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1 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED SÍNDROMES PLEUROPULMONARES: Obstrução das vias aéreas Doença intersticial pulmonar Consolidação alveolar Atelectasia Síndromes pleurais o Derrame pleural o Pneumotórax SÍNDROMES OBSTRUTIVAS: Obstrução do fluxo de ar no conduto respiratório traqueobrônquico ou até a região do bronquíolo e alvéolos. A doença pulmonar obstrutiva crônica se divide em duas doenças que são a bronquite obstrutiva crônica e o enfisema pulmonar. Além disso, dentro das doenças obstrutivas há a asma e a bronquiectasia. 1) Asma 2) DPOC Bronquite Crônica Tabágica Enfisema Pulmonar ASMA: Estreitamento difuso das pequenas vias aéreas reversível Resposta brônquica exacerbada envolvendo mediadores inflamatórios que aumentam as secreções nas vias respiratórias e padrão de broncoconstrição diminuição do calibre das vias 5% da população Forte predisposição genética Associação com atopia = alergias DESENCADEADORES: Aeroalérgenos: poeira (ácaros), pólen, mofos IVAS = Infecções das Vias Aéreas Superiores Mudanças climáticas e poluição ambiental (cigarro) Drogas que levam à broncoconstrição b-bloqueadores Exercício DRGE = Doença do Refluxo Gastroesofágico irrita a mucosa brônquica desencadeando o broncoespasmo Estresse SINTOMAS: Brônquio Normal 2 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED Dispneia Sibilância Tosse Desconforto torácico Dificuldade de locução EXAME FÍSICO: 1) Sinais gerias: Agitação Confusão Sonolência Taquicardia Pulso paradoxal 2) Sinais do Aparelho Respiratório: Taquidispneia Uso musculatura acessória Tiragem MV ↓ com sibilos difusos FTV normal ou ↓ (dependendo do grau de espasmo da via respiratória) DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC): FISIOPATOLOGIA: Limitação ao fluxo aéreo não totalmente reversível, progressiva e associada a resposta inflamatória do pulmão a partículas e gases nocivos. 1. Septos Alveolares destruídos por substâncias nocivas (principalmente cigarro carga tabágica acima de 20 anos/maço já é suficiente para causar lesão pulmonar definitiva ) 2. Excesso de Muco nas vias respiratórias Os homens ilustrados no canto direito da página, demonstram 2 perfis de DPOC: o Enfisemantoso (magro, com dificuldade respiratória, mas corado) e o característico de DPOC por Bronquite Crônica Tabágica ( menos emagrecido que o 1º e cianótico). Na prática, esses 2 perfis se misturam. Devido à hipóxia cerebral 1 2 3 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED Enfisema Pulmonar: aumento do espaço aéreo distal ao bronquíolo terminal com destruição da parede Bronquite Crônica: hipersecreção de muco na árvore brônquica As partículas do cigarro vão entrando em contato com os septos alveolares e se impregnando nos mesmos até causar grandes vacúolos nos alvéolos, constituindo o padrão de enfisema pulmonar. SINTOMAS: ANAMNESE Bronquite Crônica: Tosse produtiva crônica ao despertar Dispneia aos esforços Sobrepeso > 3 meses/ano em 2 anos consecutivos dos sintomas Enfisema Pulmonar: Dispneia crônica e progressiva Emagrecimento Evolução lenta (anos) Indivíduo tosse menos pois tem menos lesão brônquica visto que sua lesão é predominantemente alveolar SINAIS: EXAME FÍSICO Gerais: Cianose Baqueteamento digital Edema periférico pctes que evoluem para Insuficiência Ventricular Direita = COR PUMONALE secundário à DPOC Respiratórios: Expansibilidade ↓ (tórax em tonel = tórax em hiperexpansão) ↓ MV expiração prolongada = buscando ventilação mais adequada Ruídos Adventícios: roncos, sibilos, crepitações grossas disseminados predominantes na Bronquite Crônica Tabágica FTV ↓ (acompanha o MV) Hipersonoridade à PERCUSSÃO hiperexpansão pulmonar com consequente ↑ da quantidade gás nos pulmões Trama vascular bem