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A GESTÃO DE ATIVOS E A PRÁTICA ESPORTIVA José Carlos Basilio(1) Leandro Ferreira(2) RESUMO O presente trabalho faz uma comparação entre a Gestão de Ativos e a Prática Esportiva, de modo a fixar os conceitos da primeira disciplina. Exemplos práticos são apresentados ao longo do trabalho para ilustrar a aplicação prática. O corpo humano funciona de maneira similar a um equipamento em nossa empresa. Os cuidados que temos com o corpo humano na prática de esportes corresponde, nessa comparação à manutenção que fazemos em nossas máquinas. Trata-se de uma maneira lúdica de tratar o tema com melhor aprendizado das matérias apresentadas. No texto abaixo, as seções referentes à gestão de ativos têm o título alinhado à esquerda e o texto é normal. As seções referentes à prática esportiva têm o título alinhado à direita e o texto está em itálico. 1. INTRODUÇÃO A Gestão de Ativos tem se mostrado uma importante ferramenta tanto para a empresa, que pode obter melhor retorno sobre seus ativos, quanto para aqueles que atuam na área de manutenção, os quais podem atuar sobre os equipamentos com maior objetividade e flexibilidade, uma vez que podem mudar a ótica da manutenção de ‘centro de custo’ para ‘centro de lucro’. Entretanto, a gestão dos ativos é mais facilmente executada quando todo o time de manutenção está integrado sob um mesmo olhar. Noutras palavras, é importante que o líder possa contar com a colaboração de seus subordinados por estarem todos alinhados em torno de um mesmo objetivo. (1) (José Carlos Basilio) Superintendência de Manutenção Estratégica – MME – Cia. de Saneamento Básico do Est. de São Paulo - Sabesp - Gerente do Departamento de Engenharia. (2) (Leandro Ferreira) Medley Triathlon – Proprietário. 2/20 São comuns as situações onde a liderança tem claro objetivos, métricas e ferramentas, aprendidas durante seu desenvolvimento profissional, mas esse olhar não é consensual em toda a equipe. Isso faz com que ocorra o seguimento de orientações apresentadas, mas sem haver o envolvimento necessário ou mesmo a possibilidade de tomada de decisões pela equipe por desconhecimento dos fatores apontados: objetivo, métricas e ferramentas. O autor procura apresentar uma interessante comparação entre duas áreas distintas, uma voltada para a área das ciências exatas (manutenção de equipamentos) e outra para a área das ciências humanas i (GUTIERREZ Et. al., 2016) ii (AZEVEDO Et. al., 2008) (educação física). Essa comparação objetiva facilitar a compreensão dos componentes da equipe ao invés de “impor ao educando a vontade arrogante do mestre.” iii (FREIRE, 2002, p. 25) Durante a evolução do processo de gestão, observa-se a capacitação tecnológica das pessoas através da disponibilização de ferramentas de gestão. Esse olhar era voltado para os ativos e as pessoas. Essa etapa vigorou até os anos noventa. Na primeira década deste milênio, incluiu-se também a visão de cada processo da organização. Assim, ampliou-se abrangência da gestão, passando de pessoas e equipamentos para processos. Em meados da década passada, incorporou-se às duas primeiras, a visão holística da organização. Em vez de buscar a excelência de cada processo individualmente, procura-se otimizar a excelência nos resultados da companhia, uma vez que nem sempre o “ótimo das partes significa o ótimo do todo”. iv (EHRENFELS, 1890) O ideal é ter um processo de gestão que envolva todos os processos e todas as pessoas na busca dos resultados estratégicos a organização. 2. EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA E DA GESTÃO Quando buscamos a origem dos processos atuais de fabricação, encontramos no artesanato a primeira forma de produção industrial desenvolvida pelo homem para transformar materiais em produtos. Desde os primórdios da história, já se encontra relatos de atividades humanas de produção individual primitiva, mas essa forma de produção adquiriu os contornos que conhecemos no final da Idade Média, com o renascimento comercial e urbano. O artesão detinha o conhecimento, instalações, ferramentas e matéria-prima; trabalhava em casa, sozinho ou com a ajuda da família, realizando todas as etapas da produção. Dando um salto no tempo, ultrapassando a evolução da produção ao longo dos anos, chegamos aos dias atuais, onde as inovações tecnológicas, com especial relevância para a informática, novos materiais, novas formas de energia e outras, transformaram radicalmente a economia industrial. Além das mudanças tecnológicas, ocorreram diversas mudanças na organização do trabalho. 3/20 As indústrias tiveram grande avanço na automação e isso propiciou uma melhoria no controle de processos, nas condições de trabalho e na garantia da qualidade. A produtividade e a organização do trabalho tiveram um incremento com o surgimento de várias ferramentas de produtividade. A utilização de robôs nas indústrias também alterou a forma de produzir, garantindo a reprodutibilidade de operações ou atuando em áreas insalubres. O perfil das companhias também foi alterado sendo que, para obterem vantagens e avançar competitivamente, muitas se transferiram, ou abriram filiais, em locais de menor custo de mão de obra, maior acesso a pontos de distribuição e outros benefícios. Com a Revolução Industrial, mostrou-se necessário um sistema organizacional mais elaborado que aqueles que vigoravam até então. Esses sistemas eram em sua maior parte fruto da prática de então e muitas vezes improvisados. As mudanças mais significativas foram observadas apenas no início do século XX. A década de 80 foi um marco na implantação de diversos sistemas estratégicos. A melhoria trazida pela visão de trabalho que integrava todas as áreas da empresa deveu-se, no Brasil, pela Gerência de Objetivos. Através dessa metodologia foi possível iniciar a elaboração de planos de ação, criação de indicadores e busca de metas. Ainda na década de 80 tivemos o TQM (Total Quality Management), muito importante no segmento da manutenção. No início dos anos 90 vieram o Planejamento Estratégico, com planos de ação, indicadores e metas. A certificação de processos pelas normas ISO 9.000, 14.000, OHSAS 18.000, benchmarking entre empresas e o Balanced ScoreCard (BSC) ilustram semelhantes movimentos no sentido de melhoria de gestão. Mais recentemente, o lançamento da norma ABNT NBR ISO 55.000 em 2014, baseada na PASS 55, via CEE 251 e coordenada pelo Engº João Ricardo Lafraiav (LAFRAIA, 2013), marcou como um divisor de águas a implementação de métodos de gestão de ativos no Brasil. Não é à toa que de 2013 para 2014, os congressos da Abraman foram intitulados ‘27º Congresso Brasileiro de Manutenção’ e ‘28º Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos’ respectivamente. 