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Aula 07 – Bradiarritmias Prof. Stone Introdução: · As células cardíacas possuem automatismo, todas são capazes de gerar estímulo elétrico; · O sistema de condução inicia no nó sinusal (marcapasso), sua frequência de disparo é entre 60 e 100bpm; · Dele saem 3 feixes interatriais no AD + feixe de Bachman no AE; Obs: devido a posição dos vetores, a onda P é positiva e mais bem vista em DII, enquanto V1 tem uma representação isodifásica (positiva+negativa, a 1ª parte representando a despolarização do AD e a 2ª a despolarização do AE) · Abaixo deles fica o nó atrioventricular, o qual lentifica a velocidade da condução para que os átrios se contraiam, haja um tempo de intervalo (para os átrios joguem o sangue para os ventrículos) e depois os ventrículos se contraiam; Eletrocardiograma Composto por segmentos (isoelétricos), ondas (representam a despolarização) e intervalos (compreendem ondas + segmentos) · Onda P: contração atrial. · Segmento PR: passagem do estímulo no nó AV; · Complexo QRS: contração ventricular; · Onda T: relaxamento ventricular. · Fascículo AV ou feixe de Hiss: o estímulo volta a ganhar velocidade; · Ramos direito e esquerdo do feixe de Hiss; · Ramo direito -> Fibras de Purkinje · Ramo esquerdo -> hemifascículo anterossuperior e hemifascículo posterossuperior -> fibras de Purkinje Quando um dos componentes do sistema de condução não libera o seu estímulo, o próximo componente assume a função (todas as células possuem automatismo). Porém, cada trecho tem frequências diferentes: · Nó SA: 60-100bpm; · Nó AV e feixe de Hiss: 40-60bpm; · Áreas ventriculares: 8-40bpm. “Quanto mais baixo o escape do sistema de condução, mais bradicárdico o paciente estará”. Inervação (de cima para baixo): · Até o nó AV: inervação simpática e parassimpática (via nervo vago); · Feixe de Hiss e abaixo: inervação simpática. Ou seja, se a bradicardia é acima do feixe de Hiss, quando é feito o bloqueio do vago (parassimpático) a FC aumenta. Entretanto, se a bradicardia é originada no feixe de Hiss, bloqueio de ramos ou escape ventricular, mesmo bloqueando o vago, a FC não aumenta. Bloqueios supra-hissianos: benignos (atropina funciona); Bloqueios intra ou infra-hissianos: malignos (atropina não funciona). Bradiarritmias: Bradicardia sinusal: · FC diminuída; · QRS estreito (até 3 quadradinhos); · Intervalo PR normal (3-5 quadradinhos ou 120-200ms); · Onda P junto ao QRS BAV 1º grau: · Aumento do intervalo PR (o impulso demora mas passa); · É supra-hissiano (benigno) Na imagem: o intervalo é tão prolongado que a onda P aparece junto a onda T, ou seja, os átrios contraem antes de os ventrículos relaxarem totalmente. Pode gerar diminuição do DC. BAV 2º grau: · Alguns estímulos passam e outros não; · Mobitz 1: o intervalo PR aumenta gradativamente (fenômeno de Wenkebach), “avisa” que vai bloquear. Em geral é supra-hissiano (benigno). Relação P:QRS = 4:3. FC 40-60bpm; · Mobitz 2: o intervalo PR é fixo, “bloqueia do nada”. Intra ou infra-hissiano (maligno). FC 8-40; Para diferenciar mobitz 1 e 2, observar FC, estabilidade hemodinâmica, largura do QRS (é mais estreito no mobitz 1). · Tipo 2:1: tem 2 ondas P pra cada QRS. BAV 3º grau: · O estímulo não passa no nó AV (BAV total) · Intra ou infra-hissiano (maligno); · Os ventrículos assumem o seu próprio ritmo, em geral 8-40; · Há intervalo P-P regular dissociado de um R-R regular (os QRS são independentes). P-P é mais curto que R-R Etiologias: As bradicardias por aumento do tônus vagal geralmente são benignas; Acidose com pH< 6,9, hipercalemia, hipocalcemia (lembrar do tto com gluconato de cálcio); Digoxina tem janela terapêutica estreita e impregna no tecido cardíaco. É um cronotrópico negativo, inotrópico positivo e dromotrópico positivo (velocidade de condução do estímulo). Pode acontecer tanto bradi quanto taquiarritmia; Os antidepressivos tricíclicos e os BB também bloqueiam canais de sódio e alargam o intervalo QRS; IAM: · CD ou CX = bradicardias supra-hissianas. Autolimitadas, de bom prognóstico e que respondem à atropina. Em geral melhoram em 2 semanas; · DA = bradicardias infra-hissianas. Não respondem à atropina, tendência a desenvolver bloqueios mais graves. São isquemias que não melhoram com o tempo, os pctes são candidatos a colocar marca-passo. Podem desenvolver instabilidade. Ter cuidado na hipoxemia com bradicardia, pois sinaliza falência e pré-PCR. Dar O2 e IOT o mais rápido possível (pode parar em ASEP pela hipoxemia); Bradicardia de Cushing: HIC gera risco iminente de herniação transtentorial central e do forame magno pelo bulbo. Está sujeito a PCR. Deve-se reverter a HIC; Abcesso valvar + endocardite infecciosa = operação; Doenças do sist. de condução, ex: doença de chagas, miocardite viral (cicatriza gerando fibrose). Quadro clínico: É mais comum que a bradiarritmia seja 2ª a outra condição. Sempre lembrar de reverter a causa!!! A pesquisa de hipotensão ortostática indica se a bradicardia está tendo consequência cardíaca ou não; Bradicardia relativa, ex: febre alta + 75bpm, exercício extenuante + 80bpm. Degeneração do sist. de condução? Hipoxemia? Hipotireoidismo? Insuficiência adrenal? HIC? Cardiopatas toleram mal a bradicardia: a FC cai mas o pcte não consegue aumentar o VS, dessa forma o DC cai
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