pulmonares 
- Aplasia pulmonar: ocorre a dicotomização 
da traquéia, no entanto, o brônquio principal 
tem terminação interrompida ou fundo cego 
(não gera formação da árvore brônquica 
subsequente) 
- Hipoplasia pulmonar: é o desenvolvimento 
incompleto de um ou ambos os pulmões 
Maria Fernanda Moncorvo 
 
13 
 
- É formado pelo trato digestório da boca ao 
ânus com todas as suas glândulas e órgãos 
associados 
Tubo intestinal primitivo 
- 4ª semana 
- Dobramento lateral e craniocaudal 
- Endoderma: revestimento epitelial e dá 
origem a células específicas (parênquima) das 
glândulas, como hepatócitos e células 
exócrinas e endócrinas do pâncreas 
- Mesoderma esplâncnico (visceral): origem 
ao tecido conjuntivo e muscular do trato 
gastro-intestinal 
- Três regiões: intestino anterior, intestino 
médio e intestino posterior 
- Cranialmente, o intestino anterior termina na 
membrana orofaríngea 
- Caudalmente, o intestino posterior termina 
na membrana cloacal 
Mesentério 
- É uma dobra dupla do peritônio 
- O crescimento do fígado divide o 
mesentério ventral em: 
• Omento menor 
• Ligamento falciforme 
Intestino anterior 
- Derivados: faringe, esôfago, estomago, parte 
proximal do duodeno 
- Esses derivados são supridos pelo tronco 
celíaco (exceto faringe, trato respiratório 
inferior e maior parte do esôfago) 
- Faringe: estende-se da membrana 
orofaríngea para o divertículo respiratório e é 
a parte do intestino anterior 
- Esôfago: o divertículo respiratório aparece 
na parede ventral do intestino anterior, o 
septo traqueoesofágico separa esse 
divertículo, originando o esôfago 
- Estômago: durante a 4ª semana uma 
dilatação indicará o local do estômago 
primitivo 
- Omento maior: começa na grande 
curvatura do estomago e conecta o 
estomago ao diafragma, baço e cólon 
- Bolsa omental: espaço atras do estomago 
- Fígado: por volta do 22º dia, um pequeno 
espessamento endodérmico, a placa hepática, 
se forma na face ventral do duodeno 
• As células nesta placa proliferam e 
formam o divertículo hepático (Broto 
hepático) 
• Endoderma: divertículo hepático → 
hepatoblastos → hepatócitos 
(parênquima) 
• Mesoderma esplâncnico: estroma de 
sustentação do fígado, células 
hematopoiéticas e células de Kupffer 
- Vias biliares: o divertículo hepático aumenta 
rapidamente de tamanho e se divide em duas 
partes: 
• Porção cranial (maior): primórdio do 
fígado 
• Porção caudal (menor): primórdio da 
vesícula biliar 
• Pedúnculo do divertículo: forma o 
ducto biliar (colédoco) 
• O pedúnculo do divertículo que liga 
os ductos hepático e cístico ao 
duodeno que se torna o ducto biliar 
- Pâncreas: se desenvolve entre as camadas 
do mesentério a partir dos brotos 
Maria Fernanda Moncorvo 
 