3. ESPORTE E BEM ESTAR A indústria do bem-estar, vem alcançando cada vez mais cifras astronômicas. Hoje o bem-estar é uma indústria global de US$4,2 trilhões, segundo o “2018 Global Wellness Economy Monitor”vi (Global Wellness Institut, 2019) da organização Global Wellness Institute (GWI), o que representa um aumento de 12,8% nos últimos dois anos. Essa indústria representa nos dias de hoje 5,3% da produção econômica mundial. Isto se deve ao fato das pessoas cada vez mais incorporarem valores de bem- estar ao seu estilo de vida, tornando cada vez mais recorrente a interação dos consumidores com a indústria do bem-estar. Podemos definir bem-estar, como sendo a busca ativa de atividades que promovem o bem-estar físico e mental. 4/20 Em um esforço para estabelecer melhor seus parâmetros, a GWI concentrou-se em 10 categorias específicas que permitem aos consumidores incorporá-las em suas vidas: Cuidados Pessoais e Beleza: US$1,082 trilhão Alimentação saudável, nutrição e perda de peso: US$702,1 bilhões Turismo de bem-estar: US$639,4 bilhões Fitness/mente corpo: US$595,4 bilhões Medicina preventivae personalizada e saúde pública: US$574,8 bilhões Medicina tradicional e complementar: US$359,7 bilhões Bem-estar imobiliário: US$134,3 bilhões Spa: US$118,8 bilhões Fontes termais / minerais: US$56,2 bilhões Bem-estar no local de trabalho: US$47,5 bilhões Os dados oferecidos pela GWI estão em consonância com a opinião de diversos especialistas ao comentarem o aumento da expectativa de vida do ser humano. Ao terem a expectativa de vida aumentada, é normal que o indivíduo procure adotar hábitos que possam proporcionar, não apenas uma sobrevida em relação aos padrões do passado, mas um aumento na qualidade de vida. Destaca-se na lista anterior os mercados de ‘Fitness/mente corpo’ (US$595,4 bilhões) e ‘Bem-estar no local de trabalho’ (US$47,5 bilhões), os quais incluem a prática esportiva de um modo geral e os programas de bem-estar voltados para empresas. Os mercados citados anteriormente como tendências da indústria do bem-estar estarão cada vez mais conectados, convergindo para oferecer soluções e experiências nos lugares onde as pessoas vivem, trabalham e viajam. 4. ATIVOS Para que possamos erigir altos edifícios, precisamos construir uma base sólida. Os conceitos apresentados a seguir precisam estar claros nos diversos níveis da organização, sob pena de tornar difusa a implementação de melhorias e reduzir as chances de possibilidades de ganhos. Um Ativo é algo tem Valor real ou potencial para uma entidade, tal qual uma empresa ou organização. Esse valor pode ser tangível ou intangível, financeiro ou não financeiro e pode variar entre diferentes tipos de entidades e suas partes interessadas. Podem ser ativos físicos como equipamentos, inventários e propriedades que a entidade possui. Ativos físicos são tangíveis, enquanto marcas, propriedades intelectuais, licenças de uso, aluguéis, etc. são ativos intangíveis. 5. O CORPO HUMANO O corpo humano é formado pelos sistemas: cardiovascular, respiratório, digestório, nervoso, sensorial, endócrino, excretor, urinário, reprodutor, esquelético, muscular, imunológico, linfático e tegumentar. Cada um deles envolve órgãos que atuam para a realização das funções vitais do organismovii. 5/20 A evolução do homem ao longo dos 300 mil anos viii de existência da raça humana, ou dos 3 ~ 4 bilhões de anos ix dos seres vivos, permitiu notável diferenciação e aprimoramento nos sistemas que o compõe. Essas mudanças são resultado de uma somatória de alterações e propriedades de várias partes ou órgãos, e dos diversos sistemas. As modificações estruturais ocorreram simultaneamente a uma cadeia de outras implicações e modificações (genéticas, neurais, hormonais, comportamentais) além daquelas relativas ao próprio ambiente. Portanto, outros diversos fatores biológicos e abióticos foram, de certa maneira, forjando lentamente os seres vivos, num processo denominado seleção natural que é a essência de uma teoria, a Evoluçãox. Essa evolução atingiu grau de perfeição tal, que muitos dos sistemas humanos superam outros tantos de outros animais. Apenas como exemplo, citando os sistemas cardiovascular, respiratório, muscular e esquelético, é notável que o guepardo pode correr de 1 a 5 km sem parar, o cavalo de 30 a 100 km sem parar e o ser humano até 560 km sem parar! Guepardo e cavalo são mais rápidos que o homem em curtas distâncias, mas é nas longas distâncias que o ser humano predomina. Há milhares de anos era comum perseguir a presa até que o animal morresse de exaustão. Muitos artigos se referem ao corpo humano como ‘uma máquina perfeita’xi. 6. GERENCIAMENTO DE ATIVOS A automação industrial é muito aplicada para melhorar a produtividade e qualidade nos processos considerados repetitivos, sendo um meio para que se possa alcançar melhores níveis no processo de produção. A qualidade é atingida por meio do controle do processo produtivo, sendo necessário um elevado controle dimensional das grandezas envolvidas e também dos sistemas de inspeção que funcionam em tempo real e, portanto, de forma automática. Deste modo, os padrões de qualidade são melhorados pelo incremento do controle do processo e, inevitavelmente, da