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DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO Obstetrícia: área da Medicina responsável pela gestação, parto e puerpério em seus aspectos fisiológicos e patológicos O diagnóstico clínico da gravidez baseia-se em sintomas referidos quando da anamnese e em sinais identifi- cados durante o exame físico da paciente. Cada uma dessas informações carrega certo grau de confiabilidade, o que permite que elas sejam agrupadas em sintomas e sinais de presunção, sinais de probabilidade e sinais de certeza da gravidez. “O diagnóstico de gravidez baseia-se na história, no exame físico e nos testes laboratoriais. Ao ocorrer ame- norreia ou atraso menstrual em mulher na idade fértil, que seja sexualmente ativa, deve-se, antes de tudo, suspeitar da possibilidade de uma gestação” DIVISÃO DA GESTAÇÃO • 1º trimestre→ até 12 semanas • 2º trimestre→ entre 12 e 28 semanas • 3º trimestre→ entre 28 e 40 semanas A gravidez dura 9 meses completos – 10 meses lunares - ou 40 semanas de gestação. Ex: se a DPP é 40 semanas e o bebê nasce... • Com 36 semanas→ pré-termo • Com 37 a 40 semanas→ termo • Com 40 a 42 semanas→ termo pósdata • Com 43 semanas→ pós-termo OBS: depois de 42 semanas, a chance de nascer morto é muito grande. OBS: quando o embrião se torna blastocisto, no final da 1ª semana depois da fertilização, é quando ele pode se implantar (independente do lugar que ele esteja [por isso ocorre ectópica]) → ele se implanta e o sinciciotrofoblasto, capaz de produzir beta-HCG, é que dá náuseas, vômitos, fadiga etc. DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO Diagnóstico Clínico • Sinais de Presunção (presume que está grávida, mas não tem outros sintomas além do atraso mens- trual) • Sinais de Probabilidade (mãe) • Sinais de Certeza (feto) Diagnóstico Laboratorial • Hormonal • Ultrassonográfico DIAGNÓSTICO CLÍNICO Utilizamos os dados propedêuticos, coletados na entrevista, inspeção, palpação, toque, ausculta e pelo exame clínico. Os diversos sinais percebidos pelo exame clínico são considerados por alguns autores como sendo: presuntivos, prováveis e de certeza. Outros autores os classificam em sinais de probabilidade e de certeza (MONTANO ET al., 2002). De probabilidade, quando se referem ao organismo materno (mais precoces) De certeza, quando se referem ao organismo fetal (mais tardios) SINAIS DE PRESUNÇÃO • 4 semanas: atraso menstrual (amenorreia) • 5 semanas: náuseas / vômitos / fadiga / sonolência • 6 semanas: polaciúria Os principais sintomas de presunção são: Falha Menstrual Figura 1: 1. Sinal de Hunter; 2. Tubércu- los de Montgomery; 3. Rede venosa de Haller O atraso da menstruação é o sinal mais precoce da gravidez, crescendo de importância na presunção da gestação quando ocorre em mulher jovem, hígida, que não esteja fazendo uso de método contraceptivo e com ciclos menstruais regulares e vida sexual ativa. Náuseas São, talvez, o sintoma que melhor caracteriza a gestação que se inicia. Provável resultado da adaptação materna ao hormônio Gonadotrófico Coriônico (hCG), e os enjoos são potencializados por diversas situações orgânicas. Distúrbios Urinários Durante o primeiro trimestre da gravidez, o útero em crescimento exerce pressão sobre a bexiga materna e pode causar polaciúria, sintoma que surge por volta da 6º semana de gestação. Com o evoluir da gestação, o útero ganha a cavidade abdominal e a frequência urinária gradativamente diminui. Fadiga e Sonolência São sintomas frequentes da gravidez inicial, provável decorrência da vasodilatação observada no organismo materno. Modificações Mamárias Mastalgia e mamas aparecem estar maiores • 8 semanas: Tubérculos de Montgomery (“espinhas” que produzem secreção para lubrificar