visível com transparência de tecido que tem parênquima e ar em proporções normais Tórax hiperinsuflado e mais escuro devido à maior quantidade de ar represado. Espaços intercostais alargados e diafragma 4 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED CHAVES PARA O DIAGNÓSTICO: > 40 anos Dispneia o Progressiva o Piora com exercício o Persistente Tosse Crônica o Qualquer padrão de escarro produtivo Infecção recorrente de vias aéreas inferiores Fator de risco do hospedeiro o Genéticos o Pequeno para idade gestacional – termo < 2.500 g o Infecções respiratórias na infância o Tabaco o Fumaça de fogão e óleos combustíveis o Ocupacional História Familiar DPOC ÍNDICE DE DISPNEIA MODIFICADO DO MRC (MEDICAL RESEARCH COUNCIL): SÍNDROMES RESTRITIVAS: Limitação da capacidade do volume pulmonar. As principais doenças restritivas pulmonares são as doenças fibrosantes e as doenças relacionadas a síndrome da angústia respiratória aguda. DOENÇA INTERSTICIAL PULMONAR: 1) Fibrose Pulmonar Idiopática 2) Pneumoconiose (doenças profissionais) 3) Sarcoidose FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA: Infiltração anormal e disseminada de células e líquido nos espaços intersticiais entre os alvéolos e deposição de colágeno nas paredes causando a fibrose Sintomas Fatores de Risco Espirometria DPOC Dispneia Tosse Escarro Hospedeiro Tabaco Ocupação Poluição Confirmação diagnóstica 5 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED Sinais e sintomas semelhantes à DPOC o A diferença é que na Fibrose Pulmonar Idiopática, o Tabagismo NÃO é fator desencadeador PNEUMOCONIOSE: Fibrose pulmonar secundária à inalação de partículas inertes em exposição profissional o Carvão o Asbesto o Sílica Sinais e sintomas semelhantes à DPOC Indiferenciável da Fibrose Pulmonar Idiopática pela radiografia diferença está na etiologia conhecida da pneumoconiose SARCOIDOSE: Doença Granulomatosa Sistêmica idiopática com frequente acometimento pulmonar Sinais e Sintomas: o Astenia, febre e dispneia insidiosa Trama evidente e bem definida devido à deposição de colágeno fibrose difusa por todo pulmão Tórax expandido Antracose/Doença do Pulmão Negro/ Pneumoconiose do Mineiro Asbestose Silicose 6 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED o Manifestações pulmonares o Manifestações extrapulmonares: sarcoidose intestinal, sarcoidose hepática, renal.... CONSOLIDAÇÃO ALVEOLAR – DOENÇAS PARENQUIMATOSAS PULMONARES: Diversas doenças acometem o parênquima pulmonar, mas as mais frequentes são: 1) Pneumonia 2) Tuberculose PNEUMONIA: Processo inflamatório agudo do trato respiratório inferior com alta morbimortalidade. A causa mais comum de pneumonia em adultos > 30 anos = Infecção bacteriana o Streptococcus pneumoniae é o patógeno mais comum em todas as faixas etárias, ambientes e regiões geográficas. o patógenos de qualquer espécie, de vírus a parasitas, podem causar pneumonia. As vias respiratórias e os pulmões são constantemente expostos a patógenos no ambiente externo; as vias respiratórias superiores e a orofaringe em particular são colonizadas pela assim chamada flora normal a microaspiração desses agentes patogênicos do trato respiratório superior é uma ocorrência regular, mas prontamente resolvida pelos mecanismos de defesa do pulmão do hospedeiro. Alargamento do mediastino devido ao aumento do tamanho dos gânglios mediastinais = linfadenomegalia 7 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED A pneumonia se desenvolve quando: o Os mecanismos de defesa estão comprometidos o A macroaspiração leva a uma grande inoculação de bactérias que derrotam as defesas normais do hospedeiro o Infecção por patógeno mais virulento a infecção pode se desenvolverquando patógenos alcançam os pulmões via corrente sanguínea ou por propagação