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Placenta e Anexos Embrionários

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Placenta e Anexos Embrionários 
 
Relembrando o final da 1ª semana 
o Inicialmente, tínhamos a mórula que chegou até a cavidade uterina com a sua zona pelúcida e com as 
células todas distribuídas. Quando esse conjunto celular chega na cavidade uterina, ele começa a 
receber fluidos e a zona pelúcida se desfaz. Esses fluidos serão importantes, porque eles irão separar as 
células em 2 populações: embrioblasto (responsável pelo desenvolvimento do embrião em si) e o 
trofoblasto (“trofo” significa nutrição, então o trofoblasto é envoltório de células que envolve tudo 
tanto embrioblasto quanto cavidade blastocística). 
o Quando o trofoblasto se aproxima da mucosa uterina, na parede do endométrio funcional (camada 
mais interna do útero), ele irá se diferenciar anatomicamente e funcionalmente em duas regiões que 
são o citotrofoblasto e o sinciciotrofoblasto. 
o O citotrofoblasto continua envolvendo o conjunto celular, que agora não é mais mórula e sim 
blastocisto. E o sinciciotrofoblasto fica como se fosse uma massa gelatinosa que possui enzimas com 
capacidade de erodir/romper as células endometriais e puxar o blastocisto pelo polo embrionário, 
então o sinciciotrofoblasto nunca se forma pelo polo da cavidade blastocística, ele sempre se forma na 
região próxima ao polo embrionário, que são as células que vão se desenvolver no embrião 
propriamente dito. 
Placenta 
o Sítio primário de troca de nutrientes e gases entre a mãe e o embrião/feto (passamos a chamar de feto 
quando há a formação dos órgãos). 
o A placenta e o cordão umbilical formam um sistema de transporte para as substâncias que passam 
entre a mãe e o embrião/feto a partir do momento em que se estabelece a placenta até o fim da 
gestação. 
FUNÇÕES: 
 Proteção Celular – uma vez que passam anticorpos pela placenta, por exemplo. A proteção mecânica é 
dada pelo líquido amniótico e bolsa amniótica. 
 Nutrição – permite que os nutrientes cheguem até o embrião. 
 Respiração – trocas gasosas. 
 Excreção de metabólitos. 
 Produção de hormônios – o corpo lúteo gravídico se mantém durante alguns meses no ovário 
produzindo progesterona e estrogênio, mas depois isso será função da placenta. O hormônio da 
gravidez gonadotrofina fica sendo produzido pelo sinciciotrofoblasto e depois será assumido pela 
placenta também. 
FORMAÇÃO DA PLACENTA 
 Na 1ª semana, ocorre a diferenciação de trofoblasto em citotrofoblasto em sinciciotrofoblasto, e a 
partir da 2ª semana, principalmente o sinciciotrofoblasto vai sofrendo algumas alterações. 
 O sinciciotrofoblasto vai aumentando em tamanho e vai ficando cheio de lacunas, essas lacunas são 
espaços que vão se abrindo entre a massa multicelular/multinucleada, pois vira um sincicio, um 
conjunto de células e estas se fusionam. Então essas lacunas vão envolvendo e aparecendo em todo o 
sinciciotrofoblasto. 
Histologia e Embriologia 1 – 22/05/2020 
Professora: Patrícia Silva 
Digitada por Gabriela Klein 
 Quando finaliza a implantação, ou seja, quando o 
processo de nidação já foi todo concluído, observe que o 
sinciciotrofoblasto envolve todo o blastocisto, inclusive 
toda aquela parte posterior, que no início era presente 
somente na região que estava erodindo o endométrio. 
Então assim, logo depois da nidação, o sinciciotrofoblasto 
passa a envolver todo o disco embrionário. 
 As lacunas presentes no sinciciotrofoblasto vão sendo 
preenchidas por fluidos das glândulas endometriais que 
também são fluidos nutritivos. As glândulas endometriais 
estão ali, pois elas se preparam durante o período do 
ciclo do útero, para que caso aconteça a fecundação e a 
nidação, elas sejam capazes de produzir fluidos que irão 
nutrir o embrião. Então, esse rompimento das glândulas 
endometriais e dos vasos sanguíneos irá fazer com que elas 
estravassem os fluidos para dentro das lacunas dos 
sinciciotrofoblasto. 
