[POXALULU] Operadores Argumentativos

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OPERADORES ARGUMENTATIVOS
Copyright 2021 Poxa Lulu
Categoria: Educação
Primeira Edição - 2021
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parcial sem a permissão escrita
dos editores.
Fala, poxinhas!
Tudo bem com vocês?
 Vamos dar continuidade 
ao nosso estudo de 
coesão textual e 
uso dos operadores 
argumentativos?!
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 Como visto no e-book anterior, os operadores 
argumentativos possuem espaço privilegiado 
na redação do Enem, pois, além de conectarem e 
encadearem as partes, evidenciam e fortalecem 
os argumentos e o ponto de vista. 
 Retomando alguns conteúdos anteriores, 
os operadores argumentativos são conectivos 
que estabelecem encadeamento por conexão. 
Eles estabelecem diferentes conexões no texto. 
Abaixo, segue a tabela com os operadores 
argumentativos apresentados pelo Inep:
OPERADORES ARGUMENTATIVOS 
Operadores que somam argumentos a 
favor da mesma conclusão
também, ainda, nem, não só... mas 
também, tanto... como, além de, além 
disso (...)
Operadores que indicam o argumento 
mais forte em uma escala a favor da 
mesma conclusão
inclusive, até mesmo, nem, nem mesmo 
(...)
1.
2.
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Operadores que deixam subentendida 
a existência de uma escala com outros 
argumentos mais fortes
ao menos, pelo menos, no mínimo (...) 
Operadores que contrapõem 
argumentos orientados para 
conclusões contrárias
mas, porém, contudo, todavia, no 
entanto, entretanto, embora, ainda que, 
posto que, apesar de (...)
Operadores que introduzem uma 
conclusão com relação a argumentos 
apresentados em enunciados 
anteriores
logo, portanto, pois, por isso, por 
conseguinte, em decorrência (...)
Operadores que introduzem uma 
justificativa ou explicação relativa ao 
enunciado anterior
porque, porquanto, pois, visto que, já 
que (...)
3.
4.
5.
6.
6
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Operadores que estabelecem relações 
de comparação entre elementos, 
visando a uma determinada conclusão
mais... (do) que, menos... (do) que, tão... 
quanto (...)
Operadores que introduzem 
argumentos alternativos que levam a 
conclusões diferentes ou opostas
ou... ou, quer... quer, seja... seja, (...)
Operadores que introduzem no 
enunciado conteúdos pressupostos
já, ainda, agora (...)
Operadores que funcionam numa 
escala orientada para a afirmação 
da totalidade ou para a negação da 
totalidade 
Afirmação: um pouco, quase (...) 
Negação: pouco, apenas (...) 
7.
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9.
10.
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ORIENTAÇÕES PARA O USO DOS 
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
 
PRESENÇA: O primeiro ponto, e também o 
mais óbvio, é o do uso dos operadores. Na 
redação dissertativo-argumentativa, o autor 
deve fortalecer seus argumentos, no intuito 
de convencer o leitor de que sua opinião tem 
fundamento, sentido e, por isso, merece ser 
considerada. Portanto, a primeira orientação 
básica é: utilize os operadores argumentativos 
sempre que necessário, não deixe nada 
subtendido.
REPETIÇÃO: Por último, e nada menos 
importante, a terceira orientação é a de que os 
operadores sejam utilizados adequadamente, 
ou seja, que cumpram a função exata que o 
contexto permite. Muitas vezes, na tentativa 
de diversificar os operadores, o candidato usa 
de modo inapropriado os conectivos. O mais 
aconselhável é que, durante o ano, o candidato 
estude os operadores e exercite sua aplicação, 
para que seu repertório esteja diversificado e 
pertinente. 
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EXEMPLOS DE MAU USO DOS 
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
 Comumente, os alunos apresentam duvidas a 
respeito de seus erros, principalmente no uso de 
conectivos. Muito se fala de como deve-se fazer, 
mas pouco se explica onde estão os erros, como 
eles aparecem e quais as consequências para o 
sentido do texto. 
 Neste tópico, analisaremos alguns usos 
inadequados dos operadores argumentativos 
na redação do Enem, todos retirados do próprio 
manual do Inep.
