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Lesão Renal Aguda

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Thais Alves Fagundes 
LESÃO RENAL AGUDA 
 FISIOLOGIA RENAL 
RIM 
• 30x volume plasmático – altamente irrigados 
• 25% débito cardíaco 
• 5% da massa corpórea 
Avaliação da função renal (TFG): 
• Relação entre TFG e creatinina sérica. 
o Creatinina plasmática: 
▪ Fatores que : edema – cr diluída, diminuição da massa muscular, disfunção hepática 
▪ Fatores que : hipercatabolismo, rabdomiólise 
• Alterações frequentes em pacientes instáveis (non-steady). 
▪ Marcador sérico mais utilizado para avaliar RFG. 
▪ Deve ser avaliada com cautela em casos de IRA. 
o Clearence de Creatinina: 
▪ Calculado apenas em pacientes estáveis, sem sinais de piora ou melhora (Steady state) 
▪ Normal: 
• ClCr de 95 ± 20 ml/min para mulheres 
• ClCr de 120 ± 25 ml/min para homens. 
o Ureia (Ur) sérica: 
▪ Não utilizada como marcador do RFG (relação não-linear com o RFG, visto que o ritmo de 
produção não é constante). 
▪ Causas de uremia: sobrecarga proteica, hipovolemia, corticoides, sangramentos do TGI. 
 
 CONCEITO 
• Síndrome caracterizada por um declínio rápido (horas a dias) e sustentado (mais de 24 hs) da função renal. 
• Associado à retenção de escórias nitrogenadas e alterações no equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico. 
Dissociação entre TFG e creatinina sérica: 
• TFG glomerular cai abruptamente na lesão renal aguda, mas a creatinina plasmática leva dias para atingir o 
seu pico. Podendo acarretar em diagnóstico e intervenções tardias. 
o Pacientes críticos: balanço hidroeletrolítico positivo (acúmulo de líquidos ao longo da terapia 
intensiva) pode subestimar a gravidade da lesão renal aguda em até 50%, por atrasar a elevação na Cr 
sérica. 
 
Thais Alves Fagundes 
 CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO 
• Grande variedade de exames diagnósticos de IRA. 
• Mais usados 
o Creatinina sérica 
o Ureia 
o Clearence de creatinina 
• Mais de 30 critérios diferentes para diagnóstico da IRA. 
Critério RIFLE: 
• Considera aumento da creatinina e débito urinário. 
o Risco 
o Injúria 
o Falência 
o Perda: perda do rim por > 4 semanas 
o Doença renal terminal: perda do rim por > 3 meses 
Acute kidney injury (AKI): 
• Aumento na creatinina sérica de 0,3 mg/dl =  mortalidade 
• Não utilização do RFG como diagnóstico dos casos de DRA. 
• Classificar DRA em graus I, II e III 
o DRA grau III: pacientes em hemodiálise classificados diretamente como grau III. 
▪ Excluir da classificação RIFLE os critérios “L” (perda) e “E” (doença renal terminal). 
Classificação e diagnóstico da IRA Sociedade Brasileira de Nefrologia (2007): 
• Lesão renal aguda: declínio abrupto da função renal. Levando à distúrbios da homeostase de eletrólitos, 
fluidos e balanço acidobásico. Secundário a perda de clearance de moléculas pequenas e/ou diminuição da 
filtração glomerular. 
Estágios da IRA Creatinina sérica Diurese 
Estágio 1 Aumento de 0,3 mg/dl ou aumento de 150- 200% 
(1,5 a 2 vezes) o valor basal 
 
< 0,5 ml/Kg/h por 6 horas 
Estágio 2 Aumento > 200-300% (> 2-3 vezes) o valor basal 
 
< 0,5 ml/Kg/h por > 12 horas 
Estágio 3 Aumento > 300% (> 3 vezes) do valor basal ou 
Cr sérica ≥ 4,0 mg/dl com aumento agudo de pelo 
menos 0,5 mg/dl (se renal crônico) 
< 0,3 ml/Kg/h por 24 horas ou 
anúria por 12 horas 
Kidney disease improving global outcomes (KDIGO - 2012): 
• KDIGO 1: aumento de 1,5 a 1,9x na creatinina basal e diurese < 0,5 em 6 horas ou mais. 