 Por que o embrião deve se implantar na parede endometrial 
rapidamente? Por que na 2ª semana ele já deve terminar a 
implantação? 
- O embrião não pode ficar solto na cavidade uterina, pois 
não tem como ele receber nutrientes e fazer trocas, então 
ele precisa se implantar no início da 2ªsemana para que 
possa ter essa troca com o corpo materno. Tanto que em 
muitos livros pode ser encontrada a denominação de saco 
vitelino, mas o mais correto é chamarmos de vesícula 
umbilical, porque na verdade os ovócitos são pobres em vitelo 
(substância nutritiva), e nessa fase a substância nutritiva já está 
acabando, assim é necessário fazer essa implantação para o 
embrião começar a receber a nutrição. 
- E ainda nessa fase não há placenta, o blastocisto acabou de 
ser implantado, então o corpo irá se preparar para essa 
situação, tanto a embrionária quanto a materna, mas o 
embrião precisa ser nutrido, então essa nutrição é chamada de 
nutrição/ circulação uteroplacentária primitiva que irá ocorrer 
pelas lacunas, através de uma difusão de nutrientes em direção 
ao disco embrionário. 
- É necessário entender que há uma barreira física entre as 
lacunas onde passa o sangue e o disco embrionário, que é o 
embrião em si. Então, em condições normais não tem nenhum 
tipo de contato do sangue materno diretamente com o 
embrião em nenhum momento da gestação. O sangue e os 
fluidos ficam nas lacunas do sinciciotrofoblasto e por difusão 
esses nutrientes chegam até o disco embrionário. 
- Retomando, essa nutrição uteroplacentária primitiva ocorre logo após a nidação e até o 
estabelecimento da placenta. 
 O sinciciotrofoblasto muda muito, a 2ª semana é 2 para tudo, 2 cavidades, 2 folhetos. Mas, o disco 
embrionário pouca coisa acontece com ele, pois ele já vinha com o hipoblasto da 1ªsemana, e a 
camada de células acima do hipoblasto se diferenciou em células cilíndricas virando epiblasto. Assim, a 
maioria das modificações que ocorreram são extra disco, surgimento do mesoderma extraembrionário, 
as lacunas do sinciciotrofoblasto. 
 O citotrofoblasto, tem alta atividade mitótica, ele tem estímulos para divisão celular, assim além de 
produzir muitas células que irão se somatizar com as células do sinciciotrofoblasto, ele também 
começa a ter proliferação de células em alguns pontos específicos, uma proliferação pontual de 
células. Esses pontos proliferativos do citotrofoblasto são chamados de vilosidades coriônicas 
primárias. 
 Por que vilosidades coriônicas? 
- O córion é a junção de três estruturas: mesoderma extraembrionário somático, citotrofoblasto e 
sinciciotrofoblasto. 
* Para gravar melhor – o mesoderma extraembrionário é dividido em 2 o esplâncnico e o somático. 
Então, como o mesoderma se SOMA ao citotrofoblasto e ao sinciciotrofoblasto, ele é o SOMÁTICO. 
- As vilosidades coriônicas primárias começam a surgir na 2ª semana. 
- As vilosidades são expansões do córion. Elas são proliferações de células pontuais que acontecem no 
citotrofoblasto. 
 A placenta não se desenvolve em uma semana específica, o início da formação da placenta é na 2ª 
semana com o desenvolvimento das vilosidades coriônicas, e a placenta irá crescer e desenvolver até 
20ªsemana, até o meio da gestação. 
VILOSIDADES CORIÔNICAS 
 Vilosidade Coriônica Primária 
 Temos na parte mais superior o mesoderma 
extraembrionário somático, seguindo internamente temos 
o citotrofoblasto, e logo abaixo o sinciciotrofoblasto com 
as suas lacunas. 
 A região branca na imagem representa o endométrio com 
os seus vasos sanguíneos, trazendo sangue para as lacunas 
do sinciciotrofoblasto. 
 Em algumas regiões do citotrofoblasto irá ocorrer 
proliferação celular, essa proliferação é o que caracteriza a 
vilosidade coriônica primária, que acontecem na 2ª semana. 