contígua a partir da parede torácica ou mediastino (traumas, queimaduras..) Defesas das vias respiratórias superiores IgA salivar, proteases e lisossomos, inibidores do crescimento produzidos pela flora normal e fibronectina, que reveste a mucosa e inibe a aderência. Defesas inespecíficas das vias respiratórias inferiores tosse e depuração mucociliar previnem a infecção dos espaços aéreos Defesas específicas das vias respiratórias diversos mecanismos imunes específicos a patógenos: o opsonização por IgA e IgG o peptídeos antimicrobianos o efeitos anti-inflamatórios da surfactante o fagocitose por macrófagos alveolares o respostas imunes mediadas por linfócitos T Esses mecanismos protegem a maioria das pessoas contra infecção. Diversas condições alteram a flora normal (doenças sistêmicas, desnutrição, exposição a hospital ou antibióticos) ou comprometem essas defesas (estado mental alterado, tabagismo, intubação nasogástrica ou endotraqueal). Os patógenos que, mesmo assim, alcançam os espaços aéreos podem se multiplicar e causar pneumonia. FATORES DE RISCO: Infecção de VAS precursora Doenças pulmonares crônicas DPOC, Asma, Fibroses...= aumentam o acúmulo de secreção e fibrose das vias aéreas e diminuição do clareamento (limpeza) do muco, que se torna sítio para a proliferação de microrganismos Hospitalização principalmente no CTI além de ter relação direta com a ventilação mecânica DM altera a imunidade do diabético Imunodepressão Alcoolismo e aspiração desnutrição e aspiração de secreções das VAS e gástricas durante episódios de vômitos decorrentes da embriaguez Drogas injetáveis disseminação hematogênica de microrganismos patogênicos SINTOMAS: ANAMNESE Dispneia hematose comprometida devido ao acumulo de secreção Tosse seca (pneumonias intersticiais) ou produtiva (pneumonias “alveolares”) o A presença de expectoração contribui decisivamente para diferenciar as lesões alveolares (pneumonias bacterianas) das intersticiais (pneumonias virais). No início das pneumonias bacterianas não existe expectoração ou ela é discreta, mas após algumas horas ou dias surge uma secreção abundante, amarelo- esverdeada, pegajosa e densa. Nessa fase pode ocorrer escarro hemoptoico vermelho-vivo ou cor de tijolo. Nas pneumonias por bacilos gram-negativos (Klebsiella, Aerobacter, Pseudomonas), a expectoração adquire 8 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED um aspecto de geleia de chocolate. Quando estão presentes anaeróbios (bacteroides), o hálito fétido e o escarro pútrido chamam a atenção do médico, embora isso costume ocorrer tardiamente. Dor torácica padrão de dor pleurítica o Tendo em vista que as pneumonias (bacterianas) iniciam-se na porção periférica dos lobos, onde o parênquima pulmonar está em estreito contato com a pleura parietal, as características da dor são as mesmas das pleurites. Sempre que exista comprometimento subpleural o folheto visceral responde com uma reação inflamatória, que em um estágio mais avançado o faz aderir ao folheto parietal, onde a dor se origina. Quando o foco pneumónico for apical, mediastinal ou diafragmático, são as vias nervosas aferentes que conduzem o estímulo até os centros cerebrais e por isso os pacientes relatam uma sensação dolorosa profunda não bem localizada, bem diferente da anterior. Nas pneumonias a dor vem acompanhada de febre e tosse produtiva, que pode ser hemoptoica. A sensação dolorosa nas pneumonites intersticiais é bem diferente. O paciente queixa-se de dor difusa, como um desconforto, quase sempre de localização retroesternal, que se exacerba com a tosse, que é seca. A origem de dor, nesses casos, é no interstício pulmonar. Dor abdominal esforço para tosse e irradiação da dor pleurítica Gerais: relacionados a processos infecciosos o febre ou hipotermia o