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Emergências Cirúrgicas - 8º semestre - UNIFTC Nícia Torres Estrela Traum� abdomina� � pélvic�: Lesões de órgãos e vísceras retroperitoneais são difíceis de serem reconhecidas e diagnosticadas (exame físico difícil). Abdome anterior: se houver ferimento, a maioria das vísceras ocas pode estar acometida. Transição toracoabdominal: ● Área localizada abaixo da linha transmamilar. ● Protegida pelos ossos do tórax e inclui diafragma, fígado, baço e estômago. Flanco e dorso: ● Possuem músculos que atuam como uma barreira parcial para ferimentos penetrantes; ● Agrupam órgãos retroperitoniais. Retroperitônio: possui aorta abdominal, veia cava inferior, grande parte do duodeno, pâncreas, rins, ureteres, segmento posterior dos cólons ascendentes e descendentes, componentes retroperitoneais da cavidade pélvica. Cavidade pélvica: ● Parte inferior dos espaços retro e intraperitoneal, limitada pelos ossos pélvicos. ● Possui reto, bexiga, vasos ilíacos e órgãos reprodutores internos (mulheres). ATENÇÃO!!! Demora no reconhecimento de lesões intra-abdominais e/ou pélvicas → morte precoce por hemorragia ou morte tardia por lesão visceral. MECANISMO DO TRAUMA: Trauma fechado: Impacto direto: compressão ou esmagamento de vísceras abdominais e da pelve → contato do abdome com o volante ou com a intrusão da porta em uma colisão de veículos ● Deformam os órgãos sólidos e vísceras ocas; ● Ruptura de órgãos: hemorragia secundária, contaminação pelo conteúdo intestinal e peritonite; Cisalhamento: lesão por esmagamento → dispositivo de segurança e de restrição é usado de forma inadequada. Desaceleração: estruturas fixas e não fixas do corpo sofrem movimentos em sentidos opostos → acidentes automobilísticos. ● Lacerações do fígado e do baço (órgãos móveis) nos locais de inserção de seus ligamentos de sustentação (estruturas fixas); Órgãos mais acometidos: baço, fígado, intestino delgado OBS: acionamento do airbag não impede lesão abdominal Trauma aberto: Arma branca e projéteis de baixa velocidade: corte e laceração de tecidos. Fígado (40%), intestino delgado (30%), diafragma (20%) e o cólon. Ferimentos por projéteis de alta velocidade: transferem mais energia cinética às vísceras abdominais. Pode aumentar os danos ao longo do seu trajeto (cavitação temporária). Arma de fogo: ferimentos devido a sua trajetória, efeito de cavitação e fragmentação do projétil. Intestino delgado (50%), cólon (40%), fígado (30%) e estruturas vasculares abdominais (25%). Arma tipo escopeta ou espingarda: as lesões dependem do tipo de munição utilizada e da distância entre a arma e o doente. Dispositivos explosivos: lesões penetrantes e não penetrantes ● Doentes próximos à fonte da explosão: lesões pulmonares e lesões de vísceras ocas relacionadas à sobrepressão da explosão (onda de choque) Referência: ATLS 9 Emergências Cirúrgicas - 8º semestre - UNIFTC Nícia Torres Estrela Dispositivo de contenção x Lesão: Cinto abdominal: compressão e hiperflexão ● Lesão pancreática e duodenal; ● Ruptura do intestino delgado ou do cólon; ● Esgarçamento ou avulsão do mesentério; ● Trombose da artéria ilíaca ou da aorta abdominal. Cinto de 3 pontos: escorregamento e compressão. ● Ruptura de vísceras da porção superior do abdome Airbag: contato; contato/desaceleração; flexão (sem contenção); hiperextensão (sem contenção). AVALIAÇÃO: Hipotensos: rapidamente avaliar ● Há lesão abdominal e/ou pélvica? ● Se sim, está causando a hipotensão? Avaliação mais detalhada: doentes hemodinamicamente normais sem sinais de peritonite ● Há lesões específicas e causadoras de morbidade e mortalidade tardia? ● Exames clínicos repetidos: apareceram sinais de sangramento ou peritonite? História: Vítimas de colisões automobilísticas: obter informações sobre ● Velocidade do veículo; ● Tipo de colisão (ex: capotamento ou impacto frontal, lateral ou traseiro); ● Intrusão de partes do veículo no compartimento de passageiros; ● Tipos de dispositivos de