automação deste. Com os avanços tecnológicos, as máquinas e equipamentos utilizados nas indústrias são cada vez mais sofisticados. Para que a qualidade no processo de produção seja adequada e para que os custos, tanto de produção quanto de falhas durante a produção, não sejam muito elevados, é de suma importância a correta operação e manutenção dessas máquinas e equipamentos. A operação dessas máquinas e equipamentos não se baseia somente na ação manual do homem, o qual se apoia aos sentidos para tomar decisões, mas em equipamentos e sistemas totalmente automatizados e instrumentados, dotados de vários sensores e atuadores que auxiliam nessa tomada de decisões xii . (CARVALHO Et. al., 2012). O conceito de gerenciamento de ativos nas indústrias é aquele em que são aplicadas técnicas de manutenção industrial com a finalidade de melhorar a qualidade nos processos produtivos e ainda diminuir os custos de manutenção. O conceito de gerenciamento de ativos está diretamente ligado à manutenção preditiva e à manutenção proativa. 7. ROTINA DIÁRIA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS Com o passar dos anos, a tecnologia foi tomando parte na vida das pessoas, reforçado pelo fato de que a maioria destas mora nos centros urbanos, o que favorece a mecanização. Do ponto de vista da locomoção e trabalhos “braçais”, 6/20 a vida se tornou mais fácil e confortável. Porém, com toda essa economia de movimentos e de força para realizá-los, há um custo: a atrofia de todo o organismo. O simples toque de botão para controlar máquinas que fazem o serviço pesado, pode ser agradável, cômodo e aumenta a velocidade de execução das tarefas, mas tem um preço: deteriora a saúde do indivíduo. E, para não voltar no tempo, extinguindo os controles remotos, volantes hidráulicos, computadores, liquidificadores, etc., o homem moderno tem que encontrar espaço na agenda para investir em si mesmo. E este investimento é nos movimentos que o corpo é capaz de fazer. Ao realizar atividades físicas, exercita-se os músculos, fazendo-os contrair e isto faz com que haja uma maior necessidade de sangue para nutri-los, acelerando o ritmo do coração e da respiração. O metabolismo se altera, enfim, todo o corpo entra em ação durante os movimentos que são executados. E estas alterações são benéficas e necessárias para um bom funcionamento orgânico. Muitos benefícios são adquiridos através da prática de atividades físicas: diminuição da ansiedade, melhora da autoestima, prevenção da depressão, uma melhor qualidade do sono, mais disposição e vivacidade para as atividades diárias, incremento na capacidade de concentração e mudança significativa no humor, são apenas alguns deles. Cada pessoa pode perceber mudanças em seu corpo, mente e também no aspecto social e afetivo quando realiza atividades físicas. A atividade física, para fazer bem ao organismo, deve ser frequente (no mínimo 3 vezes por semana) e com intensidade adequada. 8. GESTÃO DE ATIVOS A Gestão dos Ativos corresponde às ações da entidade para extrair valor dos ativos de forma sustentável e que permitem que a organização atinja suas metas. Tem-se aqui um tópico fundamental para se conduzir a correta implementação de uma Política de Gestão de Ativos. É importante frisar que a Gestão dos Ativos existe na medida em que se possa implementar, maximizar, melhorar ou até mesmo reorientar a extração de Valor dos Ativos. O foco está no Valor e não nos Ativos! As ações conduzidas pela organização para extrair Valor dos Ativos podem estar relacionadas à abordagem, ao planejamento, etc. dessa Política. Fazer a Gestão de Ativos não é o mesmo que Gerenciar Ativos! A Gestão de Ativos foca no que os ativos podem fazer pela organização. Gerenciar Ativos foca naquilo que as Organizações fazem nos Ativos.xiii (KARDEC Et.al., 2014) 9. PREPARO PARA COMPETIÇÃO Um cliché muito utilizado é que a atividade desportiva é 10% física e 90% mental. Talvez seja esta estatística exagerada, e certamente não existirá uma forma fiável de se medir a importância relativa dos dois fatores. É provável que a condição mental e a condição física se encontram intrinsecamente ligadas, fazendo um elemento único fundamental para a boa performance. 7/20 São itens importantes no desempenho de um atleta a força de vontade, a motivação, a resistência à dor e a capacidade de sacrifício. Pesquisas efetuadas com atletas de nível olímpico e outros atletas de elite, mostram que os fatores psicológicos aumentam o seu grau de importância na performance à medida que o nível do atleta vai evoluindo e a exigência competitiva aumenta. A grande maioria dos atletas passa grande parte do seu tempo, se não a totalidade, a treinar os aspetos físicos em detrimento dos aspetos mentais. Aspectos mentais importantes são a concentração, o controle dos níveis de ativação e excitação, o foco da atenção e a gestão da ansiedade ou a tenacidade mental. Estratégias para o controle desses aspectos são a gestão dos Pensamentos (cognições), Sentimentos (emoções) e das Sensações Físicas (somáticas). Através do treino mental, similar ao treino físico, o atleta pode intencionalmente direcionar os seus pensamentos, emoções e ações motoras e colocar-se num estado de grande capacidade, ficando muito menos vulnerável à influência negativa, induzida pela atitude que se adota quando apenas se reage às sensações percebidas. 