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Ana de Luca TRATAMENTO DA OBESIDADE DIRETRIZES • As diretrizes brasileiras para o tratamento da obesidade preconizam o uso de medicamentos antiobesidade associados ao plano de dieta e exercícios para indivíduos obesos, com índice de massa corporal (IMC) maior do que 30 kg/m2 ou com IMC acima de 25 kg/m2 na presença de comorbidades. • O sucesso terapêutico do uso de um determinado medicamento é medido pelo grau de perda de peso e pela melhoria dos fatores de risco para a doença cardiovascular e o diabetes, em geral, presentes nos pacientes obesos. • Para ser considerado eficaz, um agente antiobesidade deve induzir uma perda de peso superior a dois quilos durante o primeiro mês de tratamento (meio quilo por semana) e maior do que 5% do valor basal em um período de três a seis meses, sendo que essa perda deve ser mantida enquanto durar o tratamento. • A perda de peso de 5% a 10% pode reduzir significativamente os fatores de risco para o diabetes e para a doença cardiovascular em pacientes de alto risco. Tratamento farmacológico: 1. Catecolaminérgicos. 2. Catecolaminérgicos e serotoninérgicos. 3. Antagonistas canabinóides → não são mais usados. 4. Medicamentos que interrompem a absorção de gordura. Centro da fome e saciedade: ADIPOCINAS (leptina e grelina). LEPTINA: PRODUZIDAS POR CÉLULAS DO TECIDO ADIPOSO. Eestimula o gasto energético, reduz o apetite, inibe a secreção de hormônio de crescimento para reduzir a produção de tecido adiposo. GRELINA: PRODUZIDA NO TGI NA AUSÊNCIA DE ALIMENTOS. Inibe o gasto energético, aumenta o apetite e aumenta a secreção de hormônio do crescimento. Uso racional de medicamentos - OBESIDADE. • Obesos (IMC > 30). • Sobrepeso (IMC > 25) presença de comorbidade. • Pacientes com compulsão alimentar. • Circunferência abdominal maior ou igual a 102 cm (homens) e 88 cm (mulheres). Ana de Luca USO ON-LABEL Liberado para uso em obesidade. História da anfetamina e sua utilização como droga anorexígena: • Sintetizadas em 1887, em laboratórios da Alemanha, pelo pesquisador químico Lazar Edeleanu. • Ao longo tempo, elas passaram a ser usadas com diferentes finalidades em razão do seu grande potencial de estimulação do sistema nervoso central. • A indústria farmacêutica sempre soube explorar essa substância e transformá-la em diversos tipos de medicamentos para tratar doenças variadas, como fadiga, asmas e congestão nasal. • Na Segunda Guerra Mundial, as anfetaminas foram utilizadas para manter os soldados atentos, dispersando, assim, o cansaço e o sono. • Com o alto potencial dessa droga, foram elaboradas formas ilícitas, como a metanfentamina (MDMA, ice, ecstasy), que deveria ser utilizada para inibir o apetite, mas, atualmente, é consumida a fim de se obter energia, excitação e alucinação (MUAKAD, 2013). Utilização de anorexígenos no tratamento da obesidade: • Pode-se dizer que o uso dos anorexígenos em obesos acompanha a epidemia da obesidade, considerando-se que as mulheres são as que mais os consomem. • Além disso, pesquisas apontam que os compostos anfetamínicos ocupam o quinto lugar entre as drogas mais utilizadas de forma lícita ou ilícita. • O tempo indicado para o consumo, sem que haja risco, é de 8 a 12 semanas. Anfetaminas: As anfetaminas agem de uma maneira ampla afetando vários comportamentos do ser humano. Efeitos comuns: insônia, inapetência (ou seja, perde o apetite) e aumento da disposição. Mecanismo de ação e reações adversas: • As anfetaminas atuam no sistema nervoso Central e possuem várias formas de administração → via oral, via fumo ou intravenosa (estas duas últimas formas se associam ao uso recreativo ilícito). • Nas formas intravenosa