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Marielle Cristina – Fisioterapia UFSCar 1 As terapias hormonais, como o uso de anticoncepcionais e a reposição hormonal pós- menopausa, têm sido apontadas como fatores de risco para a ocorrência de trombose venosa profunda. Usando suas próprias palavras, descreva os mecanismos que podem explicar essa relação. Indique as fontes consultadas. O uso de anticoncepcionais (ACs) possibilita várias alterações nas vias pró- coagulante e anticoagulante. Em relação às vias pró-coagulante está associado à níveis aumentados de fatores pró-coagulantes (fibrinogênio, protrombina, fatores VII, VIII e X) e diminuição moderada do fator pró-coagulante V, o que aumenta o risco de trombose venosa profunda. Já na via anticoagulante o uso de ACs, resulta na diminuição dos níveis plasmáticos de inibidores de hemostasia de ocorrência natural, como a antitrombina e o inibidor da via do fator tecidual, aumentando o risco de trombose venosa profunda. Evidências indicam que os ACs podem desencadear um pequeno aumento na atividade biológica e concentração da proteína C, contudo esse efeito é contrabalançado pelo aumento concomitante de seus inibidores e uma grande diminuição da proteína S total livre. A grande parte das mulheres que usam ACs apresentam resistência adquirida à proteína C ativada (APC-R), essa resistência junto a fatores congênitos e adquiridos e contribui para o risco de desenvolvimento de tromboembólise venosa. Os níveis de globulina ligadora de hormônio sexual se elevam com o aumento das concentrações de estrogênios, portanto, o aumento de APC-R ocorre não apenas pela diminuição na proteína S e fator tecidual, mas também pelos níveis de globulina ligadora de hormônio sexual, sendo esse um mecanismo aceitável para o aumento do risco de trombose em mulheres que fazem uso de ACs. A via de administração não parece alterar o efeito protrombótico. O mecanismo fisiopatológico de hipercoagulação após o uso de AC parece ser o efeito da primeira passagem de estrogênios e progestogênios através do fígado, uma vez que a maioria dos fatores de coagulação e anticoagulantes são sintetizados neste órgão. ACs administrados por outras vias que não sejam orais mantêm o mesmo efeito protrombótico. A fisiopatologia do risco trombótico relacionado às terapias de reposição hormonal ainda não foi completamente elucidada, uma vez que as alterações dessa terapia podem ser pró-trombóticas e anticoagulantes. Os possíveis mecanismos incluem: APC-R adquirido, diminuição da proteína C e da proteína S. Referência Bibliográfica GIALERAKI, A. et al. Oral contraceptives and HRT risk of thrombosis. Clinical and Applied Thrombosis/Hemostasis, v. 24, n. 2, p. 217-225, 2018. SOUSA, I. C . A; ÁLVARES, A. C. M. A trombose venosa profunda como reação adversa do uso contínuo de anticoncepcionais orais. Rev. Cient. Sena Aires. 2018; 7(1): 54-65
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