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neuroanatomia 2

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Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 Aula 01 
 Revisão de conceitos importantes 
 
BIBLIOGRAFIA: Anatomia orientada para a clínica, MOORE – cap.1 22.02.2021 
 CONCEITOS GERAIS 
O sistema nervoso de divide em 2 regiões principais: 
• Parte central: cérebro e medula espinal 
• Parte periférica: nervos (feixes de axônios 
revestidos por TCD)*, terminações nervosas e 
gânglios (acúmulos de corpos de neurônios fora 
do SNC) 
 
 CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO (histologia) 
• Se dividem em 2 tipos: neurônios e células da glia 
(astrócito, oligodendrócitos, micróglia, células 
ependimárias, células de Schwann e células satélites) 
 
• Morfologia clássica do neurônio: 
Fonte: Resumo sobre neurônios – SANAR Medicina 
 
• Tipos de transporte axonal: 
a. Anterógrado: dendrito – corpo celular – axônio (rápido, cinesina) 
b. Retrógrado: axônio – corpo celular – dendrito (lento, dineína) 
 
 
 
 
EPINEURO PERINEURO ENDONEURO 
TCDNM, pode 
apresentar 
vasos 
sanguíneos e 
adipócitos 
TCDNM com 
fibroblastos 
modificados 
TCF, fibras 
reticulares e 
lâmina basal de 
células de 
Schwann 
ORGANIZAÇÃO DOS NERVOS 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
• Neurônios classificados de acordo com conexões neuronais 
Sensoriais ou 
aferentes 
Conduzem a informação da 
periferia em direção ao SNC 
Morfologicamente são pseudounipolares (informações 
somestésicas) ou bipolares (visão, paladar, audição e olfato) 
Motores ou 
eferentes 
Conduzem a informação do SNC 
p/ a periferia 
Morfologicamente são multipolares 
Associativos ou 
interneurônios 
Unem a aferência e a eferência Morfologicamente são multipolares encontrados no SNC 
 
 
 
• Detalhes do axônio: 
o origem no cone de implantação (entre axônio e corpo celular) 
o rico em microtúbulos (no axoplasma) e mitocôndrias (no telodendro) 
o proteínas motoras que se associam aos microtúbulos: cinesina e dineína (as duas são 
dependentes do ATP) 
 
• Células da glia no SNC: 
Célula Função Morfologia 
Oligodendrócito Formação e manutenção da bainha 
de mielina (que cerca o axônio) 
Células pequenas, poucos prolongamentos 
citoplasmáticos 
Astrócito* Sustentação mecânica do tecido 
nervoso, formação da barreira 
hematoencefálica (mecanismo de 
transporte super importante), etc 
Morfologia estrelada 
*pode ser protoplasmático(muitos prolongamentos, 
curtos e bem ramificados) ou fibroso (poucos 
prolongamentos, longos e pouco ramificados) 
Micróglia Fagocitose na substância cinzenta Células pequenas com muitos lisossomos 
Células 
ependimárias 
Produção do líquido cerebroespinal, 
plexo corióide e pia-máter 
Cúbicas com cílios e microvilosidades 
 
• Células da glia no SNP: 
Célula Função Morfologia 
Células satélites Ajudam a estabelecer o ambiente 
controlado em torno do corpo 
celular (concentração iônica, 
isolamento elétrico...) 
Achatadas e 
irregularmente unidas 
por junção de adesão 
Células de 
Schwann 
Sustentação de fibras mielínicas e 
amielínicas, produção da bainha 
de mielina e ajudam a limpar os 
restos celulares 
Alongadas com 
núcleos achatados; 
apoiadas na lâmina 
basal 
Fonte(imagem): Células da Glia – Brain Latam 
 
OBSERVAÇÃO 
• Substância branca: fibras nervosas mielínicas (axônio + várias camadas de células envoltórias 
concêntricas e células da glia (astrócito fibrosos, micróglia e oligodendrócitos) 
• Substância cinzenta: corpos de neurônios, fibras nervosas amielínicas (axônio + uma camada de célula 
envoltória) e células da glia (astrócitos protoplasmáticos, micróglia e oligodendrócitos) 
• A organização da substância branca e cinzenta é diferente na medula e no cérebro!!! 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
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• A formação da bainha de mielina é diferente no SNC e no SNP: 
o SNC: axônios do oligodendrócito ase enrolam para formar a bainha 
o SNP: células de Schwann dão origem à bainha de mielina 
• OBS: nas fibras mielínicas a bainha de mielina é interrompida em alguns pontos por Nódulo de 
Ranvier 
 
MECANISMO DA SINAPSE (fisiologia) 
• OBS: proteínas que atuam no transporte iônico 
Canais comporta 
dependentes de estímulo: 
na presença de estímulo, permitem a passagem de um íon pra dentro da célula; 
permitem difusão facilitada 
Canais comporta 
dependentes de voltagem: 
as células são naturalmente carregadas positivamente fora e negativamente dentro, e 
quando a célula se altera, esses canais se abrem (se a tensão continua aumentando, 
atinge um estado de inatividade antes de voltar ao normal) 
Canais comporta 
dependentes de ligantes: 
Ionotrópicos: quando um neurotransmissor se liga a uma proteína específica, ela se 
abre permitindo a passagem de um íon (alosteria) 
Metabotrópicos: neurotransmissor se liga a uma proteína e outra proteína permite a 
passagem do íon (o neurotransmissor ativa a subunidade G da proteína, que ativa uma 
unidade alfa que abre ou fecha outro canal – NEUROPLASTICIDADE FUNCIONAL*) 
*também existe a neuroplasticidade morfológica 
 
• As sinapses podem ser elétricas ou químicas, mas ambas seguem 
o padrão unidirecional do neurônio pré sináptico 
(obrigatoriamente fim do axônio) para o pós sináptico 
• Se um estímulo for forte o suficiente para atingir o limiar de 
excitabilidade, temos um potencial de ação, que percorre todo o 
axônio e quando chega no terminal axonal abre canais comporta 
dependentes de voltagem 
 
• Quando os canais se abrem, cálcio entra pra dentro da célula, ativa o complexo de enzima SNARE e é 
bombeado para fora da célula – esse processo excita o neurotransmissor 
• Quando canais comporta do neurônio pós se abrem, determina a ocorrência de um evento nesse 
neurônio: 
Se o íon for 
positivo 
ocorre a despolarização com a PPSE (potencial pós sináptico excitatório) - se esse PPSE for suficiente 
para atingir o limiar, ocorre um potencial de ação, e se não for ocorre um estímulo sublimiar 
Se o íon for 
negativo 
ocorre a hiperpolarização com o PIPS (potencial inibitório pós sináptico) com um efeito inibitório 
(afasta do limiar de excitabilidade 
 
 
EX: se abrir mais canais de potássio e fazer com que eles permaneçam mais tempo abertos pode gerar um 
PIPS, ou íon cloreto tbm faz o mesmo efeito 
 
Conceito de limiar: estímulo 
mínimo capaz de causar uma 
resposta 
OBS: espaço entre neurônios é 
chamado de fenda sináptica 
 
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 Aula 02 
 Conceitos gerais do sistema sensorial 
 
BIBLIOGRAFIA: Tratado de Fisiologia Médica, GUYTON – cap. 47 23.02.2021 
 CONCEITOS GERAIS 
• OBS: o sistema nervoso deve interpretar a atividade de uma vasta rede de receptores e usá-la para 
gerar percepções coerentes 
• Capacidades sensoriais dos neurônios são ligeiramente diferentes devido ao genoma e experiências e 
influências ambientais, além de estados fisiológicos/biológicos/psicológicos/etc 
• Sensação X percepção: 
o Sensação: estímulo que provoca a transdução 
o Percepção: como cada pessoa interpreta o estímulo 
• Modalidades sensoriais (tipos de sensibilidade que podemos experimentar como tato, visão, audição 
etc) levam à percepção 
 RECEPTORES SENSORIAIS (fisiologia) 
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS RECEPTORES: 
• Células especiais não neurais ou células neurais especializadas/modificadas (receptores não possuem 
canaisdependentes de voltagem, não conduzindo potenciais de ação) 
• OBS: principio das vias rotuladas é a especificidade de fibras nervosas para transmitir apenas uma 
modalidade sensorial 
• Neurônios (terminações nervosas livres ou encapsulados) 
Modalidade Detalhamento Morfologia do receptor 
Visão detecção de formas, cores, movimento, distância multipolar 
Audição reconhecimento de timbres, localização espacial) bipolar 
Olfato reconhecimento de odores Multipolar e bipolar 
Gustação paladar reconhece sabores como doce, amargo etc Bipolar 
Somestesia tato, vibração, pressão, dor, sensibilidade térmica Pseudounipolar 
Propriocepção sexto sentido ou submodalidade sensorial da somestesia 
 
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DOS RECEPTORES: 
• Mecanorreceptores: sensíveis a estímulos mecânicos contínuos ou vibratórios – capta deformação 
mecânica 
o Corpúsculo de Pacini: derme; mais profundo; periósteo (parede das vísceras) – detecta pressão 
vibratória e alta frequência 
o Corpúsculo de Missner: epiderme glabra – detecta tato, pressão vibratória e baixa frequência 
o Existem outros tipos de terminações também, como terminações nervosas livres(dor, temperatura, 
tato grosseiro..), discos de Merkel (tato e pressão estática) e outros 
 
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OBS: o potencial receptor é variável 
a. quanto mais forte o estímulo, maior a amplitude e maior a frequência de PAs (se for muito intenso, gera 
potenciais de ação com mais frequência do que se for mais fraco) 
b. quanto mais duradouro, maior a frequência de PAs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Quimiorreceptores: sensíveis a estímulos químicos 
• Fotorreceptores: sensíveis a estímulos luminosos (ex: bastonetes e cones) 
• Termorreceptores: sensíveis a variações térmicas 
• Nocirreceptores: sensíveis a estímulos intensos que podem causar lesões - dor (deformações 
mecânicas, alterações térmicas ou estímulos químicos) 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A LOCALIZAÇÃO DOS RECEPTORES: 
• Exterorreceptor: contato direto com o meio externo (ex: língua) 
• Propriorreceptor: em músculos e articulações 
• Viscerorreceptor ou interorreceptor: localizados nas vísceras 
 
