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Juliana Sousa Silva Relação Patógeno e Hospedeiro Prevalência das doenças infecciosas: Em países desenvolvidos: principalmente em indivíduos imunossuprimidos e idosos. Nos países em desenvolvimento: desnutrição e falta de saneamento básico. Como um patógeno causa doença? Desequilíbrio entre as interações do patógeno com o hospedeiro. Do ponto de vista evolutivo, existe muitos mecanismos de defesa dos microrganismos, o que proporciona uma grande chance de sobrevivência a eles. A resposta imunológica dos seres humanos “aprende” com os microrganismos, mas leva mais tempo do que a defesa deles. Normalmente uma bactéria comensal consegue se comunicar com outra também comensal, formando um nicho a partir de cepas similares. (Quórum Sensing) Os elementos químicos que elas produzem inibem o crescimento de outros tipos (patogênicos, por exemplo), proliferando as bactérias do mesmo nicho. Há um equilíbrio tênue da balança entre resposta imune do hospedeiro e os microrganismos comensais. O desequilíbrio dos fatores ocasiona a doença, pela patogenicidade deles. Motivações: após a ruptura da defesa do hospedeiro ou redução do equilíbrio do microbioma, aumentando o número dos agentes patogênicos. Agentes patogênicos são os que podem facilmente causar infecção a outros hospedeiros. Ou seja, são extremamente infecciosos! Virulência: grau (intensidade) de patogenia que o microrganismo causa. Além de serem muito transmissíveis, também possuem uma grande capacidade de causar doença. Rotas de entrada dos microrganismos e mecanismos de defesa do hospedeiro: 1- Pele: barreira física e química. Sua epiderme (mais externa) é formada pelas camadas Basal, espinhosa (de Malpighi), Granulosa e Córnea (mais superficial). Além disso, possui ácido graxos, queratinócitos e PH baixo (menos de 5,5) que inibem o crescimento de microrganismos diferentes da flora normal. Geralmente ela é colonizada por bactérias, fungos e oportunistas. A maior parte das penetrações ocorre através de rachaduras na pele, como abrasões superficiais (fúngicas), feridas (estafilococos), queimaduras (Pseudomonas aeruginosa) e feridas nos pés (diabetes ou pressão por multibactérias). Além disso, os cateteres endovenosos (para infecções Juliana Sousa Silva locais ou sistêmicas), picadas de agulha (pode transmitir HIV ou HBV), de insetos, mordedura de animais (pode levar à “raiva), picada de pulgas, carrapatos, mosquitos, ácaros ou piolhos (esses últimos transmitem arbovírus, bactérias, protozoários e helmintos) também permitem a disseminação de infecções. Apenas alguns microrganismos são capazes de atravessar a pele íntegra, como as larvas de Schistosoma liberadas de caramujos de água doce e penetradas devido a liberação de enzimas que dissolvem a matriz extracelular. Queda da imunidade também favorece à emergência de fungos (principalmente dermatófitos), ocasionando “micose”. 2- Trato Gastrointestinal: peristalse, pH ácdo (HCl), enzimas líticas pancreáticas e detergentes biliares, defensinas (peptídeos antimicrobianos de mucosa) GALT (tecido linfático associado ao intestino, secretam anticorpos IgA) e mucosa (recobre o epitélio intestinal). Os patógenos gastrointestinais são transmitidos pela água e por alimentos contaminados por material fecal. As secreções gástricas ácidas são defesas importantes e letais para muitos desses patógenos, exceto aos que são resistentes ao ácido. A infeção ocorre por enfraquecimento das defesas locais (baixa acidez gástrica, antibióticos, baixo peristaltismo ou obstrução mecânica) ou por desenvolvimento de estratégias por parte do patógeno. Os vírus que podem penetrar o TGI são os que não possuem envelopes (hepatite A, rotavírus), porque os envelopados seriam inativos pela bile e pelas enzimas digestivas. Já as bactérias, podem contaminar através do