contenção; ● Acionamento dos airbags; ● Posição do doente no veículo; ● Condições dos passageiros, se houver. Quedas: determinar ● Altura da queda (lesão de desaceleração); ● Sinais vitais; ● Lesões aparentes; ● Resposta ao tratamento pré-hospitalar. Trauma penetrante: informações sobre ● Tempo de lesão; ● Tipo de arma (faca, revólver, rifle ou escopeta); ● Distância do agressor ○ Ferimentos por cartucheira a probabilidade de lesões viscerais graves diminui quando a distância é > 3 m; ● Número de facadas ou tiros recebidos; ● Volume de sangue perdido pela vítima na cena da agressão. ● Localização e intensidade de qualquer dor abdominal (colher informações do doente). Dispositivo explosivo: determinar a probabilidade de lesões viscerais por onda de alta pressão. Aumenta com a proximidade do doente da explosão. EXAME FÍSICO: Seguir o padrão inspeção, ausculta, percussão e palpação. Avaliar: estabilidade pélvica; uretra; períneo; reto; vagina; glúteos Documentar os resultados no prontuário do paciente, mesmo se forem negativos. Inspeção: Despir completamente o paciente. Abdome (anterior e posterior) e parte inferior do tórax e períneo: ● Abrasões e contusões pelos dispositivos de contenção (cinto de segurança); ● Lacerações; ● Feridas penetrantes; ● Corpos estranhos empalados; Referência: ATLS 9 Emergências Cirúrgicas - 8º semestre - UNIFTC Nícia Torres Estrela ● Evisceração de epíplon ou de intestino delgado; ● Evidência de gravidez. Flanco, escroto e área perianal: ● Sangue no meato uretra!; ● Edemas; ● Hematomas; ● Laceração do períneo, da vagina, do reto ou das nádegas (sugestivo de fratura pélvica exposta). Término do exame físico: cobrir o paciente com cobertores → prevenir HIPOTERMIA Ausculta: Difícil na emergência. Objetivo: confirmar a presença ou a ausência de ruídos hidroaéreos. Resultados úteis: quando normais no exame inicial e alteram-se ao longo do tempo. Percussão e palpação: Percussão abdominal pode provocar sinais de irritação peritoneal. Se presente, evitar palpação para não causar dor desnecessária. Defesa abdominal voluntária do paciente ● Exame pouco confiável; ● Sinal confiável de irritação peritoneal Palpação: ● Dor superficial (parede abdominal) ou profunda; ● Presença de um útero gravídico; ● Estimativa da idade fetal; ● Palpação da próstata deslocada cranialmente: sinal de fratura pélvica importante. Avaliação da estabilidade pélvica: Hemorragia pélvica grave: ocorre rapidamente → diagnóstico o mais precoce possível. Se atentar a ● Hipotensão inexplicável; ● Instabilidade mecânica do anel pélvico (fraturas pélvicas + hipotensão + sem outra fonte de sangramento). Achados sugestivos de fratura pélvica: ● Ruptura de uretra (próstata deslocada cranialmente, hematoma escrotal ou sangue no meato uretral); ● Discrepância entre o comprimento dos membros; ● Deformidade rotacional da perna sem fratura óbvia. Manipulação manual da pelve: ● Pode agravar a hemorragia ● Evitar em choque ou fratura pélvica óbvia Manobra de distração e compressão: ● Hemipelve instável é girada para dentro (internamente) e, em seguida, para fora (externamente). ● Movimento das cristas ilíacas. Radiografia anteroposterior (AP) da pelve: confirma o exame clínico. Exame da uretra, períneo e reto: Lesão uretral: ● Sangue no meato uretral; ● Equimose ou hematoma no escroto ou períneo. Trauma fechado: ● Avaliar tônus do esfíncter e a integridade da mucosa retal; ● Determinar a posição da próstata (deslocamento cranial indica ruptura uretral); ● Identificar quaisquer fraturas dos ossos da pelve. Ferimentos penetrantes: ● Avaliar tônus do esfíncter; ● Procurar sangramento de uma perfuração do intestino. Referência: ATLS 9 Emergências Cirúrgicas - 8º semestre - UNIFTC Nícia Torres Estrela ATENÇÃO!!! Sonda de Foley NÃO deve ser inserida em doentes com hematoma perineal ou deslocamento cranial da próstata. Exame vaginal: Realizar somente se houver suspeita de lesão (ex: laceração perineal complexa, fratura pélvica ou ferida transpélvica