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Aula 3-1 - Astros do sistema solar

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Astros do Sistema Solar – AULA 3.1 
Astronomia 
Prof. Msc. Durval Bertoldo Menezes 
 
1 
 
O Sistema Solar 
 
O Sol 
 
O Sol é a estrela mais próxima de nós. E como estrela, o Sol é um corpo que produz e emite luz. Os planetas 
não são astros luminosos, eles apenas refletem a luz do Sol que chega até eles. Todos os planetas do sistema 
solar giram ao redor do Sol, cada um com um período diferente. Ele é o responsável pelo suprimento de 
energia da maioria dos planetas. Quando as pessoas visitam observatórios as perguntas mais comuns que 
surgem a respeito do Sol são: o que é o Sol e como ele funciona? Do que ele é feito? Mas, antes de responder 
a essas perguntas veremos alguns dados curiosos a respeito do Sol. 
 
 
O Sol visto através de um filtro neutro. O filtro elimina bastante a intensidade luminosa do Sol quando o 
observamos, caso contrário, ficaríamos cegos instantaneamente; 
 
O Sol só é uma estrela por causa da grande quantidade de massa que ele tem, 332.959 vezes a massa da 
Terra. Ele é constituído, principalmente dos gases hidrogênio (92%) e hélio (7%), os dois gases mais leves do 
universo. Os restantes 1% dos gases são alguns outros elementos químicos da tabela periódica anteriores ao 
Ferro. Como dito anteriormente, a alta pressão no interior do Sol e a elevada temperatura (cerca de 4 bilhões 
de graus Celsius) são o suficiente para iniciarem a Fusão Nuclear, reação que une núcleos de átomos mais 
simples formando elementos mais pesados e liberando quantidades absurdas de energia. Essa é a energia 
que nos aquece e mantém a vida no planeta Terra. Caso o Sol não existisse, certamente não haveria vida no 
planeta Terra, muito menos existiria o sistema solar. 
Na figura podemos observar manchas escuras na região do disco solar. Tais manchas encontram-se na 
superfície do sol, e são regiões mais frias. Nelas, o campo magnético não uniforme do sol espalha o 
hidrogênio aquecido da superfície criando a aparência de manchas escuras. 
A idade do Sol é estimada em 4,5 bilhões de anos, e para uma estrela de massa igual a sua, estima-se que 
viverá cerca de mais 4,5 bilhões. Ele está na metade de sua vida. 
O Sol lança a todo instante nuvens de partículas carregadas (íons, núcleos atômicos, elétrons) para todo o 
Sistema Solar e além. Essas partículas são chamadas de vento solar e bombardeiam a Terra constantemente. 
 
Astros do Sistema Solar – AULA 3.1 
Astronomia 
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2 
 
Ilustração que mostra o vento solar, partículas carregadas, bombardeando o campo magnético terrestre; 
 
A Terra possui um campo magnético bastante intenso (o campo magnético é o responsável por alinhar o 
ponteiro da bússola na direção próxima ao pólo norte terrestre), que deflete quase que totalmente o vento 
solar para longe da superfície do planeta. Quando a atividade solar é bastante intensa, as partículas atingem 
a atmosfera terrestre na região dos pólos e ocasionam o que chamamos de Aurora. A Aurora é o nome dado 
ao fenômeno atmosférico de luzes ocorrido nos pólos. Durante esse fenômeno, o nitrogênio do ar é excitado 
eletronicamente pelo vento solar e emite luz em tons que variam do vermelho ao verde. O espetáculo é 
imperdível! 
 
 
Fotografia mostra o fenômeno da Aurora Boreal no pólo norte terrestre. Aurora Austral é a que ocorre no pólo sul 
terrestre; 
 
Mercúrio 
 
O Planeta Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol. Sua distância média é de aproximadamente 57.910.000 
km (por terem órbitas elípticas os planetas se encontrarão horas em regiões mais próximo do Sol e outras 
em mais distantes). E por ser relativamente próximo ao Sol sua revolução é bastante rápida: 87 dias. Caso 
morássemos em Mercúrio faríamos aniversário a cada 87 dias. Porém, para dar uma volta completa em torno 
de seu eixo (rotação) ele leva 58 dias. 
 
 
Mercúrio fotografado pela nave Messenger (2008); 
 
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É um planeta menor que o planeta Terra. Seu diâmetro é de aproximadamente 5.000 km, enquanto que o 
diâmetro da Terra é de aproximadamente 13.000 km. Cabem dentro da Terra mais de 30 planetas Mercúrio! 
Quando o Sol ilumina sua superfície a temperatura máxima registrada é de 450 °C. A essa temperatura a água 
evapora e se perde no espaço. Quando a face não é iluminada a temperatura cai absurdamente, registrando 
mínima de -170 °C. Essa variação enorme de temperatura é devida a falta de atmosfera no planeta. Uma 
atmosfera retém a energia solar, confinado-a no planeta, o que evita variações muito bruscas de 
temperatura. Veja a Terra, por exemplo! O clima aqui é agradável para vivermos. Sobre a superfície de 
Mercúrio nós não podemos respirar, iríamos congelar durante a noite e evaporar durante o dia! 
Sua superfície é desértica e repleta de crateras. Um meteoróide (qualquer rocha que esteja em rota de 
colisão com um planeta) que vaga na direção do planeta, definitivamente atingirá a superfície, pois não 
encontrará moléculas de ar que impedirão sua passagem e o desintegrará. Por isso observamos muitas 
crateras (vale a pena frisar também que sua superfície não se modifica por erosão de chuvas ou colisão de 
placas tectônicas, como é o caso da Terra. As crateras sempre ficarão por lá!). 
Mercúrio é considerado um Planeta Rochoso (assim como Vênus, Terra e Marte), pois é constituído de 
rochas (você poderia pousar sobre sua superfície com uma nave espacial – isso não pode ser feito em 
planetas gasosos, como é o caso de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, como será visto mais adiante), e seu 
tamanho reduzido não possibilitou o aprisionamento gravitacional de nenhum outro corpo ao seu redor. Ele 
não possui luas! 
Seu nome advém da mitologia greco-romana; Mercúrio é o deus mensageiro, protetor dos comerciantes e 
viajantes. Quando observado aqui da Terra ele é um ponto luminoso no céu bastante veloz. A cada noite ele 
está numa posição diferente da noite anterior (lembre-se que ele gira bastante rápido ao redor do Sol). 
Portanto recebeu o nome do deus Mercúrio, ou Hermes para os Gregos. 
 