 Vilosidade Coriônica Secundária 
 A partir do momento que vai ocorrendo a proliferação 
celular do citotrofoblasto, essas células vão fazendo uma 
invaginação, se aprofundando no sinciciotrofoblasto. E o 
mesoderma extraembrionário começa a proliferar e 
acompanharessa invaginação nas vilosidades primitivas, 
caracterizando a vilosidade coriônica secundária, e isso 
acontece no início da 3ª semana 
 Vilosidade Coriônica Terciária 
 O mesoderma extraembrionário somático começa receber 
estímulos angiogênicos para produzir vasos sanguíneos, e 
estes vasos são muito importantes, pois uma parte deles irá 
dar origem à circulação fetal. Esses vasos sanguíneos irão se 
projetar para dentro dessa vilosidade secundária, 
caracterizando o estágio que chamamos de vilosidade 
terciária. 
 No fim da 3ª semana, o citotrofoblasto continua se proliferando e começa a envolver o 
sinciciotrofoblasto e as lacunas. Então a região onde há o citotrofoblasto envolvendo o 
sinciciotrofoblasto será chamada de capa/cápsula citotrofoblástica. 
 OBS: isso ocorre entre a parede do endométrio e a cavidade coriônica. 
 OBS 2: O mesoderma extraembrionário somático começa a receber estímulos (moleculares, 
hormonais), pois estamos falando de uma fase de células totipotentes (células que estão sobre 
vários estímulos), por isso que a cada dia tem modificações de várias coisas, estamos falando de 
células que irão dar origem a um ser inteiro com todos os tecidos que já estudamos, tão complexos 
e diferentes. 
 As vilosidades são caracterizadas pela rápida proliferação do trofoblasto e pelo desenvolvimento do 
saco coriônico e das vilosidades coriônicas. 
 Essas vilosidades irão acontecer por todos os pontos de proliferação do citrofoblasto. 
Córion Liso e Córion Viloso 
 Na imagem C, todas as ramificações em 
rosa claro são as vilosidades coriônicas 
(primárias, secundárias e terciárias) e em 
todo o envoltório, em todo 
citotrofoblasto nós vimos que houveram 
proliferações de células em locais 
pontuais. Portanto, as vilosidades irão 
ocorrer por todo o envoltório, por todo 
o citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto. 
 Só que o embrião está crescendo, a 
imagem é um estágio que ainda não 
estudamos. Esse estágio é 
aproximadamente depois da 4ª semana. 
 A vesícula umbilical que já conhecemos 
é a parte amarela mais interna na 
imagem que também é chamada de saco 
vitelino. O envoltório em azul próximo 
do embrião é a cavidade amniótica. E o envoltório mais escuro em volta da cavidade amniótica, do 
embrião e da vesícula umbilical é a chamada cavidade coriônica. 
 O embrião se implantou no endométrio, e a partir do momento que o endométrio recebe o embrião 
ele terá algumas modificações de nome. Nós sabemos que existe o endométrio funcional e o 
endométrio basal. O funcional é aquele que se desprende na fase menstrual e o basal é aquele que vai 
se regenerar, vai formar células para a regeneração do funcional. Quando acontece a nidação, esse 
endométrio funcional muda de nome, passa a se chamar decídua. Sendo assim, a decídua nada mais é 
do que endométrio na situação de gestação. 
 A decídua terá 3 regiões: 
 Decídua Basal - região mais profunda do endométrio, onde o embrião se implantou. 
 Decídua Capsular – camada que envolve a cavidade coriônica, envolve o embrião. 
 Decídua Parietal – é uma região que inicialmente o embrião não tocou, ou seja, o embrião se 
implantou de um lado do útero, mas a outra parte/ outro lado não foi implantado, porém quando 
embrião começa a crescer, e passa a fechar a luz do tubo, ele também acaba tendo contato com o 
outro lado do útero. Assim, aquele endométrio que antes não havia tido contato, passa a se chamar 
decídua parietal. Ela forma um tampão mucuso que fecha o canal vaginal. 
 Havia vilosidade terciária por toda a cavidade coriônica ou saco coriônico, porém na medida em que o 
embrião vai crescendo, que o saco coriônico vai se expandindo e encosta no endométrio do outro lado 
do útero, dessa forma o saco coriônico vai ficando “prensado” . E quando isso acontece, as vilosidades 
e os vasos sanguíneos que se formaram vão desaparecendo. E a decídua capsular se fusiona com a 
decídua parietal. 
 Além disso, somente a região que não está sendo prensada que as vilosidades irão continuar. Por 
serem em menor quantidade, as vilosidades tendem a ficar maiores, mais desenvolvidas, pois elas 
serão as responsáveis pela nutrição. Assim, do mesmo modo que de um lado está ocorrendo a 
desintegração das vilosidades, no outro está ocorrendo o desenvolvimento das vilosidades. 