crescimento no alimento (liberando enterotoxinas), ligando-se ao epitélio intestinal e se multiplicando na camada mucosa (fazendo células epiteliais secretarem muito fluido, ocasionando diarreia aquosa), pela invasão local e danificação da mucosa e lâmina própria (ulceração, inflamação e hemorragia - disenteria) e atravessando a mucosa danificada (chegando à corrente sanguínea, resultando em uma infecção sistêmica). Os fungos se proliferam principalmente nos que tem comprometimento imunológico. A Candida prefere epitélio escamoso estratificado, mas também pode disseminar para o estômago e TGI inferior. Os protozoários, por sua vez, são transmitidos na forma de cistos que resistem ao ácido estomacal. No intestino irão se transformar em trofozoítos móveis, fixando- se à açúcares no epitélio intestinal. A partir disso, Juliana Sousa Silva diferencia-se os protozoários: podem se fixar à borda em escova do epitélio (Giardia lamblia) ou podem ser englobados por enterócitos, formando gametas e oocistos (Criptosporídios), além de poder matar células hospedeiras por citólise (E.histolytica) e causar doença devido ao grande número ou por atingir locais ectópicos (Helmintos intestinais). Por fim, os Ancilostomídeos causam anemia por deficiência de ferro e o Diphyllobthrium por privação de B12. As larvas de helmintos passam pelo intestino durante sua migração. Ação das Fimbrilas e Adesinas. 3- Inalação: depende do tamanho do microrganismo. Quanto menor, maior a distância que ele pode percorrer (inversamente proporcional). Geralmente os microrganismos são inalados na poeira ou partículas de aerossol. As partículas grandes são retidas na cobertura mucociliar que recobre o nariz e o trato respiratório superior. Os microrganismos retidos no muco secretado pelas células caliciformes são transportados pela ação ciliar para o fundo da garganta, onde são deglutidos e eliminados. Já as partículas menores, dirigem-se diretamente para o alvéolo, onde são fagocitados por macrófagos alveolares ou por neutrófilos recrutados para o pulmão por citocinas. Quando conseguem invadir o trato respiratório normal e saudável é porque desenvolveram mecanismos específicos para superar as defesas mucociliares ou para evitar a destruição por macrófagos alveolares. Alguns vírus evadem essas defesas aderindo e penetrando as células epiteliais do trato respiratório inferior e faringe. • Liberam toxinas que prejudicam a atividade ciliar: Haemophilus influenzae, Mycoplasma pneumoniae e Bordetella pertussis. • Infecções em hospedeiros comprometidos: S. pneumoniae e S. aureus – ocasionam pneumonia subsequente à influenza. • Evitam a fagocitose ou a destruição após a fagocitose: M. tuberculosis. • Infectam quando a imunidade celular está reduzida ou leucócitos reduzidos em número: P. jiroveci (em aidéticos), Aspergillus spp. (pós quimioterapia). 4- Genitourinária: tamanho da uretra, Ph da vagina, mucosa. Etapas: adesão, proliferação e transporte. Normalmente, a urina na bexiga é estéril e patógenos bem- sucedidos (N. gonorrhoeae e E. coli) aderem ao epitélio urinário. Juliana Sousa Silva O tamanho maior evita que o microrganismo consiga se aderir ao canal uretral. Por isso, infecções urinárias são mais comuns em mulheres, já que a a distância entre a bexiga urinária e a pele nelas é menor. A obstrução do fluxo urinário ou refluxo pode comprometer as defesas normais e aumentar susceptibilidade às infeções. Frequentemente se disseminam de forma retrógrada, em direção aos rins, e causam pielonefrite aguda e crônica. Não correlacionar antibiótico à anticoncepcional, pois ele inibe o efeito contraceptivo por eliminar as bactérias que aumentariam a meia-vidado medicamento. Além disso, eles alteram o Ph vaginal (já que podem matar os lactobacilos e eles são responsáveis por diminuir o pH através do catabolismo de glicogênio).