Vênus 
 
A noite, quando aparece no céu, o planeta Vênus é um dos astros mais reluzentes, só não é mais brilhante 
que a Lua. Popularmente ele é conhecido como "Estrela Dalva" ou "Estrela do Pastor". Com telescópios e 
mesmo binóculos nós podemos observá-lo no período de claridade durante o dia e desde que ele não esteja 
visualmente próximo do Sol. 
 
 
O planeta Vênus e suas nuvens; 
 
Durante muito tempo pensou-se que Vênus era o planeta gêmeo da Terra, mas hoje sabemos que são 
parecidos apenas no tamanho e na quantidade de massa. Nas condições ambientais para a existência de vida 
ele é completamente diferente da Terra. A atmosfera de Vênus é 92 vezes mais densa que a terrestre, por 
essa razão a pressão em sua superfície é equivalente a mergulhar 920 metros de profundidade no mar (você 
seria esmagado instantaneamente se caminhasse por Vênus). Além disso, a atmosfera é composta 
principalmente de gás carbônico, o que provoca um efeito estufa enorme, fazendo de Vênus o planeta 
mais quente do sistema solar, com 460 °C no equador do planeta. Mais quente que o planeta Mercúrio, 
que está mais próximo do Sol. O Ano de Vênus é menor que seu dia. O ano dele dura 224 dias terrestres. O 
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dia (uma rotação completa em torno dele mesmo) dura 243 dias terrestres, além de girar no sentido contrário 
ao dos outros planetas. Enquanto o Sol nasce do lado leste em todos os demais planetas, em Vênus o Sol 
nasce do lado oeste. Nem mesmo o fato dele demorar 243 dias terrestres para completar uma rotação o faz 
esfriar do lado noturno! 
Uma maneira de se estudar a superfície venusiana é através do radar. Pulsos de radar são emitidos a Vênus 
e sua reflexão fornece dados para estudo da rugosidade de sua superfície. Além disso, algumas sondas 
soviéticas da série Venera e as americanas Pionner-Vênus pousaram na superfície do planeta,mas nas 
condições atmosféricas lá existentes essas sondas não resistiram mais do que uma hora. Só em 1975 a sonda 
Venera IX conseguiu enviar a primeira fotografia da superfície do planeta e outras conseguiram fazer 
algumas análises do local, que parecem ter composição semelhantes à dos basaltos encontrados na Terra. 
Há a presença de caldeiras vulcânicas gigantes da ordem de 100 km de diâmetro. A sua superfície é coberta 
com 85% de material vulcânico e apresenta extensos canais de lava da ordem de centenas de quilômetros. 
 
Mapa da superfície de Vênus desenhado através de ondas de rádio, capazes de atravessar as densas nuvens do 
planeta. Em sua superfície encontramos canais escavados pela passagem de lava; 
 
Na mitologia greco-romana Vênus é a deusa da beleza, chamada de Afrodite na Grécia. Seu intenso brilho no 
céu noturno é de surpreender qualquer amante apaixonado por astronomia! 
 
Terra 
 
Até onde se sabe o planeta em que vivemos é o único do nosso sistema solar em condições de abrigar vida 
da forma como a conhecemos. A Terra está a uma distância adequada do Sol, tem uma atmosfera rica em 
nitrogênio e oxigênio, e possui grandes quantidades de água. É o primeiro planeta, a partir do Sol, que tem 
um satélite natural, a Lua. 
 
 
Imagem da Terra tirada por um satélite; 
 
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A princípio, é dispensável dar explicações sobre a Terra, pois é o planeta do Sistema Solar que mais 
conhecemos, mas por isso mesmo, ela serve como base para compararmos os dados obtidos de outros 
planetas. Isso permite o estudo comparado dos planetas, ou formalmente, a Planetologia. 
Os cálculos para determinação da Idade da Terra são feitos através de rochas radioativas, encontradas na 
crosta. De uma amostra de rocha contendo traços de elementos radioativos que se solidificou em certa 
época, basta conhecer as meias-vidas desses elementos para saber o intervalo de tempo decorrido. A 
amostra não pode ter sido contaminada com amostras estranhas de elementos radioativos. 
As mais antigas encontradas até hoje datam de 3,8 bilhões de anos, encontradas na Groenlândia. Isso implica 
que a Terra se formou antes disso, pois nessa época a Terra já havia se solidificado. De análises de meteoritos, 
foi concluído que datam de 4,5 a 4,6 bilhões de anos. Acredita-se ser a época em que se formaram os 
primeiros corpos sólidos do sistema solar. 
A Atmosfera terrestre (a fina camada de ar que envolve o planeta) é composta basicamente por 78% de 
Nitrogênio, 20% de Oxigênio e 2% de outros gases. Ela possui cerca de 100 km de espessura (caso você ande 
100 km para cima, não conseguirá mais respirar, pois a partir daí não temos mais oxigênio) e possui um papel 
bastante importante na filtragem de raios ultra violeta provenientes do Sol (raios energéticos que penetram 
mais na pele humana, causando câncer de pele). Funciona também como anteparo de meteoros que 
atingiriam a superfície terrestre (e eventualmente cairiam em nossas cabeças). 
A atmosfera de Vênus, Terra e Marte tem origem secundária, ou seja, não se formaram da nebulosa primitiva 
que deu origem ao sistema solar. Acredita-se que tenha se formado a partir dos gases que emanaram dos 
vulcões após o planeta já ter se formado. Essa atmosfera substituiu a anterior existente, que provavelmente 
foi resquícios da nebulosa planetária e constituída principalmente de hidrogênio e hélio e traços de metano, 
vapor d'água, amoníaco, nitrogênio e os gases nobres. 
Essa atmosfera secundária que teve origem vulcânica, deve ter se formado nos primeiros 500 milhões de 
anos após a formação da Terra, numa fase de intensas atividades vulcânicas, e com a composição inicial 
sendo CO ou anidrido carbônico. Ainda hoje os vulcões emitem anidrido carbônico em suas erupções e 
grandes quantidades de CO2 e vapor d'água. 
 