 “A grande maioria das pessoas não 
tem conhecimento de como funcionam 
os algoritmos e o processo de controle de 
dados na internet, mas continuam sendo 
manipuladas cotidianamente.”
 No primeiro exemplo, o problema está no 
sentido do conectivo “mas” que é adversativo, 
para unir duas orações que não possuem relação 
de oposição. A relação poderia ser, por exemplo, 
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de causa e consequência, na qual as pessoas 
continuam sendo manipuladas (consequência), 
pois não tem conhecimento dos algoritmos 
(causa).
 “As pessoas estão se conscientizando da 
importância de não acreditar em tudo o que 
leem nas redes sociais, portanto, ainda são 
facilmente manipuladas.”
 No segundo exemplo, o problema está no uso 
do conectivo “portanto” que é conclusivo. Nessa 
frase, a relação entre as partes é de adversidade, 
pois, apesar de estarem se conscientizando, 
as pessoas ainda são facilmente manipuladas. 
Conectivos como o “mas” seriam mais 
adequados. 
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EXEMPLOS DE BOM USO DOS 
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
 Agora que analisamos alguns exemplos de 
uso inadequado de operadores argumentativos, 
vamos verificar os bons exemplos.
 “A partir dos anos 2000, com a explosão da 
telefonia móvel, o homem passou a se expor 
cada vez mais na internet, um ambiente, 
antes, nunca explorado. A facilidade oferecida 
pelos smartphones e a falsa sensação de não 
ser observado foram atrativos aos olhos dos 
consumidores. No entanto, a manipulação do 
comportamento do usuário tem sido amplamente 
praticada por meio do controle de dados da 
internet.” 
 No parágrafo acima, destacamos três 
conectivos utilizados pela autora e que são 
pertinentes ao contexto. O conectivo inicial “A 
partir de” indica uma marcação temporal. O 
operador “cada vez mais” reforça a informação 
da exposição do homem, indicando a frequência/
intensidade do fenômeno crescente. O “No 
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entanto” marca uma adversidade entre as ideias: 
o ser humano se expõe cada vez pois acha que 
não é observado versus o comportamento do 
indivíduo é manipulado na internet. 
 “Segundo a filosofia, o homem é um animal 
político. A partir do momento que escolheu viver 
em sociedade, passou a aceitar a imposição 
das diversas instituições sociais. Embora a 
internet traga a facilidade de descentralizar-se 
o conhecimento que veio para a palma da mão, 
também transformou o usuário em cifra.” 
 Nesse segundo exemplo, destacamos 4 
conectivos utilizados corretamente. O primeiro 
é o operador “Segundo a” que marca uma 
voz de autoridade – a filosofia – validando o 
argumento posterior. Depois vem “A partir de” 
que novamente faz indicação temporal da ideia. 
Em seguida, o operador “Embora” é responsável 
por indicar uma adversidade que é reforçada 
pelo “também”, na medida em que a internet 
apresenta os dois aspectos: a facilidade e a 
transformação do usuário.
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MAIS OPERADORES ARGUMENTATIVOS
 Pensando em contribuir com o repertório 
de vocês, a tabela abaixo apresenta mais 
operadores argumentativos, não especificados 
no manual do corretor.
Temporais
quando, enquanto, assim que, logo que, 
desde que, até que, mal, depois que, eis 
que
Proporcionais
(= para que), de modo que, de forma 
que, de sorte que, porque à proporção 
que, à medida que, quanto mais ... tanto 
mais, ao passo que
Aqueles que exprimem finalidade.
Aqueles que exprimem finalidade. 
para, para que, a fim de que, que 
Aqueles que exprimem consequência
de sorte que, de modo que, de maneira 
que, tão (tanto, tamanho, tal) ... que
1.
2.
4.
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Conformativos
conforme, consoante, como, segundo
Aqueles que exprimem condição. 
se, caso, sem que, se não, a não ser que, 
exceto se, a menos, contanto que, salvo 
se
Aqueles que exprimem concessão, 
oposição.
embora, conquanto, malgrado, não 
obstante, ainda que, mesmo que, se 
bem que, posto que, por mais que, por 
pior que, apesar de que, a despeito de, 
em que pese a, apesar disso
Aqueles que exprimem comparação.
mais ... (do) que, menos ... 3 
comparação. (do) que, tão ... como, 
tanto... quanto, tão ... quanto, assim 
como
Aqueles que exprimem causa. 
porque, visto que, como, uma vez que, 
já que, na medida em que, porquanto, 
haja vista
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Aqueles que exprimem explicação, 
esclarecimento.
pois, que, porque, porquanto (se que, 
porque e porquanto tiverem valor 
subordinativo, passam a ser conectivos 
causais)
Aqueles que exprimem conclusão, 
consequência.
logo, pois, portanto, por conseguinte, 
assim, então
Aqueles que exprimem alternância e 
correlação.
ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, 
seja... seja
Aqueles que exprimem comparação.
mas, porém, contudo, todavia, no 
entanto, entretanto
Aditivos Aqueles que exprimem adição 
e correlação
e, bem, nem...nem, não só... mas 
também, tampouco (= também não)
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REDAÇÃO NOTA MIL
 “Ao longo do processo de formação da 
sociedade, o pensamento cinematográfico 
consolidou-se em diversas comunidades. No 
início do século XX, com os regimes totalitários, 
por exemplo, o cinema era utilizado como meio 
de dominação à adesão das massas ao governo. 
Embora o cinema tenha se popularizado, 
posteriormente, como entretenimento, nota-se, 
na contemporaneidade, a sua limitação social, 
em virtude do discurso elitizado que o compõe 
e da falta de acesso por parte da população. 
Essa visão negativa pode ser significativamente 
minimizada, desde que acompanhada da 
desconstrução coletiva, junto à redução do custo 
do ingresso para a maior acessibilidade. 
 Em primeira análise, é evidente que a herança 
ideológica da produção cinematográfica, como 
um recurso destinado às elites, conservou-se na 
coletividade e perpetuou a exclusão de classes 
inferiores. Nessa perspectiva, segundo Michel 
Foucault, filósofo francês, o poder articula-se em 
uma linguagem que cria mecanismos de controle 
e coerção, os quais aumentam a subordinação. 
Sob essa ótica, constata-se que o discurso 
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hegemônico introduzido, na modernidade, 
moldou o comportamento do cidadão a 
acreditar que o cinema deve se restringir a 
determinada parcela da sociedade, o que 
enfraquece o princípio de que todos indivíduos 
têm o direito ao lazer e ao entretenimento. Desse 
modo, com a concepção instituída da produção 
cinematográfica como diversão das camadas 
altas, o cinema adquire o caráter elitista, o 
qual contribui com a exclusão do restante da 
população. 
 Além disso, uma comunidade que restringe o 
acesso ao cinema, por meio do custo de ingressos, 
representa um retrocesso para a coletividade 
que preza por igualdade. Nesse sentido, na teoria 
da percepção do estado da sociedade, de Émile 
Durkheim, sociólogo francês, abrangem-se 
duas divisões: “normal e patológico”. Seguindo 
essa linha de pensamento, observa-se que um 
ambiente patológico, em crise, rompe com o seu 
desenvolvimento, visto que um sistema desigual 
não favorece o progresso coletivo. Dessa forma, 
com a disponibilidade de ir ao cinema mediada 
pelo preço — que não leva em consideração a 
renda regional —, a democratização torna-se 
inviável. 
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 Depreende-se, portanto, a relevância da 
igualdade do acesso ao cinema no Brasil. Para 
que isso ocorra, é necessário que o Estado 
proporcione a redução coerente do custo 
de ingressos por região, junto à difusão da 
importância da produção cinematográfica no 
cotidiano, nos meios de comunicação, por meio 
de anúncios, a fim de colaborar com o acesso 
igualitário. Ademais, a instituição educacional 
deve proporcionar aos indivíduos uma 
educação voltada à democratização coletiva 
do cinema, como entretenimento destinado às 
elites, por intermédio de debates e palestras, 
na área das Ciências Humanas, como forma 
de esclarecimento populacional. Assim, haverá 
um ambiente estável que colabore com a 
acessibilidade geral ao cinema no país.”
 Na análise da redação nota mil, é evidente que 
os operadores argumentativos são presentes 
durante todo o texto, sendo essenciais para 
marcar as conexões estabelecidas e enfatizar 
o ponto de vista do autor. Para potencializar o 
estudo dos operadores, é essencial praticar a 
leitura, pois ela nos dá exemplos de como aplicar 
adequadamente os recursos linguísticos. 
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