 Portanto, essa região que as vilosidades se 
desenvolveram passa a se chamar córion viloso, e a 
região que perdeu as vilosidades passa a se chamar 
córion liso. 
 A placenta é um órgão feto materno, ou seja, os 
dois contribuem para a formação dela. 
 Córion viloso – porção fetal da placenta. 
 Decídua Basal – porção materna. 
 O conjunto de decídua basal e córion viloso dão 
origem a placenta. 
 
 A placenta vista do lado do embrião, tem o cordão umbilical ligado, é mais 
brilhosa e é muito vascularizada. A face fetal é brilhosa, pois é preenchida 
pelo líquido aminiótico. 
 Na face materna da placenta, ela não é tão brilhosa, pois não apresenta o 
líquido amniótico, porém é muito vascularizada. Ela é muito irregular, pois 
tem haver com o em que as vilosidades coriônicas terciárias estão. 
 A placenta se desenvolve até a 20ª semana e quando ela para de crescer 
nós chamamos ela de placenta “termo”, placenta pronta e estabelecida. 
Ela começa a se desenvolver na 2ª semana do período embrionário e ela 
passa até aproximadamente o meio da gestação em crescimento. 
 De todas aquelas áreas do endométrio, 15 a 30% irão dar origem a 
placenta. 
 A placenta pode ter aproximadamente 1/6 do peso do feto (em torno de 
500 a 600 gramas). 
CIRCULAÇÃO PLACENTÁRIA 
 Circulação Placentária Materna: 
 O endométrio na sua decídua basal é a parte que contribui para a formação da placenta. 
 A decídua basal é cheia de vasos sanguíneos, tanto de artérias espiraladas, quanto veias. Essas artérias 
se abrem na cápsula citotrofoblástica. E então, o sangue materno é jorrado para essa cápsula com 
grande pressão. Nesse espaço que chamaremos de espaço interviloso. 
 Por que espaço interviloso? Observando a imagem, é possível localizar uma coisa que parece uma 
árvore de cabeça para baixo, essa “árvore” é a vilosidade terciária. 
 Então, o vaso sanguíneo chega com o sangue materno, lança o sangue no espaço interviloso, irá banhar 
a vilosidade terciária e será recolhido pelas veias endometriais. 
 Nesse momento, o sangue materno está dentro de vasos, quando se encontra dentro do espaço 
interviloso? NÃO. Então, nesse ponto a circulação materna é uma circulação aberta, que tem mistura 
de sangue arterial com sangue venoso. No espaço interviloso só passa sangue materno. 
 Tem aproximadamente 150 ml de sangue que ocupam os espaços intervilosos e eles repostos de 3 a 4 
vezes/minutos. 
Face Fetal 
Face Materna 
 Atenção: a circulação só é aberta no espaço interviloso, o sangue chega por uma artéria endometrial, 
extravasa e é recolhido pela veia endometrial retornando à circulação em vasos. 
 Circulação Placentária Fetal 
 É interligada com a circulação do cordão 
umbilical e da vilosidade. 
 É como se olhássemos o corpo do 
feto/embrião mais largo, tem o corpo do 
embrião, cordão umbilical, vilosidade 
terciária, volta para o cordão, volta para 
o corpo do embrião. Essa é a circulação 
placentária fetal. 
 O cordão umbilical é formado por 2 
artérias e por 1 veia. Só que no cordão, 
as artérias levam sangue venoso e a veia 
traz o sangue arterial. As suas artérias 
estão enroladas em volta da veia do 
cordão umbilical e essas artérias vão se 
ramificando em capilares dentro da 
vilosidade terciária. Nessa vilosidade 
terciária, temos as 3 estruturas que 
formam o córion, e essas estruturas 
estão compondo a membrana 
placentária, a membrana da 
vilosidade. É nessa região que irá 
acontecer a troca. A artéria fetal vem 
e se ramifica em capilar, esse capilar 
fica bem próximo desse conjunto do 
córion, e então irá acontecer a troca 
pordifusão. E esses vasos vão ficando 
mais espessos em vênulas e vão ser 
recolhidos na veia umbilical, que irá 
levar esse sangue para o embrião. 
