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1 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED EXAME FÍSICO DO APARELHO RESPIRATÓRIO: PRINCIPAIS OBJETIVOS DO EXAME FÍSICO: 1) Validação ou exclusão da hipótese diagnóstica inicial construída durante a anamnese 2) Avaliação da gravidade da doença no momento do exame principalmente na doença aguda ou crônica agudizada Por isso, devemos primeiramente, nos concentrar nos elementos que avaliam a gravidade de uma condição respiratória. São eles: Frequência Respiratória (FR) o Normal (adulto): 14 a 20 ipm o GRAVE: FR>30ipm o Iminência de PCR: FR>40ipm Saturação Periférica de Oxigênio (SpO2): % de hemoglobina carreando oxigênio para as células do corpo o Normal: 95 A 98% o GRAVE = SpO2 < 90% AR AMBIENTE (FIO2= 21%) (agudo ou crônico) o Considerar assistência ventilatória (ventilação mecânica não invasiva ou VM invasiva) quando, mesmo após suporte de O2 (via máscara, cateter, etc...) e elevação da fração de inspiração de O2 (FIO2 >40%),a SpO2 < 90% o A medida da saturação de O2 no sangue nos possibilita detectar mais precocemente a hipoxemia Cianose central: coloração azulada da pele e/ou mucosas provocada pelo aumento na quantidade absoluta de hemoglobina insaturada na rede capilar periférica. É sinal tardio de insuficiência respiratória crônica ou aguda (saturação periférica de oxigénio<85%). Por isso, utilizamos a oximetria, para detectar mais precocemente a hipoxemia. É importante diferenciarmos a cianose central da periférica: Cianose central = redução do % de O2 transportado pela hemoglobina Cianose Periférica = processos periféricos de vasoconstricção como o Fenômeno de Reynold afeta a leitura da oximetria, mas não significa que o pacte está em hipoxemia ou sofrimento respiratório EXAME FÍSICO: 1) Inspeção 2) Ausculta 3) Palpação 4) Percussão 2 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED INSPEÇÃO: Aspectos que verificamos com nosso olhar para isso, é preciso ter referencias para descrever os achados clínicos observados = linhas de referencia Através das linhas de referências, definimos as regiões do tórax: LINHAS DE REFERÊNCIA: 3 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED Entretanto, a divisão mais habitualmente utilizada é a seguinte: (Obra “O beijo” de Auguste Rodin) 4 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED A inspeção se divide em: Inspeção Estática Inspeção Dinâmica INSPEÇÃO ESTÁTICA: Observação do tórax e suas características sem considerar seus movimentos. Observa-se: Pele: alterações da pele, lesões... Cicatrizes (como a de cirurgias anteriores: toracotomia) Circulação venosa colateral: presença de veias túrgidas (indicando compressão de um grande vaso como a VCS) Alterações ósseas ou articulares Forma do tórax: o Normal o Tórax em Barril: aumento do diâmetro ântero-posterior doenças obstrutivas (DPOC...) o Tórax Cifótico ou até mesmo cifo-escoliótico: curvatura anormal da coluna torácica prejuízo funcional à medida que se agrava ao longo da vida o T. Excavatum: má formação (aprofundamento) do esterno o T. Carinatum: má formação (abaulamento) do esterno INSPEÇÃO DINÂMICA Observação dos movimentos do tórax Não acarretam em prejuízo funcional, apenas estético 5 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA Elemento fundamental para avaliação da normalidade/gravidade da função respiratória Normal 14 a 20 ipm GRAVE = FR > 30 ipm IMINÊNCIA DE PARADA CARDIORESPIRATÓRIA = FR > 40 ipm Recomenda-se verificar a frequência respiratória em repouso Paciente em decúbito dorsal e da forma mais discreta possível para que o paciente não altere o padrão de respiração o Dica: Você pode simular uma contagem do pulso enquanto, na verdade conta a FR EXPANSIBILIDADE TORÁCICA: Observa-se: Movimentos normais Movimentos simétricos: os 2 lados se movimentando iguais Alguma região que não está expandindo Regiões de abaulamento PADRÃO RESPIRATÓRIO: 1) Ritmo Respiratório: intensidade e ritmo Cheyne-Stokes: o indivíduo faz uma apneia (fica sem respirar por alguns instantes) e vai aumentando gradativamente o volume corrente até atingir um pico e decair novamente até apneia. o O aumento do volume corrente pode ser percebido por movimentos inspiratórios igualmente crescentes o Pacientes graves normalmente decorrente de lesões do Sistema Nervoso Central (TCE) Kussmaul: o indivíduo faz uma incursões respiratórias sequenciais.com volume corrente muito alto, ou seja, inspirações muito profundas. Pode acontecer em diversas situações clínicas. o Quadros de acidose metabólica (por sepse, cetoacidose diabética...) Biot: ritmo absolutamente anárquico em alguns momentos faz uma inspiração mais curta, em outros faz uma inspiração mais longa. Em alguns momentos faz períodos de apneia e ocorre também em lesões graves do SNC. 6 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED 2) Tiragem: a presença de tiragem NÃO É NORMAL Indicativo de quadro obstrutivo e esforço respiratório anormal Consiste em um afundamento dos espaços intercostais durante a inspiração 3) Utilização de musculatura acessória: Sinal de esforço anormal Recrutamento principalmente da musculatura acessória do pescoço 