e fumada, os efeitos têm início imediato ou, no máximo, até cinco minutos depois, durando cerca de quatro horas → ilícito. • Pela via oral, iniciam-se de 15 a 20 minutos depois da administração e se estendem por até 12 horas. • As anfetaminas possuem ampla lipossolubilidade e atravessam as biomembranas com rapidez, o que faz aumentar os efeitos produzidos. • Agentes simpatomiméticos de ação indireta. • Mimetizam os efeitos da noradrenalina (NA). • Aumentando sua liberação e inibindo sua receptação. • A enzima MAO, responsável pela oxidação da NA e da serotonina, é inibida no processo de recaptação, induzindo o estado de neuroexcitação, o aumento da liberação da NA das fendas sinápticas. • NE das fendas sinápticas: estado de alerta, apetite, midríase e excitação psicomotora. • O aumento de dopamina: efeitos comportamentais e motores. • Serotonina: relação com alterações psíquicas. • No sistema de recompensa cefálico dopaminérgico, o trato mesolímbicomesocortical é projetado por meio da área tegmental ventral (ATV), e também sofre ação da anfetamina, ocorrendo, assim, alterações das funções psíquicas superiores que se localizam em grande parte no córtex frontal. • O núcleo accumbens junto ao sistema límbico responsável pelas emoções e à ATV possuem relação íntima com esse sistema. • Essa ação se dá por meio de neurônios nicotínicos provenientes da área tegmental laterodorsal (ATD), que atuam junto aos neurônios dopaminérgicos na área tegmental ventral (ATV), formando, assim, a via de recompensa encefálica, o que faz liberar a dopamina no núcleo accumbens. Parte da propriedade aditiva desta droga ocorre pela grande liberação de dopamina na fenda sináptica, em uma quantidade muito maior do que a observada em estímulos naturais, podendo ter sua atividade potencializada em até 1.000 vezes. Quanto à composição estrutural química, as anfetaminas se apresentam como β-fenilisopropilamina rancêmica com vários isômeros que possuem efeitos diferenciados. Sibutramina agora precisa de receita B2. Voltou pro mercado a partir de 2017, mas apenas com essas quantidades por dia: Aumenta as catecolaminas, então não é pra ser administrada a noite, pois da insônia. Quanto mais excitado o SNC, menos fome o paciente tem. A estrutura β-fenetilamina é muito importante para a maioria das propriedades dos fármacos, já que os efeitos advêm da substituição do anel benzênico em algumas posições e no carbono da cadeia lateral, o que determina sua ação de forma direta ou indireta (uma ou nenhuma substituição) nos receptores adrenérgicos. Ana de Luca Toxicocinética: • Absorção ocorre rapidamente através do trato gastrintestinal e possui a capacidade de penetrar a barreira hematoencefálica de forma passiva, o que explica os efeitos prolongados no SNC. • Biotransformação: enzima citocromo p450. • 16 a 20% das anfetaminas se ligam a proteínas plasmáticas. • Sua excreção depende do pH urinário. • Meio ácido, a substância é excretada em 48 horas. • Meio alcalino prejudica a eliminação, aumentando seu tempo de meia-vida. • A lipossolubilidade: encontrada no leite materno e na placenta. Catecolaminérgico: Fármacos catecolaminérgicos (noradrenalina e dopamina). Inibem a recaptação e/ou estimulando a liberação de um ou mais de um desses neurotransmissores. I. Anfepramona: A anfepramona foi desenvolvida para o tratamento da narcolepsia e também, paradoxalmente, para controlar crianças hipercinéticas. Em função do efeito adverso de diminuir a fome, passou a ser muito utilizada como fármaco anorexígeno. Os fármacos anorexígenos possuem mecanismo de ação similares às anfetaminas, principalmente com relação ao estímulo sofrido no sistema nervoso central. O mecanismo