durante a ama- mentação→ evitar fissuras e infecções) 16 semanas: rede venosa de Haler (aumenta vascularização para ajudar na ejeção do leite) • 20 semanas: Sinal de Hunter (“segunda aréola” → ajuda na amamentação) A partir de 5 semanas de gravidez, inicia-se processo de congestão que torna as mamas doloridas. Com 8 semanas, demais de con- gestas, as mamas mostram aréolas mais es- curas, nelas surgindo projeções secundárias (os chamados “Tubérculos de Montgomery“). Os Tubérculos de Montgomery são glândulas sebáceas, de número entre 4 a 28 por mamilo, que tem a função de lubrificar o mamilo e atrair o recém-nascido para amamentação após o parto, pois exala um odor característico que estimula o recém-nascido para procurar o peito. Tal fato explica a importância da mãe oferecer o peito ao recém-nascido. Com 16 semanas, já é possível delas extrair colostro e observa-se aumento da vascularização venosa (a chamada “rede de Haller“). Com 20 semanas, os limites dos mamilos tornam-se imprecisos por aumento da pigmentação, constituindo a aréola secundária (o chamado “sinal de Hunter”). Alterações do Muco Cervical O incremento na produção da progesterona, característico da gestação inicial, diminui a concentração de sódio nas secreções do colo uterino, elemento necessário para que o muco cervical, quando cristalizado por desidra- tação, exiba padrão arboriforme. Muco cervical abundante e fluido, que quando desidratado, cristaliza-se com imagem microscopia semelhante a folhas de samambaia, fala contra a gravidez. Transformações Cutâneas Aumenta pigmentação (β-HCG) da aréola, do mamilo, da linha nigra, mama, pescoço, axila e virilha/cloasma; aparecimento de estrias 1. Linha Nigra 2. Cloasma 3. Estrias (hidratante com ureia) Embora muito pouco sensível e específico, o surgimento de cloasma ou da linha nigra, o primeiro decorrente da hiperpigmentação da face e a segunda do aumento da concentração de melanina na linha alba, e o aparecimento de estrias, sugerem gravidez. Cloasma gravídico ou máscara gravídica são manchas provocadas pelo aumento da produção de melanina cir- cundando parte da testa, ao redor do nariz, bochecha e lábio superior. São fatores determinantes para o apare- cimento do cloasma: • Exposição à luz solar e artificial; • Uso de alguns medicamentos; • Fatores hereditários. Nem todas as mulheres terão cloasmas. Aquelas que apresentarem as manchas, terão o desaparecimento do cloasma pouco tempo após o parto. A exposição à luz solar contribui para que elas fiquem em definitivo. A linha Nigra é o nome dado ao processo de hiperpigmentação da linha alba localizada no abdômen da gestante. O primeiro decorrente da hiperpigmentação da face e a segunda do aumento da concentração de melanina na linha alba, e o aparecimento de estrias, sugerem gravidez. Outros sinais de presunção são: • Intolerância a odores (diminui o feromônio, já que o organismo entende que a mulher não precisa mais realizar relações sexuais) • Sialorreia • Constipação (lentidão do intestino) • Mastalgia • Lentidão: no pensamento, na digestão, na filtração glomerular (maior risco de litíase renal e de infecções urinárias), na circulação (maior risco de edema e trombose) • Alterações psíquicas Compulsões alimentares, Hipersensibilidade (progesterona e estrogênio estão muito altos) Perversão do apetite (cuidado com a anemia*→ comportamentos alimenta- res incomuns→ repor ferro e ácido fólico *aumenta a volemia sem aumentar a massa eritrocitária → hemodiluição → é como se fosse uma anemia fisiológica • Se já tiver problemas psicológicos/psiquiátricos → acompanhamento com psiquiatra já que o quadro agrava na gravidez Periodo Gestacional Sintomas/sinais Observações 4ª semana Amenorreia O “atraso na mens- truação é uma das