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Thaís H. Ambrósio T XIV Anticonvulsivantes e epilepsia 1. Quais são os principais mecanismos dos fármacos anticonvulsivantes? Os fármacos anticonvulsivantes têm como objetivo inibir a despolarização neuronal anômala. Desse modo, os mecanismos de ação podem ser os seguintes: - No GABA, os anticonvulsivantes podem agir potencializando sua ativação, aumentando a liberação, diminuindo seu metabolismo ou inibindo o GAT-1, que diminui a captação neuronal de GABA. - Inibição da função dos canais de sódio: inibem a geração de potenciais de ação (despolarização) repetitivos no foco epilético e evitando seu alastramento. - Inibição da função dos canais de cálcio: o bloqueio dos canais de Ca2+ pode produzir vários efeitos no funcionamento neuronal: . Bloqueio dos canais tipo T (está associado ao tratamento das crises de ausência); . Bloqueio dos canais tipo L (está associado ao controle de crises parciais); . Pode prevenir a liberação de neurotransmissores excitatórios como o glutamato; . Diminui a concentração dos íons Ca2+ no citoplasma neuronal, reduzindo a possibilidade de dano celular excitotóxico. - Inibição da liberação de glutamato e bloqueio dos receptores de glutamato: ocorre por antagonismo. 2. Quais são as principais classes farmacológicas? Exemplifique e cite as principais RAMs. - Barbitúricos: o exemplo mais relevante é o fenobarbital. Os barbitúricos causam tolerância e dependência, induzem enzimas metabolizadoras de fármacos e provocam graves sintomas de abstinência. O aspecto mais grave é poderem causar coma em doses tóxicas. - Hidantoínas: como exemplo a fenitoína. É um indutor enzimático e o efeito colateral grave que pode causar é hiperplasia gengival. - Oxazolidinodionas: trimetadiona. Pode causar nefrose, anemia aplástica, depressão da medula óssea, fotofobia, sonolência e má formação fetal. - Succinimidas: etossuximida. Pode causar náusea, anorexia e cefaleia. As classes citadas são as principais, mas também existem os benzodiazepínicos, dibenzazepinas, ácido valproico e seus derivados, derivados do GABA e os triazínicos. 3. Quais são os possíveis mecanismos de interação medicamentosa dessas classes terapêuticas? Pode haver interação medicamentosa entre essas classes por: - Absorção no TGI; - Ligação proteica: Das medicações de que dispomos, a fenitoína e o valproato são altamente ligadas à proteína. - Metabolismo hepático: As vias metabólicas das drogas antiepilépticas podem variar e levar à produção de metabólitos ativos e inativos. - Indução hepática: Muitas drogas antiepilépticas, particularmente fenitoína, carbamazepina e fenobarbital, são potentes indutores das vias CYP. Essas drogas aumentam a síntese proteica, que está associada com a proliferação do retículo endoplasmático liso e, em última análise, aumentam a capacidade de metabolização. Se a droga tem um metabólito ativo, a indução pode aumentar a formação do metabólito enquanto abaixa a concentração do composto original.
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