COMO FUNCIONAM? 
• Transdução: captação do estímulo do ambiente 
capaz de gerar uma atividade bioelétrica; a 
nomenclatura depende da origem do estímulo (ex: 
mecanoelétrica, termoelétrica..) 
o Pode ou não haver o potencial de ação 
Potencial gerador(ou receptor): valor antes 
de alcançar o potencial de ação (acompanha a 
intensidade e tamanho do estímulo(não 
obedece a lei do tudo ou nada)) 
 
• Codificação Neuronal: transformação do potencial 
receptor em potencial de ação 
 
 
 
 
 
 
Ex: papila gustativa 
(quimiorreceptor, exterorreceptor e 
célula epitelial modificada) 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
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a. NOCICEPTORES (terminações nervosas livres 
sensíveis a fortes estímulos mecânicos) 
b. TERMINAIS DOS FOLÍCULOS PILOSOS 
(detectam os menores movimentos dos pelos) 
c. CORPÚSCULO DE PACINI (detectam estímulos 
vibratórios) 
 
ATRIBUTOS DA EXPERIÊNCIA SENSORIAL 
• Especificidade 
o ex: estímulos químicos nunca vão causar efeitos em mecanorreceptores pq o limiar de 
excitabilidade são diferentes 
o Lei das energias específicas: dizer que um receptor é específico p/ uma determinada forma de 
energia significa dizer que sua sensibilidade é máxima p/ essa forma de energia, ou então de modo 
inverso, que seu limiar de sensibilidade é mínimo p/ essa forma de energia 
o OBS: gnosia é a capacidade de integrar diversas sensações advindas de diferentes receptores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Localização espacial 
o Reconhece de onde o estímulo está vindo a partir do campo receptivo 
o Dermátomo: regiões correspondentes às terminações nervosas (ex: dermátomos cervicais 
correspondem a área cervical) 
o Campos receptivos: 
Grandes Pequenos 
Menor especificidade (ex: antebraço) 
Vários neurônios primários convergem para 
um só secundário 
Maior especificidade (ex: ponta dos dedos) 
Cada neurônio primário tem um secundário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/4019748/ 
• Determinação da intensidade: pela frequência de potenciais de ação criados e pela quantidade de 
receptores estimulados (maior potencial gerador maior a frequência) 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
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• Determinação da duração: 
o RECEPTORES TÔNICOS: receptores de adaptação lenta (enviam impulsos ao SNC durante todo 
o tempo que o estímulo estiver presente, como segurar algo pesado por muito tempo) 
o RECEPTORES FÁSICOS: receptores de adaptação rápida (só enviam impulsos ao SNC quando a 
força do estímulo se altera, por exemplo, a pressão fica um tempão no corpo, mas só gera 
excita os receptores em momentos periódicos como início, fim ou alteração na pressão) 
CONVERGÊNCIA DE SINAIS 
• É importante porque é o modo pelo qual o SNC correlaciona, soma e separa diferentes tipos de 
informação 
• Como ocorre a inibição: a fibra aferente excita diretamente a fibra eferente excitatória, mas 
também estimula interneurônio inibitório, que secreta substância transmissora diferente, inibindo 
a segunda via eferente desse grupo 
• Isso é importante p/ evitar a atividade excessiva em muitas partes do cérebro! 
 
• OBS: a discriminação entre 
estímulos é acentuada pela 
inibição lateral que 
corresponde ao mecanismo 
pelo qual os neurônios + ativos 
limitam a atividade de 
neurônios adjacente 
 
SENSIBILIDADE SOMESTÉSICA (resumo) 
Morfologia Transdução Localização Função Adaptação 
Terminações 
livres 
Mecanoelétrica, 
termoelétrica e 
quimioelétrica 
Toda a pele, órgãos 
internos, vasos 
sanguíneos e articulações 
Dor, temperatura, tato 
grosseiro e propriocepção 
Lenta 
Corpúsculos 
de Meissner 
Mecanoelétrica Epiderme glabra Tato e pressão vibratória Rápida 
Corpúsculos 
de Pacini 
Mecanoelétrica Derme, periósteo e 
parede das vísceras 
Pressão vibratória Rápida 
Discos de 
Merkel 
Mecanoelétrica 
e termoelétrica 
Toda a epiderme glabra e 
pilosa 
Tato e pressão estática Lenta 
Órgãos 
tendinosos 
de Golgi 
Mecanoelétrica Tendões Propriocepção Lenta 
Fusos 
musculares 
Mecanoelétrica Músculos esqueléticos Propriocepção Lenta e rápida 
Folículos 
pilosos 
Mecanoelétrica Pele pilosa Tato rápida 
• Fibras aferentes e eferentes de pele e vísceras: ordem alfabética(alfa, beta) 
• Fibras aferentes proprioceptivas: ordem numérica(I, II) 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
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 Aula 03 
 Somestesia 
 
BIBLIOGRAFIA: Tratado de Fisiologia Médica, GUYTON – cap. 48 01.03.2021 
 CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS GERAIS 
• O Sistema Nervoso Central (SNC) é dividido em cérebro e medula espinal 
• O cérebro, por sua vez, é dividido em regiões, sendo elas: cérebro (telencéfalo e diencéfalo), tronco 
cerebral (mesencéfalo, ponte e bulbo) e cerebelo 
• OBS: sulcos (são depressões – as linhas do cérebro) e giros (elevações em forma de minhoca) 
 
DIENCÉFALO 
• É dividido em 4 partes: tálamo, hipotálamo, subtálamo e epitálamo 
• O metatálamo pode ser considerado uma quinta subdivisão ou uma 
projeção talâmica (do tálamo) 
• O tálamo é o nome dado a 2 massas ovoides do sistema nervoso (ver 
figura ao lado), que possuem duas extremidades cada: o tubérculo 
anterior do tálamo e o pulvinar do tálamo (posterior) 
 
• A substância branca infiltrada no tálamo forma a lâmina medular externa, 
que compõem as lateralidades (lâmina medularlateral ou externa) 
• Infiltração da substância branca formando um septo origina a lâmina 
medular interna ou medial (percorre longitunialmente o tálamo – sentido anterior/posterior) 
• A lâmina medular interna se bifurca, delimitando os núcleos anteriores (no tubérculo anterior do 
tálamo) – essas porções possuem projeções de axônios em direção ao cortex do giro do cíngulo (no 
lobo límbico; comportamento emocional) 
 
OBSERVAÇÕES 
• Pulvinar do tálamo possui conexões com giros angular e supramarginal, e pode estar relacionada à linguagem 
• O tálamo possui vários grupos e cada um está relacionado a uma área/função do cérebro 
• Núcleos são substâncias cinzentas envoltos por substância branca!! 
 
 GRANDES VIAS AFERENTES (anatomia) 
• Quais são os elementos da via? 
o receptor (terminação nervosa sensível ao estímulo) 
o trajeto periférico (no SNP, um nervo espinal ou craniano e um gânglio sensitivo) 
o trajeto central (tratos, fascículos ou lemniscos + núcleos “relés” + neurônios 1, 2, 3 ou 4) 
o área de projeção cortical (no córtex cerebral – consciente: distingue tipos de sensibilidade) 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 
• OBS: neurônios 1 (fora do SNC), neurônios 2 (coluna 
posterior (H. Medular) ou núcleos dos nervos cranianos) e 
neurônios 3 (tálamo) 
• OBS: núcleos relés são núcleos com quem o neurônio vai 
estabelecer conexão durante o trajeto de sua parte central 
 
 
 
OBSERVAÇÃO DO TRAJETO CENTRAL 
• No SNP (Sistema Nervoso Periférico), conjuntos de axônios 
são chamados de nervos, mas no SNC eles são chamados de tratos, fascículos ou lemniscos!! 
o Tratos: conjunto de axônios que tem certa quantidade de neurônios 
o Fascículos: é um trato mais compacto e menor que um trato, em questão de quantidade e 
tamanho 
o Lemniscos: formato de fita, que carrega os axônios, carregando informações sensitivas por 
esses axônios 
o OBS: existem tratos e fascículos que são motores e outros que são sensitivos, mas existem 
apenas lemniscos sensitivos 
• Núcleos reles: núcleos no tronco encefálico que realizam uma “releitura” de fibras nervosas (é aqui 
que estão localizados os neurônios 3 e 4) 
 
• A partir dos núcleos reles, a informação segue para uma região cortical específica no córtex cerebral 
o É uma região que diferencia tipos de sensibilidade (ex: quando é uma via, o estímulo é 
consciente) 
o Sendo assim a informação segue do trajeto periférico para o trajeto central por meio de 
conjuntos de axônios, que recebe diferentes nomes dependendo da região (SNP ou SNC) 
o O destino dessa informação no SNC é o núcleo nervoso, que pode estar no tronco encefálico ou 
no tálamo (as regiões que abrigam núcleos reles são chamadas de região rele de distribuição e 
direcionamento, e direcionam a informação para locais onde ela pode ser interpretada) 
• OBS: a área de projeção cortical no cerebelo é inconsciente mas no córtex é consciente!! 
 