14 
 
pancreáticos dorsal e ventral de células 
endodérmicas 
- Duodeno: na 4ª semana, o duodeno 
começa a se desenvolver a partir da parte 
caudal do intestino anterior, da parte cranial 
do intestino médio, e do mesênquima 
esplâncnico 
• Durante o segundo mês, o lúmen do 
duodeno é obliterado pela 
proliferação celular em suas paredes; 
entretanto, é recanalizado depois 
• Se não for recanalizado pode haver 
Estenose ou Atresia duodenal 
Intestino Médio 
- Derivados: intestino delgado, ceco, apêndice, 
colo ascendente 
- São supridos pela artéria mesentérica 
superior 
Herniação do Intestino Médio 
- À medida que o intestino médio se alonga, 
ele forma uma alça intestinal ventral em 
forma de U, a alça do intestino médio 
- A alça é uma herniação umbilical fisiológica 
que ocorre no início da sexta semana 
- A herniação ocorre porque não tem 
espaço suficiente na cavidade abdominal para 
o rápido crescimento do intestino 
- As alças entram na cavidade 
extraembrionária 
Rotação da Alça do Intestino Médio 
- Enquanto a alça do intestino médio está no 
cordão umbilical, ela gira no sentido anti-
horário ao redor do eixo da artéria 
mesentérica superior 
- Essa rotação traz a porção cranial (intestino 
delgado) da alça para a direita e a porção 
caudal (intestino grosso) para a esquerda 
- A porção cranial se alonga e forma as alças 
intestinais 
- O ramo cefálico da alça se desenvolve na 
porção distal do duodeno, no jejuno e em parte 
do íleo 
- O membro caudal se torna a porção inferior 
do íleo, o ceco, o apêndice, o cólon ascendente 
e os dois terços proximais do cólon transverso 
Retração das alças 
- Na 10ª semana as alças intestinais herniadas 
começam a retornar à cavidade abdominal 
- Papéis importantes: redução do crescimento 
hepático e a expansão da cavidade abdominal 
- O intestino delgado retorna primeiro, passando 
posteriormente à artéria mesentérica superior, 
e ocupa a parte central do abdome 
Intestino Grosso: sofre uma rotação de 270° 
no sentido anti-horário, o colo descendente e 
o colo sigmoide se movem para o lado direito 
do abdome 
Broto cecal: aparece na 6ª semana como 
uma pequena dilatação cônica da porção 
caudal da alça intestinal primária, é a ultima 
parte do intestino a retorna para a cavidade 
abdominal 
Apêndice: a extremidade distal do broto cecal 
forma um divertículo estreito que é o 
apêndice 
• Conforme o colo ascendente se 
alonga, o apêndice pode passar 
posteriormente ao ceco (apêndice 
retrocecal) ou colo (apêndice 
retrocólico) 
Mesentério das Alças Intestinais 
- O mesentério da alça intestinal primária 
sofre alterações profundas com a rotação e 
a formação de espirais do intestino 
- Conforme os intestinos aumentam, se 
alongam e assumem as suas posições finais, 
seus mesentérios são pressionados contra a 
parede abdominal posterior 
 
Maria Fernanda Moncorvo 
 
15 
 
Mesentério: o mesentério do colo 
ascendente se funde com o peritônio parietal 
nessa parede e desaparece; 
consequentemente, o colo ascendente se 
torna retroperitoneal 
Intestino Posterior 
- Derivados: parte do colo transverso, colo 
descendente e o colo sigmoide, reto, parte 
superior do canal anal, epitélio da bexiga e 
maior parte da uretra 
- São supridos pela artéria mesentérica 
inferior 
- A porção terminal do intestino posterior 
penetra na região posterior da cloaca, o canal 
anorretal primitivo 
Cloaca 
- Em embriões iniciais, a cloaca é uma câmara 
dentro da qual o intestino posterior e o 
alantóide desembocam 
- A cloaca é revestida por endoderma que 
fica em contato com o ectoderma superficial 
na membrana cloacal 
Divisão da Cloaca 
- É dividida nas partes dorsal e ventral por 
uma cunha de mesênquima, o septo 
urorretal, que se desenvolve entre o alantóide 
e o intestino posterior 
- À medida que o septo cresce em direção 
a membrana cloacal, ele desenvolve pregas 
que produzem invaginações das paredes 
laterais da cloaca 
- Essas pregas que crescem e dividem a 
cloaca em 3 partes: o reto, a parte cranial do 
canal anal e o seio urogenital 
- A cloaca tem um papel fundamental no 
desenvolvimento anorretal 
- Após a ruptura da membrana cloacal por 
apoptose, a luz anorretal é temporariamente 
fechada por um tampão epitelial 
- A recanalização do canalanorretal ocorre 
por morte celular apoptótica do tampão anal 
epitelial, que forma a fosseta anal (proctodeu) 
Canal Anal 
- Os dois terços superiores do canal anal 
adulto são derivados do intestino posterior; o 
terço inferior se desenvolve a partir da 
fosseta anal 
- No ânus, o epitélio é queratinizado 
- As outras camadas da parede do canal anal 
são derivadas do mesênquima esplâncnico 
- Os dois terços superiores do canal anal são 
supridos pela artéria retal superior, a 
continuação da artéria mesentérica inferior 
- O terço inferior do canal anal é suprido pelas 
artérias retais inferiores, uma ramificação da 
artéria pudenda interna 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Fernanda Moncorvo 
 