4) Respiração paradoxal: Sinal de extrema gravidade Consiste no deslocamento cranial do diafragma durante a inspiração (o contrário do normal) o tórax afunda e o abdome se eleva Indica a fadiga do músculo diafragma (o principal da inspiração) músculo extremamente resistente à fadiga devido à sua importância insuficiência respiratória de grau avançado PALPAÇÃO: Expansibilidade: já analisada através da inspeção, agora analisada com a palpação o Posicionar no tórax posterior do paciente, de maneira simétrica, nossas 2 mãos e pedir para que ele inspire e expire enquanto observamos os movimentos de nossas mãos guiadas pelos movimentos do tórax. o Repetir a palpação acima descrita nas porções superiores, médias e inferiores do tórax posterior Frêmito Tóraco Vocal (FTV): o Pedimos ao paciente que fale “trinta e três” enquanto posicionamos nossas mãos da maneira mostrada na imagem ao lado, nos pontos demarcados ao lado. o Palmas das mãos sobre o tórax do paciente observando a sensação das vibrações produzidas pela fala o Comparar a simetria das vibrações, se em alguma região a mesma não pode ser sentida, ou se pode ser sentida com maior intensidade. o Derrame pleural: exemplo de condição em que os frêmitos podem ser menos perceptíveis ou até imperceptíveis devido ao acúmulo de líquido pleural o Consolidação Pulmonar: espaços aéreos preenchidos, por exemplo, por secreção como em pneumonias. Com isso o som passa a ser mais transmitido do que pelo pulmão aerada (normal) e mais perceptíveis. 7 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED PERCUSSÃO: O objetivo da percussão é gerar, através de golpes com as mãos, sons audíveis e vibrações palpáveis que podem ser úteis na formulação de uma hipótese diagnóstica. A onda de percussão penetra do corpo do pcte de 5 a 7 cm O ambiente deve ser silencioso para boa percepção e interpretação da nota Evitar o uso de anéis e pulseiras ao executar a técnica pois podem ser fatores de confusão para a interpretação das notas O examinador deve estar com as unhas aparadas Com o terceiro dedo da mão esquerda em hiperextensão, deve-se tocar a articulação interfalangeana distal no corpo do pcte. Em seguida, com o terceiro dedo da mão direita, usando a ponta do dedo (não a polpa digital), deve-se golpeara articulação interfalangeana distal em contato com o corpo do pcte num golpe seco, rápido e ao nível do pulso. (técnica descrita para destros) o É importante evitar que outras áreas da mão toquem o corpo do pcte, pois isso pode abafar a onda vibratória e prejudicar a interpretação da nota. Para obter sons mais altos: pressionar mais o dedo (esquerdo) sobre a superfície. PERCUSSÃO DOS PULMÕES: Som claro atimpânico ou pulmonar Som claro timpânico espaço de Traub (próximo ao baço) Som submaciço na região inferior do esterno Som maciço na região hepática. “fugir das superfícies ósseas) AUSCULTA: Sons disponíveis para estudo em: https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-688.html (roncos: https://semiologiamedica.ufop.br/semio-%C3%A1udios ) https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-688.html https://semiologiamedica.ufop.br/semio-%C3%A1udios 8 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED AUSCULTA NORMAL: Murmúrio Vesicular o paciente saudável: descreve-se como “murmúrio vesicular audível e uniformemente distribuído bilateralmente” 9 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED o condições clínicas que alterem o volume de ar e, consequentemente o MV como atelectasias parciais e totais, derrame pleural: descreve-se como “MV abolido ou reduzido em ________ (hemitórax D/E ou segmentos pulmonares – 1/3 superior, médio,inferior) Som Traqueal o Mais intenso e agudo que o MV e auscultado sobre a traqueia Descrição da ausculta normal: murmúrio vesicular audível e uniformemente distribuído bilateralmente e ausência de ruídos adventícios AUSCULTA ALTERADA: Som Pulmonar Normal é o som do murmúrio vesicular este pode estar alterado (reduzido ou abolido) devido à redução ou ausência do fluxo de ar Sons Anormais são chamados de Ruídos Adventícios 1) Crepitações: o Finas: som semelhante ao produzido pelo atrito de fios de cabelo doença do parênquima pulmonar pneumonias, edema pulmonar o Grossas: semelhante às crepitações finas, porém mais rude, “molhado” doença de pequenas vias aéreas (bronquíolos) bronquiolite obstrutiva 2) Roncos: o Significado: secreção em vias aéreas de maior calibre o Ao identificar a presença de ronco: pedir ao pcte para tossir enquanto realiza a ausculta a tosse mobiliza a secreção e os sopros vão “mudando de lugar” 3) Sibilos: o sons bem agudos o Significado: obstrução de pequenas vias aéreas asma, DPOC o Além de ser um sinal, pode evoluir para um sintoma próprio pcte escuta e relata como “chieira” 4) Estridor: o Semelhante aos sibilos, mas mais fortes o Significado: obstrução alta traqueal ou de laringe - Obs: não confundir com sibilos 5) Atrito pleural: som semelhante ao atrito entre superfícies de couro o produzido pela fricção dos folhetos pleurais inflamados 6) Grasnido (relacionado a situações clínicas pouco frequentes)
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