VIAS AFERENTES PELOS NERVOS ESPINAIS 
• Informações gerais sobre os neurônios envolvidos 
o N1: é o primeiro neurônio relacionado com a recepção do estímulo, normalmente fora do SNC 
(gânglio sensitivo do nervo espinal, retina, mucosa olfatória..) 
o N2: normalmente localizado na coluna posterior do H. medular ou núcleos nervosos, mas em 
vias de sentidos especiais como visão e olfato pode variar a localização 
o N3: normalmente localizado o tálamo; o axônio segue em direção ao córtex cerebral 
o OBS: a localização de todos esses neurônios pode variar com o tipo de via envolvida!! 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
• Via neoespino-talâmica 
 
 
o Axônios do N2 cruzam o plano mediano pela comissura 
branca da M.E (vai em direção ao 
o funículo lateral do lado oposto), formando o trato 
espinotalâmico lateral 
o Na ponte, os axônios do N2 (trato espinotalâmico lateral) se 
unem ao trato espinotalâmicos anterior, formando o lemnisco 
espinal 
o OBS: caminho do N3 até o córtex (NVPL – radiações talâmicas 
– cápsula interna – coroa radiada - região cortical) 
 
o OBS: áreas somestésicas do córtex cerebral são baseadas na distribuição dos elementos celulares do 
córtex cerebral 
- o estímulo chega até a área somestésica do córtex cerebral (giro pós central) 
- nessa região encontra-se as áreas 1, 2 e 3 de Brodmann 
 
 
• Via paleoespino-talâmica 
 
 
 
o Parte vai para o funículo do lado oposto e outra parte vai para o mesmo lado (quando os 
axônios se dirigem para o mesmo lado que vieram + para o lado oposto, formam o trato 
espinoreticular) 
o OBS: essa via não tem organização somatotrópica, estando assim relacionada com dor pouco 
localizada 
 
• Pressão e tato protopático 
 
 
o Quando cruza o plano mediano, em vez e ir para o funículo lateral, leva informação para o 
funículo anterior, formando o trato espinotalâmico anterior 
o Ao nível da ponte, se junta ao trato espinotalâmico lateral (estímulos de dor e temperatura), 
formando o lemnisco espinal, seguindo até o tálamo 
o OBS: caminho do N3 até o córtex (NVPL – radiações talâmicas – cápsula interna – coroa 
radiada) 
 
N1 gânglio sensitivo do nervo espinal 
N2 coluna posterior (M.E) 
N3 N.V.P.L (tálamo) - núcleo ventral póstero lateral 
(que leva a informação ao córtex) 
N1 gânglio sensitivo do nervo espinal 
N2 coluna posterior (M.E) 
 Trato espinoreticular 
N3 Formação reticular (tronco encefálico) 
N4 Núcleo intralaminar (tálamo) 
N1 gânglio sensitivo do nervo espinal 
N2 coluna posterior (M.E) 
N3 N.V.P.L (tálamo) - núcleo ventral póstero lateral (que leva a informação ao córtex) 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
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• Propiocepção consciente, tato epicrítico e sensibilidade vibratória 
 
 
 
o OBS: o N2 não está na medula, está no bulbo, portanto só faz sinapse no bulbo 
o Fibras cruzam o plano mediano e formam o lemnisco medial 
o OBS: caminho do N3 até o córtex (NVPL – radiações talâmicas – cápsula interna – coroa 
radiada) 
o Fascículo Grácil (informações de metade inferior de tronco e de membros inferiores) X fascículo 
Cuneiforme (informações da metade superior do tronco e membros superiores) 
 
 LEI DAS ENERGIAS NERVOSAS ESPECÍFICAS (fisiologia) 
• Sistema proprioceptivo (maior 
sensibilidade de músculos e 
articulações) 
• Sistema exteroceptivo (maior 
sensibilidade tátil discriminativa 
proveniente da pele) 
• Sistema interoceptivo (maior 
sensibilidade somestésicas 
proveniente de todo o organismo 
que monitora dinamicamente o 
estado funcional do corpo) 
 
• Na imagem, da esquerda para a 
direita, os sistemas mencionados 
em ordem! 
 
 ÁREAS CORTICAIS SOMESTÉSICAS (fisiologia) 
GIRO PÓS CENTRAL 
• Independente de qual via, tudo chega ao córtex somestésico (giro pós central) 
• O giro pós central é dividido em 4 porções: 3a, 3b, 1 e 2 (nessa ordem) 
• A maioria das fibras sai do tálamo e se projeta p/ as áreas 3a e 3b, por isso essa área seria 
considerada o córtex somestésico primário, e não o giro todo 
o 1: textura 
o 2: tamanho e forma 
o 3a: propriocepção consciente 
o 3b: somestesia 
N1 gânglio sensitivo do nervo espinal (segue constituindo o fascículo Grácil(porção 
baixa da M.E) e Cuneiforme (porção alta da M.E)) 
N2 Núcleo grácil e cuneiforme 
N3 N.V.P.L (tálamo) - núcleo ventral póstero lateral (que leva a informação ao córtex) 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
• OBS: S1 é a área de projeção contralateral da metade do corpo 
• OBS: área S2(somestésica secundária): recebe informações de S1 e encaminhainformações p/ áreas de 
memória(lobo temporal e córtex insular), portanto, promove o aprendizado tátil 
• As outras áreas são chamadas de áreas associativas (recebem informações e fazem conexões com outras áreas 
para integrar informações) 
 
CÓRTEX PARIETAL SUPERIOR 
• Importante p/ processamentos táteis (área associativa somestésica tátil e proprioceptiva) 
• Dividido em 2 áreas: 5 e 7 
o 5: conexão entre os hemisférios (ex: atividades em que se usa as duas mãos ao mesmo tempo) 
o 7: recebe informações somestésicas e visuais (área importante para a relação espacial entre os 
objetos e destes com o corpo) 
 
ÁREAS CORTICAIS SOMESTÉSICAS (resumo) 
Funções 3a 3b 1 2 5 e 7 
Campos 
receptores 
Grandes Pequenos Médios Grandes Muito grandes 
Estímulos 
preferenciais 
Toque forte; 
manipulação de 
músculos e 
articulações 
Toque leve de 
objetos 
pequenos e 
pontiagudos 
Deslocamento 
de objetos 
sobre a pele 
Toque de objetos 
maiores e 
complexos 
5: movimentos complexos 
(bilaterais – conexões 
inter-hemisféricas) 
7: somestésicas e visuais 
Efeitos de 
lesões 
Déficit de 
identificação de 
posição espacial 
do corpo e 
partes do corpo 
Déficit de 
discriminação de 
forma, tamanho 
e textura de 
objetos 
Déficit na 
discriminação 
de textura 
Déficit de 
coordenação 
digital e 
diferenciação de 
forma e tamanho 
de objetos 
Déficit de coordenação 
visuo-motora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 Aula 04 
 Somestesia II e fisiologia da dor 
 
BIBLIOGRAFIA: Tratado de Fisiologia Médica, GUYTON – cap. 49 02.03.2021 
 TERMORRECEPTORES (fisiologia) 
• Submodalidade somestésicas que reconhece diferentes temperaturas (entre 10 e 45*) 
• Os Termorreceptores podem atuar de maneira consciente ou inconsciente 
CONSCIENTE: 
• Terminações nervosas livres 
• Expressão em sua membrana canais iônicos termossensíveis da família TRP 
• Receptores periféricos presentes na pele e em tecidos profundos (medula espinal, vísceras e grandes 
veias) 
 
• Receptores p/ calor são TRPV4: 30 a 45* 
• Receptores p/ frio são TRPM8: 10 a 35* (possuímos muito mais receptores p/ frio para prevenção de 
hipotermia) 
• Nociceptores para frio são AnKtm1 e para calor são TRPV1 
• Acima de 45 ou abaixo de 10* ativa os nociceptores (de dor) 
• É ativado o termorreceptor de acordo com o sentido da variação da temperatura!! 
 
• OBS: uma pessoa friorenta não necessariamente 
tem mais receptores para frio, porque depende 
mais do limiar de excitabilidade 
 
FISIOLOGIA DA DOR: CONCEITOS GERAIS (fisiologia) 
• Definição: dor é uma experiência emocional e sensorial subjetiva desagradável associada à real ou 
potencial lesão tecidual, ou descrito em termos de tal lesão 
• Insensibilidade congênita a dor: mutação nos genes responsáveis pela expressão dos receptores de 
tirosinocinase A (ocorre bloqueio da ação natural da NGF – fator de crescimento neural e 
desenvolvimento/manutenção de nociceptores) 
TRPM8: sensível ao mentos (sensação de 
geladinho que temos com pasta de dente e 
mentos/mentol) 
TRPV1: sensível a pimenta e substâncias 
que provoquem queimação/ nociceptores 
AnKtm1: nociceptor 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
• Características multidimensionais: sensorial, cognitivo, motivacional e afetivo 
• A experiência dolorosa é um reflexo da: magnitude do estímulo, emoções, experiências e lembranças 
passadas ou habilidade de compreender suas causas e consequências 
• OBS: os receptores são terminações nervosas livres 
 
• Respostas à dor: 
 
• Classificação da dor segundo a fisiologia: 
Dor rápida ou 
aguda 
- cessa com a interrupção do estímulo (ex: beliscão) 
- pele (estímulos mecânicos e/ou térmicos) 
Dor lenta ou 
crônica 
- aumenta gradativamente (ex: cortar dedo com papel) 
- pele e tecidos profundos 
- possível inflamação (calor, rubor edema e perda de função) 
Dor neuropática - aumento da neuromediadores excitatórios no corno dorsal da medula 
- maior expressão de canais de sódio 
- ampliação do campo receptivo por brotamento de fibras AB (mecanoceptores de baixo limiar) 
- aumento de SP e BDNF (fator neurotrófico) nessas fibras lesadas – interpretação de estímulos 
mecânicos inóculos como agressivos 
Ex: hérnia de disco, queimação, formigamento.. 
 
• Classes de nociceptores: 
a. Mecânicos (pressão intensa) 
b. Térmicos (temperaturas extremas quentes ou frias) 
c. Receptores poli modais (detectam estímulos mecânicos, térmicos e químicos) 
d. Silenciosos (estímulos químicos e mediadores inflamatórios – só respondem à inflamação) 
• Distribuição de nociceptores: todo os lugares menos no parênquima cerebral 
• OBS: nociceptores não se adaptam porque são tônicos!! 
 