16 
 
- Se desenvolve a partir do mesênquima 
intermediário 
- O mesoderma intermediário se desprende 
dos somitos e começa a descer ventralmente 
no embrião, criando uma estrutura de “asa” 
- O cordão nefrogênico dará origem ao 
sistema urinário 
- A crista gonadal dará origem ao sistema 
genital 
 
Desenvolvimento de Rins e Ureteres 
- Existe primeiramente três conjuntos de rins 
sucessivos que se desenvolvem nos 
embriões 
- Os 3 são: pronefros, mesonefros e 
metanefros 
- Pronefros: 
• Estruturas transitórias bilaterais e 
rudimentar 
• Não é funcional 
• Forma o ducto pronéfrico que faz o 
caminho entre o cordão nefrogênico 
e a cloaca 
• Sofre degeneração na 4ª semana, 
porém os resquícios ainda serão 
usados pelo segundo conjunto de 
rins 
- Mesonefros: 
• Órgão excretor grande e alongado 
• Funcionam como rins temporários 
• Composto por glomérulos, túbulos 
mesonéfricos e ducto mesonéfrico, 
eles fazem a filtração 
• Desaparece por volta da 9ª semana 
embrionária 
• Túbulos mesonéfricos → canal 
eferente 
• Ducto mesonéfrico → estruturas do 
sistema genital 
- Metanefro: 
• Surge a partir do ducto mesonefrico 
• Fica na região pélvica 
• Tem o broto uretérico e o blastema 
metanefrogênico 
• Broto uretérico → divertículo 
metanéfrico e o broto formará os 
cálices maiores, menores e os 
túbulos coletores 
• Blastema → resquício do cordão 
nefrogênico, o blastema irá formar a 
capsula de Bowman, túbulo 
contorcido proximal, distal e alça de 
Henle 
- O pedículo do broto uretérico se torna o 
ureter 
A urina produzida na fase fetal 
- A maior proporção dos compostos gerados 
na fase fetal não é eliminado pelos rins, e sim 
via circulação placentar, através da barreira 
placentar 
- A urina produzida pelos rins é liberada para 
dentro da cavidade amniótica 
- A urina ajuda a regular o volume no líquido 
amniótico 
- Hipoplasias renais estão associadas a baixos 
volumes de líquido amniótico 
 
Maria Fernanda Moncorvo 
 
17 
 
Reposicionamento dos Rins 
- A medida que o abdome e a pelve crescem, 
os rins gradualmente se posicionam no 
abdome e se afastam 
- Os rins atingem sua posição adulta durante 
o começo do período fetal 
- Essa “ascenção” resulta principalmente do 
crescimento do corpo do embrião caudal aos 
rins 
- Inicialmente o hilo situa-se ventralmente, 
mas conforme os rins mudam de posição, o 
hilo rota medialmente quase 90° 
- Durante esse processo, os rins entram em 
contato com as glândulas suprarrenais 
- Inicialmente, as artérias renais são ramos das 
artérias ilíacas comuns 
- Mais tarde, os rins irão receber suprimento 
da extremidade distal da aorta abdominal e 
posteriormente irão se tornar as artérias 
renais 
- Artérias renais acessórias usualmente se 
originam da aorta superior ou inferior a artéria 
renal 
Desenvolvimento da bexiga urinária 
- O seio urogenital que é continuo ao 
alantoide é dividido em 3 partes: parte vesical, 
parte pélvica e parte fálica 
- Parte vesical: forma a maior parte da bexiga 
urinária e é continua com a alantoide 
- Parte pélvica: se torna a uretra no colo da 
bexiga, a parte prostática da uretra em 
homens e a uretra inteira em mulheres 
- Parte fálica: cresce na direção do tubérculo 
genital (primórdio do pênis ou clitóris) 
- A bexiga se desenvolve a partir da parte 
vesical 
- O epitélio da bexiga é derivado do 
endoderma da parte vesical, ou parte ventral 
da cloaca 
- As outras camadas da sua parede se 
desenvolvem do mesênquima esplâncnico 
adjacente 
- Inicialmente, a bexiga é continua com a 
alantoide, porem a alantoide logo se 
constringe e se torna um cordão fibroso 
espesso → úraco 
- O úraco se estende do ápice da bexiga ao 
umbigo e em adultos, é representado pelo 
ligamento umbilical mediano 
- A medida que a bexiga aumenta, partes 
distais dos ductos mesonéfricos são 
incorporadas à sua parede dorsal 
- Como esses ductos são absorvidos, os 
ureteres se abrem separadamente para 
dentro da bexiga urinária 
- Em bebês e crianças, a bexiga urinária, 
mesmo quando vazia, situa-se no abdome 
- A bexiga só entra na pelve menor e se 
torna um órgão pélvico após a puberdade 
Desenvolvimento da uretra 
- Epitélio da uretra é derivado do endoderma 
do seio urogenital 
- A parte distal da uretra na glande do pênis 
é derivada de um cordão sólido de células 
ectodérmicas, cresce para dentro e se une 
ao resto da uretra esponjosa 
- O epitélio da parte terminal da uretra é 
derivado do ectoderma da superfície 
- O tecido conjuntivo e o músculo liso da 
uretra em ambos os sexos são derivados do 
mesênquima esplâncnico 
 