• KDIGO 2: aumento de 2,0 a 2,9x na creatinina basal e diurese < 0,5 em 12 horas ou mais. 
• KDIGO 3: aumento de 3,0x na creatinina basal ou Cr > 4 e diurese < 0,3 em 24hrs ou anúria por 12hrs ou mais 
• Outros biomarcadores citados na fase de dano, para diagnóstico precoce da lesão renal aguda: IL-18, KIM-1... 
 
Thais Alves Fagundes 
 EPIDEMIOLOGIA 
• Dependendo do critério diagnóstico de lesão renal aguda utilizado, haverá variações na incidência. 
• Critérios de gravidade da lesão renal aguda e de risco para falência renal são proporcionais a mortalidade. 
• Disfunção renal aguda acomete aproximadamente 7% de todos os pacientes hospitalizados e em pacientes 
críticos, varia de 36 a 67%. Formas mais graves atingem de 7 a 25% dos pacientes admitidos na UTI. 
• 2004: 
o Apesar do número de pacientes hospitalizados ser estável, o número de pacientes do LRA aumentou. 
▪ Aumento da gravidade dos casos atendidos. 
▪ Envelhecimento da população. 
▪ Presença de múltiplas comorbidades. 
▪ Desenvolvimento de técnicas cirúrgicas mais invasivas, com maior risco de desenvolver LRA. 
▪ Diagnóstico mais homogêneo, com base nos critérios de RIFLE, AKI e KDIGO. 
• Biomarcadores: 
o Dependendo dos biomarcadores utilizados, é possível um diagnóstico mais precoce da LRA. 
▪ Creatinina: reconhecimento da LRA mais tardiamente. 
▪ N-GAL, KIM-1, IL-18: reconhecimento da LRA mais precocemente. 
o Possibilidade de avaliar prognóstico da lesão renal aguda, com maior possibilidade de recuperação. 
• Estudo com dados do Medicare, baseado em altas hospitalares: 
o 1992: incidência de IRA de 14,6/1000 altas. 
o 2001: incidência de IRA de 36,4/1000 altas. 
• Mortalidade da DRA/IRA > 50%. Formas mais graves, que necessitam de terapia renal substitutiva (TRS), 70%. 
• LRA possui  morbidade →  custos da internação (diálise) e  tempo de permanência →  risco de DRC/IRN 
FATORES DE RISCO 
• Fatores de exposição: 
o Doença crítica 
o Sepse 
o Choque circulatório 
o Queimadura e trauma 
o Cirurgias cardíacas e grandes cirurgias não cardíacas 
o Drogas nefrotóxicas 
o Uso de contraste iodado 
o Plantas e animais peçonhentos 
• Fatores de suscetibilidade: 
o Depleção de volume: desidratação. 
o Idosos 
o Mulheres 
o Etnia negra 
o DRC e outras doenças crônicas - doença pulmonar, cardíaca ou hepática. 
o Diabetes 
o Câncer 
o Anemia 
CLASSIFICAÇÃO KDIGO 
• Lesão renal aguda (LRA): pacientes com lesão renal com até 7 dias de evolução. 
• Doença renal aguda (DRA): pacientes com lesão renal a partir de 7 dias de evolução até 90 dias. 
• Doença / Insuficiência renal crônica (DRC / IRC): pacientes com lesão renal a partir de 90 dias de evolução. 
Podem ter LRA e DRA sobrepostos à DRC. 
Thais Alves Fagundes 
 PROPEDÊUTICA 
ANAMNESE 
• Doença sistêmica que pode cursar com piora da função renal. 
• Traumatismo, queimaduras. 
• Uropatia: próstata, bexiga neurogênica. 
• Drogas nefrotóxicas: anti-inflamatórios. 
• Intoxicação acidental ou intencional. 