• Significado adaptativo: 
o dor rápida ou fisiológica (função de alertar sobre um estímulo nocivo; permite uma reação 
rápida) 
o dor lenta ou crônica (mantém o indivíduo informado da existência do estímulo lesivo) 
 
 FISIOLOGIA DA DOR: MORFOLOGIA E MECANISMOS 
• terminações nervosas livres (amielínicas ou mielinizadas) 
• A fisiologia da dor pode ser dividida em 5 fases: transdução, condução, transmissão, percepção e 
modulação (segundo o Sanar) 
 
Reflexões 
somáticas 
Medula espinal (retirada e extensão cruzada – reflexos) 
Autonômicas e 
neuroendócrinas 
Vômito, transpiração, aumento de frequência cardíaca, variação de P.A, vasoconstrição cutânea 
Comportamentais Alterações de humor, choro, tendência ao isolamento, manifestações vocais e alterações no sono 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
TRANSDUÇÃO 
• A transdução pode ser considerada o processo inicial da dor, que é a ação de nociceptores detectando 
um estímulo 
o O estímulo despolariza o terminal nervoso dos axônios aferentes, gerando potenciais 
receptores e eventualmente uma salva de potenciais de ação 
o Ocorre também a geração de um potencial elétrico despolarizante 
• OBS: na dor rápida, tudo cessa (nociceptores ficam inativos e tudo para) 
 
CONDUÇÃO 
• Nessa fase os nociceptores levam a informação até a medula espinal; isso ocorre por meio de 
neurônios de primeira ordem 
• Além dos neurônios, existem 3 principais tipos de fibras envolvidas nesse processo 
o Abeta: diâmetro grande, mielinizada e condução rápida 
o Adelta: diâmetro médio, mielinizadas e com condução intermediária 
o C: diâmetro pequeno, não mielinizadas, velocidade de condução lenta 
• OBS: até o final desse processo a pessoa ainda não sente dor 
 
TRANSMISSÃO 
• Ainda na medula, acontecem fortes estímulos que podem ser por conta de neurotransmissores ou 
bioquímicos (que podem ser excitatórios como glutamato e fatores de crescimento, ou inibitórios 
como GABA e opioides) 
 
PERCEPÇÃO 
• Nessa fase os neurônios de 1ª ordem (que levam a informação de áreas corticais para a medula) fazem 
sinapse com neurônios de 2ª ordem (que levam a informação da medula para o cérebro) 
• A percepção acontece quando o impulso nervoso é percebido como dor, por meio da integração dos 
estímulos nocivos com áreas do sistema límbico 
 
MODULAÇÃO 
• É a nossa reação à dor, e tem muitos fatores envolvidos (emocional, situações de luta/fuga ou não, 
segurança, crenças, entre outros) 
• É um processo complexo que tem um papel determinante em condições dolorosas crônicas 
• Pode ser por facilitação (em casos que a resolução rápida é necessária) e inibição (quando a dor não é 
considerada perigosa) 
 
MECANISMO DA DOR 
• 1ª sinapse da dor aguda(percepção): 
o É o primeiro momento que desencadeia de fato o processo doloroso 
o mediada por glutamato(se liga a receptores no neurônio N2, que são chamados NMDA ou 
AMPA, os dois são ionotrópicos) 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
o glutamato no AMPA: influxo de sódio 
o glutamato no NMDA: entrada e sódio e cálcio, no meio do receptor tem magnésio (para ter a 
entrada de sódio e preciso tirar esse magnésio por meio de uma despolarização da membrana; 
essa despolarização ocorre por meio da entrada de sódio no AMPA – tipo um feedback positivo 
do sódio no AMPA com o sódio no NMDA) 
o OBS: o AMPA trabalha bem sozinho, mas o NMDA precisa da ajuda do AMPA 
 
o Na dor aguda o principal receptor é o AMPA porque quase não vemos os efeitos do NMDA, mas 
na dor crônica é o oposto!! 
 
• Sinapse na dor crônica: 
o Caracterizada por um estímulo intenso e provável lesão tecidual 
o Normalmente tem presença de processo inflamatório (calor, rubor, edema e perda de função) 
o Na dor crônica, o glutamato se liga a receptores do tipo AMPA, que estimulam a abertura de 
canais de cálcio como o NMDA e por consequência, o influxo de cálcio na célula. Esse cálcio se 
liga ao PKC, desencadeando a produção de óxido nítrico (NO) pelo neurônio de 2ª ordem (pós 
sináptico). O NO se difunde na membrana e vai para o neurônio de 1ª ordem, desencadeando 
alguns eventos: 
- ativa a enzima guanil sintase, 
que fecha canais de potássio do 
neurônio de 1ª ordem (pré 
sináptico) 
- isso mantém a célula 
despolarizada por mais tempo, 
levando a uma maior exocitose 
de neurotransmissor 
- além disso, ele estimula 
liberação de substância P, que se 
liga a receptores metabotrópicos 
no N2. Isso leva a liberação de 
prostaglandinas, que reduz o 
limiar e excitabilidade das células 
 
PROCESSO INFLAMATÓRIO 
• Envolve uma complexa cascata de eventos bioquímicos e celulares: 
o extravasamento de fluidos 
o ativação enzimática 
o migração celular 
o liberação de mediadores 
o sensibilização 
o ativação de receptores 
o lise tecidual e reparo 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
• Eventos vasculares 
o vasodilatação 
o aumento de permeabilidade vascular 
o extravasamento proteico e plasmático 
 
• OBS: substâncias algiogênicas 
o bradicina (produz dor) e prostaglandinas (diminui o limiar) 
o outros receptores recrutados: acetilcolina, histamina, serotonina, íons potássio, substância P 
(vasodilatação), interleucinas... 
 
• Hiperalgesia: aumento da resposta dolorosa a um estímulo nociceptivo (previamente doloroso) 
o A liberação de substância P leva a vasodilatação e edema, que “ativa” mastócitos e plaquetas, 
que liberam histamina. Isso desenvolve alterações químicas na região da lesão, diminuindo o 
limiar de excitabilidade. 
 
MECANISMOS DE SENSIBILIZAÇÃO: 
• Sinalização química na via nociceptiva: a sensibilização periférica resulta no aumento da frequência 
de disparo de potenciais de ação de neurônios nociceptivos de primeira ordem, em decorrência da 
ação dos produtos liberados pela lesão 
• A sensibilização central é dependente do incremento de excitabilidade de neurônios do corno dorsal 
da medula espinal, em resposta aos altos níveis de atividade dos aferentes nociceptivos 
 
 TIPOS DE DOR E SUAS CARACTERÍSTICAS (fisiologia) 
DOR NEUROPÁTICA 
• Na regeneração axonal, canais de sódio dependentes de voltagem se instalam e disparam potencial de 
ação mesmo quando não há estímulo nenhum 
o Aumento de neuromediadores excitatórios no corno dorsal da medula 
o Maior expressão de canais de sódio, que leva a ampliação do campo receptivo por brotamento 
de fibras Abeta (mecanorreceptores de baixo limiar), causando a dor “aleatória” 
o Aumento de substância P e BDNF (fator neurotrófico) nessas fibras – interpretação de 
estímulos mecânicos inócuos como agressivos (alodinia) 
• Erro da neuroplasticidade e ausência de processo inflamatório, mas a dor continua 
 
DOR REFERIDA 
• Axônios dos nociceptores procedentes das regiões lesadas (vísceras) e referida (pele) convergem 
sobre o mesmo segundo neurônio de transmissão no corno dorsal da medula 
• A dor referida é caracterizada por uma dor distante do tecido causador da dor, geralmente entre pele e 
vísceras 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
• Ocorre devido a convergência de fibras na raiz 
posterior da medula 
o Duas fibras chegam ao mesmo lugar na 
medula, mas a medula não consegue 
identificar de qual das 2 fibras está 
chegando a informação de dor 
o Então na dúvida, a medula responde à fibra 
que normalmente traz dor (pele, porque 
geralmente traz + dor que vísceras) e a 
resposta da medula caracteriza a dor 
referida 
 
TEORIA DA COMPORTA 
• É uma analgesia endógena que estimula o processo analgésico voluntariamente 
• No desenho, neurônio preto é o de segunda ordem 
• Objetivo: bloquear a interação entre os neurônios de primeira e segunda ordem 
• Como? Estímulos táteis intensos (quando estimula uma fibra tátil do tipo Abeta, a atividade estimula o 
interneurônio inibitório que bloqueia a sinapse dos neurônios de 1 e 2* ordem) 
 
MODULAÇÃO DESCENDENTE 
• A estimulação do córtex somestésico SII possui efeitos inibitórios sobre a atividade de alguns neurônios 
• Parece estar ligado à liberação de serotonina e opióides endógenos 
• Substância cinzenta perioquedutal: seus neurônios se projetam p/ o núcleo magno da rafe; e 
promove analgesia através de dinorfina, encefalina e serotonina (alta concentração de receptores) 
• Estimulação do núcleo magno da rafe: produz depressão dos neurônios do corno posteror da medula 
tanto por mecanismos pré como pós sinápticos (neurotransmissor: serotonina e encefalina) 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 Aula 05: parte I 
 Sistema Olfatório 
 
BIBLIOGRAFIA: Tratado de Fisiologia Médica, GUYTON – cap. 54 08.03.2021 
 SISTEMA OLFATÓRIO: RECEPTORES (fisiologia) 
• Quimiocceptores localizados no epitélio pseudoestratificado da cavidade nasal 
• São neurônios bipolares com cílios na musosa olfatória 
• OBS: muco é importante para a transdução (apresenta proteínas ligadoras de odorantes – 
“capturar”odorantes lipossolúveis) 
 
• Se o potencial receptor for forte o suficiente pra atingir o limiar, ocorre a codificação (a informação é 
encaminhada para o bulbo olfatório – onde ocorre a primeira sinapse da via olfatória) 
 
• A primeira sinapse ocorre entre os glomérulos e células mitrais ou tufosas (células m/t) 
• No mesmo local em que ocorre a sinapse, ocorre um evento chamado inicição lateral, para melhorar o 
sinal sináptico que será processado 
• Entre os glomérulos existem células fazendo sinapse periglomerulares (células peiglomerular) 
 
• “Camadas” do sistema olfatório: 
o Muco e cílios 
o Camada mucosa/epitélio de sustentação: 
células olfatórias (com receptores olfatórios), 
células basais ou células de sustentação, 
glândulas de Bowman e fibras do nervo 
olfatório 
o OBS: na imagem as fibras são so tracinhos que 
ligam glomérulos às células olfatórias!! 
o A placa crivosa é a camada entre a mucosa e o 
bulbo olfatório 
o Bulbo olfatório: glomérulos, células mitrais ou 
células granulares, e fibras do trato olfatório 
 
TRANSDUÇÃO 
• Receptor (quimiorreceptor) acoplado à proteína G (G olf) 
• Mecanismo: 
o odorante se liga ao quimiorreceptor 
o proteína é ativada e realiza a conversão de GTP em GDP, gerando um estímulo p/ a adenil 
ciclase 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I UniversidadeSão Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
o cascata de eventos que aumenta os níveis de AMPc dentrro da célula 
o enzimas fosforilantes (cinases) abrem canais iônicos inespecíficos que permitem o influxo de Na 
e Ca 
o a entrada de íons leva ao potencial receptor, que se espalha até o cone de implantação do 
axônio do neurônio – onde vai ocorrer a codificação!! 
 
