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Tritrichomonas foetus
Curso: Medicina Veterinária (6º Período – Noturno)
Disciplina: Anatomia Patológica 
Professora: Ana Carolina de Jesus Pinto
Autores:	
SOLDATI, Daniele Duelli; PENEDO, Patricia dos Santos;
MACHADO, José Augusto Louzada; GOMES, Arthur Schultz Escopelli
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
TAYLOR, M. A.; COOP, R. L.; WALL, R. L., Parasitologia Veterinária. 4 ed. Guanabara, Rio de Janeiro: 2017, p. 117-122.
SILVIA, Gonzalez Monteiro, Parasitologia na Medicina Veterinária. 2 ed. Roca, Rio de Janeiro, 2017, p. 118-141.
FERNANDES, Paula Rogério et al., Construção de iniciadores e otimização de ensaios de PCR e de nested-PCR para detecção específica de Tritricomonas foetus. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, São Paulo: v. 17, n. 3, 2008. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1984-29612008000300003&script=sci_arttext>. Acesso em 27 out. 2020.
PELLEGRIN, Aiesca Oliveira; LEITE, Rômulo Cerqueira. Atualização sobre Tricomonose Genital Bovina. Embrapa, Corumbá, MS, 2003. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/811109/1/DOC54.pdf. Acesso em 27 out. 2020.
FOLHADELLA, L.M. et al., Desempenho de técnicas de coloração e fixação para o Tritrichomonas foetus. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, Rio de Janeiro: 2002. Dsiponível em: <http://www.ufrrj.br/rbpv/1112002/1111_5.htm>. Acesso em 27 out. 2020.
Tritrichomonas foetus é uma espécie de protozoário com morfologia unicelular eucarionte, flagelado e formato piriforme, com cerca de 10 a 25 µm de comprimento e 3 a 15 µm de largura, apresentando um único núcleo e quatro flagelos, sendo três destes anteriores e livres e um que se estende para trás, formando uma uma membrana ondulante ao longo do comprimento do microrganismo e continuando, posteriormente, como um flagelo livre. Possui um axóstilo, que é uma estrutura que se estende de uma extremidade a outra do parasito, dando rigidez à célula.
Normalmente, o Trichomomas (gênero) é encontrado no cólon e ceco da maioria dos animais, como mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes e invertebrados.
Porém, HÁ UMA ESPÉCIE deste protozoário – o Tritrichomonas foetus – que é responsável por uma doença infecciosa e sexualmente transmissível entre bovinos, denominada TRICOMONOSE GENITAL BOVINA (TGB), podendo ser encontrado no trato genital destes animais, ou seja, no prepúcio dos machos e na vagina das fêmeas.
No entanto, pesquisas mais recentes também identificaram o Tritrichomonas foetus como patógeno do intestino delgado em gatos domésticos, e causador de colite e diarreia crônica, que é acompanhada de muco e sangue fresco, principalmente, em gatos com menos de um ano de idade, SRD e oriundos de coletividade, como criatórios ou colônias.
Nos bovinos, a TRANSMISSÃO do Tritrichomonas foetus É MECÂNICA, podendo ocorrer por monta natural ou por inseminação artificial, quando é utilizado sêmen contaminado.
O MACHO PORTATOR (touro) É ASSINTOMÁTICO: não demonstra sinais clínicos aparentes, ou seja, o Tritrichomonas foetus não é invasivo e a infecção fica na cavidade prepucial e, eventualmente, no orifício uretral, causando orquite e epidimite. Cortes histológico nos locais da infecção demonstraram uma menor infiltração de linfócitos, macrófagos e neutrófilos.
A FÊMEA também pode ser PORTADORA (carrier cow), já que foi infectada e, por um motivo ainda não bem conhecido (provavelmente uma falha no desenvolvimento da imunidade ao nível local), mantém o parasita por longos períodos, durante o período gestacional e no pós-parto.
Na FÊMEA INFECTADA, este protozoário, que não tem forma cística, se multiplica por divisão binária e coloniza todo o aparelho genital e, duas semanas após a infecção, o T. foetus causa vaginite moderada, com o aparecimento de secreção muco-purulenta, com acúmulo de granulócitos polimorfonucleares, macrógagos, linfócitos e um pequeno úmero de células plasmáticas. Após a invasão do útero, podem ser observados endometrite, morte fetal aborto precoce, infertilidade, deslocamento e retenção placentária, além de infecções oportunistas.
Para o TRATAMENTO DA TRICOMONOSE GENITAL BOVINA (TGB) utiliza-se antiparasitários associados a antibióticos.
Para o CONTROLE/PREVENÇÃO, é necessário:
No caso de fêmeas, proporcionar “descanso sexual”, retirando o touro do plantel por 03 a 04 meses (já que a mudança de pH, durante o cio, mata este parasita), além de usar sêmen de boa qualidade e utilizar “touro negativo” para a monta.
 No caso dos machos, normalmente, não se faz o tratamento, devido ao seu alto custo. Então, o touro deixa de ser um reprodutor e é destinado para o corte. Mas, se o touro for muito valioso, deve-se analisar a possibilidade de fazer o tratamento da parasitose.
Reino: Protista
Sub-reino: Protozoa
Filo: Sarcomastigophora
Subfilo: Mastigophora
Classe: Zoomastigophorea
Ordem: Trichomonadida
Família: Trichomonadidae
Espécie: Trichonomas foetus
A TRICOMONOSE GENITAL BOVINA (TGB) é uma DOENÇA VENÉREA DE AMPLA DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL, que teve maior impacto econômico antes da utilização da inseminação artificial, mas ainda é considerada uma enfermidade importante, onde o uso desta técnica não é adotado.
O Tritrichomonas foetus é o causador de um grande PROBLEMA NA EFICIÊNCIA REPRODUTIVA de BOVINOS, por causar INFERTILIDADE e ABORTO, principalmente, nos rebanhos de corte, que utilizam a MONTA NATURAL, como FORMA DE REPRODUÇÃO.
A família Trichomonadidae possui VÁRIOS GÊNEROS de interesse médico veterinário: Trichomonas, Tritrichomonas, Tetratrichomonas, Pentatrichomonas e Trichomitus. 
A identificação e a relação parasito-hospedeiro ainda é desconhecida e há suspeitas de que várias espécies deste protozoário sejam sinônimas.
O DIAGNÓSTICO é realizado através da lavagem do trato reprodutivo com soro fisiológico e coleta do material com swab prepucial ou aspiração com pipeta de inseminação de Bartlett, depositando o material em um tubo de ensaio, contendo lactado de Ringer, PBS (pH 7,4) ou solução salina (pH7,4), que deverá ser estocado em local escuro ou envolto por papel laminado e enviado para o laboratório, em temperatura ambiente, em até 12 horas, no máximo. No laboratório, o material coletado é centrifugado, fazendo o isolamento do parasito em meio de cultura, para a observação microscópica do material, sendo necessária a distinção morfológica dos outros protozoários, que podem ser encontrados no trato urogenital de bovinos, provavelmente devido a condições de higiene precária. 
Outros meios podem ser utilizados para o diagnóstico laboratorial, como o Diamonds, Lactopep e o Rieck, além do sistema/kit In Pouch TF®, muito utilizado nos EUA. Também foram desenvolvidos um método experimental de diagnóstico através de sondas de DNA e um ensaio imunoenzimático e o teste da polimerase em cadeia (PCR).

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