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Ciclo da Assistência Farmacêutica PATRICIA DIAS – CADERNODEFARMACIA.BLOGSPOT.COM MESTRANDA EM SAÚDE PÚBLICA – FIOCRUZ / RESIDÊNCIA EM FARMÁCIA HOSPITALAR - UFF Histórico A Assistência Farmacêutica (AF), como política pública, teve início em 25/06/1971 com a instituição da Central de Medicamentos (CEME), que tinha como missão o fornecimento de medicamentos à população sem condições econômicas para adquiri-los e se caracterizava por manter uma política centralizada de aquisição e de distribuição de medicamentos (BRASIL, 2007). A CEME foi desativada pelo Decreto nº. 2283 de 24/07/97. Os anos de 1997 a 1998 for marcados por um processo de transição dentro do Ministério da Saúde – MS, onde coube à Secretaria Executiva (SE) a responsabilidade da manutenção das atividades de aquisição e distribuição dos medicamentos dos Programas Estratégicos para as Secretarias Estaduais de Saúde. A Portaria GM Nº. 3.916/98, estabeleceu a Política Nacional de Medicamentos (PNM), instrumento importante no campo da política de saúde do país, em que a Assistência Farmacêutica, deve ser entendida como prioritária dentre as atividades da assistência à saúde. Em 2004, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou, através da Resolução nº 338, a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), que a define como “Um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e seu uso racional. Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização (BRASIL, 2004). Assistência Farmacêutica A AF é um grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em todas e em cada uma de suas etapas constitutivas, a conservação e controle de qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos (Portaria GM n° 3916/98-Política Nacional de Medicamentos). As etapas do Ciclo da Assistência Farmacêutica devem convergir para um Ciclo da Assistência Farmacêutica PATRICIA DIAS – CADERNODEFARMACIA.BLOGSPOT.COM MESTRANDA EM SAÚDE PÚBLICA – FIOCRUZ / RESIDÊNCIA EM FARMÁCIA HOSPITALAR - UFF mesmo objetivo: alcançar a melhoria da qualidade de vida da população, tendo o medicamento como insumo. O Ciclo da Assistência Farmacêutica é um sistema contínuo e o gerenciamento cuidadoso dos medicamentos está diretamente relacionado com a habilidade da nação em lidar com os problemas de saúde pública. Entretanto, muitos sistemas de saúde e programas têm dificuldade em alcançar estas metas, porque não entenderam como os medicamentos essenciais, utilizados para salvar vidas e melhorar a saúde, serão gerenciados, providos e utilizados (CFF, 2002). A Assistência Farmacêutica nos hospitais ou em outro qualquer serviço voltado a saúde, é um elemento fundamental dos processos de atenção à saúde em todos as esferas de complexidade. O farmacêutico atuante na Assistência Farmacêutica participa de todas as etapas do Ciclo da Assistência Farmacêutica, que tem caráter sistêmico, multidisciplinar e envolve o acesso a todos os medicamentos considerados essenciais. E, devido à sua complexidade, necessita de articulações permanentes com outras áreas, tais como: Vigilância Sanitária, Epidemiologia, Coordenações de Programas Estratégicos de Saúde (Hanseníase, Saúde Mental, Saúde da Mulher e Tuberculose), Programa Saúde da Família - PSF e Programa de Agentes Comunitários de Saúde − PACS, Área administrativo-financeira, Planejamento, Material e Patrimônio, Licitação, Auditoria, Setor Jurídico, Controle e Avaliação. Para auxiliar nesse processo pode-se utilizar: − O perfil epidemiológico local; − A RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais); − As Diretrizes e os protocolos clínicos governamentais ou desenvolvidos na própria organização (elaborados baseados em evidências científicas). É necessário a padronização dos medicamentos utilizados em uma determinada unidade de saúde (seja hospitalar ou não). Quando não existe uma padronização de medicamentos, planejar o https://draft.blogger.com/blog/post/edit/5283645727711031930/3080491826942639965 Ciclo da Assistência Farmacêutica PATRICIA DIAS – CADERNODEFARMACIA.BLOGSPOT.COM MESTRANDA EM SAÚDE PÚBLICA – FIOCRUZ / RESIDÊNCIA EM FARMÁCIA HOSPITALAR - UFF consumo e as compras torna-se um procedimento empírico o que poderá gerar uma ruptura de estoque e/ou desperdício de medicamentos pelo prazo de validade, gerando gastos. A execução de uma atividade de forma imprópria prejudica todas as outras, comprometendo seus objetivos e resultados. Como consequência, os serviços não serão prestados adequadamente, acarretando a insatisfação dos usuários e, apesar dos esforços despendidos, evidenciam uma má gestão. "O medicamento é um instrumento para a saúde, cujo acesso deve ser universal e garantido pelo Estado. O custeio da Assistência Farmacêutica não é gasto em saúde, mas investimento!" (BOLZAN, 2003) Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Gerência Técnica de Assistência Farmacêutica. Assistência Farmacêutica: instruções técnicas para a sua organização / Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Gerência Técnica de Assistência Farmacêutica - Brasília: Ministério da Saúde, 2001. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd03_1 5.pdf BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 338, de 06 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Seção 1 n. 96, 20 de maio de 2004. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Assistência Farmacêutica no SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2007. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/colec _progestores_livro7.pdf> BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3916, de 30 de outubro de 1998. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/19 98/prt3916_30_10_1998.html>. Acesso em: 23 ago. 2021. BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Para entender a gestão do Programa de Medicamentos de dispensação em caráter excepcional / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2004. 100 p. (CONASS Documenta; 3) BOLZAN, L.C. Apresentação. In: 1ª Conferência Estadual de Medicamentos e Assistência Farmacêutica. Porto Alegre: Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul; 2003. p. 7. (Caderno de Textos) CFF. Conselho Federal de Farmácia. O Ciclo Gerencial da Assistência Farmacêutica. CEBRIM - Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos. Pharmacia Brasileira - Ago/Set 2002 47. Disponível em: <https://www.cff.org.br/userfiles/file/pdf/2002_4.pd f>.
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