MECANISMO MULTIPLICADOR DOS EFEITOS ODORANTES 
• Potencializa a atividade celular p/ termos um aumento 
da percepção do estímulo odorante 
• Entrada de Ca faz abrir canais de Cl, e a maior entrada de 
Cl resulta em uma maior despolarização 
• OBS: o cloreto está em maior quantidade no LIC então 
quando o cálcio ativa a abertura de canais de cloreto, o 
cloreto começa a sair da célula 
 
ADAPTAÇÃO OLFATÓRIA 
• Receptores fásicos (ex: depois de um tempo não 
sentimos mais o cheiro do perfume) 
• O Ca se liga a calmodulina, formando o complexo cálcio-
calmodulina que determina o bloqueio de canais iônicos 
• Alguns livros dizem que o complexo atua no bloqueio da 
proteína G, mas independente de qual processo seja, 
podemos afirmar que os altos níveis de cálcio impedem 
a transdução!! 
 
 
 SISTEMA OLFATÓRIO: RECEPTORES (histologia) 
• Epitélio oflatório: céls basais, céls de sustentação, céls olfatórias e céls escova* 
*microvilosidades pra quaisquer estímulos 
• Células olfatórias são neurônios bipolares (únicos neurônios que são renovados na vida adulta)!! 
• Lâmina basal: TCF a TCD presente em todo o tecido epitelial, unindo o tecido epitelial a um TC que é a 
lâmina própria 
• Lâmina própria: TC em continuidade ao periósteo composto por glândulas olfatórias s ou de Bowmann 
(secreção de muco e outras moléculas como proteína OBP), fibras nervosas e vasos 
• Proteínas OBP: reconhece moléculas lipossolúveis e as apresenta para os receptores da membrana 
plasmáticas (as moléculas hidrossolúveis são diluídas no muco) 
• Muco limpa o epitélio olfatório! 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Histologia Texto e Atlas - ROSS 
 
 ANATOMIA DA VIA OLFATÓRIA (anatomia) 
• Apenas 2 neurônios no trajeto: mucosa olfatória (N1) e bulbo ofatório (N2) 
• Trato olfatório: 
• N1 envia axonios p/ N2, N2 no bulbo mandam axonios para a região cortical do trato olfatório 
• Os tratos formam a estria lateral: impulso consciente que terminam no UNCO e giro parahipocampal 
(lobo límbico) 
• OBS: as fibras não se cruzam, se a estria entra do lado direito po ex segue caminho p/ o unco direito 
• Não há relê talâmico (não passa pelo tálamo antes de ir para a via) 
 
Fonte: Tratado de Fisio. Médica, GUYTON e Histologia Texto e Atlas, ROSS 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 Aula 05: parte II 
 Sistema Auditivo 
 
BIBLIOGRAFIA: Tratado de Fisiologia Médica, GUYTON – cap. 53 08.03.2021 
 ANATOMIA DA ORELHA (anatomia) 
• Páginas 105 a 109 NETTER 
• Envolvido com audição e equilíbrio 
 Componentes anatômicos função Outras informações 
Orelha 
externa 
Pavilhão auricular e meato 
acústico externo (canal 
interno p/ a membrana 
timpânica) 
 
OBS: lóbulo não é cartilagíneo 
(tec. fibroso, tec. adiposo e 
vasos sanguíneos) 
Capta e conduz as ondas 
sonoras 
 
 
Irrigação: ramificações da artéria 
carótida externa (ex: artéria 
temporal superficial e artéria 
auricular posterior) 
 
Inervação: nervo auricular magno 
(C2 e C3), nervo auriculotemporal 
(ramo do nervo NC V par) 
Orelha 
média 
(cavidade 
timpânica) 
Ossículos, músculos tensor do 
tímpano e estapédio e nervo 
corda do tímpano 
Transforma as ondas sonoras 
em vibrações mecânicas 
(músculos contraem e 
atenuam os sons (proteção da 
OI contra ruidos elevados), 
reflexo de proteção) 
- tuba auditiva (óstio faríngeo da 
tuba auditiva) 
-contém os ossículos da audição: 
materlo, bigorna e estribo 
- equalização pressoões: fato 
importante p/ conducao e som 
Orelha 
interna 
Labirinto ósseo e labirinto 
membranoso 
(espaços complexos cheios de 
líquidos) 
Estimulam receptores 
sensitivos que convertem essa 
energia em impulsos elétricos 
que irão alcançar o SNC 
 
* Orelha média e orelha interna estão localizadas na parte petrosa do osso temporal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• A orelha externa é fixa ao crânio por frágeis músculos e ligamentos auriculares 
• Anatomia da membrana timpânica (entre orelhas externa e média): 
o septo entre O. E e O.M 
o mais ou menos 1cm de diâmetro 
o oblíquia/superfície lateral côncava 
o depressão central: umbigo (mini radar/antena parabólica) 
o maior parte dela é chamada denomnada tensa, mas existe a parte flácida 
o irrigação: ramificações da artéria maxilar 
o inervação: nervo auriculotemporal e auricular (superfície auricular) e ramos do nervo 
glossofarínego (superfície medial) 
 
• Orelha média: 
o espaço cheio de ar proveniente da nasofaringe onde se encontram ossículos da audição 
*cavidade timpânica propriamente dita (espaço relacionado à membrana timpânica) + recesso epitimpânico 
(superior a membrana; área que contém os ossos da audição) 
- teto: parede tegumental 
- assoalho: parede jugular 
- lateral: membra (membrana timpânica) 
- posterior: mastoidea (voltara pra orelha interna) 
- anterior: carotídea (voltada pra tuba auditiva) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 ORGANIZAÇÃO HISTOLÓGICA DA ORELHA (histologia) 
• Pavilhão externo: pele fina, glândulas sebáceas e sudoríparas, pelos, cartilagem elástica e músculos 
• Meato acústico externo: pele fina, glândulas sebáceas e ceruminosa tubulares espiraladas, pelos + 
cerúmen (proteção) 
*o produto de secreção(cerume) é lipídico e pastoso, com coloração 
 
• Sustentação: 1/3 parede cartilaginosa elástica e 2/3 contidas osso temporal 
 
• Membrana timpânica: 
o face/meato: pele fina sem papilas dérmicas (projeções da derme), tecido conjuntivo (fibras 
colágenas circular e radial elásticas, fbroblastos, fibras nervosas sensitivas e vasos) 
o face orelha média: epitélio cúbico simples 
o anel: fibrocartilagem 
o converte ondas sonoras em energia mecânica transmitida aos ossículos da orelha média!! 
 
• Orelha média: 
o porção pétrea do ossso temporal; preenchida por ar 
o TC associado a um tecido epitelial origina uma mucosa (epitélio simples pavimentoso a cúbico) 
sem glândulas 
o Tuba auditiva: comunicação da orelha média com a nasofaringe 
Óssea - ossos: martelo, bigorna e estribo 
- conectam a membrana timpânica à janela do vestíbulo (janela oval) 
- músculo tensor do tímpano 
- inervação: nervo trigêmeo 
- estapédio/estribo: nervo facial 
Cartilaginosa - cartilagem elástica: contínua a porção óssea da tuba 
- cartilagem hialina: próxima a abertura da nasofaringe 
Mucosa da 
tuba auditiva 
epitélio cilíndrico simples ciliado a pseudoestratificado com glândulas secretoras de 
muco + TC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 Aula 06 
 Sistema Auditivo II 
 
BIBLIOGRAFIA: Tratado de Fisiologia Médica, GUYTON – cap. 53 09.03.2021 
 SISTEMA AUDITIVO: COMPOSIÇÃO(anatomia) 
 ORELHA INTERNA 
• Localizada na parte petrosa do osso temporal 
• Contém órgãos relacionados a audição e ao equilíbrio 
• Estrutura: órgãos vestibulares e a cóclea 
o Série complexa de espaços cheios de líquido 
o Labirinto membranáceo: série de sacos e ductos intercomunicantes envolvidos por perilinfa e 
preenchidos por endolinfa 
o OBS: o labirinto membranáceo se localiza dentro do labirinto ósseo 
o Labirinto ósseo: série de cavidades (na tabela) localizadas na cápsula ótica, que é uma parte do 
osso temporal onde o osso fica + denso 
Cóclea Contém estruturas relacionadas a audição 
- modíolo: centro ósseo ao qual o canal espiral faz 2 voltas e meia; contém vasos 
sanguíneos e ramos do nervo coclear 
- rampas: divisões existentes no canal espiral a partir da presença do ducto coclear; 
rampa do vestíbulo e rampa do tímpano 
Vestíbulo Câmara oval no centro do labirinto ósseo que contém o utrículo e o sáculo 
Canais 
semicirculares 
3 canais que “circulam” o vestíbulo 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Atlas de Anatomia Humana, NETTER 
 
 ORGANIZAÇÃO HISTOLÓGICA DA ORELHA INTERNA (histologia) 
• Espaços com líquidos: 
o Endo linfático (endolinfa): alta concentração de K+ e 
baixa de Na+ 
o Perilinfático (perilinfa): baixa concentração de K+ e alta 
de Na+ 
• Labirinto ósseo: revestimento endósteo 
• Espaço perilinfático separa os dois labirintos!! 
 
