Buscar

Erliquiose em cães e gatos

Prévia do material em texto

O QUE É?
Erliquioses são doenças causadas por
bactérias do gênero Anaplasma e Ehrlichia.
São transmitidas por carrapatos, mais
especificamente o Rhipicephalus
sanguineus, ou
carrapato-vermelho-do-cão e pode
ocorrer em mamíferos domésticos, como o
cão, e selvagens.
EPIDEMIOLOGIA
A erliquiose canina é uma doença de
distribuição Mundial e sua incidência está
diretamente ligada com a prevalência do
vetor (Rhipicephalus sanguineus). É mais
frequente em países de clima temperado,
tropical e subtropical.
A evolução da doença depende do estado
imunológico do animal, idade e virulência da
CEPA. Além disso, infecções também
podem interferir e a gravar o curso da
doença, como, por exemplo, cinomose,
babesiose, leishmaniose entre outras.
PATOGÊNESE
A erliquiose canina é uma doença causada
por um micro-organismo intracelular
obrigatório: Ehrlichia canis, pertencente à
família Rickettsiaceae. O agente é
transmitido pela picada do carrapato
Rhipicephalus sanguineus no cão. A
transmissão por transfusão sanguínea
também pode acontecer de cães infectados
para saudáveis.
SINAIS CLÍNICOS
O período de incubação da doença pode
durar de 8 a 20 dias, após o primeiro
contato com o agente.
O curso da doença pode ser dividido em
três fases: aguda, subclínica (que pode
durar de meses a anos) e crônica.
Quando entra no organismo do hospedeiro,
o agente penetra nos corpos elementares
nos monócitos, ocorrendo o crescimento
da bactéria e se multiplica, formando o
corpúsculo inicial. Após isso há a formação
das mórulas, que são constituídas por
diversos elementos e envolvidas por
membrana.
O parasita permanece dentro da célula e
consegue circular por todo o organismo e
se estabelece em órgãos como o baço,
fígado e linfonodos, causando aumento
desses órgãos. Devido ação do agente,
ocorrem inúmeras alterações inflamatórias
imunológicas, como hemaglutinação,
infiltrado de leucócitos em órgãos
parenquimatosos, hipergamaglobulinemia e
manguitos perivasculares em olhos, baço,
meninges e pulmões, além de formar
anticorpos anti plaquetas.
Febre, anorexia, depressão, letargia,
linfadenomegalia generalizada,
esplenomegalia, mucosas pálidas,
alterações oftalmológicas e sangramentos
são sinais clínicos comuns em cães
portadores de EMC.
Na fase crônica podem ser encontrados
sinais clínicos de estomatite ulcerativa,
edema escrotal, sinais neurológicos, como
convulsões, disfunção vestibular, ataxia e
dor cervical. Quadros hemorrágicos pode
acometer cães na fase aguda ou crônica,
sendo mais comum na fase crônica e podem
ser manifestados como petéquias e/ou
equimoses na pele ou em mucosas, epistaxe,
hematúria, melena ou até mesmo após
punção venosa, com sangramento contínuo.
Na fase subclínica quase não há sinais
clínicos os achados laboratoriais são
discretos: febre, trombocitopenia, anemia e
esplenomegalia.
DIAGNÓSTICO
Pode ser feito com base no histórico, sinais
clínicos e exames laboratoriais. O
esfregaço sanguíneo (sendo mais eficaz
com o sangue periférico) pode ser feito
para pesquisa de mórulas intra
leucocitárias, porém, a ausência desse
achado não descarta a doença.
Os testes sorológicos podem ser feitos
para detecção de anticorpos para doença
por meio do ensaio imunoenzimático de
ELISA e também o RIFI
(imunofluorescência indireta), sendo o
segundo a técnica mais usada para pesquisa
de anticorpos anti-E. canis.
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
O tratamento deve ser feito com uso de
antimicrobianos, a fim de ter melhora
clínica do paciente.
O tutor deverá ser notificado a respeito do
custo do tratamento, o tempo prolongado e
que existe risco do tratamento não ser
100% eficaz. Em cães com pancitopenia
grave, transfusões sanguíneas e de plasma
rico em plaquetas devem ser consideradas.
O uso de suplementação com Sulfato de
Ferro também pode contribuir para a
melhora do paciente. Contudo o
tratamento sintomático também deve ser
feito, com reposição de fluídos, vitaminas e
anti-eméticos.
O acompanhamento dos animais tratados
deve ser feito por meio da evolução clínica
e de exames hematológicos, duas semanas
após iniciada a medicação, logo após o
término, e 4 semanas depois de encerrado
o tratamento.
A profilaxia deve ser feita basicamente no
controle do vetor. É de extrema
importância o monitoramento e extermínio
de carrapatos no ambiente e nos animais,
bem como exames laboratoriais periódicos.
ERLIQUIOSE FELINA
Acredita-se que a transmissão ocorre pela
infecção natural por artrópodes ou até
mesmo pela ingestão destes durante a
caça. Entre os principais sinais clínicos
estão: perda de peso, apatia, mucosas
hipocoradas, esplenomegalia e
linfonodomegalia, petéquias, dispneia e
descolamento da retina.
Nos achados laboratoriais é comum
anemia, leucopenia ou linfopenia e
trombocitopenia. O diagnóstico pode ser
feito por PCR ou muito raramente por
meio de esfregaços sanguíneos e
identificação das mórulas.

Continue navegando