• Hospitalizados: depleção hídrica, cirurgia recente (anestésicos nefrotóxicos), antibióticos, contraste para 
cateterismo ou tomografias 
EXAME FÍSICO 
• Hidratação e turgor da pele 
• Alterações posturais: pressão arterial e frequência cardíaca 
• Exame abdome: palpação de fundo vesical, renal 
• TR para avaliar volume prostático nos homens. 
• Exame ginecológico para avaliar massas e prolapsos nas mulheres. 
• Febre / erupções cutâneas, presentes em quadros alérgicos, podendo estar associado a medicamentos. 
• Estado mental: confusão mental. 
• Estado respiratório: congestão. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
• Sódio, ureia e creatinina urinários 
• Eletrólitos (sódio, potássio) e função renal sangue (ureia e creatinina plasmáticos) 
• Urina rotina 
• Ultrassom: determinar sinais de cronicidade- alteração da ecogenicidade renal ou rins diminuídos de volume. 
• Biópsia renal: pacientes que não recuperam função renal em 4-5 semanas ou se houverem sinais de doenças 
sistêmicas que podem cursar com comprometimento renal, como vasculine, doença autoimune. 
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E LABORATORIAIS 
• Hiperpotassemia / hipercalemia: risco de arritmia cardíaca. 
• Hipervolemia: edema periférico, derrames pleurais e pericárdico, ascite, hipertensão arterial, ICC. 
• Uremia: 
o SNC: sonolência, tremores, coma e convulsões. 
o Sistema CV: pericardite e tamponamento pericárdico. 
o Pulmões: congestão pulmonar e ascite. 
o Aparelho digestivo: náuseas, vômitos e hemorragias digestivas. 
• Acidose metabólica: dificuldade renal para metabolizaro bicarbonato. 
• Outras: 
o Hipo ou hipernatremia 
o Hipo ou hipercalcemia 
o Hiperuricemia 
o Hipermagnesemia 
o Hemorragias por distúrbios plaquetários 
o Insuficiência cardíaca congestiva refratária 
o Hipotermia 
o Intoxicação exógena 
Thais Alves Fagundes 
 ETIOLOGIA 
• Principias causas de DRA/IRA no CTI: 
o Sepse (mais comum) → IRA renal 
o PO de grandes cirurgias 
o Baixo débito cardíaco → IRA pré-renal 
o Hipovolemia → IRA pré-renal 
o Medicações → IRA pré-renal, IRA renal 
• Outras causas comuns: 
o Trauma → IRA pré-renal 
o CRVM 
o Compartimento abdominal 
o Rabdomiólise 
o Síndrome hepatorenal 
o Obstrução → IRA pós-renal 
IRA PRÉ-RENAL 
Autoregulação das arteríolas aferentes e eferentes, causa vasodilatação e vasoconstrição, respectivamente. 
Diminuindo o fluxo plasmático renal, com o objetivo de manter a pressão no capilar glomerular e manutenção do 
ritmo de filtração glomerular – RFG estável. Para manter a volemia, o túmulo reabsorve sódio e água, assim como 
ureia. Na IRA pré-renal, ocorre diminuição do fluxo plasmático renal, diminuindo a pressão no capilar glomerular e o 
ritmo de filtração glomerular. 
• Necrose tubular aguda (95%) 
• Nefrite intersticial (5%) 
Redução do RFG: 
• Hipovolemia verdadeira: desidratação, hemorragias, diarreias volumosas 
• Hipovolemia efetiva: síndrome nefrótica, ICC, hepatopatas 
• Vasoconstrição arterial aferente: medicamentos (AINE, CsA). Diminui pressão no capilar glomerular e RFG. 
• Vasodilatação arterial eferente: medicamentos (IECA/BRAII). Diminui pressão no capilar glomerular e RFG. 