• Labirinto membranoso: 
o Epitélio pavimentoso a cúbico circundado por TC 
o Sistema vestibular: vestíbulo (sáculo e utrículo) e 3 
canais semicirculares (ductos) 
- Porções epiteliais diferenciam-se em órgãos especiais 
(receptores sensoriais – máculas, cristas ampulares e 
órgãos de Corti) estabelecem contato com o nervo 
vestíbulo coclear 
Máculas - detectam a orientação da cabeça em relação a gravidade e aceleração linear 
- no sáculo é vertical e no utrículo é horizontal 
- células pilosas do tipo I e II formando um neuroepitélio, células de sustentação com 
microvilosidades (a mácula é uma camada gelatinosa acima dessas microvilosidades, 
composta por glicoproteínas e carbonato de cálcio) 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
Cristas 
ampulares 
- epitélio sensorial: células de sustentação e células receptoras (ou sensoriais) pilosas tipo 
I e tipo II 
- camada glicoproteica sem otólitos 
- TC com nervos e células epiteliais modificadas 
- sensíveis a aceleração circular (giro da cabeça) e terminações nervosas 
Órgãos de 
Corti 
- epitélio sensorial da cóclea 
- modificações: estria vascular (EV), órgão de corti (células sensoriais (pilosas) internas e 
externas), céls de sustentação (falângicas e céls pilares) 
- TC com capilares sanguíneos 
- membrana téctoria e túneis interno e externo 
*estria vascular: variação epitelial - parede lateral do ducto coclear (vascularização do epitélio) 
o Sistema auditivo: cóclea (ducto coclear) 
- escala ou rampa média (ducto coclear) representa a câmara central e contém endolinfa 
- escala ou rampa vestibular contém perilinfa 
- escala ou rampa timpânica contém perilinfa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Histologia Texto e Atlas, ROSS 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 CONCEITOS GERAIS DA AUDIÇÃO (fisiologia) 
• Importância: localização de fontes sonoras do ambiente, principalmente aqueles de importância 
imediata para sobrevivência (situações de perigo) 
 
• Submodalidade auditivas: 
o Intensidade do som – amplitude/volume 
o Discriminação tonal (grave/agudo) 
o Reconhecimento de timbres 
o Localização espacial de som na vertical e na horizontal 
o Percepção de fala (área de Broca, área de Wernicke e fascículo arqueado) 
o Percepção musical difusa, presente em diferentes áreas) 
 
• Os sons são audíveis na pressão do ar e se propaga em ondas sonoras 
• Propagação no ar ocorre em mais de 1200km/h 
• O sistema auditivo humano pode responder a ondas de 20 a 20.000Hz 
 
• Propriedade das ondas sonoras: 
o Frequência: determina o tom (graves/agudos) 
o Intensidade: expressa a energia mecânica (volume) 
o Diminui com idade, muita exposição a ruídos 
• Timbre: conjunto de diversas composições de ondas de um estímulo, com diferentes intensidades, 
frequências e relações de tempo entre 2+ ondas 
o Diferenciar sons (ex: vozes) 
• Diminui com idade, muita exposição 
 
TRANSDUÇÃO SONORA 
• É mecanoelétrica 
• Orelha externa: amplifica sons com frequências em torno de 3.000Hz – fala 
• Orelha média: amplifica o som 20x – compensação da perda na interface com o ouvido interno 
• Orelha interna: cóclea com 3 escalas 
o Timpânica 
o Vestibular 
o Média 
 
• Mecanismo: 
o A vibração da membrana basilar excita as terminações dos cílios, por meio de uma inclinação. 
Todos os cílios se inclinam no mesmo sentido. Se inclinarem do menor para o maior leva a uma 
despolarização da célula e se for do maior para o menor leva a uma hiperpolarização. Por causa 
disso se diz que o potencial é bifásico!! 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
o A movimentação dos cílios desencadeia reações que levam a movimentação de fibras basilares, 
bastões de Corti e lâmina reticular. O movimento de fibras leva a movimentação da lâmina 
reticular, fazendo com que os cílios e as células ciliadas sejam distorcidos para frente e para trás 
contra a membrana tectorial. Assim, as células ciliadas são excitadas sempre que a membrana 
basilar vibra. 
o As células ciliadas externas influenciam no movimento de células ciliadas internas (ex: ouvir o 
cochicho de alguém em um lugar barulhento é um exemplo de ação de células externas em 
células internas) 
 
 PERCEPÇÃO DA INTENSIDADE DO SOM (fisiologia) 
 REFLEXO DE ATENUAÇÃO 
• Botão de volume natural 
• Regula a rigidez da membrana timpânica e da cadeia ossicular (esse segundo é o principal) 
o Ele atua no músculo tensor do tímpano e no estapédio, contraindo os músculos e permitindo a 
rigidez da cadeia de ossículos 
o Tensor do tímpano: inervado pelo nervo trigêmeo; ancorado ao martelo e ao osso da cavidade 
da orelha média 
o Estapédio: inervado pelo nervo facial; ancorado ao estribo e ao osso 
• Nível sonoro menor que 70dB (músculo relaxado) e maior que 70dB (músculo contraído) 
o Sons acima de 130dB ativam nociceptores e portanto geram dor 
o Temos um retardo normal na atuação do reflexo, por isso pessoas podem ficar surdas em 
explosões (ficaram em um estímulo muito intenso e não deu tempo do reflexo atuar) 
• OBS: potencial receptor proporcional a amplitude das ondas sonoras!! 
 
TONOTOPIA 
• Percepção de tom no aparelho auditivo (grave e agudo) 
• Se esticarmos a cóclea como uma fita que estava enrolada, podemos perceber que ela é mais rígida na 
base e mais larga e flexível no ápice 
o Tons graves não tem força suficiente para mexer a parte rígida da membrana basilar (a parte 
rígida da cóclea esticada), só há a movimentação do ápice – isso leva a uma menor 
movimentação do líquido e da membrana basilar 
o Tons agudos tem muita força e conseguem mexer a parte rígida, mas não mexem tanto na 
parte flexível 
o Tons intermediários estimulam uma região mediana, entre os extremos 
• Assim, o principal método que o sistemanervoso usa para interpretar diferentes frequências sonoras 
é analisar a posição da membrana basilar que está sendo mais estimulada!! 
 
 
 
 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
MECANISMO DE LOCALIZAÇÃO DO SOM 
• Plano horizontal: requer uma comparação dos sons que alcançam os 2 ouvidos 
o retardo temporal intrauricular: sons na faixa de 20 a 200Hz (onda sonora tem um 
comprimento maior que a distância entre os 2 ouvidos) 
o quando temos um estímulo sonoro do lado direito por exemplo, os dois ouvidos interpretam o 
som mas o lado direito interpreta primeiro – isso é o retardo temporal 
o isso é importante para o córtex entender de qual lado veio o estímulo sonoro (importante 
para situações de perigo por exemplo) 
 
o diferença de intensidade interauricular: sons na faixa de 2000 a 20.000 Hz (no lado da sombra 
sonora a frequência é menor) 
o um som que veio do lado direito estimula células no nosso ouvido direito que reduzem a 
capacidade de interpretação do lado esquerdo (oposto ao estímulo) 
 
o esses dois mecanismos atuam juntos para facilitar o reconhecimento da localização do estímulo 
sonoro, o sistema nervoso percebe qual lado recebeu o estímulo primeiro (retardo) e a 
intensidade do estímulo em cada orelha - se o estímulo estiver mais fraco na orelha esquerda é 
porque provavelmente veio do lado oposto 
 
• Plano vertical: não é preciso 
o Reflexão com objetos externos, como o solo e o pavilhão auditivo são diferentes conforme a 
posição da fonte sonora 
 
 VIA AUDITIVA (anatomia) 
• Interpretações bilaterais do mesmo local de audição se devem ao jeito que 
essa via funciona 
 
 
 
 
 
 
 
• OBS: se tiver lesão a partir dos núcleos cocleares 
 
 
 
N1 gânglio espiral (cóclea), onde origina o nervo 
coclear 
N2 Núcleos cocleares, cujos axônios cruzam e 
formam o lemnisco lateral 
N3 Colículo inferior (uma parte penetra do mesmo 
lado) 
N4 Tálamo (corpo geniculado lateral) e cápsula 
interna (gânglio temporal t. anterior) 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 Aula 07: parte I 
 Sistemas sensoriais: aprendizado e memória 
 
BIBLIOGRAFIA: Tratado de Fisiologia Médica, GUYTON – cap. 58 15.03.2021 
 COGNIÇÃO (fisiologia) 
• É o processo de estar consciente (saber, pensar, aprender e julgar) 
• Dividido em 4 esferas: gnosias (reconhecer as coisas pelos 5 sentidos), praxias (aprendizado motor), 
linguagem (comunicação), aprendizado e memória 
• Aprendizado e memória podem resultar de modificações na transmissão sináptica (podem ser 
disparadas pela conversão de atividade neural em segundos mensageiros intracelulares) 
 
• Engrama: unidade física da memória de natureza desconhecida; tipo um arquivo cerebral que 
corresponde a um fato 
 