adinamia (astenia) o mialgia o sudorese o calafrios o fadiga o anorexia SINAIS – EXAME FÍSICO : 1) Inspeção 2) Ausculta* 3) Percussão 4) Palpação * rever os sons no capítulo “Exame do Aparelho Respiratório” para memorização PNEUMONIA TÍPICA – PADRÃO DE CONSOLIDAÇÃO: Consolidação = alvéolo preenchido por secreção Localizada = uma área determinada está consolidada todos os alvéolos desta área apresentam acumulo de secreção 1. Inspeção dinâmica: dispneia 2. Som bronquial 2.1. FTV ↑ 3. Submacicez ou macicez (devido à diminuição do conteúdo aéreo da área acometida) 4. Expansibilidade ↓ (ar não entra devido à grande quantidade de muco) Conhecer os padrões de pneumonias para reconhece-los através do exame físico 9 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED BRONCOPNEUMONIA: Focos de acumulo de secreção distribuídos por todo o parênquima Alvéolos tanto com ar quanto com secreção 1. Inspeção dinâmica: dispneia 2. MV fisiológico – diminuído (dependendo da quantidade de ar e secreção) 2.1. Crepitação e ronco: devido à vibração da secreção causa pela passagem do ar pelas vias semiobstruídas 2.2. Sibilos: devido ao estreitamento das vias aéreas à passagem do ar decorrente do acumulo de secreção 2.3. FTV fisiológico – aumentado 3. Claro pulmonar – submacicez PNEUMONIA INTERSTICIAL: Processo inflamatório difuso ao redor dos alvéolos e brônquios acúmulo de secreção no interstício com as vias aéreas livres à passagem do ar Pode apresentar pouca secreção (tosse pouco ou nada produtiva), mas isso não significa menor gravidade o acúmulo de secreção intersticial pode prejudicar gravemente a hematose 1. Inspeção dinâmica: dispneia 2. MV fisiológico ar entra e sai normalmente 2.1. Crepitação fina abertura dos alvéolos frente à secreção inflamatória que o circunda gera crepitação 2.2. FTV fisiológico 3. Som claro pulmonar PNEUMONIA GRAVE: Independentemente do padrão da pneumonia, qualquer forma pode evoluir para pneumonia grave. Caracterizam perfil de gravidade: 1) Geral: Cianose hematose prejudicada 2) Sinais vitais TAx: < 35°C ou > 40°C PAS < 90mmHg FC > 125 bpm FR >30 ipm (respiração superficial) 10 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED TUBERCULOSE: Infecção crônica pulmonar específica pelo Mycobacterium tuberculosis, grandemente disseminada por todo o mundo com alta morbimortalidade. Infecção primária ou reativação (queda da imunidade) Infecção extrapulmonar: renal, intestinal, SNC... PADRÕES DE TUBERCULOSE PULMONAR: Padrão de tórax normal (sem hiperinsuflação como nas fibroses e DPOC), mas presença de áreas com acúmulo de secreção Padrão de Broncopneumonia Grandes focos de consolidação = áreas brancas Padrão de Consolidação = Pneumonia Típica Lobar Foco Primário: Tuberculose Latente (provável) o Imunocompetente que conseguiu manter a infecção restrita a essa área, inativa (latente) o Imunodepressão = pode evoluir para formas mais graves Tende a calcificar Quase sempre associado a linfonodo satélite no mediastino Necrose Caseosa: Destruição do parênquima e formação de cavernas tuberculosas Pode ser reativação de TB Latente ou infecção primária de evolução direta Perfil Miliar: TB Disseminada Doença difusa, grave, mas SEM acometimento alveolar = intersticial sem tosse com secreção purulenta Escarro sem bacilos 11 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED SINTOMAS - ANAMNESE : Constitucionais: o Perda de peso o Febre o sudorese noturna o Astenia o Fadiga Tosse Crônica sinal de alerta para TB Dispneia SINAIS – EXAME FÍSICO : Desnutrição Exame do Aparelho Respiratório: o Achados muito semelhantes aos de Pneumonia varia de acordo com os tipos de tuberculose TB com Foco Primário:sem manifestações no exame físico TB com Necrose Caseosa: alteração do murmúrio vesicular, tendência a apresentar