3.5 Lua 
 
A Lua é um satélite que tem ¼ do diâmetro da Terra, e está apenas a 380 mil quilômetros de distância da 
Terra. A superfície da Lua é rica em alumínio e titânio e seu interior é rochoso. Há possibilidades de existir na 
Lua em pequeníssima quantidade de uma atmosfera. A falta de água líquida e de atmosfera que forme ventos 
impede qualquer erosão, por isso a Lua tem grande quantidade de crateras visíveis. Qualquer buraco 
formado na Lua não desmancha, pois não há erosão. A quantidade de meteoritos que caem na Terra é muito 
maior do que a quantidade que cai na Lua, só que na Terra as erosões causada pelas chuvas e ventos 
desmancham as crateras produzida por eles. 
 
 
Foto da Lua cheia; 
 
Ela é um dos maiores satélites relativo ao seu planeta, com uma relação 1/81 da massa terrestre. Por isso o 
sistema Terra-Lua pode ser considerado um sistema planetário duplo. Por ser o objeto celeste mais próximo 
da Terra, foi possível, através de missões tripuladas, trazer para a Terra amostras de sua superfície. Da análise 
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dessas amostras, verificou-se que sua composição é muito semelhante à da Terra, contendo praticamente 
os mesmos minerais. Porém não foi encontrado nenhum traço de água nem erosão atmosférica. A hipótese 
mais aceita para a formação da Lua é de que um corpo muito massivo, do tamanho do planeta Marte, se 
chocou com a Terra enquanto ela ainda estava em formação. Deste choque, partículas foram lançadas ao 
espaço, que por fim, ficaram presas à gravidade da Terra dando origem à Lua. 
Seu período de rotação é igual ao período de revolução ao redor da Terra, motivo pelo qual observamos 
sempre a mesma face lunar voltada para nós! 
 
 
Esquema representando o sistema Terra – Lua – Sol para melhor visualizarmos as fases da Lua; 
 
Na figura acima temos o esquema representando o sistema Terra – Lua - Sol, onde é possível ver as fases 
lunares. A Lua orbita a Terra numa órbita elíptica (mas uma elipse quase circular) e o Sol ilumina todo o 
sistema. Quando a Lua está Nova, um observador que se situa na Terra não conseguirá observar a Lua no 
céu, pois a face lunar voltada para ele não está sendo iluminada pelo Sol. A Lua continua a girar e na 
configuração de Quarto Crescente, metade da Lua é iluminada. Para um observador situado na Terra o 
aspecto lunar será realmente este, metade da Lua é visível. Mas na fase Cheia, como Ela é totalmente 
iluminada, um observador a verá iluminada por inteira. Ela continua sua trajetória passando pela fase Quarto 
Minguante e retorna para a fase Nova. Veja a figura a baixo. 
 
 
As quatro fases da Lua que recebem nomes, dispostas na ordem em que aparecem para um observador situado no 
hemisfério Sul da Terra; 
 
Não podemos esquecer também que a Lua já foi visitada pelos seres humanos pela primeira vez em 20 de 
Julho de 1969. Durante uma viajem de quatro dias os astronautas Neils Armstrong, Buzz Aldrin e Michael 
Collins entraram para a história por tripularem a nave Apollo 11, a primeira missão tripulada a pousar no 
solo lunar e permitir o homem a pisar na Lua. 
 
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Foto de Buzz Aldrin tirada por Armstrong ao lado da bandeira norte americana sobre a superfície lunar. 
 
Marte 
 
O clima desse planeta é o mais parecido com a Terra. No verão de Marte a temperatura chega perto de 20 
°C e no inverno pode chegar a -140 °C. Mesmo usando um telescópio médio é possível observar em Marte a 
presença de calotas polares formadas de gelo seco (gás carbônico congelado). Além disso, desde o século 
passado os astrônomos já haviam observado a presença de estações do ano no planeta. Acredita-se que em 
Marte exista água congelada próximo aos pólos e abaixo da superfície. Na década de 70, duas sondas 
(Viking I e Viking II) desceram em Marte com o objetivo de procurar vida na forma de bactérias, fungos ou 
algo parecido, mas nada que pudesse comprovar a existência desses organismos foi encontrado. Missões 
complementares à Marte deram prosseguimentoaté 1996 com a Mars Global Surveyor (MGS) para um 
mapeamento mais preciso da superfície marciana a ser completado pela sonda até 31 de janeiro de 2000. A 
MGS faz parte de um programa de dez anos de duração da exploração de Marte. O início da exploração com 
sondas começou em 1960 com vários fracassos e somente a Mariner 4 em 1965 consegue enviar as 21 
primeiras imagens de Marte. 
 
