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Gastrite crônica: → A causa mais comum de gastrite crônica é a infecção com o bacilo H. pylori. A gastrite autoimune, causa mais comum de gastrite atrófica difusa, representa menos de 10% dos casos de gastrite crônica, mas é a forma mais comum de gastrite crônica em pacientes sem infecção por H. pylori. → Infecções duradoura por H. pylori também pode resultar em gastrite atrófica. Algumas causas: • Lesão por radiação, refluxo biliar crônico, lesão mecânica (p. ex., um tubo nasogástrico) • envolvimento por doenças sistêmicas, tais como: - doença de Crohn, amiloidose - doença do enxerto-versus- hospedeiro. Gastrite por Helicobacter pylori → São bacilos em forma de espiral ou curva presentes em amostras de biópsia gástrica de quase todos os pacientes com úlceras duodenais, gastrite crônica e ulceras gástricas. Encontram-se geralmente no antro do estômago. • H. pylori em si não causa sintomas, é descoberta em sua maioria das vezes através da gastrite crônica. Patogênese → A infecção por H. pylori apresenta-se, mais frequentemente, como uma gastrite predominantemente antral, com produção de ácido normal ou elevada. • Se a infecção permanece no antro, há o risco de ocorrer ulcera péptica duodenal. → Gastrite antral – inflamação limitada ao antro do estômago. → Gastrite atrófica multifocal – a gastrite progride para envolver o corpo gástrico e o fundo. RELEMBRANDO... Os organismos H. pylori se adaptam ao nicho ecológico fornecido pelo muco gastrito. Sua virulência é formada por: • Flagelos. • Urease (aumenta o pH gástrico). • Adesinas. • Toxinas. Fatores do hospedeiro também têm um papel importante na infecção por H. pylori. • Polimorfismos genéticos (aumento da expressão de TNF, citocinas pró- inflamatórias e interleucinas). • Deficiência de ferro. → A rota da gastrite por H. pylori é o resultado da interação entre as defesas das mucosas gastroduodenais, respostas inflamatórias e fatores de virulência bacteriana. Morfologia: Os achados morfológicos incluem: • Inflamação – infiltrado linfoplasmocitário na lâmina própria • Com ou sem formação de folículos linfoides • Presença de neutrófilos • Atrofia dos componentes da mucosa, tornando-se delgada • Metaplasia intestinal (em casos mais graves – substituição do epitélio gástrico por epitélio com características de epitélio intestinal (intestino delgado e/ou cólon). A-Gastrite crônica antral. Infiltrado inflamatório de mono e polimorfonucleares difuso na lâmina própria; as glândulas estão preservadas e não existe atrofia da mucosa. B. Gastrite crônica atrófica multifocal. Notar atrofia h. pylori apontada na seta. A, As bactérias H. pylori helicoidais são evidenciadas nessa coloração de Warthin-Starry. Os organismos são abundantes dentro do muco superficial. B, Neutrófilos intraepiteliais e da lâmina própria são proeminentes. C, Agregados linfoides com centros germinativos e células plasmáticas subepiteliais. * MUCOSA ANTRAL ERITEMATOSA E GROSSEIRA (OU MESMO NODULAR)* Manifestações clínicas: • Maioria das vezes é assintomática e silenciosa • Dor em epigástrio que pode irradiar para tórax ou outras regiões abdominais, pirose, náuseas e vômitos. → O diagnóstico de gastrite tem como base o exame histopatológico de tecidos de biópsia gástrica. Embora o histórico médico e os exames laboratoriais sejam úteis, a endoscopia e a biópsia são o padrão-ouro para fazer o diagnóstico, identificando sua distribuição, gravidade e causa. Ulcera péptica: Fatores de risco: • Infecção por h. pylori • Uso de cigarros • DPOC • Drogas ilícitas • AINEs • Cirrose alcoólica • Estresse psicológico • Hiperplasia de células endócrinas • Síndrome de Zollinger-Ellison • Infecção viral (CMV, herpes simples...) Patogênese → A forma mais comum da DUP ocorre dentro do antro gástrico ou duodeno, como resultado de uma gastrite antral induzida por H. pylori, a qual é associada com o aumento da secreção ácida gástrica, e com a queda da secreção de bicarbonato duodenal. • A DUP resulta de desequilíbrios entre os mecanismos de defesa da mucosa e fatores lesivos que causam a gastrite crônica. Morfologia: → Úlceras pépticas gástricas são predominantemente localizadas próximas da interface do corpo e antro. As úlceras pépticas são solitárias em mais de 80% dos pacientes. Lesões < 0,3 cm de diâmetro = superficiais Lesões > 0,6 cm de diâmetro = profundas ● A úlcera péptica clássica é um defeito definidamente em saca-bocado, redondo a oval. ● A base das úlceras pépticas é lisa e limpa como resultado da digestão péptica de exsudato ● Hemorragia e Deposição de Fibrina frequente - paredes espessas ● Tecido de