principais maneiras que as mulheres des- cobrem estarem grá- vidas 5ª semana Náuseas Cerca de 50% das grávidas sentem náu- seas matutinas que em geral levam a vô- mitos e anorexia 5ª semana Congestão mamária Mamas congestas e doloridas 6ª semana Polaciúria Cessa em duas sema- nas e retorna ao final da gravidezSinais de Probabilidade (mãe) Os principais sinais de probabilidade são: • Aumento do volume uterino: volume abdominal (16 a 20 semanas) AU: 0cm na sinfese púbica → palpar do apêndice xifoide até sentir uma resistência (ali é o fundo do útero) pode apertar que não vai machucar nem a mãe e nem o bebe O útero grávido é palpável no abdome materno, logo acima da sínfise púbica, com 12 semanas de gestação. Com 16 semanas, ele deve estar a meio caminho entre a sínfise e a cicatriz umbilical. Com 20 semanas, atinge a cicatriz umbilical e, em torno de 40 semanas, o apêndice xifoide. • Até 12 semanas, o útero está sínfise púbica (borda superior da pube) e não consigo medir a altura uterina • A partir de 12 semanas, o útero sai da pelve e consigo medir • Com 15 semanas, o útero está sobre o pube • Quando o útero estiver praticamente no umbigo, provavelmente é uma gestação de 20 semanas • A partir daí o útero cresce por volta de 1 cm por semana • OBS: AU corresponde a IG até 34 semanas !!! Atenção para pacientes obesas, bebês muito grandes, gemelares, etc... • Delineação física do feto • Contração de Braxton-Hicks (a partir de 28 semanas): “contrações de treinamento” → o organismo se preparando para o trabalho de parto • Sinal de Hegar: amolecimento do istmo - região entre o colo e corpo (6 a 8 semanas) Colo de não-gravida parece a ponta do nariz. Colo da gravida parece a boca. Com 6 a 8 semanas de gravidez, o útero adquire consistência elástica e amolecida, principalmente na região do seu istmo, o que permite seja ele fletido sobre o colo uterino quando examinado simultaneamente pela palpação abdominal e pelo toque vaginal. Tem-se a sensação de que o corpo do útero está separado do cérvice. OBS: em um útero ginecológico só tem corpo e colo→ em um útero grávido, aparece o istmo (se fizer cesárea, é onde faz o corte) • Sinal de Piscacek: amolecimento e abaulamento no local de implantação embrionária (“útero tá piscando”) A implantação ovular faz com que o útero cresça de forma assimétrica e adquirida, nessa região, consistência amolecida e forma abaulada, se comparada ao restante do órgão. • Sinal de Nobile-Budin: ocupação de fundos de sacos vaginais (aumenta vascula- rização e aumenta o próprio útero) Quando no toque bidigital examina os fundos- de-saco vaginais (Fundo de Saco de Douglas), pode-se perceber que eles estão preenchidos pelo útero gravídico que assumiu forma globosa. • Sinal de Osiander: pulso da artéria vaginal em fundo vaginal (não sinto em paciente não-grávida) Também pelo toque vaginal, pode-se sentir a pulsação arterial no fundo- de-saco, achado característico de crescimento uterino rápido. • Sinal de Jacquemier ou Chewick: vulva com coloração violácea genital (8 semanas) – “β- HCG deixa tudo escuro” Por volta de 8 semanas de gravidez, a vulva, congesta, assume coloração violácea, fa- cilmente observável à inspeção (representa um acúmulo de progesterona) • Sinal de Kluge: vagina e colo violáceos Aqui, a cor violácea pode ser visualizada na mucosa vaginal, também resultado da con- gestão do órgão (representa um acúmulo de progesterona) OBS: o Sinal de Kluge e Sinal de Jacquemier ou Chewick caíram por terra de firmar um diagnóstico já que geralmente a paciente já traz um teste de gravidez positivo Periodo Gestacional Sintomas/sinais Observações 6ª semana Amenorreia Se o “atraso” na menstruação passa dos 14 dias então te- mos um sinal de pro- babilidade. Podem ocorrer ainda nesse período um pequeno sangramento que por vezes é confundido com a menstruação. É a implantação do blastocisto no útero. 