Hipovolemia (verdadeira/efetiva): 
• Sensores sistêmicos e sensores renais: 
o Catecolaminas; SRAA; Vasopressina 
o Com o objetivo de manter a pressão arterial e perfusão tecidual (perfusão glomerular) 
▪ Fatores miogênicos; Prostaglandinas; Calicreína/Cinina; Óxido nítrico 
• RFG estável (autorregulação) 
• Fração excretora de sódio (FENa) < 1% (sódio urinário baixo) ou FEUr < 35% (ureia urinária baixa) 
• SUr/ SCr > 40: desproporção da ureia e creatinina, reabsorve muita ureia e a creatinina aumenta. 
• Densidade urinária > 1024: aumentada, urina concentrada. 
 
 
Thais Alves Fagundes 
IRA RENAL 
• Pode acometer túbulos, interstício, vasos ou glomérulos. 
• Dano tubular mais comum de origem isquêmica (necrose tubular isquêmica pode ter origem pré-renal e se 
tornar renal por má perfusão) ou tóxica. 
o NTA (95% dos casos) 
o Nefrite intersticial (5% dos casos) 
Relação entre as fases clínica e celular da IRA isquêmica: 
• Fase clínica: 
o Azotemia pré-renal: Iniciação; Manutenção; Recuperação 
• Fase celular: 
o Adaptação vascular e celular. 
o Depleção de ATP e lesão celular: Reparo; Migração; Apoptose; Proliferação 
▪ Diferenciação Celular 
Vasoconstrição aferente: vasoconstrição da arteríola aferente. 
•  Atividade do SRAA 
•  Expressão de endotelina 
•  Atividade adrenérgica 
•  Geração de óxido nítrico 
•  Adenosina 
o  Perfusão cortical 
o  Perfusão medula externa 
▪ Sendo essa primeira fase chamada de nefropatia vasomotora, visto que possui um 
componente hemodinâmico. 
•  Aporte de O2 para a medula externa. 
• Edema células epiteliais tubulares e células endoteliais. 
• Aderência de neutrófilos aos capilares e vênulas. 
• Congestão vascular e redução do fluxo sanguíneo. 
Lesão da célula tubular: diminuição do ATP, fonte de energia para os processos tubulares de transporte, 
principalmente túbulo proximal e alça de Henle. Aumento do cálcio intracelular, que leva à contração da célula de 
sustentação dos vasos, reduzindo o coeficiente de ultrafiltração, sendo o cálcio um dos principais mediadores da 
vasoconstrição renal. Desequilíbrio entre fatores vasodilatadores e vasoconstritores, com predomínio desse pultimo, 
levando a redução do coeficiente de ultrafiltração. 
• Desestruturação citoesqueleto. 
• Perda polaridade celular. 
• Perda interação célula-célula. 
• Produção espécies reativas de oxigênio. 
• Alteração pH intracelular (acidose). 
o Morte celular: reperfusão da célula tubular pode ser deletéria, assim como a isquemia. 
Célula inicialmente bem diferenciada, quando sofre isquemia perde suas microvilosidades e ocorre redistribuição das 
proteínas de transporte, perdendo sua característica de ser uma célula polarizada. Além disso, perde as integrinas, se 
tornando uma célula não diferenciada. 
 
 
Thais Alves Fagundes 
Redução do ritmo de filtração glomerular: 
• Iniciação: vasoconstrição aferente, diminui a pressão glomerular, causando extravasamento do filtrado. 
Alterações hemodinâmicas causam descamação da célula tubular para a luz tubular, formando cilindros. 
• Fase de regeneração: células remanescentes podem proliferar. 
o Insulin-like growth factor (IGF-1) 
o Epidermal growth factor (EGF) 
o Hepatocyte growth factor (HGF) 
Nefropatias específicas associadas a DRA/IRA: 
Exógenas: 
• AINES → lesão tubular, nefrite intersticial, alteração hemodinâmica 
• Antimicrobianos 
o Aminoglicosídeos → lesão tubular 
o Vancomicina → lesão tubular 
o Anfotericina B → lesão tubular 
o Aciclovir 
o Penicilinas → nefrite intersticial 
• Contraste iodado (nefrose osmótica) → lesão tubular 
• Coloides (nefrose osmótica) → lesão tubular 
• Agentes quimioterápicos → alteração hemodinâmica 
• IECA/ATII → alteração hemodinâmica 
• Intoxicação – etilenoglicol 
Endógenos: lesão tubular → rabdomiólise (mioglobina), hemólise (hemoglobina) e síndrome de lise tumoral. 