porprojétil de arma de fogo). Laceração vaginal: fragmentos ósseos de uma fratura pélvica ou ferimentos penetrantes. Exame dos glúteos: Região glútea: desde as cristas ilíacas até pregas glúteas. Associação com ferimentos intra-abdominais: ● Lesões penetrantes na região glútea; ● Ferimentos por projétil de arma de fogo ou arma branca. MEDIDAS AUXILIARES DO EXAME FÍSICO: Sondas gástricas e urinárias na fase de reanimação. Sondas gástricas: ● Aliviar uma possível dilatação gástrica aguda; ● Descomprimir o estômago antes de realizar uma LPD; ● Remover o conteúdo gástrico (podem reduzir a incidência de aspiração) ● Sangue no conteúdo gástrico: sugere lesão no esôfago ou no TGI superior, após a exclusão de quaisquer sangramentos da nasofaringe e/ou da orofaringe. ● Sonda nasogástrica: evitar em casos de fratura de face na porção média (usar via oral). Sondagem vesical: ● Aliviar a retenção urinária; ● Descomprimir a bexiga antes de realizar a LPD; ● Monitoração do débito urinário como um índice de perfusão tecidual. ● Hematúria macroscópica: sinal de trauma do trato geniturinário e de órgãos intra-abdominais não renais. Mas se não tiver, não descarta um ferimento geniturinário. Uretrograma retrógrado antes de inserir a sonda vesical: indicado em ● Incapacidade de urinar espontaneamente; ● Fratura pélvica instável; ● Sangue no meato uretral; ● Hematoma escrotal; ● Equimose perineal; ● Próstata deslocada cranialmente Outros estudos: Radiografias para Trauma Abdominal: avaliação de doentes com trauma fechado multissistêmico. Triagem radiográfica na sala de emergência: ● Hemodinamicamente normal: ○ Posição ortostática: trauma penetrante acima do umbigo ou uma lesão toracoabdominal suspeita → excluir presença de hemotórax ou pneumotórax. ○ Posição supina: pode determinar o trajeto do projétil ou a presença de ar retroperitoneal; ● Hemodinamicamente alterado + dor pélvica: AP pélvica (origem da perda de sangue); ● Não necessitam de triagem: hemodinamicamente anormais com ferimentos penetrantes do abdome. ● Não necessita de radiografia pélvica: doente acordado, alerta e sem dor FAST: ● Vantagens: diagnóstico precoce; não invasivo; realizado rapidamente; pode ser repetido; sensibilidade de 86 a 97 %; não transporta. Pode detectar razões para hipotensão sem hipovolemia, além de hemoperitônio progressivo. Referência: ATLS 9 Emergências Cirúrgicas - 8º semestre - UNIFTC Nícia Torres Estrela ● Desvantagens: depende do operador; distorção da imagem por gases intestinais e enfisema subcutâneo; pode não diagnosticar lesões do diafragma, do intestino e do pâncreas. ● Indicações: trauma fechado instável; ● Imagens obtidas: saco pericardial (1), espaço hepatorrenal (2), espaço esplenorrenal (3) e pelve (4) ou fundo de saco de Douglas. Lavagem peritoneal diagnóstica: identifica hemorragia intraperitoneal e investiga possível lesão de víscera oca. Realizada pela equipe cirúrgica por técnica aberta ou fechada. ● Vantagens: diagnóstico precoce; rápido; sensibilidade de 98%; detecta lesão intestinal; não transporta. ● Desvantagens: invasivo; baixa especificidade; não diagnostica lesões do diafragma e retroperitônio. ● Indicações: trauma fechado instável, trauma penetrante, anormalidade hemodinâmica. ● Contraindicações relativas: cirurgias abdominais prévias, obesidade mórbida, cirrose avançada e coagulopatia preexistente. ● Indicado laparotomia quando: fácil aspiração de sangue, de conteúdo gastrintestinal, de fibras vegetais ou de bile, através do cateter, em doentes com anormalidade hemodinâmica. ● Teste positivo de sangue no líquido (análise laboratorial): > 100.000 glóbulos vermelhos por mm3, > 500 glóbulos brancos por mm3, ou detecção de bactérias pela coloração de Gram. Tomografia computadorizada: ● Vantagens: mais específico para definir lesão; sensibilidade de 92 a 98%; não invasivo; informações sobre a presença e a extensão de lesões de órgãos específicos e também pode diagnosticar lesões de órgãos retroperitoneais e pélvicos, que são