 
 
Maria Fernanda Moncorvo 
 
18 
 
- Sistema genital → crista gonadal 
- Mesoderma Intermediário 
- As gônadas (testículos ou ovários) são or 
órgãos que produzem as células sexuais e 
são derivadas de três fontes: 
• Mesotélio (epitélio mesodérmico) 
• Mesênquima subjacente (tecido 
conjuntivo embrionário) 
• Células germinativas primordiais 
Células Germinativas Primordiais 
- São células sexuais grandes e esféricas 
- Durante o dobramento do embrião, a parte 
dorsal da vesícula umbilical é incorporada no 
embrião 
- À medida que isso ocorre, as células 
germinativas primordiais migram ao longo do 
mesentério dorsal do intestino posterior para 
as cristas gonadais 
- Durante a sexta semana, as células 
germinativas primordiais penetram no 
mesênquima subjacente e são incorporadas 
aos cordões gonadais 
- A migração das células germinais primordiais 
é regulada pelos genes stella, fragilis e BMP-
4 
- Ocasionalmente, as CGPs podem se 
extraviar do caminho, durante o processo de 
migração levando a formação de tumor → 
teratoma 
Diferenciação sexual 
- Antes da sétima semana, as gônadas dos 
dois sexos são idênticas e são chamadas de 
gônadas indiferenciadas 
- O fator que determina o testículo é 
regulado pelo cromossomo Y que determina 
a diferenciação testicular 
- Sob a influência desse fator organizador, os 
cordões gonadais se diferenciam em cordões 
seminíferos 
- O gene SRY ativa um potencializador 
específico de testículo, então, duas redes 
reguladoras de genes impedem o 
desenvolvimento ovariano enquanto 
aumentam o desenvolvimento testicular 
- A ausência de um cromossomo Y resulta na 
formação de um ovário 
- Gônada indiferenciada → desenvolvimento 
dos cordões medulares → testículos 
- Gônada indiferenciada → desenvolvimento 
dos cordões corticais → ovários 
Diferenciação sexual masculina 
- O fator determinante dos testículos induz os 
cordoes seminíferos a se condensarem e 
irem para dentro da gônada indiferenciada, 
onde se ramificam e formam a rede testicular 
- A túnica albugínea se desenvolve e isso faz 
com que haja desenvolvimento testicular 
- Os túbulos seminíferos são separados do 
mesênquima e dão origem as células 
intersticiais (células de Leydig) 
- Os testículos e as células de Sertoli 
produzem uma glicoproteína chamada 
hormônio antimulleriano (HAM) e 
testosterona 
- O HAM suprime o desenvolvimento dos 
ductos paramesonéfricos, os quais formam o 
útero e as tubas uterinas 
Diferenciação do ducto mesonéfrico 
- HCG da placenta → células de Leydig → 
testosterona → diferenciação do ducto 
mesonéfrico 
- É diferenciadoem três: 
Maria Fernanda Moncorvo 
 