Granulação com infiltrado de leucócitos mononucleares - cicatriz fibrosa ou colagenosa ● Perfuração cavidade Peritoneal - emergência → Microscopia: → A transição entre a mucosa e a área ulcerada é abrupta. No fundo da úlcera há exsudato fibrinoso ou fibrino- purulento, tecido de granulação e tecido fibroso. Manifestações clínicas: • Queimação epigástrica • Anemia por deficiência de ferro • Hemorragia ou perfuração • Náusea, vomito, arrotos e perda de peso podem ser outros sintomas. → Complicações de DUP (doença ulcerosa péptica) • Sangramento • Perfuração • Obstrução Pólipos: Tipos morfológicos: → Até 75% de todos os pólipos gástricos são pólipos inflamatórios ou hiperplásicos. Acima de 1,5cm > relaciona-se com displasia. Patogênese • Secreção aumentada de gastrina (resposta à acidez gástrica reduzida e à hiperplasia glandular - cel. parietais) • Maioria menor que 1cm, frequentemente múltiplo → Macroscopia: • Ovóides, superfície lisa, sésseis, friáveis, podendo ou não estarem ulcerados; → Microscopia • Sem atipia celular, glândulas foveolares alongadas, irregulares e cisticamente dilatadas, • lâmina própria edematosa e ulceração pode estar presente Pólipos de glândula fúndica: → Macroscopia: Ocorre no corpo e fundo gástrico, lesões são bem circunscritas com superfície lisa, solitários ou múltiplos séssis, 3 a 8mm → Microscopia • glândula oxínticas fundíacas cisticamente, • dilatadas, irregulares • Inflamação ausente ou mínima Adenoma gástrico Morfologia: → Macroscopia: • Lesões solitárias, menores que 2 cm de diâmetro composta por epitélio colunar tipo intestinal. → Microscopia • presença de displasia em diversos graus. • Baixo grau: pseudoestratificação, aglomeração epitelial, hipercromasia dos núcleos das células epiteliais. • Alto Grau: mais grave, arquitetura irregular, brotamento glandular, glândula-dentro-de-glândula → Classificação de acordo com a arquitetura: • Tubular • Viloso • Túbulo viloso • Epitélio displasico Gastrite autoimune → A gastrite autoimune é responsável por menos de 10% dos casos de gastrite crônica. Ao contrário da gastrite associada ao H. pylori, a gastrite autoimune tipicamente poupa o antro e está associada à hipergastrinemia. É caracterizada por: • Anticorpos para células parietais e fatores intrínsecos que podem ser detectados no soro e nas secreções gástricas. • Concentração sérica de pepsinogênio I reduzida. • Hiperplasia de células endócrinas. • Deficiência de vitamina B12. • Secreção alterada de ácido gástrico (acloridria). • Mulheres mais afetadas • Doenças associadas: Diabetes tipo I, addison, graves, vitiligo, hashmoto • Média de diagnóstico é 60 anos • Diarreia por má absorção, neuropatia periférica, neurológicas, anemia (poucos pacientes) Patogênese → Está associada à perda de células parietais, responsáveispela secreção de ácido gástrico e fator intrínseco. • Destruição autoimune das células parietais (+comum corpo gástrico) células T CD4+ • A ausência de ácido estimula a liberação de gastrina, resultando na hipergastrinemia e hiperplasia das células G → metaplasia intestinal → risco de tumores neuroendrocrinos e adenocarcinoma • Associada a anemia perniciosa Morfologia: • Lesão difusa à mucosa oxíntica • – absorve B12, causa anemia perniciosa) dentro do corpo e do fundo – atrofia. • Se há deficiência de vitamina B12, ocorre hipertrofia nuclear • Neutrófilos podem estar presentes, mas é mais comum linfócitos, macrófagos e plasmócitos • Perda de células parietais Gastrite autoimune. A, Imagem, em pequeno aumento, do corpo gástrico, mostrando infiltrado inflamatório profundo, composto principalmente por linfócitos, e atrofia glandular. B, Metaplasia intestinal, reconhecível pela presença de células caliciformes em meio ao epitélio foveolar gástrico. *gastrite autoimune associada a anemia perniciosa* Macroscópia Formas raras de gastrite: → Gastrite eosinofílica • Lesão tecidual associada a densos infiltrados de eosinófilos na mucosa e nas muscular • Geralmente n região antral e pilórica • Reações alérgicas são uma das causas. Ex: leite de vaca em intolerantes a lactose. • Associadas a outras causas, como: esclerose sistêmica e polimiosite. → Gastrite linfócitica • Afeta principalmente mulheres • Idiopática, mas em 40% dos casos é associada a doença celíaca • Afeta todo o estomago e é conhecida como gastrite varioliforme • Aumento de linfócitos T intraepiteliais → Gastrite granulomatosa • Qualquer gastrite que aprensete granulomas bem formados ou agregados macrófagos epitelióides • Maioria dos casos são idiopáticos • Doença de Crohn, CMV e h. pylori estão associadas
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