roncos e crepitações, pode haver sopro tubário devido à entrada de ar nas cavernas tuberculosas TB Disseminada: por ser intersticial apresenta poucas manifestações no exame físico RX essencial ao diagnóstico, pois EF não é confiável para esta suspeita diagnóstica o Sopro tubário As queixas constitucionais são muito importantes, pois habitualmente estão presentes na história do pcte com TB. 12 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED Áreas hipotransparentes (brancas) evidenciam as cicatrizes decorrentes da fibrose causada pela TB. O circulo preto no ápice do pulmão esquerdo equivale a uma caverna tuberculosa Paciente normalmente fica com sequelas ATELECTASIA: Atelectasia se refere ao colapso ou perda de volume pulmonar e ocorre devido à hipoventilação dos pulmões. Pode envolver todo o pulmão ou um lobo, segmento ou subsegmento também é definida como colapso dos espaços alveolares, geralmente de magnitude grave o suficiente para aparecer em uma radiografia simples de tórax pode ser causada por obstrução intrínseca de uma via aérea ou compressão externa dos linfonodos, massas parenquimatosas ou outras entidades. Quando os pulmões são atelectasiados, a desproporção ventilação- perfusão causa hipoxemia. A infecção pode resultar de atelectasia sustentada. FISIOPATOLOGIA: bases pulmonares e os segmentos posteriores são vulneráveis à atelectasia dependente causada por ventilação inadequada, principalmente em pacientes imobilizados ou no pós-operatório atelectasia esparsa causada por processos de enchimento alveolar, tais como hemorragia e edema atelectasia passiva, de relaxamento, ou compressiva pulmão retrai-se a um volume menor devido a líquido ou ar no espaço pleural adjacente atelectasia obstrutiva ou reabsortiva se deve ao bloqueio brônquico na entrada de ar, resultando em consolidação retrátil. o obstrução intrínseca das vias aéreas pode ser causada por tampões mucosos, corpos estranhos ou tumores. o obstrução extrínseca das vias aéreas resulta da sua compressão devido ao aumento de tamanho dos linfonodos ou outras massas que incidem sobre as vias aéreas. atelectasia redonda causada pelo espessamento pleural que se invagina e aprisiona o pulmão adjacente. Qualquer doença pleural crônica pode causar atelectasia redonda, principalmente doença pleural relacionada ao amianto. 13 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED TIPOS ATELECTASIA OBSTRUTIVA A atelectasia obstrutiva (ou, reabsortiva) é uma consequência do bloqueio de uma via aérea o ar retido distalmente à oclusão é reabsorvido dos alvéolos não ventilados, fazendo com que as regiões afetadas se tornem totalmente sem gases e, em seguida, colapsem a taxa em que isso ocorre depende de vários fatores, particularmente da quantidade de ventilação colateral e da composição do gás inspirado a obstrução de um brônquio segmentar tem menos probabilidade de resultar em atelectasia segmentar do que a obstrução de um brônquio lobar produzindo atelectasia lobar. Essa diferença é consequência da ventilação colateral entre os segmentos de um lobo A ventilação colateral ocorre por meio de três canais distintos (os poros de Kohn, canais de Lambert e fenestrações de Boren) e todos esses canais devem ser obliterados para que ocorra a atelectasia obstrutiva. Essa ventilação colateral não ocorre entre os lobos, a menos que as fissuras interlobares sejam incompletas (pouco comum). Pacientes que respiram gás com uma alta fração de oxigênio inspirado (FiO2) desenvolvem atelectasia mais rapidamente do que pacientes que respiram gás com FiO 2 mais baixa. o Em condições normais, o ar ambiente contém 79% de nitrogênio inerte, que está em equilíbrio com o nitrogênio que está dissolvido no sangue arteriolar pulmonar e capilar. A te le ct as ia Obstrutiva Não