 
Imagem de Marte tirada por um satélite em sua órbita. Perceba a presença de calotas polares e nuvens; 
 
Seu aspecto avermelhado é devido a presença de óxidos de ferro. Sua superfície é desértica e bastante 
acidentada, com crateras, vales e montanhas. É um planeta que possui duas luas, Phobos e Deimos. São luas 
pequenas com o aspecto irregular, certamente eram asteroides que foram capturados pela gravidade de 
Marte. 
 
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As duas luas de Marte. Seus diâmetros são bem menores que a lua da Terra! 
 
Em marte também encontramos a maior montanha do sistema solar, o Monte Olimpo, com 25 quilômetros 
de altura e base de 300 quilômetros de comprimento (o Monte Everest, a maior montanha da Terra, possui 
altura de quase 9 quilômetros!). 
Estranhas fotografias tiradas de Marte fazem com que ele seja alvo de superstições e contos de fadas. 
Imagens como a de rostos esculpidos em pedras e figuras humanóides delineadas em amontoados de rochas 
causaram desconforto nos pesquisadores e a criação de teorias sobre a vida alienígena no planeta Marte. 
Mas tudo se trata apenas de nosso cérebro nos enganando com suas interpretações! 
 
 
Calma! Nessa foto tirada por um robozinho andando sobre a superfície de Marte, o que vemos é um amontoado de 
pedras. Nosso cérebro apenas a interpreta como uma figura humana! 
 
Na mitologia greco-romana, Marte ou Ares é o Deus da guerra. Talvez seu aspecto avermelhado no céu tenha 
originado esse mito ao redor do planeta. Como vermelho lembra sangue, e sangue lembra guerra, esse é um 
deus bastante sugestivo para tal planeta. 
 
Cinturão de Asteróides 
 
Entre as órbitas de Marte e Júpiter encontramos uma região repleta de corpos menores do sistema solar, são 
os Asteróides. Esses corpos não possuem tamanho suficiente para serem esféricos, seu formato é amorfo, 
não possui forma específica (parecido com uma batata). Eles se distribuem no espaço de forma a parecerem 
um cinturão. 
 
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A figura ilustra a região de cinturão de asteróides entre as órbitas de Marte e Júpiter; 
 
É nessa região que encontramos o primeiro planeta anão do sistema solar, Ceres. Possui um diâmetro de 
quase mil quilômetros e situa-se entre outros asteróides bastante famosos (Dactyl e Ida, por exemplo); 
 
 
Na foto à esquerda vemos uma imagem de Ida e Dactyl (Dactyl orbita Ida). E na imagem à direita vemos as 
melhores fotos de Ceres, feitas pelo telescópio espacial Hubble; 
 
Quando queremos mandar uma sonda em direção a algum planeta além da órbita de Marte, devemos 
calcular bem sua trajetória, caso contrário ela pode se chocar com algum corpo como esses. 
 
Júpiter 
 
Todos os planetas, de Mercúrio a Marte são chamados planetas terrestres ou rochosos, pois são planetas 
sólidos e que possuem uma superfície rígida para pisar. De Júpiter a Netuno, até onde se sabe, são planetas 
gasosos, ou seja, não têm superfície sólida que se possa pisar sem afundar. 
Júpiter tem 1.300 vezes o volume da Terra, mas sua massa é apenas 318 vezes maior que a Terra. A 
composição de Júpiter é parecida com a do Sol, hidrogênio e hélio. Esse planeta só não é uma estrela como 
o Sol porque a quantidade de massa não é suficiente para elevar a pressão e a temperatura dos gases a ponto 
de produzir grandes reações nucleares (se júpiter tivesse cerca de 70 vezes mais massa do que possui hoje, 
ele brilharia como o Sol, e teríamos duas estrelas bastante brilhantes no céu, e as noites na Terra seriam 
raras). Mesmo assim, Júpiter tem seu núcleo muito quente e libera para o espaço 3 vezes mais energia do 
que a que ele recebe do Sol. 
 
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Foto de Júpiter, o maior planeta do sistema solar; 
 
Júpiter é o maior planeta do sistema solar. Seu diâmetro é de aproximadamente onze vezes o diâmetro da 
Terra. Os padrões de manchas e listras em sua atmosfera deixam bastante evidente a turbulência a qual os 
gases estão sujeitos. Cada mancha é um furacão acontecendo, muitos deles maiores que o planeta Terra. As 
altas temperaturas do interior do planeta deixam a atmosfera com um padrão de listras coloridas. Cada qual 
gira com uma velocidade diferente. O aspecto colorido é devido a presença de um pouco de amônia e vapor 
d’água na atmosfera. 
Abaixo dela encontraremos um oceano gigantesco de hidrogênio e hélio líquidos, e abaixo disto uma 
camada de hidrogênio metálico e possivelmente um núcleo rochoso. Seu campo magnético é o maior 
“objeto” do sistema solar, podendo alcançar a órbita de Saturno (caso fosse visível no céu noturno da 
Terra, seu campo magnético ocuparia o tamanho de três luas cheias)! 
É um planeta tão grande que aprisionou ao redor dele 63 luas, onde uma delas é a maior lua do sistema solar, 
Ganimedes. Ao olhar pelo telescópio, Galileu Galilei observou pela primeira vez quatro objetos brilhantes 
ao redor de Júpiter: eram as luas Ganimedes, Calisto, Io e Europa. Cada uma possui sua peculiaridade. 
 