anorexígeno da anfepramona é de ação central, o que gera aumento da produção de noradrenalina e dopamina, estimulando os núcleos hipotalâmicos laterais e, consequentemente, inibindo a fome. Atua na fenda sináptica inibindo a recaptação de noradrenalina e dopamina aumentando a interação desses neurotransmissores com receptores pós sinápticos, nos centros da alimentação e saciedade do hipotálamo, diminuindo a fome. Contudo, o aumento da atividade noradrenérgica nãoé seletivo, resultando em efeitos adrenérgicos periféricos como taquicardia, constipação intestinal, vômito, náusea, xerostomia (boca seca) e diminuição da libido; além dos efeitos centrais observados pelo nervosismo, inquietação, insônia, cefaleia, depressão e alucinação, em casos de intoxicação aguda. Apresenta rápida eficácia (até 20 semanas), mas, em função da tolerância desenvolvida aos efeitos anoréxicos, não se tem respostas a longo prazo → receptor dessensibilizado. Causa dependência psíquica sem síndrome de abstinência nítida, contudo, estima-se que 5% dos usuários apresentam evolução para a dependência completa. II. Femproporex: O femproporex é biotransformado em anfetamina (Musshoff, 2000); Portanto é um derivado anfetamínico. Tanto a própria droga quanto seus metabólitos agem diretamente sobre os centros hipotalâmicos inibidores do apetite (Halpern e Colaboradores, 2002). Agente simpatomimético com ação similar à dexanfetamina. Agente estimulante central simpatomimético e inibidor da enzima MAO. Atua na neurotransmissão noradrenérgica, dopaminérgica e nas vesículas pré-sinápticas. Induzindo a liberação de neurotransmissores e inibindo a recaptação de dopamina no centro de alimentação, localizado no hipotálamo lateral. Após sua administração, o femproporex é biotransformado em anfetamina, para, então, ser eliminando. Indicações: • Contraindicação de orlistate/sibutramina • Não responsivos a orlistate/sibutramina. Contra-indicações: • Hipertensão grave não controlada. • Insuficiência cardíaca ou coronariana graves. • Doença psiquiátrica. • Glaucoma. Causa depressão do apetite e diminuição da acuidade pelo sabor e odor, o que leva a uma redução da ingestão de alimentos. Ocasiona aumento indireto da atividade física, o que também contribui para a perda de peso. Poder de dependência muito forte, é proibida em muitos países do mundo. Ana de Luca III. Mazindol: • O mazindol é um fármaco derivado da imidazolina (não apresenta grupamento fenetilamínico). • Bloqueia a recaptação da noradrenalina e da dopamina nas terminações nervosas. • Alterando o mecanismo energético periférico. • Aumentando a captação de glicose pelo músculo esquelético. • Não produz sensação de euforia. • Potencial de abuso é baixo se comparado aos outros anorexígenos. Efeitos colaterais: O que justifica o mazindol ter efeito inferior do que a anfepramona e o femproporex é que eles inibem tanto a MAO quanto a recaptação, o mazindol inibe apenas a recaptação, sem ação na MAO porque a molécula dele tem uma diferença maior que da anfetamina. Interações medicamentosas: Contraindicações: Catecolaminérgico e serotoninérgico: Inibe a captura de 5-HT e de norepinefrina nos pontos hipotalâmicos que regulam a ingestão alimentar. Sibutramina: • Classe dos Inibidores da Recaptação de Noradrenalina e Serotonina (5-HT). • Apesar de ter sido desenvolvida inicialmente com a finalidade de tratar depressão, não é indicada para esta patologia. • Seu mecanismo de ação justifica a inclusão na classe dos anorexígenos. • A droga bloqueia receptores pré-sinápticos de noradrenalina e 5-HT nos centros da alimentação e saciedade do hipotálamo, diminuindo a fome ao potencializar os efeitos anorexígenos desses neurotransmissores no Sistema Nervoso Central. Noradrenalina: a maior captação por neurônios pós – sinápticos no centro da alimentação, diminui a fome e, consequentemente a ingestão de alimentos. 