Obstrutiva por Relaxamento perda de contato entre as pleuras Compressiva Adesiva instabilidade alveolar Cicatrização de Substituição lobo inteiro preenchido por tumor de Aceleração forças gravitacionais Arredondada em Placa em regiões mal ventiladas 14 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED Após a oclusão completa de um brônquio, o oxigênio intra-alveolar distal à obstrução é rapidamente reabsorvido ao longo de um gradiente de pressão acentuado em sangue venoso misto desoxigenado. ATELECTASIA NÃO-OBSTRUTIVA: As causas não obstrutivas de atelectasia incluem: perda de contato entre as pleuras parietal e visceral compressão do parênquima disfunção do surfactante substituição do tecido pulmonar por cicatriz ou doença infiltrativa forças de aceleração vertical. SINAIS – EXAME FÍSICO : Macicez (devido à falta de ar) Expansibilidade ↓ Retração do hemitórax ( devido à pressão negativa ocasionada pela expansão do tórax durante a inspiração e não expansão do pulmão atelectasiado) apenas em grandes atelectasias MV ↓ FTV ↓ DOENÇAS PLEURAIS: 1) Derrame Pleural 2) Pneumotórax 15 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED DERRAME PLEURAL: Acumulo de líquido no Espaço Pleural (entre as pleuras Parietal e Visceral) tende a se acumular mais na base do pulmão o A produção deste líquido pela pleura é habitual, mas em algumas condições como Insuficiência Cardíaca Direita, a drenagem linfática pleural fica prejudicada e o acumulo acontece Drenagem prejudicada o Produção excessiva Inflamatório / infeccioso: pneumonia próxima à pleura, por exemplo Neoplásico Hemotórax: sangue drenado para dentro do espaço pleural SINTOMAS – ANAMNESE: Dor pleurítica: pleura inflamada e com acúmulo de líquido gera atrito entre as pleuras, gerando a dor o Dor em pontada e ventilatório-dependente Tosse seca: manifestação comum em doenças pleuras devido à presença de receptores de tosse na pleura Dispneia: depende da magnitude do derrame Sintomas da doença de origem: ICD, Pneumonia e etc SINAIS – EXAME FÍSICO: Depende da magnitude do derrame. Em grandes derrames: Abaulamento: a grande quantidade de líquido expande o tórax que, devido à diferença de pressão, provoca o abaulamento do tórax Expansibilidade ↓: atelectasia por compressão MV ↓: alvéolos da região acometida NÃO conseguem receber ar FTV ↓ Macicez: ausência de ar Espaço Interpleural Normal Derrame Pleural 16 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED PNEUMOTÓRAX: Acúmulo de ar entre as pleuras O ar tende a se acumular mais no ápice do pulmão Trauma o Fratura de costela perfurando o pulmão e extravasando ar para a pleura o Ferimento por arma de fogo ou armas brancas que perfuram a pele, levando ar para a cavidade pleural Espontâneo o Malformações: formações de bolhas de ar na pleura que podem se romper espontaneamente, principalmente durante esforço físico, extravasando ar para a cavidade pleural SINTOMAS – ANAMNESE: Dispneia: depende da magnitude do pneumotórax Dor pleurítica típica Tosse seca: manifestação comum em doenças pleuras devido à presença de receptores de tosse na pleura SINAIS – EXAME FÍSICO : Depende da magnitude do pneumotórax e achados são mais frequentes no ápice. Em grandes pneumotórax: Abaulamento Expansibilidade ↓: atelectasia por compressão MV ↓: alvéolos da região acometida NÃO conseguem receber ar FTV ↓ Timpanismo: grande quantidade de ar Área hipotransparente (branca) presença de líquido = derrame pleural PARÁBOLA DE DAMOISEAU 17 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED Área hipertransparente (preta) presença de ar = pneumotórax Área hipotransparente medialmente (branca) pulmão direitocolabado pela compressão feita pelo pneumotórax + desvio do mediastino para a esquerda
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