 
Fotografia do sistema Joviano (sistema cujo principal astro é Júpiter), Júpiter e suas quatro maiores luas. As demais 
não podem ser vistas na foto, pois são pequenas; 
 
Ganimedes, como já dito, é a maior lua do sistema solar com diâmetro de 5.262 km (nossa lua possui um 
diâmetro de aproximadamente 3.250 quilômetros). Tal lua é maior até que o planeta Mercúrio! 
O satélite Io, o mais interno deles, faz uma revolução completa ao redor de Júpiter em 42 horas e tem 
dimensões próximas às de nossa Lua. As imagens transmitidas pelas sondas exibem um grande número de 
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centros vulcânicos em atividade (os primeiros encontrados fora da Terra), fazendo de Io um dos objetos 
mais ativos do sistema solar. Isto se deve a sua grande proximidade com Júpiter, caso contrário seria tão 
inativo quanto a Lua. Os principais componentes expelidos pelos vulcões são o enxofre e o anidrido sulfuroso, 
a uma temperatura máxima de 17 °C. 
Europa é pouco menor que a nossa lua, tem uma translação de cerca de 3,5 dias terrestres. Parece ser 
recoberto de gelo e outros materiais claros. Esse satélite foi o menos estudado devido à posição de sua órbita, 
quando as Voyagers passaram por Júpiter. Sabe-se que sua densidade é cerca de 3 g/cm³, sua composição é 
rochosa, sendo detectada grande quantidade de água e gelo. As fotos da Voyager, apesar da baixa 
resolução, indicaram que grande parte de sua superfície é de gelo, que reflete mais de 60% da luz incidente. 
Na figura pode-se observar que o satélite é atravessado por grandes linhas de até 3.000 km, que se 
entrecruzam. Elas podem ser resultados de movimentos tectônicos em todo o satélite. A ausência de crateras 
de impacto pode indicar algumas semelhanças com Io. 
Calisto, o mais externo, é quase do tamanho de Mercúrio. Porém, é o que reflete menos luz devido à presença 
de materiais escuros misturados ao gelo na sua superfície. Seu período de translação é de pouco mais de 
duas semanas. 
 
 
As quatro maiores luas de Júpiter, vistas pela primeira vez por Galileu e seu telescópio de 20 vezes de aumento. 
Essas fotografias são devido às naves Voyagers; 
 
Na mitologia greco-romana, Júpiter ou Zeus é o senhor do Dia e senhor do Olimpo. Tornou-se deus após 
destronar seu pai, Saturno ou Cronos. O nome das luas galileanas são homenagem às amantes de Júpiter. 
 
Saturno 
 
Em Saturno terminam os planetas que são visíveis a olhonu e portanto os planetas conhecidos na 
antiguidade. Com ele temos um conjunto de sete objetos de corpos errantes a noite e que nos tempos 
remotos “não podiam ser tocados pelo Homem”. Por coincidência, a nossa semana tem sete dias, um para 
cada um desses corpos que foram considerados divindades: Lua (segunda-feira), Marte (Terça-feira), 
Mercúrio (Quarta-feira), Júpiter (Quinta-feira), Vênus (Sexta-Feira), Saturno (Sábado) e Sol (Domingo) 
correspondentes à primeira hora planetária do dia. Porém a tradição de se colocar nomes de deuses nos 
demais planetas continuou. Apesar de ser o segundo maior planeta do sistema solar, só se obteve 
informações de algum valor a seu respeito, do final da segunda metade da década de 70 em diante, através 
das sondas Pioneer 11 e Voyager 1 e 2. Neste momento, a sonda Cassini-Huygens orbita e estuda o planeta. 
 
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Fotografia de Saturno e seu sistema de anéis. Podemos observar também três pequenas luas do planeta e a sombra 
de uma delas (ponto escuro) na atmosfera de Saturno; 
 
Através das observações de suas nuvens deduziu-se que seu período de rotação é de aproximadamente 10 
horas! (todos os planetas gigantes gasosos têm uma rotação muito veloz). Essa rotação rápida faz de Saturno 
o planeta mais achatado do sistema solar. 
Sua composição é semelhante à do Sol e possui aspecto semelhante ao de Júpiter. Suas faixas possuem 
contrastes mais atenuados do que em relação a Júpiter. Isto se deve às temperaturas mais baixas em sua 
atmosfera. Os movimentos atmosféricos são bem rápidos em Saturno, e os ventos atingem a velocidade de 
1.800 km/h (70% da velocidade do som local). O tom esbranquiçado predominante em sua atmosfera é 
devido às nuvens de amônia congelada. As colorações marrons podem ser nuvens de hidrosulfeto de amônia 
(NH4 HS) e os pouquíssimos locais azulados são cristais de gelo. As regiões mais internas da atmosfera 
puderam ser observadas nos locais de furacões, que provocam aberturas profundas no gás. 
É um planeta que demora 29,5 anos para dar uma volta completa ao redor do Sol, e também aprisionou um 
enorme número de luas: 61! 
A lua Titã, a maior lua do planeta e a segunda maior do sistema solar, é um mundo a parte. Possui atmosfera 
parecida com a atmosfera da Terra primitiva, com grandes concentrações de nitrogênio. A sonda Huygens 
pousou em Titã no início de 2005 e revelou oceanos e rios de metano líquido em sua superfície. Depois da 
Terra, é o primeiro astro a ter oceanos em sua superfície. 
 
 
Foto da atmosfera de nitrogênio da lua Titã tirada pela nave Voyager; 
 
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O sistema de anéis de Saturno também é um espetáculo a parte. A pesar de todos os planetas gigantes 
gasosos possuírem anéis, os de Saturno são os maiores e mais brilhantes, podendo ser vistos através de 
telescópios simples. Os anéis são formados por inúmeras partículas de poeira e rochas revestidas por gelo 
de água. Por isso são bastante refletores! Estendem-se por mais de 67.000 km, mas possuem uma espessura 
de apenas um quilômetro. Sua origem ainda é desconhecida, sendo muito provável que se originaram da 
destruição de alguma lua que se aproximou demais do planeta! 
 