6ª semana Aumento do volume uterino Nessa época, o vo- lume do útero co- meça a se expandir ainda que só seja de- tectável acima da sín- fese púbica na 12ª se- mana 8ª semana Alteração na consis- tência uterina É, normalmente, firme, mas nesse tempo adquire con- sistência cística/elás- tica 8ª semana Alteração da forma uterina Em geral, o local de implantação se torna maior, formando um abaulamento. Ao exame especular, quando se abre a vulva, chama a aten- ção a sua cor violá- cea. 16ª semana Aumento do volume abdominal Sendo que o útero se torna palpável a par- tir da 12ª semana e é pela 16ª semana que o volume abdominal começa a aumentar de maneira progres- siva. Sinais de Certeza (feto) Todos os sinais de certeza descartam a necessidade de exame de gravidez porque já há CERTEZA. Percepção Dos Movimentos Fetais A partir de 16 semanas de gravidez (multíparas) ou de 20 semanas (primigestas), a grávida passa a perceber suaves ondulações abdominais, a princípio referidas como movimentação intestinal que se acentua e, com a evolução da gestação, se evidenciam como movimentos fetais. Ausculta dos Batimentos do Coração Fetal Pode-se auscultar os batimentos cardíacos do concepto empregando-se 2 técni- cas distintas: com o sonar doppler, a partir de 12 semanas de gravidez, e com o estetoscópio de Pinard, após 16 semanas. • Estetoscópio de Pinard (a partir de 16 semanas) • Sonar-Doppler (a partir de 11 semanas) • USG (5-6 semanas) • Transvaginal tem a percepção mais rápida OBS: se ouve o batimento, geralmente, a partir de 11 semanas, já em pacientes obesas por volta de 15 semanas Sinal de Puzos Durante o toque vaginal, produz-se discreto impulso no útero, através do fundo-de- saco anterior, que deslocará o feto no líquido amniótico para longe do dedo do examinador. A tendência do retorno do concepto à sua posição primitiva fará com que ele seja novamente palpado, transmitindo ao examinador a sensação do rechaço fetal. É sinal que pode ser observado a partir de 14 semanas de gravidez (1º trimes- tre) → Sinal de Rechaço Fetal → “empurra o bebê e sente ele bater de volta no nosso dedo” Percepção dos Movimentos Fetais Com 18 (pacientes mais magras) a 20 semanas (pacientes mais obesas) de gestação, já é possível ao examinador palpar partes identificáveis do corpo fetal e perceber seus movimentos. Importante salientar que a movimentação fetal como sinal de certeza da gravidez deve ser percebido pelo obstetra, care- cendo de precisão o relato da gestante. A partir de 16 semanas de gravidez (multíparas) ou de 20 semanas (primigestas), a grávida passa a perceber suaves ondulações abdominais, a princípio referidas como movimentação intestinal que se acentua e, com a evolução da gestação, se evidenciam como movimentos fetais. β hCG positivo (urina ou sangue) Feto em Ultrassonografia Periodo Gestacional Sintomas/sinais Observações 14ª semana Sinal de Puzos É o sinal obtido ao se impulsionar o fundo de saco anterior com os dedos. Ao se reali- zar essa manobra se percebe o movimento de afastamento e de- pois de retorno fetal 18ª semana Palpação e percepção de movimento fetais Nessa época, se faz possível perceber os movimentos do feto que no começo são poucos vigorosos, mas que progridem com o decorrer da gravidez. Importante lembrar que as primi- gestas em geral de- moram mais a perce- berem os movimen- tos de seus fetos. 18ª semana Palpação de segmen- tos fetais Já se faz possível a palpação de partes do corpo fetal, em espe- cial a cabeça, pelo seu maior volume. 20 a 21ª semana Auscultação É o mais fidedigno dos sinais. Podem ser obtidos pelo sonar- doppler ou pelo este- toscópio de Pinard. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DOSAGEM HORMONAL Gonadotrofina Coriônica (hCG) • Hormônio glicoproteico, dosado na urina e sangue • Produzido pelo sinciciotrofoblasto • Exclusivo da gestação→ é uma confirmação • Presente em outras patologias→ mola, corioca • Imunossupressão→ inibe a produção de anticorpos pelos linfócitos • Atividade tireotrófica • Produção de testosterona pelo feto masculino Gonadotrofina Coriônica humana é um hormônio glicoproteico,conhecido comumente como hCG, que é produzido pela placenta durante a gestação. Esse hormônio é exclusivo da gravidez e por isso é usado para a confirmação de tal condição. Entretanto, em algumas doenças, tais como mola hidatiforme e coriocarci- noma, o hCG também é produzido. Além disso, ele é um importante indicador de tumores testiculares. Nidação (bebê se implantou) → trofoblasto → sinciciotrofoblasto e citotrofoblasto → sinciciotrofoblasto invade o miométrio e começa a produzir hCG→ o hCG faz o corpo lúteo produzir estrogênio e progesterona, o que mantém a gestação O HCG também concede uma imunossupressão à mulher, para que ela não rejeite o embrião (inibe a pro- dução de anticorpos pelos linfócitos); tem atividade tireotrófica e também estimula a produção de testosterona pelo testículo fetal (estimula as células de Leydig a produzirem maior quantidade de androgê- nios), importante para a diferenciação sexual do feto do sexo masculino. • Estrutura semelhante ao FSH, TSH, LH • 2 cadeias (alfa e beta) → o que dosamos é a cadeia BETA O hCG possui características estruturais que o tornam semelhante ao FSH, LH e TSH, uma vez que é for- mado por duas subunidades, a chamada cadeia α e cadeia β. A cadeia α é bastante semelhante nesses quatro hormônios, diferentemente da cadeia β, que confere especificidade. Gonadotrofina coriônica humana (HCG) é um hormônio glicoproteíco, secretado desde o início da formação da placenta pelas células trofoblásticas, após nidação (implantação) do blastocisto (*). A principal função fisiológica deste hormônio é a de manter o corpo lúteo, de modo que as taxas de progesterona e estrogênio não diminuam, garantindo, assim, a manutenção da gravidez (inibição da menstruação) A função fisiológica do hCG é manter o corpo lúteo durante o início da gestação, aproximadamente por 10 semanas, e estimular a produção de esteroides. Com isso, impede-se que ocorra a perda do endométrio e haja o fim da gravidez. O beta-hCG, a partir do momento que começa a ser produzido, se duplica a cada 48 horas e se mantém em um platô até o final da gravidez (desaparece 1 mês pósparto) OBS: o USG transvaginal só capta se o beta-hCG for pelo menos 1000 Sua produção começa no momento em que ocorre a implantação e possui seu pico quando a gestação completa nove semanas. É possível observar o hormônio no sangue da paciente em aproximadamente sete dias após o dia da concepção. Após o pico do hCG, os valores tendem a cair progressivamente até desaparecerem por completo um mês após o parto e tem a ausência de nova ovulação. A dosagem sérica do β-hCG é um dos métodos mais sensíveis para confirmar e observar a viabilidade de uma gestação e o que deve ser feito em casos de Doença Trofoblástica Gestacional, como a mola hidatiforme. O β- hCG também pode ser observado na urina, entretanto, nesses casos, geralmente o objetivo não é verificar a quantidade do hormônio, e sim a sua presença, como nos casos de confirmação de uma gravidez. É importante destacar que algumas vezes o exame de gravidez pode ser negativo, em razão da idade gestacional ser muito baixa. Se os sintomas da gravidez mantiveram-se, pode-se fazer um novo exame a fim de dosar o hormônio, uma vez que no início da gestação os valores de