10. G.V.A., DEPRECIAÇÃO FISCAL E DEPRECIAÇÃO ECONÔMICA GVA xiv significa Gestão de Valor Agregado. Trata-se de um método de mensuração e avaliação econômica que permite demonstrar se as ações de uma empresa estão ou não agregando valor para o acionista. A metodologia utiliza o conceito “base caixa”, ou seja, para que o retorno de um negócio seja analisado perante o mercado de capitais, o resultado da empresa deve refletir o fluxo de caixa gerado. No GVA, a performance de um negócio é avaliada com base no potencial de retorno que os ativos operacionais conseguem auferir, ou seja, seguindo os princípios das métricas GVA, o acionista pode comparar o retorno do seu negócio com o mercado de capitais. Em uma análise mais profunda, é possível saber se compensa para este empresário investir em um determinado negócio ou simplesmente aplicar o capital em uma instituição financeira e ao final do período obter um retorno quase sempre certo e garantido. Com isso, percebe-se que no GVA existe o conceito de “Encargos sobre os ativos”, onde, dependendo da estrutura de capitais empregada, o acionista exige de seus gestores que o retorno do negócio supere o do mercado de capitais. Um dos indicadores usado para acompanhar o desempenho da empresa chama- se CFROGI (Cash Flow Return on Gross Investment). A explicação desse e de outros indicadores do GVA fogem ao escopo deste trabalho. Para o momento basta saber que o CFROGI representa o quanto se consegue gerar de caixa (FCO ou Fluxo de Caixa Operacional) dividido pela base de ativos. É um indicador interessante por trazer um critério de comparação entre empresas, mesmo as que atuam em segmentos diferentes. É o mesmo tipo de indicador que usamos para comparar o retorno de duas aplicações: se uma LCI dá um retorno de 96% do CDI e uma LCA dá um retorno de 98% do CDI, em qual você aplicaria seu dinheiro? Você, pessoa física, procura um melhor retorno para cada real que você investiu em um título, correto? Com o investidor é a mesma coisa: 8/20 quanto ele obterá de retorno sobre cada real investido na empresa em que você trabalha? O que é notável no cálculo de CFROGI, é que a base de ativos é considerada pelo seu valor de aquisição corrigido por algum índice (ex. IPCA). É nesse ponto que a correção do valor do ativo pelo índice de inflação (e não a depreciação do mesmo!) pode fazer com que seja mais difícil demonstrar ‘o valor da empresa’. Se a base de ativos ‘cresce’ devido à correção do valor de aquisição dos ativos, o CFROGI cai. Se o investidor vai decidir se aplica ou não o dinheiro na empresa pelo retorno que ele obterá sobre uma base de ativos corrigida monetariamente, essa base de ativos deve estar pelo menos na condição de nova. Para tanto, manutenções são necessárias! A depreciação fiscal1 é uma regra contábil onde o cálculo é feito com base na tabela estabelecida pela Receita Federal, publicada no Anexo III da Instrução Normativa RFB nº 1.700/2017. Com isso, para fins fiscais, a título de benefício fiscal, o cálculo aceito pelo Fisco é o da depreciação fiscal, conforme artigo 121 da mesma Instrução Normativa. Trata-se de um benefício tributário para as empresas do Lucro Real, tendo em conta que se trata de uma despesa dedutível no cálculo do IRPJ e CSLL. O profissional de contabilidade poderá acessar a tabela de prazo de vida útil e taxa de depreciação dos bens destinados ao Ativo Imobilizado no Anexo III da Instrução Normativa RFB nº 1700/17. A depreciação econômica corresponde aos recursos adicionais que devem ser gerados a fim de manter os ativos atualizados fisicamente, tecnologicamente e mercadologicamente. Estes recursos gerados devem ser suficientes para substituir o ativo no fim da vida útil. Analisando os balanços das empresas percebe-se que um dos conceitos que mais apresenta discordâncias no universo contábil é a depreciação. Algumas empresas preferem seguir a legislação a risca, outras por benefícios fiscais optam por acelerarem sua despesa com depreciação e outras companhias ainda divergem sobre imobilizar ou contabilizar em despesa um determinado gasto. Visando eliminar distorções do uso da depreciação fiscal x a depreciação gerencial, é princípio no GVA trabalhar sempre com a vida útil efetiva do bem, denominada de “depreciação econômica”, obtendo-se o resultado mais real do negócio. Desta forma, no GVA a depreciação econômica é tratada como se fosse uma reserva mensal que a empresa realiza, que é remunerada a uma taxa de juros (ex. IPCA), pelo espaço de tempo conforme a vida útil efetiva do bem (medida geralmente em anos), para que, ao final do ciclo de vida do ativo, o acionista tenha o capital necessário para repor este ativo no negócio. O GVA é uma ferramenta de gestão que, para os propósitos deste trabalho, ‘mata dois coelhos com uma cajadada só’. Em primeiro lugar acaba com a ideia de que os ativos tangíveis como equipamentos são depreciados com o passar do tempo, no sentido de que seus valores diminuem. A noção de que o valor do equipamento diminui com o passar do tempo dificulta o dispêndio de recursos 1 Não será abordada aqui a diferenciação entre depreciação fiscal e depreciação contábil. Para maiores detalhes consulte <https://www.wamancio.com.br/depreciacao-fiscal-e-contabil/> Acesso 04 de maio 2019 https://www.wamancio.com.br/depreciacao-fiscal-e-contabil/ 9/20 com a manutenção dos mesmos. Se o equipamento está ficando velho, valendo menos, por que gastar com sua manutenção, não é mesmo? Errado! Como veremos abaixo, esse equipamento tem que produzir, no mínimo, o mesmo que produzia quando foi adquirido. Em segundo lugar, o GVA, por utilizar o conceito “base caixa”, por permitir ao acionista avaliar se o retorno sobre a base de ativos é mais interessante que uma aplicação financeira e por considerar a depreciação como um provisionamento necessário para aquisição de um novo bem, praticamente exige que o bem seja considerado pelo seu valor de aquisição acrescido de correção monetária. Em resumo, se o ativo será considerado pelo valor de aquisição acrescido de correção monetária, noutras palavras, pelo preço de um novo, o mínimo que se espera é de que o mesmo produza como novo. Para tanto, todas as manutenções são necessárias! 