5 – HT: a maior captação por neurônios pós-sinápticos no hipotálamo lateral, ativa os núcleos ventromediais do hipotálamo, promovendo, assim, a sensação de saciedade. Os principais efeitos adversos são: xerostomia, insônia, constipação, taquicardia, hipertensão, náusea, vasodilatação, cefaléia e ansiedade. • A sibutramina inibe seletivamente a recaptação de noradrenalina e de serotonina. • Seus metabólitos ativos bloqueiam os receptores serotonérgicos 5- HT, adrenérgicos (β), dopaminérgicos, histamínicos (H1) – bloqueio esse responsável pelas reações adversas. • Ao contrário da anfetamina, os metabólitos liberados pela sibutramina não elevam a liberação de neurotransmissores e não inibem a monoaminoxidase (MAO) são apenas responsáveis pelas RA. • A saciedade se dá em decorrência da inibição dos centros serotoninérgicos. Ana de Luca Farmacocinética: Reações adversas: redução da atividade parassimpática. Interações medicamentosas: • IMAOs, agentes serotoninérgicos, agentes antienxaqueca → síndrome serotoninérgica. • Descongestionante nasal, antitussígenos, antialérgicos → >PA e > FC. • Fármacos inibidores enzimáticos (ex. cimetidina) → risco de toxicidade. Contraindicações: ESCOLHA DO ANOREXÍGENO • A recomendação do tipo de anorexígeno varia de acordo com o quadro apresentado pelo paciente. • A presença de hipertensão, de doenças pulmonares e de cardiopatias pode interferir na medida terapêutica indicada pelo médico, que deve avaliar cada caso. • Todos os fármacos citados até agora são eficazes no tratamento da obesidade junto ao aconselhamento nutricional e à prática de exercícios físicos. • Assim, a anfepramona, o femproporex e o mazindol podem ser indicados para pacientes adultos que não apresentem doenças cardiovasculares ou psiquiátricas associadas. • Em gestantes ou lactantes não existem estudos realizados. REAÇÕES ADVERSAS DOS ANOREXÍGENOS • Potencial de dependência física e psíquica. • Sibutramina: boca seca, aumento da pressão arterial, palpitação, anorexia, insônia, vertigens e reações de hipersensibilidade. • Anfepramona: nervosismo, insônia, agitação e, em casos de intoxicação aguda, pode levar a alucinações, delírios e a quadros de psicoses. • Femproporex: hipertensão arterial e pulmonar, glaucoma, náuseas, vômitos, aumento da ansiedade, cefaleias, excitação e palidez. • Mazindol: constipação, nervosismo, inquietação, vertigem, taquicardia e, com menor ocorrência, cefaleia, aumento da sudorese e alteração no paladar. ORLISTATE - XENICAL (ROCHE) Lipase pancreática é uma enzima produzida pelo pâncreas, responsável pela quebra dos lipídios em substâncias simples (ácido graxo + glicerol (álcool)). • Não há ação teratogênica demonstrada. • Não há passagem significante do orlistate para o leite materno, embora a mãe esteja sujeita às hipovitaminoses. • Esquema terapêutico: 3 comprimidos ao dia ingeridos nas principais refeições. • Não há estudos relativos a pacientes com insuficiência hepática e renal e em crianças com idade inferior a 12 anos. • O produto pode causar hipovitaminose A, D, E, e K, o que pode ser contornado pela suplementação dessas vitaminas que deverão ser administradas 2 horas antes ou 2 horas após a ingestão do orlistate. • Em virtude de aumentar a excreção fecal de gorduras, o orlistate tende a promover uma hipermotilidade intestinal, como tendendo à diarréia. Ana de Luca USO OFF-LABEL Antidepressivos: Bupropiona: > DO, > NE - > estimulação POMC (neurônios produtores de Proopiomelanocortina) > POMC > saciedade. POMC