 Pode ser relacionada com a pequena 
circulação (artéria pulmonar leva 
sangue rico em C02 e as veias 
pulmonares trazem sangue rico em 
O2). 
 Essa região de capilar, chamamos de vilosidade terminal, é o ponto mais distante, é onde efetivamente 
vão acontecer as trocas. São as extremidades da árvore vilosa. 
 Na vilosidade terminal, temos uma estrutura várias estruturas (cápsula citotrofoblástica, sincicio, cito e 
mesoderma e. somático), sendo assim o sangue materno precisa atravessar todas essas estruturas, 
para chegar a circulação fetal, é um longo caminho para o O2 e os nutrientes chegarem. Assim, com o 
aumento do embrião, ele vira feto e passa a ter vários órgãos e continua crescendo, dessa forma é 
preciso uma circulação mais efetiva. Então nessa vilosidade terminal, o citotrofoblasto desaparece, e o 
vaso sanguíneo fica encostado no sinciciotrofoblasto, isso tudo para poder aumentar a eficiência das 
trocas. Então a partir da 20ª semana, quando o embrião já está bem desenvolvido, lá na árvore vilosa 
em sua vilosidade terminal, onde haviam várias camadas e dessas camadas o citotrofoblasto 
desaparece, o mesoderma fica fusionado com o sinciciotrofoblasto e o vaso sanguíneo se aproxima da 
parede da membrana da vilosidade terminal, e a membrana placentária vai se afinando, assim 
aumentando a eficiência da troca. 
 OBS: o citotrofoblasto que degrada é o mais interno, a capa/ capsula citotrofoblástica não desintegra. A 
capsula é o que forma o espaço interviloso. 
Membrana Placentária 
 Região da vilosidade terminal onde ocorrem as trocas. 
 Essa imagem é uma microscopia eletrônica de varredura, com aumento muito 
grande. Nela podemos observar as hemácias dentro dos capilares na vilosidade 
terminal (região mais escura), eles se encontram muito perto do 
citotrofoblasto, sinciciotrofoblasto e mesoderma. Então o O2, a glicose entre 
outros nutrientes precisa passar somente por uma fina camada de 
sinciciotrofoblasto, mesoderma e pela parede do capilar. 
 Acontecem 2 coisas, a desintegração de células e formação de vesículas de 
células de citotrofoblasto que vão se desprendendo para deixar a parede mais 
delgada. 
 OBS: Durante muito tempo foi chamada de barreira placentária, mas com o 
avanço dos estudos, eles substituíram por membrana, pois ela permite que 
algumas moléculas atravessem por ela, e uma barreira é uma coisa que impede. 
Então em alguns livros ainda podem ser encontrados o termo “barreira”, deve-
se atentar a isso, e associá-la a membrana placentária. 
 Ela não possui uma permeabilidade seletiva igual a membrana plasmática, ela 
não faz seleção, ela é uma membrana que vai permitir a passagem de acordo 
com o tamanho, ou seja, moléculuas muito pequenas conseguem atravessar 
essa membrna. 
 O que atravessa do embrião 
para a mãe? Irá sair pelas 
artérias umbilicais CO2, 
água, ureia, ácido úrico, 
bilirrubina e também 
antígenos caso tenha 
diferença de fator Rh. Isso 
será direcionado ou para o 
sistema respiratório ou para 
os rins para ser eliminado. 
 O que atravessa da mãe 
para o embrião? Irá chegar 
pela veia umbilical água, 
carboidratos, aminoácidos, 
lipídios, eletrólitos, 
hormônios, vitaminas, ferro, 
anticorpos 
(IMUNOGLOBULINA G). 
Infelizmente, conseguem 
atravessar também drogas, 
álcool, CO, vírus (rubéola, 
Toxoplasma gondii). 
 
 
Cordão Umbilical 
o Como já vimos anteriormente, o cordão umbilical é formado por 2 artérias e 1 veia. 
o A vaia carrega o sangue arterial e as artérias carregam o sangue venoso, e esse 3 vasos estão imersos 
em um tipo de tecido conjuntivo primitivo que chamamos de geleia de Wharton. 
o A função é conectar a placenta ao corpo do embrião/ feto permitindo um fluxo de nutrientes, excretas, 
hormônios... 
o O cordão umbilical varia em diâmetro de 1 a 2 cm, mas em comprimento de 30 a 90 cm (média 55 cm). 