β-hCG duplicam a cada 48 horas. Quando chega em 14-15 semanas a placenta já está formada e madura→ diminui a produção e concentração de hCG um pouco (para involuir o corpo lúteo) e a placenta começa a manter a gravidez Para mulheres com atraso menstrual maior que 16 semanas ou que já saibam estar grávidas, o teste laboratorial é dispensável. Até 15 semanas posso fazer beta-hCG, mas depois disso já se faz USG. Tipos de Testes Para Identificar hCG Teste Imunológico • Urina • Sangue 1) Urina a) Prova da Inibição da Hemaglutinação (Teste do Tubo) Fornece leitura em 2 horas. Interpretação raramente duvidosa, de alta sensibilidade. Precisão de 90-98% quando o atraso menstrual ultrapassa 10-14 dias. A maioria dos testes caseiros de gravidez utiliza este método. Pode dar negative até 10-12 semanas, pois há muito beta hCG formando grumos que o teste não detecta Exemplo: Pregnosticon All-in. b) Prova De Hemaglutinação Invertida Hemaglutinação Passiva Reversa Variante do exame anterior, lançada no mercado recentemente, apresenta o anticorpo ao invés do hormônio ligado à hemácia, o que "inverte" a imagem dos resultados. É o método de maior sensibilidade entre os testes acima citados e pode ser realizado com apenas um a três dias de atraso menstrual. c) Prova de Inibição da Aglutinação do Látex (Teste da Lâmina) De leitura rápida, sensibilidade menor, interpretação pode ser duvidosa. Precisão de 90 a 98% quando atraso menstrual ultrapassa 10 a 14 dias Estes exames podem dar: • Falso-positivos no caso de uso de psicotrópicos, proteinúria, e mulheres no climatério • Falso-negativos em urinas de baixa densidade, na primeira ou na 2ª semana do atraso menstrual e, ocasio- nalmente, durante o 2° trimestre (Quando os níveis de hCG encontramse diminuídos. • Para maior confiabilidade dos resultados recomenda-se colher a primeira urina da manhã por ter maior concentração de hCG. Os testes caseiros comprados em farmácia – precisão de 9,9% (SPALLICCI et al., 2002). A fim de se obter maior sensibilidade e especificidade com as reações imunológicas, substitui-se a urina pelo sangue, dosando-se a subunidade beta do hCG (βHCG) → mais eficaz e precoce para diagnóstico de gravidez, podendo-se confirmá-la 10 dias após a fecundação (4 dias antes do atraso menstrual). 2) Sangue A fim de se obter maior sensibilidade e especificidade com as reações imunológicas, substitui-se a urina pelo sangue, dosando-se a subunidade beta do hCG (βHCG) - mais eficaz e precoce pra diagnóstico de gravidez, podendo-se confirmá-la 10 dias após a fecundação (4 dias antes do atraso menstrual). Os testes imunológicos realizados com o sangue pode ser: Qualitativo: dá um simples "sim" ou "não" para se a mulher está grávida. Quantitativo: mede a quantidade exata do hormônio no sangue. Isso significa que ele pode pegar quantidades bem pequenas do hormônio gonadotrofina coriônica humana, tornando-o bem preciso. Esse teste de gravidez é mais parecido com o teste de urina em termos de acuidade. • Mais específico e sensível • Dosa-se a subunidade beta do hCG • Diagnóstico mais eficaz e precoce da gestação • Pode ser positivo com 10 dias após a fecundação • Qualitativo: “sim” ou “não” • Quantitativo: mede a quantidade exata do hormônio no sangue→ é o que interessa para saber se a gravidez é tópica ou ectópica, por exemplo (MAIS PRECISO) DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL (USTV) Nessa foto a gestação é provavelmente de 4 semanas já que não se vê embrião (apenas se vê o saco gestacional) • Não entra no útero • Até 4 semanas só consegue ver saco gestacional. • 5 a 6 semanas já se vê o embrião • 6 a 7 semanas já consegue ver tudo isso + batimento cardíaco (BCF) A ultrassonografia transvaginal é um exame obrigatório no primeiro