 
Imagem de Saturno e seus anéis tirada pela sonda Cassini quando este entrava na frente do Sol. Um anel de poeira 
tênue bastante externo pode ser visto na imagem; 
 
Na mitologia greco-romana, Saturno para os romanos, ou Cronos para os gregos, era o senhor do tempo. 
Para conseguir o poder do Olimpo ele castra e destrona seu pai, o deus Urano, e passa a governar todo o 
reino dos céus. Para não perder o poder para seus filhos, Saturno passa a devorá-los um a um. Sua mulher o 
engana e sede uma pedra para ele devorar, e seu filho Júpiter escapa da morte certa! Quando consegue 
maturidade e força suficiente retorna ao Olimpo e destrona Saturno, se tornando deus do Olimpo. 
 
 
Belíssimo quadro do pintor espanhol Goya ilustrando Saturno devorando um de seus filhos; 
 
 
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Urano 
 
Em distância, estamos na metade do sistema solar. Ao contrário dos planetas vistos até agora, Urano e 
Netuno, e o planeta anão Plutão, não possuem um passado místico, onde eram considerados deuses, pois 
estes não podiam ser vistos a olho nu. Porém, seus nomes seguiram a mesma tradição. Este planeta tem 
participação recente na história da astronomia. Urano só entrou para a astronomia como planeta em 13 de 
março de 1781, quando Willian Herschel (1738-1822), o avistou pela primeira vez sem confundi-lo com 
uma estrela, pois mesmo Galileu já o havia avistado antes, mas registrou-o como uma estrela de sexta 
magnitude. Mesmo Herschel achava que este corpo era um cometa, porém cinco meses depois, Pierre Simon 
Laplace (1749-1827), calculando sua órbita provou assim tratar-se de um novo planeta e que sua órbita 
estava além da de Saturno. 
 
 
Imagem de Urano; 
 
Quando a Voyager II passou por Urano, detectou um campo magnético inclinado 58° com o eixo de rotação 
do planeta e que não passa pelo centro do mesmo. Apesar de se enquadrar nas características de planetas 
gigantes gasosos (ou Jovianos), sua massa é pequena se comparada com a de Júpiter. No entanto, a análise 
das informações mostrou que seu núcleo é mais denso (relativos à pressão) e de composição bem diferente 
quando comparados a Júpiter e Saturno. Apresenta maiores quantidades relativas de gelo, carbono, oxigênio, 
silício, nitrogênio e ferro, no lugar da predominância do hidrogênio e hélio nos dois planetas anteriores. 
A atmosfera superior de Urano é muito calma, quando comparada com os demais planetas jovianos. A 
análise das imagens das Voyagers mostrou que as variações de tonalidade não excedem a 5% e ainda por 
cima encontram-se na faixa verde do espectro da luz visível. A cor verde deve-se à absorção seletiva da luz 
solar por parte do metano atmosférico. 
Urano leva cerca de 82 anos para dar uma volta ao redor do Sol. A inclinação do eixo de rotação chega a 
82,5°. Por causa disso apenas uma parte do planeta é iluminada e a outra passa por períodos de até 42 anos 
na escuridão. Esse efeito é único no sistema solar e provoca no planeta profundas mudanças de circulação 
atmosférica alterando os fenômenos meteorológicos. Essa rotação tão inclinada com o plano de órbita pode 
ter sido provocada pelo choque com um corpo de massa próxima a da Terra, que se formou na mesma região 
de Urano. Esses choques também podem ter ocorridos com Júpiter e Saturno, mas como suas massas são 
bem maiores as consequências não foram tão extremas. 
 
 
A obliqüidade dos planetas. O eixo de rotação de cada planeta possui uma certa inclinação em relação ao plano de 
sua órbita. Vênus é inclinado quase em 180° (rotação retrógrada) e Urano quase 100°, expondo por longos períodos 
os pólos para Sol; 
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Os anéis de Urano foram descobertos em 1977, por ocultação de uma estrela, numa série de fotos para 
análise sobre a atmosfera do planeta. Esses anéis estão no interior das órbitas dos satélites conhecidos, são 
opacos à luz, muito estreitos no sentido radial, com menos de cem quilômetros e com muitas divisões. Pelo 
que se sabe são constituídos de gelo e partículas escuras que não chegam a refletir 5% da luz incidente. A 
origem pode ser devido a choques de pequenos satélites, mas nada se pode afirmar. Nem mesmo uma 
hipótese é formulada por falta de dados conclusivos. 
 
 
Imagem de Urano, seus anéis e algumas luas; 
 
Além dos onze corpos existentes nas proximidades de Urano, já foram registrados muitos outros, o que 
elevou o número de satélites naturais a 27. Sabe-se que compõem um sistema regular como o de Júpiter e 
Saturno. Com órbitas que se aproximam da circular e pouco inclinadas em relaçãoao plano equatorial. 
Os quatro maiores tem diâmetros entre 1.100 e 1.600 quilômetros, que são Ariel, Umbriel, Titânia e 
Oberon. Sabe-se que não são constituídos de gelo sobre a superfície, por causa do baixo índice de reflexão. 
Alguns acreditam que o gelo esteja contaminado com uma substância escura, não identificada. 
O quinto satélite conhecido (Miranda), tem 400 km de diâmetro, e foi o satélite observado mais de perto 
pela Voyager II. O satélite apresenta uma superfície coberta de vales, crateras e montanhas, que mostram as 
atividades geológicas que lá existiram. 
 
Netuno 
 
Sua participação na história da astronomia é mais recente ainda que a de Urano. Sua descoberta representa 
um triunfo para a astronomia matemática. Alexis Bouvard (1767 - 1843) notou várias perturbações na 
órbita de Urano, pois este nunca estava onde os astrônomos previam. Bouvard fez novos cálculos para sua 
órbita levando em conta as perturbações de Saturno e Júpiter, mas mesmo assim as posições previstas não 
coincidiam com as reais. Então Le Verrier (1811 - 1877), astrônomo francês propôs-se ao estudo do problema 
e concluiu que estas perturbações eram devido à existência de outro corpo numa órbita mais afastada que 
Urano. 
Ele também pode deduzir sua órbita através das perturbações que causava em Urano. Assim Le Verrier pediu 
ao astrônomo alemão Johan Gottfried Galle (1812 - 1910) que explorasse determinada região do céu. Galle 
verificou que havia um corpo a menos de um grau da posição prevista por Le Verrier que não constava em 
nenhuma carta celeste e no dia seguinte esse corpo já havia se deslocado em relação às outras estrelas. Era 
Netuno. Este é o primeiro planeta descoberto através de predições matemáticas. 
 
