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Febre Amarela

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DOENÇAS RESULTANTES DA AGRESSÃO AO MEIO AMBIENTE (DRAMA) 
 
FEBRE AMARELA: 
• Doença infecciosa aguda, caracterizada por febre, não é transmissível e tem duração de no máximo 12 dias 
• Primeiros casos foram descritos no Brasil a partir do século XVII 
• Vacinação a partir de 1937 e intenso combate ao vetor → eliminação da doença urbana 
• Atualmente, o número de casos graves na América do Sul, segundo a OMS, pode chegar a 170 mil, com uma 
letalidade de até 60% 
• Entre 2017 e 2019: maior epidemia de febre amarela desde a década de 40 → em Minas Gerais 
• A maior frequência da febre amarela ocorre entre os meses de dezembro e maio, período com maior índice 
de chuvas, quando aumenta a proliferação do vetor, o que coincide ainda com maior atividade agrícola 
• Agente Etiológico: arbovírus (vírus transmitido por artrópode) do gênero Flavivírus, da família Flaviviridae 
• Vetores: mosquitos da família Culicidae → Aeges aegypti/albopictus, Haemogogus e Sabethes 
• Hospedeiros: primatas humanos e não humanos (macacos) 
 
Modo de transmissão: 
• Não há transmissão de pessoa a pessoa 
• Acontece pela picada dos mosquitos transmissores infectados → apenas fêmeas hematófagas, que ingerem 
sangue para prover nutriente para a maturação dos ovários e dos ovos 
• As fêmeas também transmitem o vírus para sua prole 
• A febre amarela é considerada uma zoonose silvestre → homem é infectado acidentalmente 
• Sobreposição de ecossistemas silvestres e antrópicos → facilitou a expansão do vírus → aumento das 
infecções humanas 
Período de incubação: 
• Compreende 2 ciclos → intrínseco e extrínseco 
 
→ Incubação intrínseca: ocorre no hospedeiro, tanto homem como no macaco 
• No período entre a picada pelo mosquito infectado até o início dos sintomas 
• No homem: período de incubação entre 3 a 6 dias, podendo chegar a 15 dias em casos raros 
 
→ Incubação extrínseca: ocorre nos vetores → mosquitos 
• Período entre a infecção dos mosquitos a partir da picada (suga copias virais) e a replicação do vírus nas 
glândulas salivares, quando passa a transmitir a um novo hospedeiro (homem/macaco) 
• Varia de 8 a 12 dias → fêmeas conseguem transmitir o vírus por toda sua vida 
 
Período de transmissibilidade: tempo em que um individuo com febre amarela possui o vírus no sangue 
• Tempo em que a pessoa pode infectar um mosquito vetor se for picado 
• Dura aproximadamente de 5 a 7 dias 
• A transmissão começa entre 24 e 48h antes do aparecimento dos primeiros sintomas → continua 
transmitindo até 3 a 5 dias após o início dos sintomas 
 
Suscetibilidade e imunidade: 
• Suscetibilidade é universal 
• Infecção confere imunidade duradoura, que pode se estender por toda a vida 
• Filhos de mães imunes podem apresentar imunidade passiva e transitória durante os 6 primeiros meses 
 
Fisiopatologia: 
• A febre amarela é uma doença infecciosa sistêmica → compromete vários órgãos → falência múltipla 
• Casos graves são caracterizados por insuficiência hepática e renal, coagulopatia e choque 
 
1) Picada do mosquito e transmissão do vírus 
2) Vírus penetre pela pele e se replica nos linfonodos regionais 
3) Atinge a corrente sanguínea, espalhando-se para outros órgãos, como fígados, rins, medula óssea, SNC, coração, 
pâncreas, baço e outros linfonodos 
4) Multiplicação viral nos órgãos, principalmente fígado, baço e rins 
• Apoptose celular → células infectadas por vírus são reconhecidas pelo sistema imune adaptativo → células 
TCD8 (citotóxicas), por meio do MHC classe I, induzem morte celular 
• Grande destruição de células → necrose celular 
• No fígado: necrose e degeneração dos hepatócitos → lesão hepática e aumento de volume 
• Formação de corpúsculos intracitoplasmáticos de Councilman → hepatócitos que entraram em apoptose 
• Replicação viral nas células de Kupffer (macrófagos hepáticos) → diminuição de protrombina e icterícia 
• Icterícia verdínica: aumento de bilirrubina direta 
• Lesão direta do vírus nos rins → lesão tubular renal 
5) Insuficiência hepática → contribui para o distúrbio de coagulação  respostas inflamatórias exacerbada 
• Diminuição na produção de fatores de coagulação hepáticos 
• Redução dos níveis de fibrinogênio 
6) Exacerbada reposta inflamatória sistêmica → liberação de substancia pró-inflamatórias e citocinas 
• Tempestade de citocinas → lesões endoteliais, fibrinólise, distúrbios de coagulação, aumento da 
permeabilidade capilar, extravasamento plasmático 
• Menor quantidade fluido nos vasos → hipotensão → choque hemodinâmico 
7) Comprometimento cardíaco → bradicardia 
• Contribuem para o quadro de hipotensão, má perfusão tecidual e acidose metabólica 
8) Respostas inflamatórias danosas + disfunções cardíaca, renal, de coagulação e hepática levam a falência de 
múltiplos órgãos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manifestações clínicas: os sintomas independem do contexto de transmissão, se urbano ou silvestre 
• 40 a 65% são infecções assintomáticas 
• 20 a 30% formas leves e moderadas 
• 10 a 20% forma grave 
• 5 a 10% forma maligna → morte 
 