11. TREINOS POR ZONAS Existem diversas abordagens aplicáveisno treino de um atleta. Temos por exemplo a periodizaçãoxv(GOMES & PEREZ), treino por zonasxvi (SÁLIA, 2016) e outras. Abordaremos o treino por zonas, no qual é importante treinar, a certo nível de intensidade, na zona alvo da frequência cardíaca de treino. Esta varia entre 60 a 100% da frequência cardíaca máxima. Durante a atividade, com o controle destes valores, aproveita-se melhor tanto a atividade cardíaca quanto a condição física, e assim pode-se trabalhar e direcionar o objetivo do indivíduo. As zonas de treinamento estão subdivididas em sete zonas o que facilita o controle do ritmo (Pace) e esforço durante os treinos: ZONA 1 – (Recovery) Recuperação: Intensidade com ritmo leve, podendo ser trote ou caminhada, com FC menor que 60% de FC2 máx.(PSE: 1 a 3; TmáxE: indeterminado). Utilizada para aquecimento, esfriamento e intervalos ativos entre séries intensas. ZONA 2 – (Aerobic) Aeróbia: Intensidade com ritmo leve e moderado, já é considerado certo esforço durante a atividade, no qual podemos associar ao ritmo de treino longo (ex. Maratona para atletas amadores). FC entre 60 e 70% de FC.máx.(PSE: 4 e 5; TmáxE: 8h) 2 FC = Frequência Cardíaca ; PSE = Percepção Subjetiva de Esforço; TmáxE = Tempo máximo de Esforço 10/20 ZONA 3 – (Tempo): Intensidade com ritmo moderado e moderado-forte, a respiração começa a ficar mais intensa, mas ainda é possível conversar durante a atividade (meia Maratona para atletas amadores). FC entre 70 e 80% de FC.máx.(PSE: 6 e 7; TmáxE: 4h) ZONA 4 – (Sub Threshold) Sub Limiar: Intensidade com ritmo forte, sem ser um ‘sprint3’, contando com um certo conforto para atletas bem condicionados. O desconforto com a intensidade começa a aparecer, a respiração torna-se mais ofegante (5 a 10 km para atletas amadores). FC entre 80 e 90% de FC.máx.(PSE: 8; TmáxE: 90 min.) ZONA 5a – (Super Threshold) Supra Limiar: Intensidade com ritmo bem forte. O ritmo é intenso, a respiração torna-se difícil e a sensação de incômodo durante a atividade é grande (3 a 5 km para atletas amadores). FC entre 90 e 95% de FC.máx.(PSE:8 e 9; TmáxE: 45min.) ZONA 5b – (Aerobic Capacity) Capacidade Aeróbia - Vo2máx: Intensidade com ritmo muito forte, a respiração fica bem difícil e a sensação de incômodo durante a atividade é grande (3 km ou menos para atletas amadores). FC entre 95 e 100% de FC.máx.(PSE: 9 a 10; TmáxE: 10min.) ZONA 5c – (Anaerobic Capacity) Capacidade Anaeróbia: Intensidade com ritmo máximo. Capacidade e potência lática e alática. A intensidade neste caso não é medida pela FC, mas pelo melhor estímulo para aquela distância (1 km ou menos para atletas amadores) ou tempo. (TmáxE: 2 min.) 12. GESTÃO DE RISCOS A gestão dos ativos envolve também a gestão dos riscos envolvidos na tomada de uma ou outra decisão. Por vezes somos confrontados com a necessidade de adiar uma manutenção e aguardar o momento mais conveniente, do ponto de vista operacional, para realizar uma parada para manutenção ou uma intervenção em carga. De maneira similar um ativo pode ser, ou ter que ser mantido em operação antes de ser substituído. Nessas ocasiões, as partes interessadas, particularmente os acionistas, mas eventualmente fornecedores, força de trabalho, sociedade, etc., podem ter que ser informadas sobre a decisão. Nessas situações, o profundo conhecimento do ativo é fundamental para que sejam avaliados os riscos e até onde é possível prolongar o uso antes da intervenção. 3 Ritmo de corrida caracterizado por correr o mais rápido possível a uma distância pré-determinada em 100, 200 e 400 metros de pista, em um período limitado de tempo. Fig. I - Escala de Borg adaptada 11/20 13. GESTÃO DE RISCOS Todos devem fazer (e efetivamente fazem!) a gestão dos riscos que correm. Gerir riscos significa, em última instância, tomar decisões no nosso dia-a-dia com base nos riscos a que estamos expostos. Tomemos por exemplo um ‘atleta de fim de semana’xvii (BRAZ, 2018). Esse indivíduo sabe que, por não praticar esportes regularmente, pode sofrer alguma lesão num jogo de futebol ou nalguma corrida. Nem por isso essa pessoa deixa de praticar o esporte quando o tempo lhe permite! As medidas mitigadoras de câimbras, dores em geral ou mal-estar durante alguma atividade não rotineira, é o conhecimento de sua condição física, de seu corpo de um modo geral (aquela dor no joelho se o esforço for exagerado, alguma limitação de movimento, etc.) e cuidados antes, durante e após a prática de atividade física (evitar excesso de peso, hidratação, refeições prévias à atividade, alongamentos, etc.) 14. ENSAIOS EM EQUIPAMENTOS Tome-se como exemplo os ensaios do líquido isolante de transformadores isolados com óleo mineral. Nesses equipamentos, o óleo isolante é retirado periodicamente, em pequenas porções, e submetido a ensaios físico-químico e cromatográfico. Na análise físico química se observa: Cor e aparência: quanto mais claro, melhor; Rigidez dielétrica: capacidade em resistir a solicitações elétricas; Teor de água: umidade absorvida pelo óleo. Prejudica a rigidez dielétrica; Índice de neutralização: teores ácidos no óleo. Indica envelhecimento; Tensão interfacial: oxidação e contaminantes polares (resíduos) solubilizados. Pode indicar deterioração dos materiais isolantes. Na cromatografia busca-se as quantidades de gases que estão dissolvidos no óleo para, a partir dos resultados, emitir um parecer sobre eventuais danos que o transformador possa ter sofrido. As tabelas abaixo se referem ao método Rogersxviii. Segundo Deming: “Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia” ... ou de modo propositivo: “A gestão é fundamental para se atingir o sucesso. Só se faz gestão daquilo que se entende. Aquilo que se entende se define, mede e faz a gestão.” Fig. II - William Edwards Deming 12/20 Com base nos resultados obtidos através da análise do óleo do transformador pode-se emitir um laudo e recomendar a melhor ação a ser tomada para recuperá-lo, se for o caso. 15. EXAMES CLÍNICOS Existem alguns exames que são obrigatórios previamente à prática de esportes. Um profissional deve ser sempre consultado para evitar problemas de saúde devido a atividades esportivas, sejam elas treinos um pouco mais intensos ou participação em competições. A lista de exames obrigatórios de um atleta pode incluir, sem se limitar a: Glicemia em jejum: mede a quantidade de