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Imagem de Netuno. Podemos notar uma atmosfera bastante turbulenta, com imensos furacões; 
 
A atmosfera pouco densa é formada de hidrogênio, hélio e metano, todos em estado gasoso. Apesar de estar 
numa das regiões mais frias do sistema solar, os fenômenos atmosféricos em Netuno são 
consideravelmente ativos. Este planeta possui ventos de no mínimo 1.170 km/h que sopram para oeste em 
volta do planeta, apesar de receber pouquíssima energia solar. Isso ocorre provavelmente pela falta de 
atrito da atmosfera com a superfície do planeta, como é o caso da Terra que possui montanhas e outras 
irregularidades da superfície que tendem a parar os ventos. Em Netuno os ventos fluem livremente com 
um mínimo de atrito. Por isso a pouca energia solar é suficiente para gerar tais ventos. 
Esses ventos provocam grandes furacões, semelhantes aos de Júpiter, entre os quais se destaca a Grande 
Mancha Negra, ou GMN, um furacão do tamanho da Terra. A GMN é um enorme buraco na atmosfera do 
planeta através do qual se pode olhar mais profundamente na sua atmosfera. Assim como Júpiter e Saturno, 
Urano e Netuno também emitem mais energia do que recebem do Sol. 
Porém não há razão para acreditar que um deles tenha reservas térmicas bem maiores do que o outro. 
Netuno emite bem mais energia do que recebe e, apesar de mais distante do Sol, sua temperatura é 
equivalente a de Urano, cerca de -116 °C. Esse fato ainda não foi explicado. Em Netuno pode-se observar as 
diversas cores e tonalidades nas faixas paralelas como em Júpiter e em Saturno. 
 
 
Imagem mostra nuvens na alta atmosfera de Netuno, que projetam sua sobra na atmosfera azulada mais abaixo; 
 
Acreditava-se na existência dos anéis desde que foram detectados os anéis de Urano pela primeira vez, pois 
se existia anéis em Urano não havia razão para não existirem em Netuno. Somente com a visita da Voyager 
II é que se pode observá-los. A detecção por observações da Terra não foi possível porque os dois principais 
anéis são muito tênues, possuem apenas algumas dezenas de quilômetros de largura e são bem separados. 
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Os demais anéis são bem mais tênues do que estes e os instrumentos terrestres são muito pobres para que 
fosse possível sua detecção. Além dos anéis existe um disco de poeira que, da mesma maneira que os anéis, 
está na faixa equatorial. 
Urano possui 13 satélites conhecidos. Tritão, o maior satélite de Netuno, que é pouco menor que a Lua, é 
bastante ativo. Mostrou-se estranho desde o primeiro momento. A começar por sua órbita que está no 
sentido contrário a dos demais satélites e também é inclinada em relação ao equador. Um outro fator 
estranho é que Tritão apresenta uma intensa atividade vulcânica, só que o fluido expelido é nitrogênio 
líquido. Outro fato observado em Tritão é que as calotas apresentam muitas linhas que tendem para 
nordeste, que provavelmente é resultado de erupções de nitrogênio liquido que forma o lençol existente 
abaixo da superfície. Todos esses fatos revelam que Tritão está em constante mutação. 
 
 
Imagens da lua Tritão revelam uma superfície diferenciada dos demais corpos do sistema solar. Ela possui vulcões 
de nitrogênio líquido que provavelmente formam lençóis abaixo da superfície deixando-a com o aspecto da figura à 
esquerda; 
 
Netuno é o senhor dos mares, ou Posseidom para os gregos, na mitologia greco-romana. Nome bastante 
intuitivo, pois seu aspecto azulado nos deixa margem para tal argumento. 
 
Planeta Anão Plutão 
 
Como Plutão passou grande parte do tempo sendo considerado um planeta, vale a pena reservar algumas 
palavras. Conhecido, durante muito tempo, desde a sua descoberta em 1930, como o menor, mais frio e 
distante planeta do Sol, hoje Plutão é um Planeta Anão. Em 24 de Agosto de 2006, a União Astronômica 
Internacional (UAI) formalmente acrescentou essa nova classificação para os planetas do Sistema Solar. 
Podemos ainda chamá-lo de Plutóide, nome dado a todo planeta anão localizado além da órbita de Netuno 
(logo, Haumea, Make Make e Éris também são plutóides. Ceres não é plutóide, pois se encontra antes de 
Netuno). 
Por ser um planeta anão do Sistema Solar com o menor número de informações, a NASA estava programando 
para 2001 o lançamento do Expresso para Plutão (Pluto Express), uma sonda pequena para estudá-lo. Esse 
projeto foi cancelado e substituído pela Sonda Novos Horizontes, lançada em Janeiro de 2006 e deverá estar 
próxima de Plutão no ano 2015. 
 
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Esta é a melhor imagem do planeta anão Plutão, tirada pelo telescópio espacial Hubble. Não conseguimos 
definir sua superfície. Plutão se encontra a aproximadamente 30 bilhões de quilômetros do Sol! 
 