difíceis de avaliar com exame físico, FAST e lavagem peritoneal. ● Desvantagens: custo e tempo (realizar apenas em hemodinamicamente normais e sem indicação de laparotomia de emergência); pode não diagnosticar lesões do diafragma, do intestino e algumas lesões pancreáticas; requer transporte para o setor da radiologia. ● Indicações: trauma fechado estável; traumas penetrantes no dorso e flanco. Exames contrastados: auxilia no diagnóstico de lesões específicas suspeitas. ● Uretrografia: antes da sonda vesical, na suspeita de ruptura uretral ● Cistografia: avalia ruptura de bexiga intra ou extraperitoneal; ● Urografia excretora: alternativa à TC com contraste na suspeita de lesões do sistema urinário; ● Estudo contrastado do tubo digestivo: suspeita de lesões retroperitoneais isoladas de órgãos gastrointestinais. AVALIAÇÃO DO TRAUMA ABDOMINAL: Exame físico seriado ou LPD: ferimentos toracoabdominais ou na parede anterior do abdome causados por arma branca. TC com duplo ou triplo contraste: ferimentos dos flancos e do dorso. Intervenção cirúrgica: pode ser necessária para o diagnóstico imediato e tratamento. Laparotomia exploradora: trata a maioria dos ferimentos abdominais por projétil de arma de fogo. ● Indicações para ferimentos abdominais penetrantes: Referência: ATLS 9 Emergências Cirúrgicas - 8º semestre - UNIFTC Nícia Torres Estrela ○ Qualquer doente com alterações hemodinâmicas; ○ Ferimentos por projétil de arma de fogo com uma trajetória transperitoneal; ○ Sinais de irritação peritoneal; ○ Sinais de penetração da fáscia ● Indicações em adultos: ○ Trauma abdominal fechado com hipotensão e com FAST positivo ou evidência clínica de hemorragia intraperitoneal; ○ Trauma abdominal fechado ou penetrante com LPD positiva; ○ Hipotensão + ferimento penetrante do abdome; ○ Ferimentos por projétil de arma de fogo; ○ Evisceração; ○ Hemorragia do estômago, reto ou trato geniturinário secundário a ferimento penetrante; ○ Peritonite; ○ Ar livre, ar retroperitoneal ou ruptura do hemidiafragma; ○ TC com contraste. DIAGNÓSTICOS ESPECÍFICOS: Difícil diagnóstico: ferimentos do diafragma, do pâncreas, do duodeno, do sistema geniturinário e do intestino delgado. Maioria das lesões penetrantes: diagnosticada na laparotomia. Lesões diafragmáticas: Tipos: ● Esgarçamentos do diafragma (hemidiafragma esquerdo é o mais acometido); ● Lesão mais típica: ruptura de 5-10 cm de extensão, que envolve a porção posterolateral do hemidiafragma esquerdo. Radiografia de tórax: inicialmente pode ser normal ● Elevação ou o "barramento" do hemidiafragma; ● Presença de hemotórax; ● Apagamento da imagem do diafragma por uma sombra gasosa ou a presença da sonda gástrica no tórax. Diagnóstico: ● Suspeitar: em qualquer ferimento toracoabdominal; ● Confirmado: laparotomia, toracoscopia ou laparoscopia. Lesões duodenais: Ruptura duodenal: ● Motoristas sem cinto de segurança com colisão frontal do veículo; ● Doentes que receberam um golpe direto no abdome (ex: guidão da bicicleta). ● Suspeita: sangue no aspirado gástrico ou de ar retroperitoneal na radiografia ou na TC de abdome. Lesões pancreáticas: Mais frequente: golpe direto no epigástrio, que comprime o órgão contra a coluna vertebral. Amilase sérica: ● Valores normais precoces: não excluem a presença de traumas pancreáticos graves. ● Nível pode ser elevado: traumas extrapancreáticos. ● Níveis elevados persistentes ou crescentes: fazer pesquisas adicionais do pâncreas e outras vísceras abdominais. TC com duplo contraste: se houver suspeita de lesão pancreática, deve ser repetido, pois pode não identificar o trauma imediatamente (até 8 horas). Cirurgia: quando achados inconclusivos na TC Lesões geniturinárias: Marcadores de possíveis lesões renais: traumas no dorso ou nos flancos que resultam em contusões, hematomas ou equimoses → realizar TC ou urografia excretora do trato urinário. Referência: ATLS 9 Emergências Cirúrgicas - 8º semestre - UNIFTC Nícia Torres Estrela Outrasindicações para avaliar trato