açúcar presente no sangue, apontando se há hipoglicemia ou hiperglicemia. Colesterol total e frações: avalia a quantidade de colesterol, seus subtipos e nível de triglicérides. Serve para mensurar o risco de entupimentos das artérias e doenças cardiovasculares. Eletrocardiograma (ECG): identifica alterações no ritmo cardíaco como arritmia, sopro, inflamação das paredes do coração e até risco de infarto. Ecocardiograma: capta alterações na estrutura do órgão, espessura dos músculos cardíacos, o funcionamento das válvulas, o tamanho das cavidades, a capacidade e o fluxo sanguíneo. Teste ergométrico (esteira): avalia o ritmo do coração durante o exercício, o panorama da capacidade física por meio da frequência cardíaca e a pressão arterial. Fig. III - Intervalo das Razões (mét. Rogers) Fig. IV - Interpret. Seq. de Códigos (mét. Rogers) 13/20 O hemograma fornece outros indicadores quanto à saúde do atleta como abaixo: VHS - Velocidade de hemossedimentação Avalia a ocorrência de processos infecciosos e inflamatórios, além de ser solicitado para acompanhar a evolução de doenças e resposta à terapia. Alto: Resfriado, amigdalite, infecção urinária, artrite reumatóide, lúpus, inflamações, câncer e no envelhecimento. Baixo: Policitemia vera, anemiafalciforme, insuficiência cardíaca congestiva e na presença de úlceras. CPK - Creatinofosfoquinase Avalia a função cardíaca, cerebral e muscular Alto: Infarto, AVC, hipotireoidismo, choque ou queimadura elétrica, alcoolismo crônico, edema pulmonar, embolia, distrofia muscular, exercício extenuantes, polimiosite, dermatomiosites, injeções intramusculares recentes e após crises convulsivas, uso de cocaína. TSH, T3 total e T4 total TSH - Hormônio estimulador da tireoide Alto: Hipotireoidismo primário não tratado, devido a retirada de parte da tireóide. Baixo: Hipertireoidismo T3 – Tri-iodotironina total Alto: Em tratamento com T3 ou T4. Baixo: Doenças graves em geral, pós operatório, em idosos, jejum, uso de medicamentos como propranolol, amiodarona, corticoides. T4 - Tiroxina total Alto: Miastenia grave, gravidez, pré eclampsia, doença de grave, hipertireoidismo, anorexia nervosa, uso de medicamentos como amiodarona e propranolol. Baixo: Hipotireoidismo, nefrose, cirrose, doença de Simmonds, pré eclampsia ou insuficiência renal crônica. PCR - Proteína C reativa Indica se há inflamação, infecção ou risco cardiovascular. Alto: Inflamação arterial, infecções bacterianas como apendicite, otite média, pielonefrite, doença inflamatória pélvica; câncer, doença de Crohn, infarto, pancreatite, febre reumática, artrite reumatoide, obesidade. TGO e TGP TGO ou AST Alto: Morte celular, infarto, cirrose aguda, hepatite, pancreatite, doença renal, câncer, alcoolismo, queimaduras, trauma, injúria por esmagamento, distrofia muscular, gangrena. Baixo: Diabetes não controlado, beribéri. TGP ou ALT Alto: Hepatite, icterícia, cirrose, câncer de fígado. 14/20 PSA - Antígeno Prostático Benigno Avalia o funcionamento da próstata Alto: Próstata aumentada, prostatite, retenção de urina aguda, biópsia prostática por agulha, ressecção transuretral da próstata, câncer de próstata. 16. MANUTENÇÃO CORRETIVA Para a Manutenção Corretiva acontecer, uma falha deve ter acontecido previamente. Então para entender o conceito de Manutenção Corretiva, deve-se conhecer e entender previamente os tipos de falhas que estão suscetíveis aos equipamentos. Existem basicamente dois tipos de falha: falha potencial ou falha funcional. A falha potencial é uma falha ainda em estágio inicial, que denuncia que há algo de errado, mas o equipamento ainda está desempenhando a sua função no processo de produção (ex.: um vazamento em uma mangueira, mas que não impede o funcionamento do sistema). Pode-se dizer que existe uma falha potencial (vazamento) ou seja, caso ela não seja tratada, levará o equipamento até a falha funcional. A falha funcional é quando o equipamento não é mais capaz de desempenhar sua função no processo de produção (ex.: o vazamento anterior esvaziou o tanque hidráulico e o sistema parou). Nesse momento tem-se uma falha funcional, o sistema hidráulico não é mais capaz de desempenhar a sua função em razão do vazamento na mangueira hidráulica. Se o vazamento fosse reparado quando ainda estava em estágio inicial e era apenas uma falha em potencial, a falha funcional não teria ocorrido. Sendo assim, a Manutenção Corretiva estará sempre atrelada à falha potencial ou à falha funcional. A Manutenção Corretiva também pode ser dividida em dois tipos: Emergencial (corretiva não programada) e Corretiva Programada. A diferença entre os dois tipos é basicamente se a manutenção é executada após a falha potencial ou após a falha funcional. Como o próprio nome sugere, a Manutenção Corretiva Emergencial é aquela que é realizada após a falha funcional do equipamento e, por esse motivo, o equipamento deve ser reparado em caráter de urgência por conta das seguintes razões: Lucro cessante (a produção parou e consequentemente o ‘lucro’); Alguém se acidentou ou se está prestes a acontecer um acidente; Agressão ao meio-ambiente ou há risco iminente disso acontecer; Há algum problema que está comprometendo a qualidade do produto, etc. A manutenção corretiva emergencial é chamada de não-programada, pelo fato de ter pulado as etapas de planejamento e programação. O equipamento é quem 15/20 decidiu o momento em que a manutenção aconteceria. Por esse motivo, ela é a manutenção mais cara, perigosa e demorada para a empresa. Exemplos de manutenção corretiva não programada: Rebobinar um motor elétrico após abertura das bobinas; Substituição de rolamentos após quebra; Substituição do rotor de uma bomba centrífuga após quebra; Troca do pneu do carro após furo; Aplainar cabeçote e substituir juntas de um motor de combustão interna após superaquecimento. A Manutenção Corretiva Programada é aquela realizada para eliminar a falha potencial antes que ela evolua para a falha funcional. Se a falha potencial não