é clivada em alfa-MSH, um peptídeo que atua nos receptores MC4, diminuindo a ingestão alimentar e aumentando o gasto energético. Perda de peso apenas modesta, NÃO SUFICIENTE PARA OS CRITÉRIOS DO FDA PARA APROVAÇÃO COMO MONOTERAPIA PARA OBESIDADE!. Inibidores seletivos da recaptura de noradrenalina (ISRN): Bupropiona: • Indicações: dependência a nicotina: redução da fissura (não observado em ensaios clínicos com outros antidepressivos), depressão, pacientes que sofrem perda drástica de libido e/ou ganho de peso. • Pró-fármaco. • Hidroxibupropiona: metabólito ativo. • Não interage com receptores histamínicos e colinérgicos. • Baixas reações adversas? Comparado anorexígenos! • Bem tolerado? • Menor incidência de descontinuação. • Reações adversas comuns: agitação, ansiedade, diminuição do apetite, boca seca e constipação intestinal.• Risco de indução de convulsão. • Redução de dose em idosos (intolerância devido a redução da metabolização). • Atravessa a barreira hematoencefálica e a placenta. • Distribuído no leite materno. • Pico plasmático: 1 – 3 horas. • Meia vida em estado de equilíbrio: 21 horas. Naltrexona: • Derivado de noroximorfona que é semelhante a N- ciclopropilmetil de naloxona. • É um antagonista narcótico que é eficaz por via oral, mais durável e mais potente do que a naloxona e tem sido proposto para o tratamento do vício em heroína. • A FDA aprovou a naltrexona para o tratamento de dependência de álcool. • Utilizado em associação com outros medicamentos ou na terapêutica para ajudar as pessoas que são dependentes de drogas, como por exemplo a heroína (opiáceos). • Está indicado como terapêutica de apoio na manutenção da abstinência (autorrejeição) em doentes dependentes de álcool. • A naltrexona atua bloqueando os recetores ao nível do cérebro com o objetivo de bloquear a ação dos opiáceos. • Os indivíduos deixam de sentir a euforia que sentiam anteriormente após tomarem opiáceos. Mecanismo de ação: • A naltrexona é um antagonista opiáceo específico. • Atua por competição estereoespecífica com receptores que estão localizados principalmente no sistema nervoso central e periférico. • A naltrexona liga-se de forma competitiva a estes receptores e bloqueia o acesso a opiáceos administrados por via exógena. • O tratamento com naltrexona não causa dependência física ou mental. • Não se observaram sinais de tolerância ao efeito antagonista opiáceo. • O álcool estimularia indiretamente a atividade opióide endógena ao promover a liberação dos peptídeos endógenos (encefalinas e bendorfinas) na fenda sináptica. • Através da atividade excitatória dos peptídeos endógenos, as sensações prazerosas do álcool seriam mediadas pela liberação de dopamina nas fendas sinápticas do núcleo accumbens. • Outro mecanismo proposto é a atividade inibitória dos peptídeos endógenos sobre os interneurônios gabaérgicos, localizados na área tegmental ventral, que exercem efeitos inibitórios sobre os neurônios dopaminérgicos da área A10. • A naltrexona atua como um antagonista competitivo nos receptores opióides. Dessa forma, a administração de Ana de Luca antagonistas opióides reduziria o consumo de álcool através do bloqueio pós-sináptico dos receptores opióides m, d e k nas vias mesolímbicas. Naltrexona combinada: bupropriona/ naltrexona: • Estudos realizados em pequeno número de pacientes com a naltrexona em monoterapia como agente antiobesidade foram frustrantes, mostrando pouca ou nenhuma redução do peso corporal. • A despeito de essas drogas apresentarem uma eficácia discreta, quando utilizadas isoladamente, o entendimento atual das complexas vias de regulação central e periférica do apetite permitiu que se postulasse um efeito sinérgico