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Ana Victoria Soares 2021.2 Ana Victoria Soares 2021.2 INTRODUÇÃO A GASTROENTEROLOGIA E EXAMES COMPLEMENTARES Nomenclatura dos sinais e sintomas -Disfagia: dificuldade de deglutir o alimento ingerido no trajeto da orofaringe até o estômago. -Odinofagia: dor percebida em região retroesternal durante a ingestão de alimentos e deve-se a processos inflamatórios orofaríngeos ou esofágicos. -Globus faringeo: sensação de nó, bolo, aperto ou corpo estranho na garganta. -Halitose: mau hálito -Azia: sensação de queimação em epigástrio -Pirose: sensação de queimação restroesternal que se irradiado manúbrio do esterno à base do pescoço. -Regurgitação: retorno do conteúdo ácido ou alimentos para cavidade oral (gofada) -Sialorréia: secreção excessiva de saliva -Borborigmo: ruído gorgolejante provocado pelo deslocamento de gases em meio líquido -Plenitude: sensação de empachamento pós-prandial “comeu um boi” -Saciedade precoce: paciente sente-se satisfeito antes de ingerir uma quantidade normal ou suficiente de alimentos. - Prurido: sensação desagradável que gera o estímulo reflexo de coçar. - Icterícia: coloração amarelada da pele e mucosas que pode ser reconhecida com bilirrubinas totais >2mg% - Colúria: urina de coloração escura mais amarelada -Acolia fecal: fezes claras ou embranquecidas - Tenesmo: estimulo para defecação e saída de muco, pus ou sangue com pequena quantidade de fezes -Obstipação ou Constipação: evacuações infrequentes ou grande esforço defecatório -Distensão abdominal: inchaço abdominal por gases -Flatulência: ato de flatar (evitar gases via retal) -Eructação: eliminação de gases pela boca (arroto) -Diarreia: redução na consistência das fezes e aumento na frequencia das evacuações -Disenteria: diarreia associada a perda de sangue, muco ou pus nas fezes -Hematêmese: vômitos com sangue que tem origem no TGI acima do ângulo de Treitz - Melena: fezes negras, habitualmente pastosas e com odor muito forte (cheiro de madeira molhada) que surge nos sangramentos digestivos altos, geralmente acima do ângulo de Treitz. Apresenta sangue alterado pela flora intestinal (volume suficiente 50-100ml) -Hematoquezia: presença de sangue de pequeno volume com cor vermelha viva misturado com as fezes. -Enterorragia: presença de sangue vivo em grande volume e habitualmente associado à dor abdominal. Neste caso, o paciente pode evacuar somente sangue, sem a presença de fezes -Esteatorreia: aumento de teor de gordura nas fezes, que tornam volumosas, brilhantes, podendo aparentar gotículas de gordura sobrenadantes Exames complementares: ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA: Consegue ver o esôfago, estômago até a segunda porção duodenal. Preparo: jejum oral alimentar de 8h e por 2h de água. Sedação: tópica com Xylocaina spray (borrifada na garganta hipnóticos) (3-4mg/kg) + Venosa: hipnóticos, ansiolíticos (Midazilam, Diazepam, Propofol) e Opióides (Morfina, Meperidina, Fentanil). (Não precisa necessariamente usar os 3, mas nunca e usa só um) É possível realizar o exame sem a presença do anestesista caso tenha drogas antagonistas. Antagonistas dps BZD: Flumazenil/ Opióides: Naloxane OBS: o propofol não tem antagonista, paciente precisa ser avaliado pra realizar o exame. Oxigênio úmido via cateter nasal de baixo volume (3-5l) Necessário acompanhante para liberação devido a metabolização hepática dos fármcos que vão recircular Pacientes com suspeita de retardo de esvaziamento esôfago-gástrico: (magaesôfago, presbiesôfago (apersistalse) ou distúrbios da motilidade, gastroparesia do diabético alt do nervo vago, complicações pós cirúrgicas com lesão de nervo vago : jejum oral (8-12h) Posicionamento do paciente: deitado em decúbito lateral esquerdo, cabeça posicionada de forma que retifique a via aérea e tenha uma ventilação adequada. Indicações da EDA: dispepsia funcional, disfagia. DRGE, dor abdominal e DUP pós gastroplastia, sintomas e/ou sinais de alerta, sangramento de origem obscura, vômitos persistentes, síndrome da má absorção intestinal, polipose adenomatosa familiar, confirmação e dg de lesão evidenciada por outros métodos. Indicação de emergência: hemorragias digestivas e retirada de corpo estranho Contraindicação: intolerância do paciente ou negação de fazer o exame (se o paciente demonstrar dúvidas Ana Victoria Soares 2021.2 Ana Victoria Soares 2021.2 sobre a realização do exame ou desconhecimento, suspende o exame e remarca), suspeita ou confirmação de perfuração GI, descompensação cardíaca, doenças pulmonares graves, gestação (faz se tiver risco de vida) COLONOSCOPIA Avaliação do intestino grosso, cólon, chegando até 20cm de íleo distal. O intestino delgado não é avaliado porque não tem enteroscopia. Obs: o aparelho é diferente do da endoscopia. Preparo do cólon: ambulatorialmente ou internado Véspera: dieta líquida sem resíduos + laxantes orais (bisacodil) Dia do exame: solução laxativa: manitol 10%, polietilenoglicol (PEG), Lactilol, etc. Sedação aos cuidados da anestesiologia + O2 nasal úmido É necessário ter a presença do anestesiologista Monitorização de SatO2 