OBS.: nefrite intersticial por medicamentos – furosemida, ciprofloxacino, omeprazol, bactrin, alopurinol 
Parâmetros laboratoriais para diferenciar IRA pré-renal de NTA: 
 IRA pré-renal NTA 
Densidade urinária > 1018 ~ 1010 
Sódio urinário < 20mEq/l (baixo) > 20 mEq/l (aumentado) 
FENA < 1% (baixa) > 2% (aumentada) 
Osmolalidade urinária > 500 mOsm/l (alto) ~ 280 mOsm/l 
Sedimento urinário Normal ou com cilindros hialinos claros Células tubulares renais e cilindros granulosos 
OBS.: covid causar LRA por hipotensão e hipóxia (pré-renal) e por invasão direta renal, causando lesão tubular (renal). 
IRA PÓS-RENAL 
• Fenômeno obstrutivo em qualquer ponto do trato urinário. 
• Extrínseco ou intrínseco. 
• Reversibilidade x tempo: quando menor tempo para desobstruir, maior a reversibilidade. 
• Aumento pressão hidrostática na via urinária levando a anulação da pressão efetiva de ultrafiltração (UF), 
podendo causar uma disfunção irreversível do rim. 
• Poliúria pós-desobstrução: cálculo renal, hiperplasia prostática benigna 
Normal Pré-renal Renal ou intrínseca Pós-renal 
Função renal preservada ↓ perfusão dos rins 
↓ fluxo sanguíneo renal 
↓ RFG 
Lesão renal: 
- Necrose tubular aguda 
- Inflamação / - Toxicidade 
Obstrução aguda do trato urinário 
- Cálculo renal 
- Hiperplasia prostática benigna 
Thais Alves Fagundes 
 CONDUTA 
• Diagnóstico sindrômico: define se a deterioração é aguda ou crônica. 
o Ultrassom para avaliar a cronicidade ou não. 
• Diagnóstico funcional: define o grau de deterioração funcional da IRA (RIFLE, AKIN, KDIGO). 
o Creatinina 
o Débito urinário 
• Diagnóstico fisiopatológico: define o mecanismo principal da IRA (pré-renal, parenquimatoso/renal ou 
obstrutivo/pós-renal) 
• Diagnóstico etiológico: define a causa da IRA 
 
PREVENÇÃO 
• Manter perfusão renal adequada ao usar drogasnefrotóxicas e contraste iodado. 
• Descontinuar e evitar drogas que aumentam a vasoconstrição renal: AINE e inibidores COX2 seletivo. 
• Usar técnicas de imagens alternativas (RNM). 
• Dose única diária de aminoglicosídeos quando estes forem necessários. 
• Anfotericina B liposomal, quando possível, ao invés da anfotericina convencional. 
TRATAMENTO 
Fármacos: 
Dopamina (0,5 a 3 g/Kg/min): uso de baixas doses de dopamina no tratamento ou prevenção da IRA não é suportado 
por nenhuma evidência clínica e deve ser eliminado do uso clínico rotineiro. 
Diuréticos de alça: embora o uso de diuréticos de alça possa simplificaro balanço hidrosalino e o controle da volemia, 
não existem dados para suportar seu uso com o intuito de melhorar os resultados na IRA. 
• “wash out” dos debris e cilindros intratubulares 
• “diminuem” o trabalho celular na alça espessa de Henle 
• “transformam” IRA oligúrica → IRA não oligúrica 
Peptídeo natriurético atrial: ensaios clínicos não mostraram benefício algum do uso do peptídeo natriurético atrial no 
tratamento da IRA. 
• Em modelos experimentais: 
o Dilatação da arteríola aferente e vasoconstrição da arteríola eferente 
o Aumento da RFG 
Insulin-Like Growth Factor (IGF-I): fator de crescimento envolvido na recuperação da LRA, mas não acelerou o 
restabelecimento da função renal e não se associou a diferenças nas taxas de mortalidade e necessidade de diálise. 