trouxer risco à segurança ou problemas de qualidade, ela pode ser programada para ser eliminada no momento em que for mais conveniente para empresa. Seja por questões de produção, custo, disponibilidade de materiais ou mão de obra. Exemplo de Manutenção Corretiva Programada: Um sistema de bombeamento com bomba que é reserva em base de outra(s). Se os rolamentos de uma bomba falhar, a reserva entrará em funcionamento, possivelmente de forma automática e um alarme será emitido. A bomba em si entrará em manutenção corretiva não programada, mas o sistema de bombeamento entrará em manutenção corretiva programada. Ocorreu uma falha funcional na bomba, mas o sistema continua operando com as mesmas características (vazão) anteriores. O sistema está em falha potencial, daí a necessidade de manutenção corretiva programada. Não é novidade que a manutenção corretiva é o tipo de manutenção mais cara que existe. Esse fato se dá pelos seguintes motivos: Lucro Cessante: Maior parte do custo da manutenção corretiva. Uma vez que um equipamento deixou de operar e parou um processo produtivo, a empresa parou a atividade que faz com que entre dinheiro no caixa. Compras em caráter emergencial: Uma vez que a manutenção deve ser realizada em caráter de urgência, todo o planejamento ‘foi para o espaço’. É nesse momento em que surgem os fretes especiais que podem custar até 10 vezes mais, compras em fornecedores que têm um preço maior que o de seus concorrentes e entregam em um prazo menor, etc. Danos Auxiliares: O que seria a substituição de uma junta para conter um vazamento, se transformou na substituição do engrenamento completo de um redutor que se desgastou por falta de lubrificação causada pelo vazamento. Tempo: O tempo é ativo mais preciso do mundo. A Manutenção Corretiva (feita da forma correta, eliminando a causa raiz) leva muito mais tempo para ser executada do que a manutenção preventiva ou preditiva. Isso se dá pelo fato de não haver planejamento para executar o trabalho, o equipamento que “planejou” o que deve ser feito para que ele volte a operar. 16/20 Uma hora investida em planejamento economiza cinco horas no momento da execução. A manutenção corretiva emergencial custará, no mínimo, 7 vezes mais do que a manutenção executada de forma proativa. E a manutenção corretiva programada custa, em média, 5 vezes mais do que a a manutenção executada de forma proativa. O RCM GUIDE – Reliability Centered Maintenance Guide For Facilities and Collateral Equipment publicado pela NASA, mostra que a manutenção por cada HP gerado por ano em usinas termelétricas custa: 18 dólares/ HP gerado na manutenção corretiva; 12 dólares/ HP gerado na manutenção preventiva; 8 dólares/ HP gerado na manutenção preditiva; 4 dólares/ HP gerado na manutenção proativa. Quando usar a Manutenção Corretiva? A manutenção corretiva deve ser evitada ao máximo, mas podemos aplica-la de forma estratégica quando for conveniente. A manutenção corretiva é uma saída para se aplicar em equipamentos de criticidade C e onde o custo de outras manutenções se mostram muitocaros em proporção ao valor do equipamento4. Esses equipamentos devem operar com reserva em base estarem prontos para uso no estoque da companhia. Os equipamentos de criticidade C são aqueles que: Quando falham não causam problemas de segurança e/ou meio- ambiente; Quando falham não interrompem o processo de produção; Quando falham não causam problemas de qualidade; Quando falham o seu reparo custa menos que 10% do custo mensal da manutenção. 17. LESÕES As lesões esportivas mais comuns em academias são as chamadas lesões de grau I, ou seja, são pequenos estiramentos musculares em áreas específicas do corpo que possuem tratamento e recuperação rápidos e sem grandes consequências. Mas, também há casos de lesões mais sérias e que demandam cuidados específicos e demorados. Entre as lesões mais comuns estão: Câimbra – contração involuntária e dolorosa de algum músculo; Luxação - deslocamento de um osso da articulação; Lombalgia – dor na região lombar; Bursite – inflamação da bursa, bolsa que age como amortecedor nas articulações; Tendinite – inflamação de um ou mais tendões; Contusão muscular – lesão aguda sem corte; Distensão muscular – rompimento de fibras musculares devido a esforço; 4 Note que a tabela acima (18 a 4 dólares/ HP) trata de usinas termelétricas! 17/20 Fraturas por estresse e movimentos repetitivos. As lesões ortopédicas podem ser divididas em três níveis: O primeiro nível engloba aquela lesão que não impediu a continuidade da atividade física (pois não perdeu nenhuma função mecânica, mas deve ainda tomar algumas providências como gelo e repouso). Havendo progressão da dor após a atividade, talvez seja prudente consultar um médico. O segundo nível é composto por lesões em que não há condições de seguir (função alterada). É recomendado passar por avaliação médica assim que possível para providências como imobilização, reabilitação, fisioterapia ou, por fim, um procedimento cirúrgico. O último são dores súbitas que tiram a função. Elas impossibilitam movimentos e têm caráter de urgência, que precisa ter tratamento médico nas primeiras 24 horas. Caso a lesão impossibilite os exercícios físicos e traga eventuais dificuldades de locomoção ou movimentos, um repouso, tratamento fisioterápico ou cirúrgico poderá ser necessário. A pessoa precisará de uma mudança de comportamento para se recuperar. Com a orientação de um profissional, é ela que terá que mudar a forma de praticar a atividade. Se ela não fizer a parte dela, não vai ter sucesso. O principal do tratamento é a dedicação e empenho do paciente em se recuperar. Não existe milagre. Um profissional pode orientar e dar as ferramentas nas formas de se recuperar, mas é o paciente que tem que fazer os exercícios recomendados, comparecer às sessões de fisioterapia, etc. e, em caso de afastamento do esporte, respeitar esse afastamento. 