e FC Necessário acompanhante para liberação Contraindicações absolutas: diverticulite aguda, diagnóstico com suspeita de perfuração, colite fulminante, o consentimento não foi obtido para um procedimento não urgente. OBS: rastreio- realizado em todas as pessoas acima de 50 anos de idade. IMPEDANCIO PHMETRIA DE 24H Permite avaliar movimento anterógrado (trânsito alimentar) e o retrógrado (refluxo do alimento), independente do seu Ph e caracterizar o RGE quanto a sua composição (líquido, gasoso, ou líquido-gasoso) Utilizado pra fazer investigação de doença do refluxo. O diagnóstico do refluxo é clínico, não necessita de exame. Pirose + regurgitação 2 a 3 vezes na semana por um período de 4 semanas. Quando o diagnóstico não é clínico, o paciente chega com sintomas atípicos é preciso solicitar exames complementares. Pode detectar refluxo ácido patológico do estômago para o esôfago, mesmo quando ainda não há esofagite (inflamação do esôfago) evidente na EDA. A representação é feita a partir de gráfico Preparo: jejum alimentar de 8h, sem sedação paciente sentado, retorno à clínica em 24h Na sonda tem presença de transdutores e campos de impedância que vão dar a informação da composição do refluxo, se é ácido ou não ácido, se é gasoso ou líquido. Ana Victoria Soares 2021.2 Ana Victoria Soares 2021.2 Indicações: padrão de referência, maior sensibilidade para identificar todos os episódios de refluxo tanto os ácidos quanto os não ácidos Pacientes sintomáticos mesmo em uso de anti secretores (refluxo não ácido 30% dos casos), sintomas sugestivos de DRGE, mas com EDA e phmetria normal (suspender anti secretores) Sintomas atípicos e supra esofágicos: tosse crônica ou eructações Diagnósticos de sobreposição com distúrbios funcionais: pirose funcional e hipersensibilidade ao refluxo MANOMETRIA ESOFÁGICA Não necessita de sedação nem de acompanhante. Utilizado pra fazer avaliação de doenças esofágicas A sonda é introduzida por uma das narinas e vai descer até ficar posicionada. Na sonda há presença de sensores que vão avaliar a atividade elétrica As pressões no esôfago são convertidas em sinais elétricos transmitidos em tempo real ao software Indicações: disfagia, pré operatório DRGE, avaliação de disfagia pós tto cirúrgico de acalasia (doença em que se tem a hipertonia do esfíncter) Doenças diagnosticadas: acalasia, espasmo esofagiano difuso, esôfago em quebra nozes, esfíncter inferior hipertenso, distúrbios motores inespecícios: motilidade esofagiana ineficaz. MANOMETRIA ESOFÁGICA DE ALTA RESOLUÇÃO: Vantagens: permite a localização mais fácil e imediata de marcos anatômicos como os esfíncteres superior e inferior, É possível aquisição simultânea de dados referentes ao esfíncter superior, corpo esofágicoe esfíncter inferior do esôfago Proporciona maior conforto ao paciente devido ao tempo reduzido de exames e pela ausência de necessidade de tração do cateter a cada centímetro Não sofre influencia de artefatos de movimento Identificação de fenótipos clinicamente relevantes, como os subtipos de acalasia, que possuem respostas terapêuticas distintas. Desenho em gráfico e imagem, aquisição simultânea. CÁPSULA ENDOSCÓPICA: Uso único, não recuperável Exame que permite apenas o diagnostico e não tratamento Imagens capturadas (até 3 fotos por segundo dependendo do transito intestinal)) transmitidas por radiofrequencia para gravador com o paciente. Indicações: sangramento gastrointestinal de origem indeterminada, incluindo anemia ferropriva Suspeita de doença celíaca ou quando esta é refrataria ao tratamento aplicado Suspeita de tumores de intestino delgado Vigilância nas síndromes polipoides, especialmente Peutz-Jegher Contraindicação: obstrução de TGI, fístula e gravidez. ECOENDOSCOPIA OU US ENDOSCÓPICO: É o aparelho mais recente Possui um transdutor acoplado na ponta do endoscópio alto ou baixo (o transdutor ao ser encostado na parede do órgão permite ver como ta a mucosa, submucosa, muscular e o órgão adjacente. É como se fizesse um USG através do exame de endoscopia. Obtenção de imagens ecográficas de alta resolução, definindo com precisão camadas da parede do trato digestório Órgãos avaliados: esôfago, estômago, reto, pâncreas, vias biliares e vesícula biliar Indicações: estadiamento de neoplasias intraluminais gastrointestinais Avaliação de lesões submucosas, doenças pancreatobiliares, de afecções mediatinais, de lesões perianais, de lesões extra luminais, identificadas por outros métodos de imagem Punção de cistos Ana Victoria Soares 2021.2 Ana Victoria Soares 2021.2 CPRE Procedimento híbrido Centros terceirizados: radiologia, endoscopia e anestesiologia. Exame complexo, anestesia geral ou sedação profunda Principal indicação: coledocolitíase (S>95%) É um aparelho especifico que permite ter uma imagem lateralizada com o objetivo de chegar até a papila duodenal, tendo acesso as vias biliares. Depois que tem acesso a essa parte, cateteriza a ampola e injeta contraste. O contraste vai permitir o desenho da via biliar e da via pancreática, o maior objetivo é identificar cálculos no coledo.
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