→ Quadro clinico clássico: 
• Surgimento súbito de febre alta, continua, 
cefaleia intensa e duradoura, inapetência, náuseas e mialgia 
• Pode aparecer o sinal de Faget → bradicardia acompanhado de febre alta 
• Formas leves e moderadas → sintomas duram cerca de 2 a 4 dias 
 
→ Formas graves e malignas: 
• Cefaleia e mialgia ocorrem em maior intensidade, acompanhadas de náuseas, vômitos frequentes, icterícia, 
manifestações hemorrágicas 
• Classicamente, as formas malignas evoluem em 3 períodos: período de infecção → de remissão → toxêmico 
• Período de infecção: dura cerca de 3 a 6 dias → início súbito e sintomas inespecíficos → febre, calafrios, 
cefaleia, lombalgia, mialgias generalizadas, mal-estar, tonturas, náuseas, vômitos 
• Período de remissão: declínio da temperatura e diminuição dos sintomas → sensação de melhora por 
poucas horas ou, no máximo, dois dias 
• Período toxêmico: resposta inflamatória exacerbada + colapso hemodinâmico → reaparecem todos os 
sintomas + insuficiência hepatorrenal caracterizado por icterícia + manifestações hemorrágicas → coma e 
morte 
Manejo Clínico: 
• Definir qual o caso: em área sem evidencia de circulação viral ou em áreas de surto 
• Deve ser considerado caso suspeito individuo com exposição em área em surto ou em ambientes rurais 
• Avaliação clínica inicial: aferição de sinais vitais, estado de hidratação, nível de consciência e sinais de 
sangramento 
• Solicitar exames laboratoriais iniciais: quando sob suspeita clinica → transaminases, creatinina, RNA e 
hemograma completo 
• Classificação de risco: leve, moderada ou grave → apoiar-se nos valores de transaminases, creatinina 
 
→ Exames laboratoriais inespecíficos: 
• Podem apresentar alterações que auxiliarão na identificação e classificação de casos mais graves 
• Diminuição dos fatores de coagulação sintetizados pelo fígado (II,V,VII,IX E X) 
• Aumento de transaminases → acima de 1000 UI 
• Aumento de bilirrubinas → predomínio da direta 
• Aumento do colesterol, da fosfatase alcalina, ureia e creatinina → valores até 6 vezes mais altos 
 
→ Exames laboratoriais para diagnostico especifico: 
• Pode ser feito de forma direta pela detecção do vírus em amostras de sangue ou tecidos → principalmente 
fígado, baço, pulmão, rins, coração e cérebro → coleta até 24h após óbito 
• Forma indireta pela detecção de anticorpos → sorologia com captura de anticorpos IgM pela técnica ELISA 
• Pesquisa de genoma viral: teste molecular que busca pela presença de DNA do vírus (transcrição reversa) → 
pode ser feita em amostras de sangue, soro ou tecidos → oferece resultado rápido e conclusivos 
Profilaxia: 
• Vacinação em massa → leva pelo menos 10 dias para funcionar 
• Em áreas consideradas de maior risco de exposição (matas, florestas, rios, cachoeiras, meio rural), usar 
roupas que cobrem toda superfície corporal +repelente + ambiente refrigerado + uso de mosquiteiros e 
telas nas janelas 
• Evitar a proliferação dos mosquitos → mantendo casas e ruas limpas sem acumulo de água parada 
• Tratamento dos doentes para evitar a infecção de mais mosquitos → paciente com suspeita de febre 
amarela devem ser protegidos de picadas do mosquito transmissor, pois são potencial fonte de infecção 
para mosquitos 
• Vigilância de casos humanos e em animais → notificar e investigar os eventos 
• Realizar estratégias de orientação a população, principalmente de combate ao vetor

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