• IGF-1: único fator de crescimento ensaiado em humanos. 
• Outros fatores expressados na IRA: epidermal growth factor e hepatocyte growth fator. 
Thais Alves Fagundes 
Expansão do volume intravascular: 
• Monitorar pressão venosa central (PVC) e pressão capilar pulmonar (PCP) 
• Pressão arterial média > de 80 mmHg 
• Oxigenação tecidual adequada (utilizando lactato, SVO2) 
Prevenir processos infecciosos: 
• Evite antibioticoterapia desnecessária. 
• Minimize quebras da barreira cutâneo-mucosa (retirar sondas, cateteres). 
• Pesquise cuidadosamente a presença de focos infecciosos. 
o Maior causa de mortalidade em pacientes com IRA é a infecção da corrente sanguínea – sepse. 
Prevenir hipercalemia e tratar intensamente hipercalemias graves ou sintomáticas: 
• Diminua a ingestão de potássio. 
• Evite drogas que interfiram na excreção de potássio. 
• Tratamento com: 
o Infusão endovenosa de cálcio. 
o Solução polarizante (glicose e insulina). 
o Correção da acidose. 
o Resinas de troca iônica. 
o Hemodiálise. 
Nutrição: 
• Tente obter o balanço nitrogenado menos negativo possível. 
• Evite restrições alimentares severas. 
Revisão de medicamentos: 
• Retirar os nefrotóxicos. 
• Ajustar dose dos que assim exigirem. 
o Utilizar a creatinina para monitorar, apesar da Cr ser um marcador tardio. 
Outros: 
• Desobstrução na IRA pós-renal. 
• Corticoide nas nefrites intersticiais. 
• Laparotomia em casos de síndrome compartimental do abdome, aumento da pressão intra-abdominal que 
reduz perfusão renal. 
Diálise: 
• Se a sobrecarga de volume não for contornável clinicamente, inicie diálise precocemente ou a intensifique. 
• Anúria por 6 horas. 
• Diminuição grave do débito urinário < 200 ml por 12 hrs. 
• Hipercalemia com difícil manejo e refratárias. 
• Acidose metabólica. 
• Hipervolemia, sem resposta às medidas conservadoras. 
• Sintomas de uremia – encefalopatia, neuropatia, pericardite. 
• Score de classificação da LRA muito elevado. 
Thais Alves Fagundes 
 PROGNÓSTICO 
Recuperação: lesão renal aguda evolui para recuperação ou doença renal crônica, a depender de fatores de risco. 
• Fatores de risco: 
o Idade: quanto mais idoso, menor a chance de recuperação – menor reserva de néfrons. 
o História familiar 
o DRC prévia 
o Comorbidades: DM, HAS, cardiopatia 
o Instabilidade hemodinâmica, devido a pior perfusão renal, mantendo a disfunção renal. 
o Motivo da admissão médica. 
o Gravidade da LRA: quanto menor o KDIGO, maior a chance de recuperação. 
• Recuperação: 
o Completa: nenhum critério com IRA 
o Parcial: queda no estágio da IRA 
▪ Exemplo: queda de KDIGO 3 para KDIGO 1 
• Recuperação: 
o Precoce: lesão renal recupera no período de 7 dias 
o Tardia: lesão renal recupera no período de 7 a 90 dias 
▪ Lesão renal aguda: lesão renal com até 7 dias de evolução. 
▪ Doença renal aguda: lesão renal a partir de 7 dias de evolução até 90 dias. 
▪ Doença renal crônica: lesão renal a partir de 90 dias de evolução. 
 CONCLUSÃO 
• Identifique fatores de risco. 
o Alteração na creatinina, mesmo que 0,3 
o Monitorar débito urinário 
• Evitar fatores que podem levar a LRA. 
• Diagnostique precocemente. 
• Aja sempre profilaticamente. 
• Trate precocemente.

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