trimestre de gestação. O saco gestacional, uma estrutura anelar, passa a ser visualizado com 4 semanas. A partir de 5 a 6 semanas é possível a identificação da vesícula vitelínica e com 6 a 7 semanas, o ultrassom é capaz de captar a pulsação cardíaca do embrião. Usado para: • Avaliar Idade Gestacional corretamente • Avaliar gestação ectópica, malformações uterinas • Avaliar gestação anembrionada, IIC (Incompetência Istmo Cervical→ gravidade faz com que abra o colo ocor- rendo um aborto) • Detectar precocemente gestação múltiplas • Verificar a localização placentária (se é prévia ou não) • Detectar precocemente MF OBS: Se o feto já tem 0,5 cm completando 6-7 semanas de gestação e não apresenta batimento cardíaco, pode ser que estejamorto. Com 8 semanas já se confirma que está morto A avaliação ultrassonográfica da idade gestacional é confiável até a 12ª semana de gravidez, período em que se emprega como parâmetro a medida do saco gestacional ou o comprimento cabeçanádega (CCN) do embrião. A partir da 13ª semana, a acurácia da ultrassonografia diminui progressivamente, sendo as medidas utilizadas o diâmetro biparietal (sempre antes de 30 semanas) e o comprimento do fêmur. Até a 24ª semana de gestação, tem uma margem de erro de menos de 1 semana. Após a 24ª semana: maior variação biológica e, o exame apresenta menor precisão. Realizado por meio da amnioscopia e da amniocentese. Mede-se o CCN (comprimento crâniocaudal) e coloca-se na tabela de ultrassom para determinar a semana de gestação. OBS: bebê com mais de 0,5 cm tem que ter batimento cardíaco ULTRASSONOGRAFIA TRANSABDOMINAL (USTA) Consegue-se ver o bebê a partir de 8 semanas Mostra 1 semana a mais do resultado da ultrassonografia transvaginal OBS: só consegue definir idade gestacional a hora que medir o embrião. Idade Gestacional Figura 3: 4 sem de gest Figura 2: 6 a 7 sem - BCF O 1º USG é responsável por datar a Idade Gestacional (quanto mais tardio o USG é feito, mais erro pode ter). Os outros USG avaliam o crescimento do bebê De 10 a 14 semanas se faz o exame morfológico para ver o bebê • 12ª semana: comprimento crânionádega (CCN) ↳ Transluscência nucal norteia possíveis alterações cromossômicas • 13ª semana: diâmetro bi-parietal (DBP) e comprimento do fêmur (CF) • > 13 semanas: diâmetro bi-parietal, circunferência craniana, diâmetro occipito-frontal, úmero (de epífise a epífise), fêmur (de epífise a epífise) e circunferência abdominal Erro • Até 12 semanas: 3 dias • 12 – 20 semanas: 1 semana • 20 – 32 semanas: 1,5 semanas • > 32 semanas: 2,5 semanas Se eu fizer a idade gestacional e for de até 12 semanas, o erro pode ser de até + ou - 3 dias. Se for de 12-20 semanas, o erro é de 1 semana. Se for de 20-32 semanas, o erro pode ser de 1,5 semanas. Se for > 32 semanas, o erro pode ser de até 2,5 semanas. “A ultrassonografia precoce, além de confirmar o diagnóstico, fornece informações sobre o futuro e a viabili- dade da gestação atual” “O primeiro ultrassom data e os outros avaliam o crescimento do bebê” US DURANTE A GESTAÇÃO Antes de 12 semanas para datar a gestação US Morfológico de 1º Trimestre (entre 10 e 14 semanas) • Mede a transluscência nucal (TN) do bebê • Aspecto do osso nasal • Faz o padrão de fluxo do ducto venoso e, às vezes • Faz o padrão de fluxo da valva tricúspide US Morfológico de 2º Trimestre (entre 20 e 24 semanas) • Avalia cerebelo • Cisterna Magna • Ventrículos Laterais • Fígado • Estômago • Mede todos os ossos • Avalia distância dos olhos • Se tem fenda paliativa US Obstétrico Com Doppler (> 30 semanas) Avalia a circulação sanguínea (nas artérias uterina, umbilical e na cerebral média) • Padrão de fluxo Artérias Uterinas • Padrão de fluxo Artéria Umbilical • Padrão de fluxo Artéria Cerebral Média