19 
 
• Epidídimo 
• Ducto deferente 
• Vesícula seminal 
Formação da próstata 
- Múltiplas evaginações do endoderma 
surgem da parte prostática da uretra e 
crescem adentro do mesênquima 
circundante 
- O epitélio glandular da próstata se diferencia 
a partir dessas células endodérmicas, e o 
mesênquima associado diferencia-se no 
estroma e no musculo liso da próstata 
Formação das glândulas bulbouretrais 
- Essas glândulas desenvolvem-se a partir de 
evaginações derivadas da parte esponjosa da 
uretra → glandular 
- As fibras musculares lisas e o estroma se 
diferenciam do mesênquima adjacente → 
musculo liso e tecido conjuntivo 
Diferenciação sexual feminina 
- Os ductos paramesonéfricos (ductos de 
Muller) tem um papel importante nesse 
processo 
- Os ductos paramesonéfricos se 
desenvolvem laterais às gônadas e aos ductos 
mesonéfricos a partir de invaginações 
longitudinais do mesotélio nos aspectos 
laterais dos mesonefros 
- As bordas desses sulcos se aproximam uma 
da outra e se fundem para formar os ductos 
paramesonéfricos, as extremidades craniais 
desses ductos se abrem para dentro da 
cavidade peritoneal 
- Caudalmente, os ductos paramesonéfricos 
correm paralelos aos ductos mesonéfricos 
até eles atingirem a futura região pélvica do 
embrião 
- Se cruzam ventralmente aos ductos 
mesonéfricos e se fundem para formarem 
um primórdio uterovaginal em forma de Y 
- Essa estrutura tubular se projeta para a 
parede dorsal do seio urogenital e produz 
uma elevação, o tubérculo do seio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Fernanda Moncorvo 
 
20 
 
Sistema Nervoso 
- O SN aparece durante a 3ª semana, já que 
a placa neural e o sulco neural se 
desenvolvem no aspecto posterior do 
embrião trilaminar 
- A notocorda e o mesênquima paraxial 
induzem o ectoderma subjacente a se 
diferenciar na placa neural 
- O tubo neural se diferencia no SNC 
- O ectoderma tem duas divisões: 
neuroectoderme e ectoderme superficial 
- Neuroectoderme: 
• Cérebro, medula espinhal, neuro-
hipófise e retina 
- Ectoderme superficial: 
• Muitas coisas e adeno-hipófise 
- O SN tem 3 divisões: prosencéfalo, 
mesencéfalo e rombencéfalo 
- No prosencéfalo tem o cérebro que é 
dividido em telencéfalo e diencéfalo 
- Diencéfalo → tálamo, epitálamo, hipotálamo 
e sub-tálamo 
- As cavidades do telencéfalo e do diencéfalo 
contribuem para a formação do terceiro 
ventrículo 
Diencéfalo 
- O tálamo é separado do epitálamo pelo 
sulco epitalâmico e do hipotálamo pelo sulco 
hipotalâmico 
- O tálamo se desenvolve rapidamente de 
cada lado do terceiro ventrículo e torna-se 
saliente em sua cavidade 
- O hipotálamo se origina pela proliferação de 
neuroblastos na zona intermediária das 
paredes diencefálicas, ventral ao sulco 
hipotalâmico 
- O epitálamo se desenvolve do teto e da 
porção dorsal da parede lateral dos 
diencéfalos 
- A glândula pineal (corpo pineal) se 
desenvolve como um divertículo mediano da 
parte caudal do teto do diencéfalo 
- A hipófise tem origem ectodérmica 
- A hipófise se desenvolve de duas fontes: 
ectoderma oral e neuroectoderma 
- A hipófise tem dois tecidos diferentes: 
• A adeno-hipófise (tecido glandular), 
ou lobo anterior, desenvolve-se a 
partir do ectoderma oral 
• A neuro-hipófise (tecido nervoso), ou 
lobo posterior, desenvolve-se a partir 
do neuroectoderma 
Desenvolvimento da neuro-hipófise 
- A neuro-hipófise é formada por uma 
invaginação do neuroectoderma do 
diencéfalo que dão origem ao divertículo 
hipofisário 
- O divertículo neuro-hipofisário se projeta 
cada vez mais ventralmente em direção à 
cavidade do osso esfenoide 
Hipófise faríngea e craniofaringioma 
- Um remanescente do pedúnculo do 
divertículo hipofisário pode persistir e formar 
a hipófise faríngea no teto da orofaringe 
- Ocasionalmente, um tumor benigno e raro 
(craniofaringioma) se desenvolve na ou 
superior a sela turca 
- Esses tumores surgem ao longo da via do 
divertículo hipofisário (Bolsa de Rathke), a 
partir dos remanescentes do epitélio 
Maria Fernanda Moncorvo 
 