Em 1978 foi descoberto um satélite de Plutão por James W. Christy, cientista do Observatório Naval dos 
Estados Unidos, no dia 2 de julho de 1978. Este foi batizado com o nome de Caronte. Uma série de fotos 
revelam que sua translação é cerca de 6,39 dias, que parece coincidir com a rotação do planeta anão. Se 
confirmada, essa coincidência será única no Sistema Solar, ou seja, o satélite nunca nasce nem se põe. 
Plutão tem um diâmetro de 2.360 km e o satélite Caronte tem um diâmetro de 1.210 km. 
Dois outros satélites foram descobertos pelo Telescópio Espacial Hubble entre os dia 15 e 18 de Maio de 
2005, os quais foram inicialmente designados por S/2005 P1 e S/2005 P2. Esses dois novos satélites foram 
batizados com o nome de Nix e Hidra respectivamente. Eles são pequenos, com um tamanho entre 40 a 160 
km. Os nomes foram tirados da mitologia: Nix é a deusa da escuridão e mãe de Caronte, o barqueiro que 
conduz as almas pelo rio Archeron na direção do inferno. Hidra é o monstro de nove cabeças e por 
coincidência N e H são as iniciais da Sonda Novos Horizontes. 
 
 
Imagem do telescópio Hubble revela mais duas luas ao redor de Plutão, Nix e Hidra; 
 
Na mitologia greco-romana Plutão ou Hades é o deus do mundo dos mortos! 
 
O Cinturão de Kuiper 
 
A família solar é bem mais ampla do que um conjunto tradicional de oito planetas orbitandoao redor do Sol. 
Ainda existe um segundo cinturão de asteróides localizado alem da órbita de Netuno conhecido como 
Cinturão de Kuiper, em homenagem a Gerard Kuiper (1905 – 1973), importante astrônomo naturalizado 
americano que propôs a sua existência. 
 
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A imagem mostra um panorama do sistema solar. A mancha avermelhada no centro representa o Sol, os pontos 
azuis são planetas (note que a Terra não é visível neste gráfico pois está muito próximo ao Sol), em roxo são 
asteróides capturados por Júpiter, os pontos em verde são o Cinturão de Kuiper e os laranja são corpos pequenos 
que vagam pelo sistema solar; 
 
No esquema abaixo, nós vemos o exterior do sistema solar com a extraordinária órbita do astro 1996TL66. 
As quatro órbitas em azul indicam Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. O emaranhado de órbitas além de 
Netuno mostra a extensão do "clássico" cinturão de Kuiper com tamanho de aproximadamente 20 unidades 
astronômicas. Em contraste, a excentricidade (achatamento) elevada da órbita de TL66 apresenta um afélio 
(afastamento máximo do Sol) com 130 UA e sugere que o sistema solar exterior (a partir de Júpiter) encontra-
se extremamente povoado a distâncias muito maiores que as supostas até então. TL66 foi descoberto (e é 
onde se encontra atualmente) próximo do periélio de sua órbita (máxima aproximação com o Sol), a cerca 
de 35 UA. Essa descoberta relembra-nos que ainda não conhecemos muito bem o conteúdo do nosso próprio 
sistema solar. 
 
 
Órbita de TL66 vai muito além do cinturão de Kuiper, indicando que não há limite de região onde podemos 
encontrar os corpos do sistema solar. O pequeno astro dá uma volta ao redor do Sol a cada 762 anos! 
 
UA
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Cometas 
 
Os cometas são os objetos celestes que mais deram origem a temores e superstições no passado e hoje 
despertam enorme curiosidade. Podem ser periódicos (voltar a passar próximos a Terra depois de um 
período determinado), como o cometa Halley e outros, que percorrem uma órbita regular ao redor do Sol. E 
os não-periódicos que entram no sistema solar e voltam ao espaço interestelar, não retornando mais para 
próximo da Terra. 
 
 
Cometa Halle-Bopp. Fotografia tirada quando este estava próximo a Terra; 
 
Os cometas são basicamente rochas pequenas (não ultrapassam alguns poucos quilômetros de diâmetro) 
que vagam pelo sistema solar. Eles também orbitam o Sol, e quando se aproximam dele os cometas se 
aquecem. O gelo de seu interior sublima-se (evapora-se) e é deixado para trás na forma de cauda (cauda 
branca da figura. A segunda cauda do cometa, a cauda azulada, é devida às partículas carregadas do vento 
solar, e sempre apontam na direção contrária ao Sol. 
A vida média dos cometas não ultrapassa 10 milhões de anos. Acredita-se que os núcleos dos cometas 
estão vagando pelo espaço fora do sistema solar. Devido ao movimento do Sol ao redor do núcleo galáctico 
esses objetos são capturados pelo campo gravitacional do Sol e se transformam em cometas. Foi suposto na 
década de 50 por Jan Hendrik Oort (importante astrônomo) existência de uma nuvem de cometas (Nuvem 
de Oort), a cerca de 100.000 UA. Essa nuvem está distribuída de forma esférica ao redor do Sol. Sua origem 
pode ser os próprios restos do sistema solar, que se solidificaram nessa região. Algumas anomalias 
gravitacionais provocadas pelas estrelas próximas podem tirar alguns corpos de suas posições e esses serem 
atraídos pelo Sol. Ao entrarem em direção ao sistema solar, esses corpos poderão adquirir três tipos de 
órbita: 
 - Parabólica e Hiperbólica - que se aproximam uma única vez do Sol e retornam ao espaço inter-
estelar. São os cometas não periódicos. 
 - Elíptica - são os cometas periódicos. Esse tipo de órbita é geralmente é provocada pela influência 
gravitacional dos planetas, principalmente Júpiter e Saturno, que têm a tendência de prenderem os cometas 
ao sistema solar. 
 
 
 
 
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Vemos as órbitas dos planetas (não estão em escala) e a órbita de três cometas famosos: Halley (em verde), 
Hyakutake (em vermelho) e Tempel 1 (amarelo). Enquanto o cometa Halley leva aproximadamente 76 anos para 
passar próximo a Terra, o cometa Hyakutake demorará 100 mil anos!

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