18. EXEMPLOS NA SABESP Um importante motor de 2.250 cv, conectado a bomba de água, apresentou vibração anormal no rolamento do lado do acoplamento. O sistema foi monitorado entre 21/out/18 a 19/nov/18. Nesse ínterim, a vibração foi reduzida com o uso de um lubrificante especial (nanotecnologia) e, por fim, teve o rolamento substituído. Fig. V - Uso de redutor de atrito com nanotecnologia em bomba de recalque d'água 18/20 A temperatura de uma seccionadora da subestação foi monitorada entre mai/2013 e nov/2014 aguardando o melhor momento de intervir. 19. EXEMPLO DE COMPETIÇÕES DOS AUTORES Casos de superação através do conhecimento do corpo e seus limites.: José Carlos Basilio, triathlon na cidade de Araras – SP, 16/09/2012 O triathlon olímpico inclui 1.500 m de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida. Por problemas na organização, faltou água na corrida dos 1 ~ 2 aos 8 ~ 9 km. O atleta começou a ter indícios de câimbra na perna na segunda metade da corrida. Amarrou uma toalhinha que fora distribuída no início da prova na perna, como forma de retardar a ocorrência das câimbras. Terminou a competição em 1º lugar na categoria 51 ~55 anos. Leandro Ferreira, aquathon na cidade de Bertioga – SP, 26/05/2019. O Aquathlon é uma prova com distância de 600m de natação e 3km de corrida. Ao sair da natação, no mar, o atleta pisou em um buraco e teve uma torção seguida de queda forte. Por estar liderando a prova o atleta se levantou e partiu, mesmo com muita dor, para a transição da corrida. O pé direito havia sido fraturado pela queda, acidente que não o retirou da liderança até o final da prova. Obteve assim, o 1º lugar absoluto na classificação geral. CONCLUSÃO O corpo humano do indivíduo é uma máquina muito mais sofisticada, complexa e importante que qualquer ativo em uma companhia. Apesar disso, ambos necessitam de gerenciamento no dia a dia e gestão de um modo geral. Um Fig. VI - Termografia de ponto quente em seccionadora de eletricidade Fig. VII - Evolução da temperatura no ponto quente da seccionadora Fig. VIII - José Carlos Basilio, ao centro, em competição Fig. IX - Leandro Ferreira em competição 19/20 equipamento, um transformador por exemplo, que não é colocado para funcionar em suas condições nominais, do qual não é exigido a produtividade nominal e eventualmente o limite da capacidade, assemelha-se a uma pessoa sedentária: está em uma situação ‘confortável’. Não faz muito esforço, mas tem o óleo isolante eventualmente contaminado. O mantenedor consciente age como o atleta que vai além de se manter saudável: vai para uma competição, testar os limites. No caso do atleta, uma prova com o objetivo simples de terminar a competição. No caso do mantenedor, usar o equipamento no limite de sua especificação técnica. Para o atleta, a medalha. Para o mantenedor, a economia para a companhia, por maior eficiência no uso. Além disso, o fato de usar o equipamento na capacidade nominal leva a uma seleção natural de fornecedores, pois só continuam aptas a fornecer, aquelas empresas cujos equipamentos entregam o que suas características nominais prometem. i GUTIERREZ, ALMEIDA & MARQUES. Apropriação das ciências humanas pela Educação Física: análise dos processos de classificação no Brasil entre os anos de 2007 e 2012. Ed. 001, SciELO, São Paulo – SP, 2016. Disponível < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807- 55092016000400937&lng=pt&tlng=pt >. Acesso em: 02 de abril de 2019. ii AZEVEDO, SUASSUNA & DAOLIO. A Educação Física e as Ciências Humanas. 2008. Disponível < http://codef-ren.blogspot.com/2008/07/educao-fsica-e-as-cincias-humanas.html >. Acesso em: 02 de abril de 2019. iii FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25ª ed., Paz e Terra, São Paulo - SP, 2002. iv EHRENFELS, Christian von. Über Gestaltqualitäten. Vierteljahresschrift für wissenschaftliche Philosophie. Jahrgang 13, S. 249-292, Leipzig, DE, 1890. v LAFRAIA, João Ricardo. Comissão de Estudo Especial de Gestão de Ativos (ABNT/CEE- 251), 2013. Disponível < http://www.abraman.org.br/Arquivos/325/325.pdf >. Acesso em: 04 de maio de 2019. vi Global Wellness Institut. Empowering wellness worldwide. Disponível < https://globalwellnessinstitute.org/industry-research/2018-global-wellness-economy-monitor/ >. Acesso em: 04 de maio de 2019. vii Sistemas do Corpo Humano. Toda Matéria: conteúdos escolares. Disponível < https://www.todamateria.com.br/sistemas-do-corpo-humano/ >. Acesso em: 16 de maio de 2019. viii WIKIPEDIA.Humano. Disponível < https://pt.wikipedia.org/wiki/Humano#cite_ref-7 >. Acesso em: 16 de maio de 2019. ix WIKIPEDIA.Evolução. Disponível < https://pt.wikipedia.org/wiki/Evolução >. Acesso em: 16 de maio de 2019. x OLIVEIRA, TEIXEIRA & CONCHALO. UMA ABORDAGEM CONTEXTUALIZADA DA ANATOMIA HUMANA E COMPARADA. Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Laboratório de Anatomia Comparativa– UNESP, São José do Rio Preto – SP, 2004. xi INTERNET. Incrível. Disponível < https://incrivel.club/criatividade-saude/8-provas-de-que- nosso-corpo-e-uma-maquina-perfeita-238360/ >. Acesso em 16 de maio de 2019. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-55092016000400937&lng=pt&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-55092016000400937&lng=pt&tlng=pt http://codef-ren.blogspot.com/2008/07/educao-fsica-e-as-cincias-humanas.html http://www.abraman.org.br/Arquivos/325/325.pdf https://globalwellnessinstitute.org/industry-research/2018-global-wellness-economy-monitor/ 20/20 xii CARVALHO, MORAIS, MORAIS, CUNHA, SILVA & BISSOCHI Jr. GERENCIAMENTO DE ATIVOS APLICADO À MANUTENÇÃO DE SISTEMAS INDUSTRIAIS. Conferência de Estudos em Engenharia Elétrica, Uberlândia – MG, 2012. xiii KARDEC, ESMERALDO, LAFRAIA & NASCIF. Gestão de Ativos. Ed. 001. Qualitymark, Rio de Janeiro – RJ, 2014. xiv VICENTE & TREVISANI. A MENSURAÇÃO DO RETORNO PARA O ACIONISTA: métricas de geração de valor agregado x indicadores tradicionais de análise de desempenho. IX Congresso Internacional de Custos, Florianópolis – SC, 2005. 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