21 
 
- Alterações endócrinas → GH, ACTH, FSH, 
LH, TSH e prolactina 
Desenvolvimento da tireoide 
- Sob a influência de vias de sinalização do 
fator de crescimento do fibroblasto, ela 
começa a se formar aproximadamente com 
24 dias após a fecundação a partir de um 
espessamento endodérmico assoalho da 
faringe primitiva 
- Esse espessamento forma um evaginação 
→ primórdio da tireoide 
- Por um curto tempo, a glândula está ligada 
à língua por um tubo estreito, o ducto 
tireoglosso 
- No começo, o primórdio da tireoide é oco, 
mas logo se torna uma massa solida de células 
- Ele se divide em lobos, direito e esquerdo, 
que são ligados pelo istmo da glândula 
tireoide, que se encontra anterior ao segundo 
e terceiro anéis traqueais em 
desenvolvimento 
- Em 7 semanas, a glândula tireoide assume 
sua forma definitiva e está geralmente 
localizada em seu local final no pescoço 
- Nesse período, o ducto tireoglosso já 
degenerou e desapareceu 
- Cisto do Ducto Tireoglosso → 
normalmente, o ducto atrofia e desaparece, 
mas ele pode persistir e forma um cisto na 
língua ou na parte anterior do pescoço 
- 8ª semana → organização em folículos 
tireoidianos 
- 11ª semana → colóide 
- Agenesia da glândula tireoide → anomalia 
rara caracterizada pela ausência da glândula 
tireoide ou de um de seus lobos 
- Tireoide ectópica → é um defeito 
congênito raro e é normalmente localizada ao 
longo do trajeto do ducto tireoglosso, falha na 
descida do tecido tireoidiano 
Desenvolvimento das glândulas paratireoides 
- Se dá a partir da terceira bolsa faríngea 
- A 3ª bolsa faríngea tem uma parte ventral 
(timo) e uma parte dorsal (paratireoide 
inferior) 
- Mais tarde, as glândulas paratireoides 
separam-se do timo e vão se situar na 
superfície dorsal da glândula tireoide 
- A 4ª bolsa faríngea se expande e cada 
porção dorsal dessa bolsa de desenvolve em 
uma glândula paratireoide superior, que se 
localiza na superfície dorsal da glândula 
tireoide 
- Como as glândulas paratireoides derivadas 
das terceiras bolsas acompanham o timo, elas 
estão em uma posição mais inferior que as 
glândulas paratireoides derivadas das quartas 
bolsas 
Origem embrionária das células C 
- A parte ventral alongada de cada uma das 
quartas bolsas desenvolve-se em um corpo 
ultimofaríngeo, que se funde com a glândula 
tireoide 
- As células C diferenciam-se a partir de 
células da crista neural que migram dos arcos 
para o quarto par de bolsas 
Desenvolvimento das Adrenais 
- O córtex e a medulas das adrenais tem 
origens diferentes 
- Córtex → mesênquima 
- Medula → células da crista neural 
- Inicialmente, as células da crista neural 
formam uma massa no lado medial do córtex 
embrionário 
Maria Fernanda Moncorvo 
 
22 
 
- À medida que elas são rodeadas pelo 
córtex, as células se diferenciam nas células 
secretoras da medula suprarrenal 
- Posteriormente, mais células mesenquimais 
se originam do mesotélio (uma camada única 
de células achatadas) e envolvem o córtex. 
Essas células dão origem ao córtex 
permanente da glândula suprarrenal 
- A glândulas suprarrenais rapidamente se 
tornam menores à medida que o córtex fetal 
regride durante o primeiro ano da infância 
- As glândulas perdem aproximadamente um 
terço do seu peso durante as primeiras 2 a 
3 semanas do período neonatal, e elas não 
recuperam o seu peso original até o fim do 
segundo ano 
Hiperplasia Adrenal Congênita 
- Um aumento anormal das células do córtex 
suprarrenal resulta em produção excessiva 
de androgênio durante o período fetal 
- Em mulheres, isso causa, usualmente, 
masculinização da genitália externa 
- Os bebês homens afetados têm genitália 
externa normal e a síndrome pode passar 
despercebida no começo da infância 
- Mais tarde na infância, em ambos os sexos, 
oexcesso de androgênio leva ao 
crescimento rápido e à maturação 
esquelética acelerada

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