MEMÓRIA 
• Memória é a capacidade de reter ou readquirir ideias/imagens/expressões e conhecimentos adquiridos 
anteriormente, reportando-se às lembranças 
• Sequência de processos que dá origem à memória: 
o Seleção de eventos (qualquer coisa memorizável: pensamento, acontecimento..), que podem 
ser externos ou internos 
o Aquisição de aspectos mais relevantes (mais fortes sensorialmente ou priorizados por critérios 
desconhecidos) 
o Retenção temporária: pode durar segundos ou dias, e pode ter 3 destinos (evocada para gerar 
um comportamento, consolidada para uma retenção duradoura ou é esquecida) 
o OBS: a retenção duradoura também pode ser evocada para gerar um comportamento ou pode 
ser esquecida com o tempo 
 
o Tipos e subtipos de memória: 
Classificação Tipos e subtipos 
Quanto ao tempo de 
retenção 
Ultra rápida ou imediata 
Curta duração 
Longa duração 
Quanto à natureza Explícita ou declarativa (subdividida em: episódica e semântica) 
Implícita ou não declarativa (subdividida em: de representação perceptual, de 
procedimentos, associativa e não associativa) 
Operacional ou memória de trabalho 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
• Memória explícita ou declarativa: 
o Depende de fatores de avaliação, cognição.. 
o Episódica: quando se envolve eventos datados ou seja, relacionados ao tempo (ex: 
aniversários) 
o Semântica: envolve conceitos atemporais ou memória cultural; associadas a conhecimento 
acerca do mundo (ex: assuntos de anatomia) 
 
• Memória implícita ou não declarativa: 
o Não pode ser descrita em palavras; se estabelece lentamente através de repetições 
o De representação perceptual: não temos registros padronizados (ex: fotos de Einstein – nunca 
o vimos, mas já vimos fotos e reconhecemos quem é) 
o De procedimento: hábitos, habilidades e regras (ex: andar de bicicleta) 
o Associativa: quando olhamos para alimentos que gostamos começamos a salivar 
o Não associativa: aprendemos sem perceber (latido de cão não nos traz riscos, então ignoramos 
esse estímulo) 
 
• Memória operacional ou de trabalho: 
o Raciocínio imediato, resolução de problemas e elaboração de comportamentos 
o Utiliza dados de memória ultra rápida e de longa duração 
o Elaborada por neurônios do lobo pré frontal (interage com outras áreas p/ concluir a atividade 
de planejamento e estratégia) 
 
• Esquecimento/amnésias: 
o Amnésia retrógrada: trauma/lesão no SNC – não se lembra de fatos ocorridos antes do trauma 
o Amnésia anterógrada: não consegue reter novas memórias 
o Amnésia global transitória: lacunas em suas memórias (trauma ou falta de fluxo no sangue) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
Aula 07: parte II 
 Sistemas sensoriais: visão 
 
BIBLIOGRAFIA: Tratado de Fisiologia Médica, GUYTON – cap. 50 a 52 15.03.2021 
 CONCEITOS GERAIS DA VISÃO (fisiologia) 
• A retina é a janela do encéfalo p/ o mundo 
• Mais de um terço do córtex cerebral humano está comprometido com a análise do mundo visual 
• Luz é uma energia eletromagnética emitida na forma de ondas (380 a 750nm é o comprimento de 
onda visível) 
• Amplitude = intensidade da luz – brilho 
• Radiação eletromagnética: refração, absorção e reflexão 
• Submodalidades da visão: 
o Intensidade de luz 
o Localização espacial 
o Medida do brilho 
o Discriminar cores 
o Discriminar formas 
o Detecção de movimento 
 
 CONCEITOS GERAIS (anatomia e histologia) 
• Órbita: é a cavidade 
em que se encontra a 
região orbital (lembra 
uma pirâmide) 
• Região orbital: região 
que contém o bulbo do 
olho (bolinha do olho) 
e estruturas acessórias 
• Estruturas acessórias: 
pálpebra, músculos, 
nervos e vasos, fáscia 
orbital (circunda os 
bulbos e músculos) e 
túnica mucosa (TC que 
reveste aa pálpebras e 
face anterior dos 
bulbos e aparelho 
lacrimal) 
 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
PÁLPEBRAS (anatomia e histologia) 
• Funções: 
o Protegem a córnea e o bulbo do olho contra lesões e agentes (ex: poeira) 
o Mantém a córnea úmida porque ajuda a espalhar o líquido lacrimal!! 
• Túnicas conjuntivas da pálpebra e túnica conjuntiva do bulbo formam o espaço sacular (saco da 
conjuntiva) 
• Quando o olho está fechado a estrutura sacular fica totalmente fechada e quando o olho está aberto 
elas possuem uma “abertura” 
• OBS: o líquido lacrimal fica contido dentro da estrutura sacular 
 
• Rima das pálpebras: espaço entreas pálpebras 
• Tarsos são lâminas de TC que formam o “esqueleto” da pálpebra 
o regiões onde são encontradas as glândulas tarsais (sã glândulas sebáceas que produzem uma 
secreção lipídica que lubrifica a margem as pálpebras, impedindo que as pálpebras grudem 
quando estão fechadas) 
o essa secreção lipídica forma uma barreira para que o líquido lacrimal não ultrapasse e extravase 
em situações normais (quando não estamos chorando) 
o OBS: a margem das pálpebras atua como uma barreira mecânica 
 
• Composição histológica dessa região: 
o Epitélio de revestimento (epitélio estratificado cilíndrico com células caliciformes apoiadas em 
lâmina basal de TC) constituindo a conjuntiva 
o TC rico em vasos sanguíneo 
 
 APARELHO LACRIMAL (anatomia e histologia) 
• Na anatomia, lágrima = líquido lacrimal; a lágrima só recebe esse nome quando o líquido extravasa 
• Glândulas lacrimais secretam líquidos lacrimais (composição salina com lisozimas – enzimas com ação 
bactericida) 
o possuem de 8 a 12 ductos excretores (conduzem o líquido p/ o saco da conjuntiva) 
o o líquido lubrifica a superfície da conjuntiva e da córnea, fornecendo nutrientes!! 
o destino do líquido: espalhado na pálpebra, bulbo do olho e empurrado p/ o vértice 
o canalículos lacrimais drenam o líquido p/ uma estrutura dilatada chamada saco lacrimal 
o caminho do líquido depois do saco lacrimal: saco lacrimal – ducto lacrimonasal – meato nasal 
inferior (ajuda no umedecimento do ar nessa região) 
• Recebe inervação de nervos faciais (sendo mais específico, do nervo facial) por meio de impulsos 
parassimpáticos (os impulsos estimulam a secreção do líquido) 
 
 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 Aula 08: 
 Sistemas sensoriais: visão II 
 
BIBLIOGRAFIA: Tratado de Fisiologia Médica, GUYTON – cap. 50 a 52 16.03.2021 
 BULBO DO OLHO (anatomia e histologia) 
• É o globo ocular 
• Diâmetro aproximado de 25mm 
• Composto por uma camada de TCF e 3 túnicas (de fora pra dentro): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÚNICA FIBROSA 
• Esclera: 0,4 a 1mm (obs: na criança a esclera é + delgada) 
• Substância própria: TCDM e fibras colágenas, pouco vascularizada 
• Lâmina supracorioidea: contém fibras colágenas + finas e fibras 
elásticas, fibroblastos, melanócitos, macrófagos e outras células do TC 
 
• Limbo: 
o Junção corneoescleral ou esclerocorneana (entre córnea e 
esclera) 
o Células tronco do limbo - CTL (epitélio mais espesso na área de 
junção) 
o Altamente vascularizada 
o Ângulo iridocorneal: seio venoso da esclera (canal de 
Schelmm) drena o humor aquoso 
o Conjuntiva não invade a córnea, mas o epitélio da córnea é 
uma continuação dela!! 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
• Córnea: 
o 0,5 a 1mm 
o Transparente e avascular, mas apresenta muitas terminações nervosas 
o transmite e refrata a luz 
o epitélio em continuidade com a conjuntiva; renovado constantemente 
o Nutrientes vem da túnica vascular!!! 
o Camadas da córnea: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÚNICA VASCULAR 
• Formada pelo corpo ciliar, corioide e íris 
• Corioide: camada marrom-avermelhada 
o Entre a esclera e a retina (perto da esclera tem vasos de maior calibre e perto da retina tem 
vasos de menor calibre) 
o Maior porção da túnica vascular 
o 3 camadas: 
Membrana 
de Bruch 
- fibras elásticas e colágenas + lâmina basal (derivada do epitélio da retina e do 
endotélio de capilares) 
Coriocapilar - capilares fenestrados e nutrição da retina 
Estroma da 
corioide 
- melanócitos, fibroblastos e neurônios do sistema nervoso autônomo 
- presença de fibras elásticas, fibras colágenas e fibras de músculo liso 
- vasos sanguíneos 
 
 
Epitélio - formado por 5 camadas de células (células da base são cilíndricas e as apicais são 
pavimentosas 
- renovado a cada 7 dias 
- epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado com desmossomos 
- presença de microvilosidades (permitem que o fluido lacrimal fique retido por + tempo) 
- atravessadas por terminações nervosas livres 
- constante exposição a radiação UV 
Camada de 
Bowman (lâmina 
limitante 
anterior) 
- proteção para córnea (barreira de impedimento de processos inflamatórios) 
- 6 a 9 micrômeros 
- fibras de colágeno do tipo I 
- não sofre regeneração 
Estroma - feixes de colágeno I e V dispostos em lamelas 
- fibroblastos modificados (queratinócitos) que sintetizam elementos da matriz extracelular 
- nervos mielínicos e proteoglicanos (entre lamelas e fibras) 
- quando lesada, a orientação das fibras de colágeno se alteram (compromete a 
transparência da córnea) 
Membrana de 
Descemet (lâmina 
limitante 
posterior) 
- 5 a 10 micrômeros 
- constantemente renovada e produzida pelo endotélio 
- fibras de colágeno do tipo VII 
- pode aumentar de espessura em idosos!! 
Endotélio - células fortemente aderidas (complexo unitivo, desmossomos e zonas de oclusão) para 
impedir o influxo do humor aquoso para o estroma 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
• Corpo ciliar: espessamento da camada posterior ao limbo da córnea, promovendo a união da corioide 
com a íris 
o Possui parte muscular e parte vascular, as duas são consideradas subdivisões do estroma 
- a camada externa é composta por músculo 
liso (músculo ciliar), que forma a maior 
parte do corpo ciliar 
- a camada interna é vascular e se estende 
até os processos ciliares 
o Contornos irregulares formando saliências – 
processos ciliares (local de produção do 
humor aquoso); TCF 
o Epitélio ciliar: epitélio duplo cúbico a 
cilíndrico apoiado na lâmina basal (a camada 
externa é bem pigmentada e é contínua ao 
epitélio pigmentado da retina) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Histologia Texto e Atlas, ROSS 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
• Íris 
o Prolongamento da corioide que cobre parte do cristalino 
o Controla a qtde de luz que entra dentro do olho 
o Epitélio pigmentar posterior (cilíndrico) rico em grânulos de melanina apoiada em lâmina basal 
o OBS: quanto mais melanina mais escura a íris 
o “mioepitélio” pigmentar anterior (cilíndricas) rico em grânulos de melanina com 
prolongamentos contráteis e apoiado em l6amina basal que os delimita do estroma adjacente 
o Estroma: TCF bem vascularizado rico em fibroblastos, macrófagos e melanócitos 
 