O ideal é que ele fique na média, pois um cordão muito curto à medida que o embrião se movimenta, 
ele pode puxar a placenta e fazer com que a placenta se descole, e se a placenta se descola, não tem 
mais fluxo sanguíneo, então esse feto/embrião irá morrer por falta de nutriente e oxigenação. Quando 
tem esse diagnóstico de cordão curto, muitas vezes o médico já coloca a mãe no estágio de gravidez de 
risco, com possibilidade de descolamento de placenta e faz com que a mãe fique de repouso para 
evitar muita alteração do embrião que possa provocar esse deslocamento. 
o Quando o cordão é muito grande, ele pode no movimento do feto, se enrolar no feto (pescoço, 
membros) e na medida em que o cordão se enrola em uma determinada região, essa região acaba 
recebendo pouca nutrição, e aquele membro, por exemplo pode sofrer uma atrofia ou um mal 
desenvolvimento. E se caso ele se enrolar muito fortemente, ele pode causar a morte do embrião/feto, 
por falta de fluxo no cordão umbilical. 
o Se o cordão enrolar no pescoço, pode acontecer a morte do feto. Isso é muito acompanhado, pois se o 
feto já estiver plenamente desenvolvido, é feito um acompanhamento e possivelmente é até uma 
cesárea antes do período para evitar a morte do feto. Pois, pode faltar oxigênio no cérebro (a falta de 
oxigenação pode ser no máximo por 5 minutos no feto) e também se ficar muito apertado, não irá 
passar nutrição para nenhum lugar. 
o O cordão geralmente se insere na região central da superfície fetal da placenta, isso também é 
importante, pois se ele ficar muito deslocado na extremidade pode acontecer dele fazer uma pressão 
na placenta e causar o descolamento. 
Nós (verdadeiros e falsos) 
 Existem algumas questões relacionadas ao cordão umbilical que chamamos de nós, existem os nós 
verdadeiros que conforme o feto vai se movimentando, pode causar um nó no cordão, isso acontece 
principalmente em cordões grandes e esse nó verdadeiro, se não estiver muito apertado, o feto ainda 
consegue se desenvolver, mas se ele ficar muito apertado pode causar um aborto espontâneo. 
 O falso nó é quando o vaso que está por dentro do cordão é grande, então ele tem essa projeção, o 
vaso é maior do que o cordão. O falso nó não tem nenhum prejuízo, ou seja, não causa risco ao feto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saco Amniótico/Líquido Amniótico 
o Durante a 2ª semana é possível observar a vesícula umbilical, a cavidade amniótica e a cavidade 
coriônica. 
Nó 
verdadeiro Nó falso – vaso maior que o cordão 
Nó falso – geleia de Wharton é muito 
grande, mas os vasos estão no 
tamanho certo. 
o A partir da 3ª semana para a 4ª semana, acontece o fechamento do embrião, e com esse fechamento 
há uma fusão da cavidade coriônica com a cavidade amniótica, essa região passa a se chamar região 
amniocoriônica. 
o O âmnio forma o saco amniótico e preenche de líquido que vai envolver todo o embrião/feto. 
o O líquido amniótico é deglutido pelo feto e absorvido pelos tratos respiratório e digestório fetais e 
retorna ao saco amniótico através do trato urinário fetal. 
Funções do Líquido Amniótico 
O embrião/ feto, suspenso no líquido amniótico pelo cordão umbilical, flutua livremente. 
 Impede a aderência do âmnio. 
 Permite que o feto se movimente livremente – importante para o desenvolvimento da musculatura 
fetal. 
 Permite o crescimento externo simétrico. 
 Atua como uma barreira à infecção. 
 Amortece os impactos recebidos pela mãe. 
 Permite o desenvolvimento normal do pulmão – pois a medida que o embrião ingere ou aspira o 
líquido é importante para a maturação pulmonar. 
 Ajuda no controle da temperatura corporal. 
 Auxilia na manutenção da homeostase. 
Circulação do Líquido 
 O líquido vai sendo renovado, ou seja, não é o mesmo líquido que está desde o início da gestação. 
 O conteúdo de água do líquido amniótico é trocado a cada 3hrs. 
 O que encontramos no líquido amniótico? 
 MembranaAmniocoriônica – envolve o embrião/feto. 
 Cordão Umbilical – passa por dentro do líquido amniótico. 
 Placa coriônica – parte do âmnio ligada a placenta.

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