da sua associação. • O aumento dos níveis de dopamina e norepinefrina mediado pela bupropiona estimula a atividade neural da pró- opiomelanocortina (POMC). • Os neurônios produtores da POMC, localizados no núcleo arqueado do hipotálamo, ao serem estimulados, levam à clivagem de dois peptídeos principais: o hormônio estimulador do α-melanócito (αMSH) e a β-endorfina. • O aumento do α-MSH leva à ativação do MC4R (receptor de melanocortina 4) e das vias de sinalização secundárias que levam ao aumento do gasto energético e à diminuição do apetite. • Em contrapartida, foi demonstrado que a β-endorfina, um opioide endógeno, é responsável por um mecanismo de autoinibição da via da POMC, resultando em um aumento da ingestão alimentar em roedores. • Ao inibir os receptores opioides, a naltrexona libera os neurônios da POMC da inibição pela β-endorfina (feedback negativo) e, portanto, potencializa os efeitos ativadores dessa via pela bupropiona. α-MSH: hormônio estimulador do α-melanócito, produzido em neurônios que expressam POMC e age nos MC4R, a ativação desse receptor pelo a-MSH reduz a ingestão alimentar. Fluoxetina • Inibidores seletivos de recaptação da serotonina (5-HT) (ISCSs) (p. ex., fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina, citalopram, escitalopram, etc.). Reações adversas: • 5-HT 1A : ansiedade, depressão, êmese e neuroproteção. • 5-HT 1B: termorregulação, apetite, comportamento sexual, atividade locomotora, regulação do sono e ansiedade. • 5-HT 1D: ansiedade, depressão e psicoses. • 5-HT 2A: antidepressivos, antiobsessivos, controle do comportamento alimentar compulsivo, redução de sintomas ansiosos (pânico a longo prazo), redução da libido e alterações sexuais; termorregulação, sono, apetite (?), aprendizagem, contração muscular • 5-HT 2B: termorregulação, sono, apetite (?), aprendizagem, contração muscular. • 5-HT2C: ansiolítico, associado a regulação do peso. • 5-HT 3: náuseas e vômitos induzidos por radio ou quimioterapia, enxaqueca. • 5-HT 4: motilidade gastrointestinal, síndrome do cólon irritável, refluxo, secreção de corticosteroides, ansiolítico e déficit cognitivo. • 5-HT 7: depressão. Dessensibilização e sensibilização: • A estimulação crônica por agonistas tende a diminuir o número de receptores (dessensibilização); • A inibição crônica por antagonistas tende a aumentar o número de receptores (sensibilização). Ana de Luca Inibidores seletivos da captura de 5-hidroxitriptamina (ISCSS). Efeitos adversos: • Comuns: náuseas, anorexia, insônia e perda da libido. • Aumento da estimulação dos receptores 5-HT pós-sinápticos, como resultado do aumento dos níveis extracelulares de 5-HT. • Estimulação do tipo de receptor errado de 5-HT (p. ex., receptores 5-HT2, 5- HT3 e 5-HT4). • Estimulação receptor que fornece o benefício terapêutico (p. ex., receptores pós-sinápticos 5-HT1A), porém na região cerebral errada. Topiramato: Anticonvulsivante. • Sintetizado como um potencial hipoglicemiante. • Promove a inibição da gliconeogênese através do bloqueio da enzima frutose-1,6-bisfosfatase. • Modulação de canais de sódio, potássio e NMDA (fraco) e potencializando a ação do GABA (efeito ansiolítico na obesidade???). • Indicações: epilepsia crises parciais e generalizadas. • Estudos clínicos: enxaqueca. • Reações adversas: transtorno de humor e depressão (idealização suicida). Fitoterápicos e obesidade: • Caralluma fimbriata. • Citrus aurantium. • Ephedra sinica. • Erva-de-São João (Hypericum perforatum). • Garcinia cambogia. • Ilex paraguariensis (Erva-mate). • Ioimbina (Pausinystalia yohimbe). • Psyllium (Plantago). • Camelia sinensis. • Cynara scolymus
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