Fonte: Histologia Texto e Atlas, ROSS 
 
• Cristalino ou lente 
o É mantido pelas fibras da zônula ciliar, que permite a acomodação (ligamentos) 
o Fica suspenso pelas fibras da zônula ciliar 
o É transparente e sofre deformações (aspecto gelatinoso) 
o Cápsula: lâmina basal, fibras colágenas e glicoproteínas 
o Epitélio subcapsular: simples cúbico disposto na camada anterior do cristalino 
o Fibras do cristalino: células anucleadas, alongadas e citoplasma reduzido 
 
• OBS: Túnica interna na próxima aula!! 
 
 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
Fonte: Histologia Texto e Atlas, ROSS 
 
 LÍQUIDOS DO OLHO (fisiologia) 
• Mantém a pressão suficiente no globo ocular p/ conservá-lo distendido 
• Humor aquoso: a frente do cristalino 
o Garante a pressão do líquido intraocular – cerca de 15mmHg (11 a 21mmHg) 
o Produzimos 2 a 3 mililitros/minutos 
o Formação: sódio reage com Cl- e HCO3, e H2O sai por osmoseo Fluxo: processos ciliares – pupila – câmara anterior do olho – direção anterior ao cristalino – 
entra no ângulo entre córnea e íris – malha de trabéculas – canal de Schlemm – veias 
extraoculares 
o Secretado por processos ciliares (céls epiteliais secretoras; área altamente vascularizada) 
o Equilíbrio: formação/reabsorção 
 
o Acomodação pelo cristalino: envolvido na formação de imagens nítidas de objetos + próximos, 
situados a uma distância menor que 9mm em relação ao olho (cristalino tem natureza elástica) 
o A capacidade de acomodação é alterada com a idade! 
o OBS: estimulação da visão de perto SNPS(sistema nervos parassimpático) e visão de longe 
SNS(sistema nervoso simpático) 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 
• Astigmatismo: irregularidades na curvatura da córnea ou do cristalino que levam a diferentes graus de 
refração nos planos horizontal e vertical 
• Humor vítreo: entre a superfície posterior do cristalino e a retina 
 
 
Fonte: Tratado de Fisio. Médica, GUYTON 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 Aula 09: 
 Sistemas sensoriais: visão III 
 
BIBLIOGRAFIA: Tratado de Fisiologia Médica, GUYTON – cap. 50 a 52 22.03.2021 
 TÚNICA INTERNA (anatomia e histologia) 
• A retina converte a imagem luminosa em impulsos nervosos e é dividida em partes 
o Retina neural: camada interna com fotorreceptores (em vermelho na imagem) 
o Parte das camadas da retina recebe nutrientes por meio de difusão das células do epitélio 
pigmentar 
• Fundo do olho inclui a região disco do nervo óptico (insensível a luz – ponto cego), onde fibras 
sensitivas e vasos entram no bulbo do olho 
• Mácula lútea e fóvea central (no centro da mácula) - mácula tem fotorreceptores especializados 
(cones)- na fóvea temos a maior acuidade visual!! 
• Vascularização: 
o Vasos sanguíneos atravessam a esclera para nutrir a túnica interna 
o Artéria ciliar posterior longa e artérias posteriores curtas 
o Artéria central da retina e veia central da retina (transitam pelo disco do nervo óptico) 
o OBS: artéria central da retina tinha ramos que iam até a lente do indivíduo para nutrir a lente, 
mas eles se fecharam com a evolução, gerando uma ”cicatriz” chamada de canal hialoide 
• Epitélio pigmentado da retina aderida à corioide (não sensorial) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Atlas de Anatomia 
Humana, NETTER 
 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 RETINA (anatomia e histologia) 
• Possui 10 camadas histológicas 
• Neurônios e células de sustentação que compõem as 10 camadas: 
o Céls fotorreceptoras: cones e bastonetes (céls sensoriais primárias) 
o Neurônios condutores: células bipolares e ganglionares 
o Neurônios associativos: células horizontais e amácrinas 
o Células de sustentação: neurogliais (astrócitos e micróglias) e células de Muller 
Fonte: Histologia Texto e Atlas, ROSS 
 
ESPECIFICAÇÕES DAS CÉLULAS 
• Cones e bastonetes 
Cones Bastonetes 
- 7 milhões localizados na fóvea central 
- visão colorida e detalhada 
- segmento externo é cônico que termina em pedículo 
- sinapse com céls bipolares e horizontais 
- fotopigmento: iodopsina 
- absorção: 420nm, 535nm e 65nm 
- 120 milhões localizados na periferia 
- visão periférica e noturna 
- segmento externo é cilíndrico que termina em esférula 
- sinapse com céls bipolares e horizontais 
- fotopigmento: rodopsina 
- absorção: 496nm 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 
• Células bipolares e ganglionares 
o Conduzem os impulsos recebidos pelas células fotorreceptoras 
o Axônios amielínicos das céls ganglionares – fazem parte do nervo óptico 
 
• Células horizontais e amácrinas 
o Não possuem axônios ou dendritos – processos neuríticos ramificados 
o Estabelecem contato com fotorreceptores e células ganglionares respectivamente 
 
• Fóvea 
o É uma região marcante da retina!! 
o Depressão superficial que contém cones em abundância 
o Função: acuidade visual (onde ocorre a refração da luz) 
 
Fonte: Tratado de Fisio. Médica, GUYTON e Histologia Texto e Atlas, ROSS 
 
Características Retina central Retina periférica 
Melhor desempenho Visão fotópica Visão escotópica 
Receptor + frequente Cone Bastonete 
Circuito + frequente Linha exclusiva Projeção convergente 
Sensibilidade a intensidade Baixa Alta 
Discriminação de formas Ótima Precária 
Visão de cores Ótima Precária 
Resultado da lesão Cegueira total localizada Cegueira noturna 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
A 
C 
D 
 
 
 
 ANATOMIA DO BULBO DO OLHO (anatomia) 
• No trajeto até a retina, as ondas luminosas passam por várias camadas 
• Humor aquoso ocupa o segmento anterior do bulbo do olho! 
• Podemos separar o bulbo do olho em 2 segmentos: 
o segmento anterior (dividido em 2 partes: câmara anterior (anterior à íris) e câmara 
posterior(posterior a íris)) 
o segmento posterior (abriga o humor vítreo – lembra uma substância gelatinosa transparente – 
que ajuda a manter a lente e a retina no lugar) 
o OBS: as duas câmaras do segmento anterior é preenchida por humor aquoso 
o Seio venoso da esclera ou canal de Schlemm: local onde ocorre a drenagem do humor aquoso 
para uma região vascularizada (pode ser que essa região seja entupida por diversos fatores e 
quando isso ocorre, há o aumento da pressão intraocular ou PIO – tem muito líquido produzido 
que não consegue ser drenado, aumentando a pressão dessa região e podendo levar a 
compressão de estruturas por exemplo) 
 
 MÚSCULOS (anatomia) 
• Extrínsecos (movimentam o bulbo para direcionar o foco de visão) 
a. Musculo oblíquo superior (nervo troclear) 
b. Músculo levantador da pálpebra superior 
 (nervo oculomotor) 
c. Musculo reto superior (nervo oculomotor) 
d. Musculo reto medial (nervo oculomotor) 
e. Musculo reto inferior (nervo oculomotor) 
f. musculo obliquo inferior (nervo oculomotor) 
g. Musculo reto lateral (nervo abducente VI) 
 
 
 MOVIMENTOS OCULARES (fisiologia) 
• Classificação dos movimentos oculares: 
o Coordenação binocular: o movimento de ambos os olhos pode ser conjugado(globos oculares 
se movimentam para o mesmo lado) ou disjuntivo(globo ocular indo para direções opostas) 
o Velocidade: são sacádicos(rápidos independentes do movimento do objeto) ou de seguimento 
(lentos; seguem o movimento do objeto) 
o Trajetória: são radiais (se o eixo visual se desloca para qualquer direção) e torcionais(quando o 
eixo permanece fixo e só os globos oculares se mexem) 
 
• Obs: os movimentos dos olhos e da cabeça estão relacionados ao sistema vestibular 
 
B 
E 
F 
G 
 Parte I: Neuro I Morfofisiologia Humana I Universidade São Francisco 
Sabrina Carvalho Miname LXXII 
 
 Aula 10: 
 Sistemas sensoriais: visão IV 
 
BIBLIOGRAFIA: Tratado de Fisiologia Médica, GUYTON – cap. 50 a 52 23.03.2021 
 FOTOTRANSDUÇÃO (fisiologia) 
• Nos cones: 
o Sob a luz brilhante, há queda nos níveis de GMPc nos 
bastonetes, até um ponto que a resposta da

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