urinário: ● Ferimento abdominal penetrante; ● Um episódio de hipotensão (PAS < 90 mmHg) em trauma abdominal fechado; ● Lesões intra-abdominais em trauma abdominal fechado. Trauma abdominal não renal: hematúria macroscópica e microscópica com um episódio de choque. TC com contraste endovenoso: pode documentar a presença e a extensão da lesão renal por trauma fechado (95% podem ser tratadas com cirurgia). Rupturas de uretra: relacionada ao diafragma urogenital ● Acima (posterior): trauma multissistêmico e fraturas pélvicas ● Abaixo (anterior): resultado de um trauma à cavaleiro e pode ser uma lesão isolada. Lesões de vísceras ocas: Lesões contusas do intestino: geralmente resultantes de desaceleração brusca → cinto de segurança utilizado de maneira incorreta. Pesquisar em lesões intestinais: ● Equimoses lineares e transversas (sinal do cinto de segurança); OU ● Fratura lombar com desvio detectada na radiografia (fratura de Chance) Diagnóstico difícil: ferimentos intestinais acarretando apenas hemorragia mínima. Lesões de órgãos sólidos: Indicações de laparotomia de urgência: lesões do fígado, baço e rim gerando choque, instabilidade hemodinâmica ou evidência de hemorragia ativa. Hemodinamicamente normais: muitas vezes podem ser tratados sem cirurgia → internação + observação + avaliação do cirurgião. Fraturas pélvicas e lesões associadas: Fraturas pélvicas + hipotensão → alta taxa de mortalidade. Fraturas pélvicas + hemorragia: ruptura dos ligamentos ósseos posteriores secundária a uma fratura e/ou luxação sacroilíaca ou a uma fratura sacral. Ruptura da vascularização ilíaca: ● Ruptura do anel pélvico → colisões de moto, atropelamentos, esmagamento direto da pelve e queda de alturas > 3,6 metros; ● Deslocamento vertical da articulação sacroilíaca→ hemorragia de difícil controle Mortalidade: ● Fraturas pélvicas (5-30%); ● Fraturas pélvicas fechadas + hipotensão (10-42%); ● Fraturas pélvicas abertas (50%). Hemorragia: principal fator potencialmente reversível contribuinte para a mortalidade. Lesão por compressão lateral da pelve: ● Colisões automobilísticas; ● Lesões da bexiga e/ou uretra; ● Hemorragia ou sequelas raramente resultam em morte. MECANISMO DE TRAUMA PÉLVICO E CLASSIFICAÇÃO Padrões de força que causam fraturas pélvicas: 1. Compressão anteroposterior: colisões de motocicletas, atropelamentos, esmagamento direto da pelve ou queda de alturas > 3,6 metros; Referência: ATLS 9 Emergências Cirúrgicas - 8º semestre - UNIFTC Nícia Torres Estrela 2. Compressão lateral: colisões automobilísticas → rotação interna da hemipelve envolvida (incomum hemorragia com risco de vida) 3. Cisalhamento vertical: queda → ruptura de ligamentos e instabilidade pélvica. 4. Padrões complexos (combinação). TRATAMENTO: Fratura pélvica grave + hemorragia: ● Controle da hemorragia: estabilização mecânica do anel pélvico e contrapressão externa ● Reanimação com líquidos. ● Tração longitudinal através da pele ou do esqueleto (método de primeira linha): estabilização da pelve antes de transferir o doente para um hospital de referência. Estabilização precoce da pelve instável: a nível dos trocânteres maiores dos fêmures ● Lençol; ● Cinta pélvica: temporário. Se muito apertada, pode romper a pele e gerar ulceração nas proeminências ósseas. Monitorização cuidadosa. ● Outro dispositivo. ATENÇÃO!!! Atraso na estabilização pélvica pode acarretar hemorragia ativa. Tratamento definitivo de alterações hemodinâmicas: ● Equipe: cirurgião de trauma; cirurgião ortopédico; radiologista intervencionista. ● Embolização angiográfica: muitas vezes, a melhor opção para hemorragia ativa secundária a fraturas pélvicas. Algoritmo de Tratamento de Fratura Pélvica e Choque Hipovolêmico: 1. Tratamento inicial: avaliação cirúrgica e enfaixamento pélvico; 2. Existe muito sangue intraperitoneal? a. Se sim, LAPAROTOMIA; b. Se não, ARTERIOGRAFIA; 3. Controle da hemorragia com dispositivo de fixação. Referência: ATLS 9
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